Aquela Noite

By Caah_Autora

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Quantas vezes você já teve vontade de voltar a um ponto específico da sua vida e evitar o que veio a seguir... More

Pressentimento ruim
Quer uma cenoura?
A prisão
Sem Lembranças
É assim que termina?
A casa caiu
O início do inferno
Meu protegido
Briga! Briga! Briga!
Eu te amo
Merecia perpétua
Não briguem crianças
Diga a ele que sim
A culpa
Não peça desculpas
Olá, mamãe
A parte dois do inferno
Climão
Igualmente mandona
História mal contada
Confesse!
Não há remorso
Tarde demais
Quadrado amoroso
Liberdade!
Crise no paraíso
Tire as câmeras!
Empata foda
Sophia "Interesseira" Abrahão
Acerto de contas
Namorados, amantes ou nada mais?
Nenhum dos três
Cada um pro seu lado
Velhos amigos
Festa de arromba
Ciúme mal disfarçado
Não com o bebê lá!
Fofoquinha
Máscaras cairão
Ameaça
Chegou o Levi!
Primeiro dia com o papai
Hora da verdade - Parte 1
Hora da verdade - Parte 2
Pelo Levi
Será que acabou?
Tudo vai ficar bem
Por bem ou por mal
Somos fortes juntos
Me dá o Levi!
Inveja desde sempre
O fim da injustiça
Fetiche estranho
Programa de amigos
Vamos nos entender?!
Boa notícia
O resgate
Monstro
Momentos de paz
O final feliz

Ex-amigos

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By Caah_Autora

Micael foi almoçar com a mãe aquele dia. Conversaram bastante e mais uma vez ela o tentou persuadir a respeito dele se inteirar com os negócios do pai, mas ele deu desculpas e tirou o corpo fora.

Passou o dia no hotel com a mãe, repudiando o momento em que tivesse que voltar pra casa.

— Por que não dorme aí? Morar com recém-casados já é chato, quando se gosta de um deles então... — Solange falou com o filho, que estava avoado desde que comunicou que iria embora.

— São visitas surpresas mãe, eu não sei quando vão acontecer. — Suspirou. — Tenho que estar lá.

— Isso é uma palhaçada! — O moreno encarou a mãe. — Está acabando com você ficar naquele apartamento, você devia estar se recuperando e seguindo a sua vida, mas fica olhando o Guto com a Sophia o tempo todo, te faz mal.

— Faz sim. — Assumiu. — Mas eu superei coisa pior, mãe. Você pode ter certeza que não vai ser isso que vai me derrubar. — Levantou e foi dar um beijo na mãe. — Eu vou indo. Diz um "oi" pro meu pai, mesmo ele não querendo.

— Se você não for conversar com ele, nunca vão se entender. — Solange seguiu o filho até a porta. — Um dos dois tem que dar o primeiro passo.

— Ele não acredita que eu sou inocente, nem eu mesmo acredito. Por isso que eu não falo nada, ele vai me perguntar o que aconteceu naquela noite e eu não vou saber responder.

— Você não é culpado! — Disse com certa raiva. — Você é o maior romântico que eu conheço, Micael. Fora que é bonito, charmoso, essa garota quis você!

— Não tem como saber, mãe. A não ser que ela apareça do nada confessando a verdade. — Deu outro beijo na mãe. — Vou indo, outro dia eu te ligo, tá bem?

— Eu espero que ligue mesmo. — Abraçou o filho apertado e o observou ir embora.

.
.
.

Micael chegou ao prédio pouco mais de oito da noite, era muito cedo, os dois com certeza ainda estariam na sala e não queria vê-los. Ficou sentado no hall, conversando com o porteiro de plantão por horas, quando subiu, já passava de meia-noite.

Enfiou a chave que tinha ganhado do amigo na fechadura e quando abriu, se surpreendeu ao ver Augusto no sofá, mexendo no notebook, no escuro como um fantasma.

— Boa noite. — Cumprimentou e caminhou para dentro, não queria mais brigas com ele, era melhor até não falar nada.

— Micael, espera. — Ouviu a voz amigável chamar e se virou, ainda parado longe. — Será que podemos conversar?

— Já conversamos cedo, eu entendi o recado e disse que estou fazendo de tudo pra sair do seu caminho o mais rápido possível. Não vejo o que mais há pra ser dito. — Cruzou os braços e observou, Guto passou as mãos no cabelo, parecia nervoso.

— Me desculpa. — Pediu e surpreendeu o amigo, que abriu a boca. — Eu fui um babaca de manhã, não devia ter falado metade das merdas que disse.

— Não. — Disse seco. — Mas eu entendo o seu desespero, Sophia troca de amor rápido.

— Não fale assim.

— Está na hora de assumirmos que a nossa amizade acabou. — Micael caminhou pra perto de Guto com as mãos no bolso. — Acabou faz tempo, na real.

— Nada disso! — Franziu a testa. — Somos amigos da vida toda, Micael! Nossos pais são amigos! Isso não vai acabar por conta de uma mulher.

— Você jogou na minha cara os meus maiores medos, Augusto. Todas as minhas inseguranças sobre ter alguém e seguir a minha vida. Você jogou como se não fossem nada.

— Eu estava com ciúme, estava não, eu estou! — Confessou. — Eu odeio o cara inseguro que me tornei, mas é isso.

