Aquela Noite

By Caah_Autora

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Quantas vezes você já teve vontade de voltar a um ponto específico da sua vida e evitar o que veio a seguir... More

Pressentimento ruim
Quer uma cenoura?
A prisão
Sem Lembranças
É assim que termina?
A casa caiu
O início do inferno
Meu protegido
Briga! Briga! Briga!
Eu te amo
Merecia perpétua
Não briguem crianças
Diga a ele que sim
A culpa
Não peça desculpas
Olá, mamãe
A parte dois do inferno
Igualmente mandona
História mal contada
Confesse!
Não há remorso
Tarde demais
Quadrado amoroso
Ex-amigos
Liberdade!
Crise no paraíso
Tire as câmeras!
Empata foda
Sophia "Interesseira" Abrahão
Acerto de contas
Namorados, amantes ou nada mais?
Nenhum dos três
Cada um pro seu lado
Velhos amigos
Festa de arromba
Ciúme mal disfarçado
Não com o bebê lá!
Fofoquinha
Máscaras cairão
Ameaça
Chegou o Levi!
Primeiro dia com o papai
Hora da verdade - Parte 1
Hora da verdade - Parte 2
Pelo Levi
Será que acabou?
Tudo vai ficar bem
Por bem ou por mal
Somos fortes juntos
Me dá o Levi!
Inveja desde sempre
O fim da injustiça
Fetiche estranho
Programa de amigos
Vamos nos entender?!
Boa notícia
O resgate
Monstro
Momentos de paz
O final feliz

Climão

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By Caah_Autora

— Você tem certeza que não quer companhia pra encarar os dois?  — Arthur perguntou a Micael, os dois estavam na frente do restaurante. — Eu posso deixar o restaurante, a Laura daqui a pouco chega. 

— Não precisa se preocupar, eu preciso passar por isso. — Soltou um suspiro pesado e entrou no carro que Arthur tinha chamado no cartão. — Fica ciente que se eu não aguentar ficar naquele apartamento eu vou voltar. 

— Sinceramente acho que não devia nem ir. 

— Mas se o meu agente da condicional bater lá e eu não estiver, posso ser preso de novo. — Disse com pesar e Arthur assentiu. — Mas eu vou resolver rápido essa situação. 

Entrou no carro e se preparou mentalmente para o encontro que viria. Micael olhou a hora no celular, pouco mais do que seis da noite. Ficou em silêncio por todo caminho, pouco mais de quinze minutos. 

Saiu do carro e olhou o prédio tão conhecido, quase ao lado do seu antigo. O porteiro, ainda era um conhecido, sorriu e abriu a porta para ele. Micael lhe deu um abraço e os dois trocaram breves palavras. 

O moreno subiu e então bateu na porta duas vezes. Do outro lado, Sophia vestia uma camisa de Augusto e calcinha. Estava com os cabelos amarrados num coque bagunçado. Os dois viam um filme de comédia antigo. 

— Está esperando alguém? — Sophia perguntou ao noivo que negou com a cabeça. — Estranho, subiu direto, sem interfonar. 

— Se bobear é o próprio porteiro trazendo correspondências. — Ele rolou os olhos e viu Sophia se levantar. — Deixa que eu atendo. 

— Nada, já levantei. — Sophia avisou e caminhou pra porta, puxando a camisa pra baixo. Quando abriu, não soube o que falar. Encarou Micael de boca aberta.

— É assim que você costuma atender a porta? — Brincou quanto a roupa da ex-namorada que ainda só ficava ali parada sem reação. — Sophia, é sério, você está imóvel há muito tempo, reage mulher. 

— Eu estou tentando assimilar que você realmente está aqui. — E então, o surpreendendo, ela deu um pulo pra cima dele, que a pegou no colo. — Fala sério!

— Está bem, eu não estava esperando essa reação. — Deu risada e Sophia ficou completamente vermelha, sem graça. — Você está linda, Soph. — Disse após colocá-la no chão. — Parece muito bem. 

