Aquela Noite

By Caah_Autora

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Quantas vezes você já teve vontade de voltar a um ponto específico da sua vida e evitar o que veio a seguir... More

Pressentimento ruim
Quer uma cenoura?
A prisão
Sem Lembranças
É assim que termina?
A casa caiu
O início do inferno
Meu protegido
Briga! Briga! Briga!
Eu te amo
Merecia perpétua
Não briguem crianças
Diga a ele que sim
A culpa
Não peça desculpas
Olá, mamãe
A parte dois do inferno
Climão
Igualmente mandona
História mal contada
Confesse!
Não há remorso
Tarde demais
Quadrado amoroso
Ex-amigos
Liberdade!
Crise no paraíso
Tire as câmeras!
Empata foda
Sophia "Interesseira" Abrahão
Acerto de contas
Namorados, amantes ou nada mais?
Nenhum dos três
Cada um pro seu lado
Velhos amigos
Festa de arromba
Ciúme mal disfarçado
Não com o bebê lá!
Fofoquinha
Ameaça
Chegou o Levi!
Primeiro dia com o papai
Hora da verdade - Parte 1
Hora da verdade - Parte 2
Pelo Levi
Será que acabou?
Tudo vai ficar bem
Por bem ou por mal
Somos fortes juntos
Me dá o Levi!
Inveja desde sempre
O fim da injustiça
Fetiche estranho
Programa de amigos
Vamos nos entender?!
Boa notícia
O resgate
Monstro
Momentos de paz
O final feliz

Máscaras cairão

212 22 20
By Caah_Autora

— É sério que você vai a essa festa?! — Arthur perguntou enquanto via Micael se arrumar. — Digo, vai ser só estresse pra você e pra Raquel.

— Eu e Raquel não nos estressados com nada. — Calçou o tênis e foi se olhar na frente do espelho. — Além do mais, Sophia está com um barrigão de quase oito meses, não acho que vão a essa festa.

— Claro que vão. — Deu uma risada. — E você vai apresentar a Raquel pra sua mãe?

— Eu não sei porque a minha mãe não voltou a viajar. — Parou e se virou pra Arthur, pensativo. — Digo, ela não sossegava aqui, agora está há meses.

— Está cuidando do filhote dela. — Debochou. — Filhote teimoso! Você não deve ir a festa da irmã do Guto.

— A mãe dele me convidou! E eu e ele temos vividos momentos de paz. — Deu ombros. — Vai ser lindo nós quatro numa mesma mesa.

— Bom, qualquer coisa me avise. — Cansado de repetir as mesmas falas, Arthur se calou e foi pra seu quarto, ler um livro.

.
.
.

Pouco mais de sete da noite, Micael chegou na antiga casa de seu melhor amigo, vizinho da casa que seus pais venderam quando começaram a série de viagens.

O local não estava lotado, alguns balões de aniversário faziam a simples decoração do local. Mesas e cadeiras estavam espalhadas pelo quintal.

— Pelo visto a Andressa não estava muito a fim de comemorar esse aniversário. — Micael cochichou pra namorada, ainda olhando o ambiente. — Parece simples demais, ela sempre foi tão espalhafatosa.

— As mulheres mudam ao completar vinte e dois. — Apontou pra bolo dourado. — Talvez ela só esteja mais adulta agora.

— Você pode ter razão. — Deu um beijo em sua testa. Conforme caminhavam pra dentro, Micael ia cumprimentando rostos conhecidos que não via há anos. — Céus, parece que eu tenho dez anos de novo. — Rolou os olhos, Raquel não respondeu. — Andressa! — Encontrou a aniversariante perto da porta da casa. — Você está linda! Parabéns.

— Obrigada, Mica! — Tinha um belo sorriso a mostra. — Que bom que veio, sua mãe já está aí, junto com seu pai.

— Meu pai... — Fez uma careta. — Que agradável. — Balançou a cabeça dispersando os pensamentos. — Vou lá cumprimentá-los. A propósito, esta é Raquel.

— Prazer, Raquel! — Sorriu e deu um breve abraço. — Fiquem a vontade, eu vou cumprimentar os outros convidados! — Os dois assentiram e observaram a aniversariante se afastar.

— Simpática. — Raquel comentou olhando para o namorado. — E o seu pai, qual o problema com ele?

— Desde que fui preso, ele não fala comigo. — Suspirou e caminhou pra dentro da espaçosa casa. De mãos dadas com a namorada. — Ele me evita, pra falar a verdade.

— Mas que situação merda. — Balançou a cabeça e a voz da mãe interrompeu os dois. Estavam na cozinha. Solange e Luiz, escorados no balcão conversando com Rosa e Cláudio, pais de Augusto.

— Meu amor! — Solange disse alto. — Que bom que veio, estava ansiosa pra te ver. — Pelo canto do olho, viu o pai fazer uma careta.

— Oi, mãe! — A beijou no rosto. — Eu disse que viria, e que estaria acompanhado de alguém especial. Essa é a Raquel!

