Aquela Noite

By Caah_Autora

15.7K 1.4K 690

Quantas vezes você já teve vontade de voltar a um ponto específico da sua vida e evitar o que veio a seguir... More

Pressentimento ruim
Quer uma cenoura?
A prisão
Sem Lembranças
É assim que termina?
A casa caiu
O início do inferno
Meu protegido
Briga! Briga! Briga!
Eu te amo
Merecia perpétua
Não briguem crianças
Diga a ele que sim
A culpa
Não peça desculpas
Olá, mamãe
Climão
Igualmente mandona
História mal contada
Confesse!
Não há remorso
Tarde demais
Quadrado amoroso
Ex-amigos
Liberdade!
Crise no paraíso
Tire as câmeras!
Empata foda
Sophia "Interesseira" Abrahão
Acerto de contas
Namorados, amantes ou nada mais?
Nenhum dos três
Cada um pro seu lado
Velhos amigos
Festa de arromba
Ciúme mal disfarçado
Não com o bebê lá!
Fofoquinha
Máscaras cairão
Ameaça
Chegou o Levi!
Primeiro dia com o papai
Hora da verdade - Parte 1
Hora da verdade - Parte 2
Pelo Levi
Será que acabou?
Tudo vai ficar bem
Por bem ou por mal
Somos fortes juntos
Me dá o Levi!
Inveja desde sempre
O fim da injustiça
Fetiche estranho
Programa de amigos
Vamos nos entender?!
Boa notícia
O resgate
Monstro
Momentos de paz
O final feliz

A parte dois do inferno

251 22 6
By Caah_Autora

Micael ficou ansioso por notícias depois da visita da mãe. Nunca tinha tido tanta vontade de sair como tinha agora, que se encheu de esperanças de que fosse acontecer.

— Você devia relaxar. — Bruno estava de pernas pro ar. Depois de tanto tempo na mesma cela, os dois aprenderam a conviver. Gil já havia conseguido a liberdade. — Ficar nesse nervoso todo não vai agilizar o processo.

— Eu não aguento mais ficar aqui, essa é a verdade. — Se sentou na cama. — Porra, minha mãe veio e encheu minha cabeça com expectativa pra sair daqui, coisa que eu nem cultivava. O advogado dela disse que me tiraria daqui em uma semana.

— Se passaram quatro dias. — Bruno deu risada. — Pra fechar a semana tem mais três.

— Eu ainda sem fazer conta, cuzão. — Bruno ergueu a mão e ficou em silêncio, rindo do nervoso que Micael passava.

E a angústia levou ainda mais aquele dia. Na manhã seguinte, por volta de nove da manhã, um guarda bateu na grade e acordou alguns detentos que ainda dormiam.

— Borges! — Chamou e Micael não demorou a se apresentar. — Vamos, seu dia de sorte. — Ele sorriu, ansioso pra se livrar daquilo. Se despediu dos colegas com um breve adeus e saiu, atrás do guarda, sem levar nenhum de seus pertences.

Micael caminhou pra fora da área da carceragem e já se sentia livre antes mesmo de sair, um sorriso estava amplo em seu rosto. O agente o fez sentar em uma pequena salinha com uma cadeira e logo lhe entregou um documento.

Não demorou a ler e logo descobriu que se tratava da soltura. Estava em condicional, não podia ficar fora até tarde, dormir fora do endereço citado. Receberia visitas em dias aleatórios para testes de drogas.

— Esse endereço, não tem como mudar?

— Esse é o endereço que o seu advogado disponibilizou no primeiro momento, quando você foi preso. Para mudança, vai levar uns dias, precisa trazer um comprovante de residência atualizado.

— E eu continuo preso até trazer os documentos? — O guarda assentiu e Micael negou com a cabeça, e assinou sem pensar duas vezes. — Você pode solicitar mudança, é só conversar com o seu agente de condicional, mas não é algo rápido, acredito eu.

— Tudo bem, eu aguento um tempo lá. — Entregou uma cópia e ficou com a segunda. Em seguida foi encaminhado pra fora. Respirou fundo e sorriu, o céu parecia diferente, o ar parecia diferente.

— Ei, vai ficar aí olhando pro céu? — Ouviu a voz da mãe e olhou para os lados, procurando. — Vamos tomar café da manhã, aposto que faz tempo que não come um queijo Brie.

— Faz tempo que eu não como queijo. — Abraçou a mãe. — Obrigado, mãe.

— Eu não fiz nada, filho. — Lhe deu um beijo na bochecha. — Nada que não devesse ter feito há muitos anos.

— E meu pai? — Perguntou ao ver a mãe sozinha no carro. — Ainda com vergonha do filho estuprador dele?

— Filho, fala a verdade pra mamãe, você fez isso com a moça? Eu sei que não convivemos muito, mas eu sei que te criei bem.

— Eu não lembro. — Colocou o cinto de segurança e suspirou. — Passei quase cinco anos tentando me lembrar do que aconteceu aquela noite, mas eu não consigo.

—  As vezes é até melhor, você tenta esquecer o que passou e recomeça sua vida.