— Eu queria dizer o mesmo, mas você me parece péssimo. — Micael riu e não teve como discordar, devia parecer péssimo mesmo. — Quando foi que saiu? 

— Não vai me convidar pra entrar? — Ergueu uma sobrancelha. — Vamos ficar os dois batendo papo na porta e você de blusa e calcinha, sério? 

— Desculpe, juro que não perdi a educação. — Brincou e deu passagem. A porta foi fechada e os dois caminharam conversando até a sala de Augusto. — Guto? — A loira chamou e ganhou a atenção do noivo. — Olhe quem está aqui?! — Contou empolgada e viu o homem perder a voz, assim como ela há pouco. 

— O que... — Não completou. — Como é que... — Não completou novamente. — Micael! — Desistiu de formular qualquer frase que fosse, tinha os olhos arregalados, não pareceu muito contente. — Como você surgiu aqui do nada? Nos falamos semana passada! 

— As coisas mudam de uma semana pra outra. — Balançou a cabeça. — Por que está com essa cara? Eu atrapalhei algo? 

— Não, estavamos vendo um filme só. — Sophia quem disse. — Ele só está em choque, você chegou do nada. 

— É, me desculpe. —  Se levantou pra cumprimentar o amigo. — É só o baque, eu achei que o advogado me ligaria se algo mudasse no seu processo. — Micael tirou o papel do bolso novamente, e entregou a Augusto. 

— Você não foi avisado porque o seu advogado não deve nem saber que eu sai. Minha mãe me achou. — Sophia sorriu. 

— Solange está aqui? — Ele balançou a cabeça. — E não me procurou? 

— Ela veio pro casamento de vocês. — Contou com deboche. — Casamento esse que não recebi convite. — Os dois se encararam, sem graça. 

— Eu não falei porque você disse que não queria saber de nada, sabe disso não é? — Augusto se defendeu. — Minha intenção não era esconder nada de você.

— Eu imagino. — Deu de ombros e então ficou em silêncio, um clima terrível se instaurou na sala. — O advogado que você me contratou deu o seu endereço como meu. — Contou a Augusto que nem mesmo tinha aberto o papel que Micael lhe entregou. — Será que eu posso ficar uns dias?

— É lógico que você pode ficar aqui, está falando com esse tom por quê? Em algum momento cogitou que não seria bem vindo? — Augusto disse com obviedade. 

— Não é bem isso, mas que é um clima bosta, é. — Deu uma risada forçada. — Estou aqui há menos de dez minutos e já ficou pesado.

— É só a estranheza do primeiro momento. — Guto balançou a cabeça. — Você fica aqui o quanto quiser.

— Não vai demorar muito, eu vou morar com Arthur, só o tempo de conseguir mudar o endereço, me parece ser algo burocrático.

— Não precisa de pressa, tanto tempo passou! — Fingiu empolgação. — Está cansado? Senão estiver podemos chamar Arthur e Laura, o Cristiano também.

— Ele está solteiro?

— Te falei isso em algum momento. — Augusto deu risada. — Eu peguei uma mala de coisas suas do seu apartamento antes que o proprietário ficasse com tudo. — Contou e Micael pareceu surpreso. — Eu também já te falei isso, você só não lembra. — Vamos lá, eu te levo até o quarto de hóspedes e te deixo a vontade. — Os dois caminharam e Sophia ficou olhando pra onde eles foram.

Guto abriu a porta do quarto extra e foi direto ao canto do quarto, de onde tirou uma mala preta grande. — Algumas roupas suas. — Empurrou a mala para Micael, mexeu no armário e tirou uma mala de mão, grande também. — Isso aqui são algumas coisas que eu sabia que eram suas favoritas, não consegui pegar muita coisa, mas tentei.

— Meu notebook! — Disse empolgado. — Eu não tinha esperança nenhuma de reaver essas coisas. — Disse fuxicando o que havia na mala. — Meu celular. — Olhou o aparelho com tristeza.