— Não se preocupe, já disse que não vou atrapalhar vocês. Vou chegar tarde, sair cedo e não pretendo ver ou falar com vocês enquanto estiver aqui. — Augusto negou com a cabeça. Não vou comer ou usar as coisas daqui. Vai ser como se eu já não estivesse mais.

— Não seja absurdo! — Disse alto. — Você acha que eu vou te negar um prato de comida?!

— Você me expulsou daqui, eu não duvido de nada. Hoje eu vou pôr o meu celular pra carregar e tomar um banho, tudo bem? Prometo que a partir de amanhã eu já venho com isso pronto.

— Você está sendo muito dramático. — Rolou os olhos. — Para com essa porra.

— Boa noite, amigo. — Disse num tom diferente e saiu de perto. Sem esperar resposta.

.
.
.

Na manhã seguinte, ele se arrumou e saiu bem cedo, não tinha visto o casal, como havia planejado. Foi até o escritório de sua agente, onde tinha visita obrigatória toda semana.

— Bom dia, Micael. — A mulher corpuda com cara de brava disse assim que entrou. — Aqui, comece assim. — Arremessou um potinho de urina e ele pegou sorrindo. — Atrás do biombo, rapaz.

E lá foi Micael mijar no pote pela décima quinta vez, agradecia aos céus por não serem exames de sangue. Tampou o pote, fechou a baguilha e lavou as mãos na pequena pia.

— Aqui está. — Viu a mulher etiquetar o pote e colocar numa cestinha.

— Vamos lá, tem aprontado, Micael? — Ela perguntou séria, na tentativa de pegar ele na mentira pela expressão. — Saiba que estou aqui pra te ajudar, se aconteceu algo que não devia, preciso saber.

— Não, ando cumprindo todas as regras. — Afirmou sem titubear.

— Emprego, conseguiu?

— Ainda não, ninguém sequer me chama pra entrevistas, está muito complicado. — Falou com pesar.

— Eu sinto muito, mas você precisa de um emprego formal logo, isso vai ajudar muito você.

— Vânia, e aquele meu pedido pra mudar de endereço, que deixei aqui faz algumas semanas? — A mulher levou as mãos ao rosto e abriu a gaveta, tinha uma expressão de culpa.

— Me desculpa, eu acabei esquecendo de enviar a sua solicitação! — Confessou ao pegar o papel pardo com o nome de Micael. — Enviarei hoje mesmo.

— Ah, não! — Resmungou. — Você tinha me dito que levaria semanas depois de enviado e nem sequer enviou, o prazo de semanas permanece o mesmo!

— Eu tenho muitos presos em condicional pra olhar, Micael. É muita coisa na minha cabeça. — Disse com autoridade. — Você aguarda mais um tempo onde está, logo tudo vai ser resolvido.

— Estou morando com a minha ex e o atual marido dela. Consegue imaginar que estou a ponto de ser expulso de lá? — Manteve o tom bravo. — Eu preciso mudar de endereço.

— Vou enviar hoje. — Deixou em cima da mesa. — Aguenta mais um pouco, já já vai se resolver. Podemos continuar o questionário?

— Tenho opção? — Disse mal humorado e a mulher negou com a cabeça, continuando aquele monte de pergunta idiota.

Micael saiu de lá desapontado, esperava conseguir resolver sua vida de uma vez, mas aquilo parecia impossível. Viveria preso aqueles dois por sabe-se lá quando tempo.

Foi pro único lugar onde tinha paz, a casa de Arthur, passou no restaurante e ele lhe deu a chave. Ficou sozinho vendo televisão por horas.

— Vai ficar aí se lamentando? — Ouviu Arthur dizer por trás dele, havia acabado de subir, estava de mãos dadas com Laura. — Você está péssimo.

— Não é como se eu tivesse muito o que fazer. — Se lamentou ainda mais. — Eu estou no meio de um pesadelo.

— Dramaaaaaaa! — Laura debochou. — Vai conhecer gente, ficar com outras garotas...

— Que garota quer ficar com um estuprador, me diga? — Observou a amiga rolar os olhos. — Não é tão simples quanto parece.

— Ué, você é obrigado a contar sua vida inteira pra uma estranha? — Laura respondeu com mais deboche ainda, ele não sabia como era possível. — Não estou te mandando casar, mas pode curtir a vida.

— Não, obrigado. Prefiro ficar na minha sofrendo.

— Aí, a Sophia nem é tudo isso. — Arthur rolou os olhos. — Magrela demais, falta bunda ali. — Micael o olhou surpreso com o comentário. — Que é? Estou mentindo? Vamos jogar mulheres em cima de você, e com essa cara de bandido mau, todas vão ficar querendo te dar.

— Da última vez que eu comi alguém, fui preso. — Avisou brincando. — Não sei se quero de novo.

— Errado, a última vez que você comeu alguém foi a noiva do seu amigo talarico. — Laura respondeu sem pudor e Micael arregalou os olhos, surpreso. — Que foi? Ela me contou essa merda.

— Viemos aqui tentar te animar. — Arthur se sentou também. — E ver se você quer trabalhar no restaurante.

— Está falando sério? — Gritou empolgado. — É claro que eu quero.

— Não sabe nem o que vamos oferecer.

— Aceito qualquer coisa! — Reforçou. — Qualquer coisa que me faça esquecer a vida tenebrosa que eu tenho.

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