Inside Out • Chaesoo

Av leeloomell

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Para realizar seu sonho, Chaeyoung deixa seus pais em Melbourne e se muda para Coreia do Sul com sua irmã Ali... Mer

Capítulo 1 - Férias
Capítulo 2 - Família
Capítulo 3 - Parque
Capítulo 4 - Trabalho
Capítulo 5 - Inesperado
Capítulo 6 - Festas
Capítulo 7 - Consentimentos
Capítulo 8 - Tormentos
Capítulo 9 - Visitas
Capítulo 10 - Sensações
Capítulo 11 - Afeição
Capítulo 12 - Reconciliações
Capítulo 13 - Novidades
Capítulo 14 - Confraternização
Capítulo 15 - Universo
Capítulo 16 - Felicidade
Capítulo 17 - Aulas
Capítulo 18 - Dynamite
Capítulo 19 - Escapes
Capítulo 20 - Segredos
Capítulo 21- Revelações
Capítulo 22 - Clichê
Capítulo 23 - Colegas
Capítulo 24 - Ciúmes
Capítulo 25 - Plenitude
Capítulo 26 - Momentos
Capítulo 27 - Pais
Capítulo 28 - Filhote
Capítulo 29 - Encontro
Capítulo 30 - Eternidade
Capítulo 31 - Conversas
Capítulo 32 - Sirius
Capítulo 33 - Desejo
Capítulo 34 - Astenia
Capítulo 35 - Pai
Capítulo 36 - Fim
Capítulo 37 - Embaraço
Capítulo 38 - Saudades
Capítulo 39 - Favores
Capítulo 40 - Partidas
Capítulo 41 - Adaptações
Capítulo 42 - Ligação
Capítulo 43 - Verdades
Capítulo 44 - Retorno
Capítulo 45 - Recomeçar
Capítulo 46 - Arrependimentos
Capítulo 48 - Renovação
Capítulo 49 - Mudanças
Capítulo 50 - Transformações
Capítulo 51 - Amor
Capítulo 52 - Máscaras
Capítulo 53 - Elos
Capítulo 54 - Paixões
Capítulo 55 - Ruínas
Capítulo 56 - Perseverança
Capítulo 57 - Frágil
Capítulo 58 - Reencontros
Capítulo 59 - Coração
Capítulo 60 - Estratégia
Capítulo 61- Sonho
Capítulo 62 - Filha
Capítulo 63 - Aniversário
Capítulo 64 - Mãe
Capítulo final - Saturno
Epílogo - Plutão

Capítulo 47 - Receios

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Av leeloomell

Kim Jisoo's point of view

Seoul National University

— Por que você tanto olha lá para fora? - a voz de Jennie parece distante em minha mente. Respiro fundo e tento me forçar a desviar minha atenção para minha amiga. Ela coloca o celular na mesa, cruza seus braços e se acomoda na cadeira da lanchonete.

— Eu não sei. - digo a verdade e ela ergue uma sobrancelha - Os últimos dias eu ando meio aérea.

— Últimos dias? - ela solta um riso - Você está assim há mais ou menos um mês, Jisoo.

— Anh? - a vejo revirar os olhos.

— Já faz um mês desde aquele episódio na sua casa. - ela solta o ar pela boca - Semana que vem é aniversário da Lisa, já. E ela faz aniversário um mês depois da Solar.

— O aniversário da Lisa já chegou? - vejo Jennie confirmar - E ela ainda sequer olha para mim. - levo as mãos até as têmporas - Ela não fala comigo desde aquele dia. - sinto um aperto no peito e Jennie solta o ar pela boca.

— A Lisa é um pouco, ou bastante, rancorosa às vezes. - ela sorri sem jeito - Lembra do ataque de ciúmes que ela deu porque você estava com sua mala lá em casa? A forma que ela falava que eu me prendia ao falso relacionamento dela com a Rosie, só para poder ter momentos como aquele com você?

— Mas é diferente. Aquilo era ciúmes. - minha amiga nega levemente com a cabeça.

— Lisa é intensa em tudo o que faz. Ela torceu por vocês duas depois do término, incentivou a Rosie conversar com você, não deixou que ela desistisse da Solar. Ela realmente escolheu um lado, quando todos próximo a elas estavam chateados com a forma que tudo aconteceu no término de vocês. - Jennie fica ereta na cadeira e olha para a janela - Ela é rancorosa com as pessoas que magoam quem ela ama. E só perdoa, depois que a pessoa magoada perdoa também. Mas nesse caso, ela não ficou chateada com você no início, e mesmo que a Rosie não tenha contado nada para ninguém, acho que a Lisa está se culpando por não ter feito a outra desabafar, colocar tudo aquilo para fora.

— A Chaeyoung guardou aquilo tudo para ela? - vejo Jennie concordar.