— Oi, linda!! — Largou as mãos do filho e as colocou no rosto da morena. — Você é linda demais! Prazer viu?! Tudo o que o Micael pode ter falado de mim, ignora, ele costuma exagerar bastante.

— Ele só disse coisas boas. — Raquel disse baixinho, envergonhada. — De verdade.

— Viu aí, e você achando que eu falo mal de você, ingrata. — Brincou e em seguida riu.

— Fica quieto, filho. Estou falando com a minha nora. — Raquel riu e ele balançou a cabeça. — Muito simpática, bem mais que aquelazinha. — Tinha um tom ríspido que arrancou risadas de Raquel.

— Para de ser fingida, você ama a Sophia. — Contou deixando a mãe constrangida. — Não precisa falar mal de uma pra outra gostar de você.

— Eu amava, até ela fazer o que fez. — Respondeu baixo ainda envergonhada.

— Falsa, você foi no casamento dela. — Cruzou os braços, adorando deixar a mãe sem graça.

— Pelo Augusto, ele é meu afilhado! — Se defendeu mais uma vez. — Por que não para de falar merda e vai cumprimentar seus padrinhos e seu pai?

Ele sorriu pra mãe e caminhou mais a dentro na cozinha a fim de falar com Rosa e Cláudio. Luiz a todo momento manteve a cara fechada e Micael esteve na dúvida se devia ou não falar com o pai.

— Você está um rapagão! — Rosa disse após o abraço, quando afastou Micael e o olhou de cima abaixo. — Faz tempo que não te vejo.

— É, a última vez foi no casamento, não é, tia? — A mulher assentiu. — E eu não estava muito simpático aquele dia. — Soltou uma risada sem graça. — Mas tudo já passou, tudo ficou pra trás. A senhora está muito bem!

— São seus olhos jovens! — Sorriu com o elogio. Micael trocou algumas palavras com o padrinho e num suspiro se virou pro pai.

Luiz não fez questão nem de fingir estar bem. Observou Micael parado diante de si, com uma mão estendida. Disse "oi, pai" com certo receio.

— Pai não. — Corrigiu com o tom de voz extremamente grosseiro. — Eu não tenho filho estuprador.

— Luiz, não diga uma coisa dessa! — Solange corrigiu de longe, ainda com a nora. Micael recolheu a mão, completamente sem graça e soltou um suspiro.

— Desculpa então. — Se afastou e Solange tomou a frente, defendendo sua cria.

— Pare de ser teimoso, homem. — Disse alto, todos na cozinha observavam a possível discussão. — Micael é seu filho e não tem nada que você possa fazer pra mudar isso.

— Eu não criei um covarde, Solange. — Disse olhando pro filho. — Um homem que precisa forçar uma mulher pra transar não é nem sequer um homem!

— Você não sabe nem o que aconteceu! — A mãe de Micael seguia defendendo, com as mãos na cintura. — Fica tratando nosso filho assim atoa!

— Você está sendo idiota de ficar aqui passando a mão na cabeça desse moleque. — Apontou um dedo pra esposa. — Sim, moleque, não vai ser homem nunca.

— Luiz!

— Para de defender, Solange. — Rolou os olhos. — Ele é um péssimo filho, sempre foi reativo, esquentadinho. Quando viajamos ignorava a gente até não poder mais. Sempre foi grosseiro com você. E ainda por cima estuprou uma mulher!

— Isso não é assunto pra conversarmos na frente dos outros. — Micael pediu baixinho.

— Está ouvindo isso? Ele tem vergonha de quem ele é. — Luiz deu risada. — Se não quisesse que as pessoas soubessem, não devia ter feito essa merda. Como é que você arranjou outra namorada, me diz?

— Você já passou de todos os limites! — Solange disse entredentes. — O menino só te deu "oi".

— Está tudo bem mãe. Deixa ele falar. — Ergueu as mãos, mesmo antes tendo pedido pra que fosse resolvido em particular. — Das outras vezes ele fingiu que não estava me vendo, isso aqui é um avanço.

— Vou voltar a fingir que você não existe. — Foi seco. — Ainda bem que você não teve a cara de pau de vir me pedir dinheiro ou emprego. Você não merece um real meu.

— Eu não preciso, tenho meu emprego. — Engoliu em seco. Ouviu apenas uma risada debochada do pai. O clima tenso foi quebrado pela chegada de Augusto e Sophia.

— Olha aí, chegou o filho que eu queria ter! — Luiz disse empolgado e abriu os braços pra receber um abraço do afilhado. — Formado, com um bom emprego, casado e com um herdeiro a caminho. Você é um orgulho, Augusto. — Alfinetou Micael que nada disse, só balançou a cabeça.

— Ora, Luiz, cale a boca! — Solange gritou irritada.

No meio do caos que estava aquela cozinha, com todo mundo falando ao mesmo tempo, ninguém tinha reparado na verdadeira expressão de terror que Raquel tinha no rosto ao ver Augusto.

Não esperava ver aquele homem em sua frente ali, não esperava encontrá-lo nunca mais, talvez.

E diante da briga que acontecia, tudo pareceu ficar silêncio, quando os olhos de Guto, encontraram os de Raquel.

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