— Esses dois haviam sido confiscados pela polícia quando deram busca no seu apê, mas aí o advogado pegou de volta e eu guardei. — Micael apertou o botão de ligar e se surpreendeu que ainda havia carga no aparelho. — Porra, essa velharia ainda liga. — Guto debochou. — Me lembra de te dar um novo.

— Você não precisa me sustentar, Guto. — Disse ofendido. — Não estou aqui pra ser um peso na vida de vocês dois.

— Ué, alguém tem que te ajudar a se reestabelecer, não vai me custar nada. — Micael o encarou alguns instantes. Quando o celular ganhou vida, uma foto de Sophia e Micael se beijando brilhou na tela e os dois ficaram sem graça. — Eu vou te deixar em paz, buscar uma toalha pra você tomar banho, deve estar ansioso por isso não é? Um banho quente.

— Se você tivesse noção. — Sorriu e observou o amigo sair pra pegar uma toalha. Micael pegou uma muda das roupas da mala preta sem prestar atenção no que tinha pegado. Caminhou pro banho e gemeu de prazer quando sentiu a água quente. — Que delícia! — Falou sozinho, recebendo água no rosto. Quando se fica preso, as pequenas coisas da vida passam a ser gigantes.

.
.
.

— Como está se sentindo? — Augusto perguntou a noiva assim que chegou na sala.

— Bem, obrigada. — Respondeu com deboche. — E você?

— Sabe do que estou falando, não sabe? — Cruzou os braços e a encarou, sem querer perder nenhum segundo de expressão.

— Não sei bem o que quer que eu te diga. — Ela ficou de pé. — Estou bem ué, feliz que ele finalmente saiu da cadeia e vai viver a vida.

— O quão feliz? — Insistiu.

— Se você quer perguntar alguma coisa, seja direto. Você me conhece bem o suficiente pra saber que eu odeio joguinhos.

— Eu quero saber como está se sentindo ué, a pergunta foi bem direta. — Disse sério e baixo, não queria que Micael ouvisse aquela conversa. — O seu sentimento voltou?

— Você duvida tanto assim do que eu sinto por você é? — Ela sorriu. — Vamos casar em poucos dias e você acha que eu vou terminar tudo porque o Micael saiu da cadeia?

— Sinceramente? Acho!

— Para de besteira, eu amo você. — Se aproximou e botou os braços em volta do pescoço de Augusto. — As coisas mudaram, eu tenho carinho por ele, e só.

— Você vai ter que me dizer muito isso pra eu acreditar. — Deu um beijinho. — Ainda mais com ele aqui em casa.

— Ele aqui é um tanto estranho mesmo.

— Quer que eu faça o quê? Deixe ele na rua? — Sophia balançou a cabeça rápido. — É meu melhor amigo!

— É claro que não quero que ele fique na rua, está louco? — Se afastou um pouco. — O sentimento que eu tinha por ele sempre foi muito forte, você não é bobo e sabe bem disso. — Observou o noivo assentir. — Isso nunca vai sumir.

— Está dizendo que ainda o ama? Logo após dizer que me ama? — Pareceu confuso.

— Não né, estou dizendo que o sentimento existe, mas que apesar disso, eu gosto do que a gente vive, da família que vamos criar. Não seja bobo, eu amo você, momozão. 

— Se você me ama, então vai lá e coloca uma roupa antes dele voltar. — Sophia deu risada e de costas pra ele, levantou a blusa, mostrando a bunda. — Não é o momento de você me fazer ficar de pau duro aqui, garota. 

— Ah, não é? — Sorriu sapeca, mas abaixou a blusa. — Vou lá vestir uma calça jeans, pra ver se você fica feliz e menos inseguro. 

— Não precisa vestir uma calça, mas um short não faz mal a ninguem. — Soph balançou a cabeça e entrou, rindo.  

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