— Pelo que conversamos com a Rosie, acredito que sim. - a mais nova respira fundo lentamente e depois solta o ar de uma única vez - Parece que ela não queria que as pessoas se afastassem de você em um momento crítico para você e para a Solar.

— Eu não a mereço. - sinto meu corpo doer e meu coração apertar no peito. Coloco meus braços na mesa e deito a cabeça sobre eles.

— Eu não sei se ela ser tão ingênua assim é uma coisa boa. - sinto o carinho que Jennie faz em minha cabeça - Em momentos como esses, ela sofre sozinha.

— Ela não é ingênua. - viro meu rosto para o lado e olho para minha amiga - Ela tem um coração bom. - Jennie sorri e depois concorda.

— De todo caso, ela passou por isso tudo praticamente sozinha. Eu e Lisa sempre tentamos enfatizar que ela não podia se afastar da Solar, por mais que fosse óbvio que ela jamais faria isso. A mãe dela entendeu o seu lado. E a Hyeri é a sua melhor amiga, então sempre que elas se falavam, de certa forma a Rosie se lembrava de você.

— A Chaeyoung também entendeu o fato de eu continuar com o Soohyun porque eu estava pensando em minha filha. - sinto o ar parar em minha garganta - O que eu fiz de errado foi ter falado aquelas coisas horríveis.

— Realmente, Jisoo. - Jennie pega o celular que toca na mesa, tira o som e volta e com sua atenção para mim - Eu, sinceramente, não consigo entender o que deu em você para ter dito aquelas coisas.

— Eu... Eu... - as palavras somem ao tentar explicar. Porque eu sei que nem o máximo de desespero em perder minha filha, justifica a pessoa horrível que fui ao magoá-la com aquelas palavras.

— Ainda mais você, Jisoo. - minha amiga diz com um tom firme - Você brigou comigo quando eu disse aquelas mesmas coisas para ela. Quer dizer, brigar é apelido. Você acabou comigo. Você defendeu a Rosie com unhas e dentes, e chegou a me ameaçar a perder sua amizade, caso eu não me redimisse com ela. - a testa de Jennie enruga e ela franze o nariz - Não dá para entender o porquê você tenha falado aquilo para ela.

— Jennie. - minha voz sai tremida devido a enorme vontade de chorar.

— Tudo bem, tudo bem. - ela suspira - Eu vou te ajudar nessa. - ela sorri fraco e coloca sua mão em meu braço - Assim como você me ajudou a pedir desculpas a ela.

— Mas você não pediu desculpas. - minha voz fanha não impede de Jennie erguer uma sobrancelha - Se eu e Lisa não levássemos vocês ao parque, você não a procuraria. E eu sei que você não pediu desculpas, você só agiu como se nada tivesse acontecido. - minha amiga junta os lábios e revira os olhos.

— Aquela loira linguaruda e fofoqueira. A Solar teve a quem puxar. - ela murmura - O que importa é a intenção, ok? Agir como se nada tivesse acontecido naquele dia foi como o meu pedido de desculpas e ela aceitou.

— Se eu agir dessa forma, ela nunca mais vai querer falar comigo. - meus lábios tremem e Jennie sorri.

— Continua com esses lances das flores. Uma hora ela vai se render ao seu pedido de desculpas.

— Mil rosas não serão o suficiente. - escondo o rosto entre o vão de meus braços e a mesa.

— Então tente duas mil. - Jennie diz simplista e eu suspiro antes de olhá-la.

— É o que eu estou fazendo. - Jennie abre lentamente a boca, franze as sobrancelhas e logo depois cai em uma gargalhada.

— Mentira? - ela se ajeita na cadeira e eu repito seus gestos. Me colocando ereta em meu assento - O que você tem em mente, Jisoo?

— Todos os dias que temos aulas, eu trago um buquê com dez flores de Gérbera. Cada dia o buquê tem uma cor diferente. - Jennie me olha atentamente, prestando atenção em cada detalhe do que eu falo - É uma das flores preferidas de Chaeyoung, então pensei em enviar todas as manhãs. - olho para minhas mãos e depois olho para a janela - É claro que eu não tenho coragem de entregar em mãos, então eu paro alguém no corredor e peço para entregar a ela. De qualquer forma, dentro do buquê tem um cartão com minhas sinceras desculpas e com a contagem das rosas. - meus olhos encontram o de Jennie - Eu comecei a contar novamente, já que eu fui uma ogra sem limites e tenho mais um motivo para me desculpar com ela. Hoje chegamos a duzentas flores. - solto o ar pesadamente. A sensação de estar sufocada me persegue há dias, e nem os maiores suspiros conseguem me livrar dessa penosa sensação.

— Chegamos ao número que faltava antes de vocês terminarem? - nego com um movimento sutil da cabeça.

— Quando eu fui embora, faltavam oitocentos e noventa e dois.

— E aquela rosa no carro no dia que nos encontramos com ela na escola da Solar era a noventa e um. - ela conclui e eu confirmo.

— Agora faltam oitocentos e sessenta e nove.

— Você deu continuidade a essas também? - ela franze as sobrancelhas.

— Sim. - a expressão de surpresa no rosto de Jennie me faz sorrir de lado - Continuei como naquele dia em que você riu de mim e disse que eu não sabia escrever. - Jennie ri, me fazendo sorrir um pouco mais - Todos os dias de aula, antes de irmos embora, eu coloco uma rosa na porta do carro dela.

— E você fica lá para ver se ela ainda está com o buquê e se pega a rosa da porta? - ela pergunta bem curiosa.

— Só não espero quando ela sai muito tarde da biblioteca ou da orientação. Porque eu tenho hora para ir buscar a Solar na escola. - minha amiga assente.

— E ela está com o buquê quando chega no carro? - meneio a cabeça em um sim - Ela guarda o buquê e a rosa que fica no carro? - confirmo novamente - Ela lê o bilhete?

— Não consigo ver se ela chegou a abrir ou não o bilhete do buquê. - os ombros de Jennie caem para frente e a animação que ela tinha antes se esvai um pouco - No primeiro dia do buquê, eu consegui ver que ela recebeu as flores, abriu o bilhete e depois procurou algo, que eu acredito que seja eu, ao redor da biblioteca.

— É claro que foi você. - Jennie volta com sua animação e eu dou de ombros.

— Nos demais dias, ela apenas recebeu o buquê e olhou ao redor. E mais tarde, quando ela chegava no carro, eu não conseguia perceber se o cartão estava no buquê ou não.

— E os bilhetes presos nas rosas que você deixa no carro?

— A mesma coisa. - solto um suspiro - No primeiro dia ela leu antes de abrir a porta do carro. Já nos dias seguintes, ela pegava a rosa e entrava no automóvel. - friso meus olhos no de Jennie - E uma vez que ela está dentro do carro, eu não consigo enxergar mais nada no interior dele.

— Continue assim. - minha amiga se debruça na mesa, pega minha mão e faz um carinho nela - A Rosie tem um bom coração e ela te ama. Daqui a pouco ela vai perdoar. E eu estou aqui para ajudar, você sabe.

— Eu espero. - desvio meu olhar para nossas mãos - Mas não quero que você se indisponha com a Lisa por minha causa. - solto um suspiro.

— Você já deu o buquê dela hoje? - o tom da minha amiga me faz voltar com o olhar para ela. Jennie está olhando fixamente pela janela da lanchonete com as sobrancelhas arqueadas e os lábios franzidos.

— Si..sim. - o meu ar falha e o meu estômago embrulha quando olho na mesma direção de Jennie.

Chaeyoung está caminhando em direção a lanchonete e ao seu lado tem homem alto, com o rosto fino, cabelo repartido ao lado e com bastante pomada para o penteado. Seus olhos caídos são o seu charme, junto ao seu sorriso com os lábios finos, mas bem modelados e vermelhos. Ele segura a bolsa de Chaeyoung no ombro direito, e o buquê de flores nas mãos do mesmo lado. O sorriso e o olhar penetrante que ele tem em direção a ela, me incomoda e me deixa inquieta.

— Ela realmente voltou o contato com ele. - Jennie diz baixo, mas em um tom o suficiente para que eu conseguisse perceber a mistura de incredulidade e preocupação em sua voz.

— Quem é ele? - meus olhos encontram o de Jennie e ela solta o ar fortemente pelo nariz.

— Se lembra do cara que inventou o boato do namoro da Lisa com a Rosie? - confirmo - É ele, - Jennie aponta para o homem ao lado de Chaeyoung - Joohyuk.

— Então é ele que foi encontrar com ela no aniversário da Solar. - Jennie franze a testa e o nariz - Eu estava no telefone com a Chaeyoung, para informar sobre a festa da Solar, quando ele interrompeu nossa ligação e ela desligou.

— A Lisa vai surtar quando souber disso. - minha amiga estala a língua no dente e acompanha a interação deles pela janela - É, acho que falei tarde demais. - acompanho o olhar de Jennie.

Os dois estão parados debaixo de uma árvore, e Joohyuk está com uma mão no ombro da loira, enquanto se aproxima lentamente dela. Chaeyoung tem uma expressão neutra em seu rosto e olha para seus pés quando percebe a aproximação do homem. Um pouco mais atrás dos dois, Lisa caminha apressadamente em direção a eles, com suas mãos fechadas em punho, seu rosto tomado por uma vermelhidão e expressão de raiva.

A mais nova se aproxima de Joohyuk, segura na mão que está no ombro de Chaeyoung e a tira dali com uma brutalidade que faz o homem cambalear para trás. Lisa se põe entre os dois e coloca sua posição ereta, deixando claro que está ali para enfrentá-lo.

Enquanto o homem ri, Chaeyoung segura na mão da amiga e diz algo em seu ouvido. Lisa parece não gostar do que a mais velha disse, porque ela esbraveja com Joohyuk, que gesticula enquanto tenta falar algo para a menor.

— A Rosie não guarda mágoas por muito tempo. - meus olhos encontram o de Jennie - É por isso que eu ainda incentivo que você se desculpe com ela, e diga sobre seus sentimentos, isso se realmente você a ama tanto quanto ela ama você e sua filha. - ela desvia seu olhar para fora e depois volta a me encarar - Se ela conseguiu desculpar um cara como ele, ela vai perdoar o que aconteceu entre vocês duas.

— Você acha que ele quer algo com ela? - olho para a imagem dos três. O homem ainda tentando se explicar, Lisa esbravejando e Chaeyoung tentando acalmar a amiga - Como ele queria antigamente, eu quero dizer.

— Não sei. Esse cara é maluco! - Jennie passa os dedos pelos cabelos e inspira o ar lentamente, para depois me olhar - Assim como a Rosie não guarda mágoas, a Lisa guarda, cultiva e nutre elas a cada dia, semana, mês e ano. - engulo seco a intensidade das palavras e do olhar de Jennie - Ela odeia esse cara com todas as forças do mundo.

— Você acha que a Lisa vai guardar mágoas de mim? - minha voz sai melancólica e Jennie olha para a namorada.

— Não sei, Chu. - ela volta a me olhar - Eu sei que ela está magoada com ela mesmo por ter apoiado o relacionamento de vocês duas, em vez de apenas ter amparado a Rosie. Mas ela também está muito chateada com as palavras que você disse. Então ela vai tentar, a todo custo, proteger a melhor amiga de mais mágoas como essas. - desvio o olhar para minhas mãos inquietas na mesa - Mas conquiste a Rosie. Se você conseguir o perdão dela, certamente a mágoa da Lisa também vai acabar.

— Não acabou com o Joohyuk.

— É diferente, Chu. - nossos olhares se encontram - Esse cara só queria se aproveitar da forasteira do curso. Inventou um boato para não sair por baixo depois de levar um fora, e foi um canalha. - ela inspira fundo e expira lentamente - Você falou bobagem, assim como eu falei. Mas nós amamos a Rosie, e a Lisa sabe disso. Então, se a Rosie te perdoar, a Lisa também vai.

— Eu estou tentando, Jennie. Você sabe que a coisa que eu mais quero, é ficar bem ao lado de Chaeyoung e Solar. - ela sorri - E com nossas amigas sempre por perto. A Lisa é importante para a Chaeyoung, e para mim também.

— Já pensou em um casamento duplo? - Jennie muda seu tom para um divertido e ri. Acabo acompanhando sua risada.

— Você não vai querer um casamento duplo, Jennie. - volto a olhar para fora da cafeteria e percebo Lisa e Chaeyoung conversando, dessa vez sem a presença de Joohyuk.

— Mas quem sabe se você se casar com a Rosie, a Lisa resolva se casar comigo. - olho para uma Jennie com um bico nos lábios e as bochechas vermelhas.

— Você precisa ter um pouco mais de calma, sabia? - ela me encara com sua cara de deboche - É sério, Jennie. Vocês ainda estão na faculdade, são jovens, têm uma vida toda pela frente.

— Você se casou antes de entrar para a faculdade, Jisoo. - ela retruca e cruza os braços.

— Mas tirando a minha filha, que é o meu maior presente. - coloco a mão direita em minha têmpora direita e faço uma pequena massagem local - Eu não amava o Soohyun. Nunca amei! Casei obrigada. - solto o ar pela boca e passo os lábios um pelo outro, tentando aliviar a péssima lembrança que tenho desse matrimônio - E se me permite dizer, casamentos precoces são, me desculpe a expressão, - olho para minha amiga - uma merda. - ela abre a boca em perfeito "O" - É sério, aproveite a Lisa e esse namoro gostoso que vocês tem. O casamento não significa que vocês se amam mais. É só um papel. Um papel que, no meu caso, é uma enorme dor de cabeça.

— As coisas estão difíceis? - ela me olha com afeição.

Solto todo o ar de meus pulmões e volto a olhar para fora da lanchonete. Vejo Chaeyoung e Lisa caminhando para um dos prédios da faculdade. A maior segura o buquê de gérbera em seus braços, enquanto a mais nova leva a bolsa da amiga. Sinto o toque quente de Jennie em meu braço, e balanço levemente a cabeça. Em meio a tanto caos que a vida me fornece, ver o sorriso de Chaeyoung, e ter o amor de minha filha e o carinho das minhas melhores amigas é o que me motiva a continuar.

— Eu preciso sair daquela casa, Jennie. - digo em um sopro e olho para minha amiga.

— O que houve? - ela não cessa seus carinhos em meu braço.

— Eu pensei que depois que o Soohyun voltasse para Tóquio, eu o enfrentaria somente na justiça. E não o veria mais, pelo menos não até as audiências.

— Mas...?

— Ele voltou para Seul há uma semana, Jennie. - minha amiga faz uma careta - Ele está lá em casa e disse que não vai sair da casa dele. - solto um grunhido ao lembrar que estou na mesma casa que aquele homem - Acho que ele está me forçando ao nosso casamento assim.

— Você está disposta a sair da sua casa só por causa dele?

— A minha casa é onde minha filha está. - digo de imediato - E eu nunca me senti muito bem naquele lugar.

— E você levaria ela com você, então?

— É claro que sim! - Jennie ri com a minha confiança ao responder - Minha filha ficará comigo, Jennie. Eu não vou desistir dela, nunca.

— Então você pode se mudar para o meu apartamento. - ela se anima em sua cadeira.

— Acho que já tivemos um grande desentendimento com isso. Você não lembra do último episódio na sua casa?

— Claro que sim. Falamos dele hoje. Foi quando a Rosie reclamou de ter levado multas por causa da mensagem da Lisa. - ela diz rindo.

— Exatamente. O dia da crise de ciúmes de vocês duas. - Jennie revira os olhos - Não quero um dia como aquele novamente. Ainda mais agora que a Lisa e a Chaeyoung não querem nem me olhar.

— Exagerada. - minha amiga resmunga - Mas eu não quis dizer minha casa. E sim no meu prédio. - fico interessada no que ela fala e foco meu olhar nela - A cobertura está à venda.

— Sério? - inclino um pouco meu corpo na mesa e ela concorda - Então vamos amanhã mesmo visitar o consultor.

— É claro. - ela balança a cabeça para cima e para baixo animada - Vai ser ótimo ter vocês como vizinhas. Ainda mais em uma cobertura. Eu quis comprar aquele apartamento, mas cheguei tarde demais na hora da compra.

— E por que não compra agora?

— O meu apartamento já está perfeito e criei ótimas memórias com a Lisa lá. - ela dá de ombros - Me contento com a cobertura da minha melhor amiga.

— Então aquela cobertura será minha amanhã. - Jennie levanta seu polegar em um sinal de positivo. O sorriso em seu rosto eleva suas bochechas e acentua seu olhar felino.

O telefone da mais nova vibra na mesa, tomando sua atenção. Minha amiga pega seu aparelho e lê algo na tela. Um sorriso maroto aparece em seus lábios e um brilho em seu olhar. Ela coloca o telefone na mesa novamente, pega sua bolsa e me encara.

— Vamos? - ela sorri de lado - A Lisa quer me encontrar antes da sua sessão fotográfica. E eu preciso passar na biblioteca para fazer umas pesquisas para minha monografia.

— Vamos. - pego minha bolsa e levanto junto com Jennie - Vou aproveitar para passar na biblioteca e verificar as máquinas que a empresa enviou para cá. Quero saber se realmente mandaram algo que ajude os estudantes.

— Por falar em máquinas... - minha amiga me olha e sorri, antes de caminharmos juntos em direção a saída da cafeteria - Eu preciso da sua ajuda com o presente de aniversário da Lisa.

— Minha ajuda? - ergo uma sobrancelha.

— Sim. - ela meneia a cabeça, abre a porta do estabelecimento e aguarda que eu saia, para me seguir - Você é uma das donas de uma das maiores empresas de tecnologia do país.

— Prossiga.

— E está no top vinte das mulheres mais ricas. - Jennie balança as sobrancelhas.

— Ainda estou tentando entender. - a olho com uma certa desconfiança - Sua mãe e sua avó são magnatas. Sua família também é uma família poderosa.

— Exatamente. - ela puxa o ar com a boca, depois o solta e olha fixamente para frente - Duas famílias poderosas, amedrontam outras pessoas.

— Jennie, você está me assustando. - ela ri e me olha.

— Eu quero dar uma máquina fotográfica para Lisa. - franzo as sobrancelhas e ela suspira - É uma câmera antiga, de colecionadores.

— E por que precisamos amedrontar alguém?

— Porque ela vai a leilão. - Jennie revira os olhos quando percebe que ainda estou confusa - Quero que você me ajude a competir por ela no leilão. Com nós duas dando lances, as pessoas se sentirão intimidadas. Elas sabem que temos dinheiro e pagaremos o que for para ter a câmera.

— Você tem uma mente maquiavélica, sabia? - digo rindo e ela me acompanha ao riso.

— Eu só luto pelo que quero. - a mais nova dá de ombros e adentra o corredor com as bibliotecas e laboratórios da faculdade.

— Quando será esse leilão?

— No domingo.

— O leilão beneficente da família Anh?

— Exatamente. - Jennie para no corredor e segura meu braço, me fazendo parar também - Posso contar com você lá?

— Qual a desculpa você vai dar para sua namorada? Afinal, você vai passar o domingo em um leilão e uma festa de gala.

— A Alice e a Goeun prepararam um dia no SPA, para comemorarem o aniversário da Lisa. - ela olha ao redor e depois volta a me olhar - Parece que a Alice precisa ir para Melbourne alguns dias antes do aniversário da Lisa. E a Goeun vai junto para visitar a família dela que está por lá.

— A Chaeyoung vai também? - Jennie balança a cabeça em negativa.

— A Rosie se recusa a deixar a melhor amiga no dia do aniversário dela. - sorrio de lado e Jennie ergue uma sobrancelha - Que sorriso canalha é esse?

— Eu tive uma ideia e preciso da sua ajuda.

— Só te ajudo depois que eu conseguir aquela máquina fotográfica no domingo. - reviro os olhos e concordo com a cabeça - Posso contar com você?

— É claro que você pode. - Jennie vibra com o braço, fazendo uma posição de gancho, e depois me mostra seu polegar positivo.

— Então eu também te ajudo com sua ideia.

— Devemos selar nosso acordo como Solar e a Rosie? - pergunto rindo e Jennie faz uma careta.

— É claro que não. - meu riso aumenta - Está achando que eu tenho cinco anos?

— Às vezes você parece que tem. - Jennie empurra meu ombro com seu dedo indicador e depois ri.

— E você sabe que eu te ajudaria, mesmo que você se recusasse a ir a um leilão comigo. - sorrio em sua direção e tenho seu sorriso em retribuição.

— O que ela está fazendo aqui? - a voz alta e brava de Lisa me faz dar um pulo para trás. Eu e Jennie olhamos em direção a voz da mais nova e consigo notar a forma irrefreável que ela vem em nossa direção.

— Eu já estava de saída. - digo rapidamente, assim que a maior se aproxima de nós.

— Você não vai a lugar nenhum. - Jennie segura em meu braço e Lisa a encara - A Jisoo estuda aqui também. Ela tem direito de andar por esses corredores.

— Eu vou para a biblioteca. Não quero incomodar vocês.

— A biblioteca não. - Lisa coloca sua mão por cima da mão de Jennie, que ainda segura meu braço - A Chaeng está lá, e ela já teve visitas indesejáveis demais hoje. Vá para outro lugar bem longe de nós. - Jennie solta o ar pela boca.

— Já deu, né, Lisa? - minha amiga intercala seu olhar entre mim e sua namorada - Tudo bem que a Jisoo foi uma idiota e errou. Mas ela está tentando se redimir.

— Se depender de mim, ela não vai. - a mais nova dá de ombros. O ar no corredor ficou pesado e rarefeito.

— Para de bobeira, Lisa. - Jennie solta meu braço e segura na mão da namorada - Ela também está sofrendo.

— Não está nada. - a maior me olha impetuosamente - Você viu o que aconteceu no aniversário da Solar. A Jisoo sequer se lembrava das merdas que falou para a Chaeng.

— Eu... Eu.. - as palavras ficam presas em minha garganta. Apesar da dor que eu sinto com tudo o que está acontecendo ultimamente, Lisa não deixa de ter razão. Eu magoei a Chaeyoung e, só Deus sabe o porquê eu não lembrava daquelas palavras.

— A Rosie já nos explicou o porquê ela esqueceu, Lisa. - Jennie diz branda - Nosso cérebro apaga memórias muito dolorosas, é um mecanismo de defesa do nosso subconsciente. Por isso a Jisoo acabou se esquecendo do que ela fez. - seu olhar intercala entre nós duas, antes de focar na namorada - Se a própria Rosie, que recebeu aquele turbilhão de palavras inadequadas, conseguiu entender o porque a Jisoo não se lembrava, por que você não pode?

— Claro, quem bate esquece, quem apanha não. - Lisa diz sarcástica e Jennie suspira irritada ao meu lado.

— Caramba, Lisa. - ela esbraveja - Eu também disse as mesmas coisas para a Rosie, e você ficou do meu lado.

— Não por minha vontade. - Lisa rebate e Jennie a olha com uma sobrancelha levantada.

— Como é que é? - ela encara a namorada com uma expressão fechada - O que você quer dizer com isso, Lisa? Está dizendo que eu te obriguei a me apoiar? Ou que ia me tratar como está tratando a Jisoo?

— Ei Hey. - me coloco no meio das duas. Essa confusão que eu causei está tomando um tamanho desproporcional e não posso permitir que isso aconteça - Vocês duas não vão brigar, não é? Não tem porque brigar. É algo que já passou, a Chaeyoung já está bem com vocês duas. Não tem porquê disso, por favor. - as duas me encaram - Vocês são Jennie e Lisa, o casal mais admirável e invejável dessa cidade. Todo mundo quer o amor que vocês têm uma pela outra.

Vejo Jennie bater um pé no chão, enquanto encara a namorada que me olha com uma sobrancelha levantada. Minha amiga respira fundo e depois solta todo ar pela boca, antes de colocar as mãos em meus ombros e me colocar para o lado, tirando qualquer obstáculo entre ela e a namorada.

— A Jisoo tem razão, não tem porque estarmos brigando por algo que a Rosie está bem. - ela segura a mão da namorada.

— Tudo bem. - Lisa suspira, sorri de lado e depois me olha - É até bom você estar aqui, acho que precisamos da sua ajuda.

— O que aconteceu? - Jennie franze as sobrancelhas e os lábios.

— Joohyuk aconteceu. - a mais nova bufa e começa a andar em direção ao laboratório de informática - Vamos entrar aqui. - ela abre a porta e nos chama com a mão - A Chaeyoung está na biblioteca e pode passar por esse corredor a qualquer momento e nos ouvir.

Olho as horas em meu relógio de pulso e percebo que tenho menos de cinquenta minutos antes da Chaeyoung ir embora. E caso queira deixar a rosa na porta de seu carro, eu preciso sair daqui em poucos minutos. Olho para minha melhor amiga e a vejo ordenar, apenas com o seu olhar, para que eu entre também.

Movida pela curiosidade, pela aversão que estou do Joohyuk e pelo olhar de minha amiga, acompanho ela e Lisa até o laboratório de informática e sentamos em uma mesa no fundo da sala vazia.

— Então, o que houve? - Jennie é a primeira a quebrar o silêncio que ficou entre nós quando entramos neste lugar.

— Preciso de detetives particulares. - a maior diz com uma expressão apática - Seu pai e seu irmão conhecem alguns, não é? - ela me encara com seus olhos penetrantes e sua franja cobrindo um pouco de seus olhos.

— Sim?! - respondo duvidosa e ela inclina a cabeça para o lado - O meu pai conhece o que ele colocou atrás do Soohyun, mas não sei se ele é confiável. Mas meu irmão tem um amigo que me seguiu há um tempo, e pelo o que o Woobin disse, ele é confiável.

— Para que você quer um detetive, Lisa? - Jennie coloca a mão direita por cima da mão da namorada.

— Para colocar atrás de Joohyuk. - a mais nova dá de ombros.

— O rapaz que estava com a Chaeyoung hoje? - pergunto em um fiapo de voz. De repente, sou invadida por uma onda de temor e preocupação.

— Sim. - Lisa olha ao redor e volta a nos olhar - Hoje ele estava chamando a Chaeng para ir a igreja dele.

— Igreja? - chego meu corpo um pouco para frente ao perguntar.

— A Rosie é cristã, não é? - Jennie pergunta simplista - O que tem demais em ela ir a igreja?

— Já viu os documentários das seitas que tem nesse país? - Lisa encara a namorada - Eles selecionam as pessoas que eles acham que precisam de algum tipo de cura, a induzem a ir na igreja deles que fica no meio do nada e depois essa pessoa não pode mais sair. E só Jesus sabe o que eles fazem com quem fica lá.

— Já ouvi alguns relatos, mas nunca conheci ninguém assim. - Jennie diz pensativa - Por que você acha que ele faria isso?

— Tem um motivo maior do que a Chaeyoung ser homossexual e ter dispensado ele? - a mais nova responde como se aquilo fosse a coisa mais lógica e óbvia - E esse folheto aqui? - ela coloca um panfleto na mesa - Que tipo de igreja faz essas coisas? E olha o tamanho desse lugar. E veja... - ela aponta para o endereço - Isso fica na divisa do no meio do nada, com o quinto dos infernos.

— Ele tentou te chamar também? - as duas se olham e Lisa confirma - Esse cara continua sendo um babaca. - Jennie bate a palma da mão na mesa.

— Só que um babaca de uma seita agora. - Lisa desvia seu olhar para mim - Consegue o contato do amigo do seu irmão?

— É claro. - a mais nova suspira aliviada - Ainda mais sendo algo para a Chaeyoung, tenho certeza que meu irmão não poupará esforços para nos ajudar.

— Qual a sua ideia? - Lisa olha para a namorada e seu sorriso sacana aparece.

— A próxima vez que ele aparecer por aqui, ou perto da Chaeng, vou colocar alguém atrás dele. E depois atrás dessa igreja dele.

— Você já tentou conversar com a Chaeyoung sobre isso? - meu tom de voz vai diminuindo - Avisá-la que não é uma boa ideia essa igreja, essa aproximação deles?

— Ela é uma tola de bom coração, que perdoa tudo e todos. - o olhar de Lisa queima sobre o meu, me fazendo ter a certeza que ela não está falando somente sobre Joohyuk.

— Mas ela disse que vai à igreja? - vejo Jennie puxar o rosto de sua namorada para sua direção, e depois arrumar a franja dela, a tirando dos olhos.

— Ela disse que não tem a intenção, porque gosta da igreja dela. Que ela sempre visita quando vai a Melbourne. - Lisa dá de ombros - Mas quando alguém insiste muito em alguma coisa, a Chaeng acaba cedendo, para não magoar a pessoa. Então é questão de tempo para ela visitar aquele lugar.

— Vamos descobrir as verdadeiras intenções dele antes que isso aconteça. - Jennie sorri afavelmente, tentando acalmar a namorada.

— Eu não vou deixar ele se aproximar dela de novo. Nem que para isso eu fique vinte e quatro horas grudada nela. - vejo Lisa fechar a mão em punhos e eu sinto um embrulho em meu estômago, mas não sei identificar se é por medo da Lisa não conseguir me perdoar pelo o que aconteceu, ou se é pelo fato de Joohyuk não ser uma boa pessoa.

— E vai me abandonar, então? - o biquinho charmoso que Jennie coloca nos lábios me faz revirar os olhos.

— Você fica comigo e passamos vinte e quatro horas com a Chaeng. - Lisa dá de ombros.

— Suruba? Adoro! - a outra responde rindo e encaro minha melhor amiga sem um pingo de humor em minhas expressões.

— Não está satisfeita com o que você tem? - Lisa resmunga em resposta a brincadeira da namorada.

— Vocês duas estão de TPM hoje? - seus olhos de gato se fecham na medida que Jennie solta o todo o ar pela boca - Não sabem nem levar uma piada na esportiva.

— Eu preciso ir. - anuncio ignorando o que minha amiga disse, olho em meu relógio e depois olho para a Lisa - Eu estou aqui para o que precisar.

— Vou precisar do seu detetive, apenas. - ela responde categórica.

— E que você faça companhia para a Rosie. - Jennie coloca a mão nos cabelos e os joga para o lado - Não vou dividir minha namorada com ela, uma vez que ela tem você.

— Jennie. - Lisa resmunga e a namorada dá de ombros.

— Eu preciso mesmo ir. - olho mais uma vez para meu relógio - Vou pegar o contato e marco com ele uma reunião e depois passo o dia e o horário para você, tudo bem? - vejo a mais nova concordar e um sorriso contido aparecer em seu rosto.

— Violetas são azuis? - Jennie diz brincalhona e eu e Lisa a olhamos. Ela balança as sobrancelhas e depois sorri.

— E margaridas são amarelas. - retruco divertida, por já saber o que ela quis dizer, e vejo acenar positivamente. Retribuo seu gesto apenas com um sorriso simples, mas de coração.

Antes de pensar em ir embora, deixo um beijo no topo da cabeça de Lisa, que apesar de apenas retribuir com um sorriso ladino, me deixa um pouco mais alegre com sua abertura para uma conversa hoje. E depois abraço minha melhor amiga, que deseja um "boa sorte" silencioso, antes de voltar a se sentar ao lado de sua namorada.

No caminho que faço em direção ao estacionamento, sou preenchida por um misto de sensação que envolve uma preocupação do que esse Joohyuk pode querer com a Chaeyoung. Uma saudade imensa de poder conversar com ela sobre isso e sobre tudo o que anda acontecendo em nossas vidas. E uma vontade ainda maior de ter o seu perdão, e tê-la ao meu lado. De ser parte da família dela, e dela ser a minha família junto a minha filha.

Eu não posso e não vou desistir de Chaeyoung, e mesmo que leve uma eternidade para conseguir que ela me perdoe por todas as palavras horríveis que proferi, eu vou lutar por seu amor todos os dias. Com mil, duas mil ou apenas uma rosa, eu farei de tudo por ela. Farei de tudo para voltar a ver aquele lindo sorriso sincero e amoroso, para poder sentir seu calor em meus braços mais uma vez. E para cuidar dela como ela realmente merece, com todo o amor e zelo do mundo. Assim como ela sempre cuidou de minha filha e de nós. 

Fortsett å les

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