— Impossível esquecer todos os anos que passei aqui, mas eu vou tentar. Tudo que eu quero é realmente esquecer e superar.

.
.
.

Após o café da manhã com a mãe, a mesma tentou fazer com que o filho fosse com ela pro hotel. Disse que podiam encontrar um apartamento pra ele e que o manteria até que conseguisse sozinho.

Micael teve calma pra explicar que tinha que ficar no endereço que havia sido cadastrado como seu no início do processo.

A mãe aceitou por hora, mas disse que não iria embora assim tão rápido. Micael pediu carona até o restaurante de Arthur e perto das duas horas ele desceu e bateu a porta do carro.

— Obrigado por tudo mãe. — Disse pela janela do carona. — Você foi incrível.

— Toma aqui. — Entregou uma caixa pra ele, que não demorou a perceber que era um celular. — Qualquer coisa me liga, eu já contratei um bom plano e vou pagar por ele, não me diga que não. Preciso de você comunicável.

— Tudo bem! — Pegou a caixa e se afastou, observando a mãe dar partida e sumir de sua vista. Micael caminhou pra dentro do pequeno restaurante a passos lentos e sorriu ao perceber o quão lindo era o pequeno negócio do amigo.

— Boa tarde! — Um garçom simpático o atendeu. — Posso lhe encaminhar pra uma mesa?

— Na verdade, gostaria de conversar com Arthur. — O garçom franziu a testa. — Eu sou um amigo de longa data, ele está?

— Está sim, sente ali. — Apontou pra uma mesa pra dois. — Eu vou ver se ele pode te atender. — Micael assentiu e se sentou. Olhou em volta mais uma vez e sentiu seu estômago roncar, fazia tanto tempo que não via comidas tão apetitosas que não importava se tinha comido há pouco tempo com a mãe. — Oi, ele pediu a você pra entrar. — O garçom avisou. — Segue reto nesse corredor, primeira a direita. — Micael assentiu e então entrou, bateu na porta e recebeu permissão. Arthur quase caiu da cadeira.

— VAI SE FODER! — Gritou e foi abraçar o amigo. — Quando que você saiu? O que aconteceu?

— Hoje de manhã. — Deu de ombros. — O advogado conseguiu me tirar de lá por bom comportamento. — Tirou o papel do bolso e mostrou a Arthur. — E por ter cumprido um terço da pena.

— Teu endereço fixo é na casa do Augusto? — Perguntou com uma sobrancelha erguida. — Alguma brincadeira de mal gosto?

— Foi o endereço que o primeiro advogado deu, eu até tentei trocar, mas antes eu preciso arranjar um lugar. — Suspirou. — Não acho que vai ser fácil, a parte dois do inferno começa agora.

— Ué, mora comigo. — Ofereceu. — Sabe que eu moro sozinho aqui em cima. — Apontou pro alto. — É melhor do que você ficar na casa do Augusto.

— Está dizendo isso por causa da Sophia?

— Estou dizendo isso porque os dois vão casar. — Micael tentou, mas não conseguiu disfarçar a careta. — Você não vai viver naquele apartamento com os dois recém casados, de denguinho pra cima e pra baixo. Isso vai ser torturante.

— Vai. — Assumiu. — O tempo que passei preso eu usei pra me concentrar em esquecer da Sophia, eu não quero perder a amizade com o Guto, e se os dois se apaixonaram é um problema deles.

— Já vê logo isso de mudar o endereço, pra ficar o menos possível naquela casa.

— Eu vou ter que conviver com os dois de qualquer forma. — Arthur deu risada. — Está rindo com deboche por quê?

— Você nunca os viu junto, vai doer.

— Não estou dizendo que não vai, quero dizer, pra você eu não estou dizendo isso. Pra eles eu direi, ou você acha que eu vou assumir a dor de cotovelo? — Arthur riu mais. — Eu não vou correr atrás da Sophia e nem disputar ela com ninguém. Já perdi isso, deixa ela ser feliz.

— Parece fingido às vezes. — Avisou. — Só vendo pra você entender.

— Ela já mora com ele?

— Não. — Arthur respondeu rápido. — Mas parece que sim, vive lá.

— Mas comigo lá ela vai evitar ir, aposto.

— Eu duvido que ela vai ficar longe do momozão dela. — Arthur afinou a voz pra imitar e Micael o olhou sem entender.

— Momozão?

— Momozão e momozona. — Respondeu sério, mas não demorou aos dois caírem na risada. — É ridículo demais, pra piorar eles ainda afinam a voz pra falar.

— Como a Sophia se prestou a esse papel ridículo?! — Continuava rindo. — Vou ser obrigado a rir na cara deles.

— Melhor rir do que chorar. — Deu de ombros. — Você quer almoçar?

— Eu até quero, mas acabei de chegar de viagem, sabe que não tenho um tostão. — Arthur fez uma careta debochada. — É a minha realidade.

— Eu não estou pedindo teu dinheiro, Micael. Que tipo de amigo você acha que eu sou? Te ofereci minha casa e você acha que eu vou te cobrar um prato de comida?

— É sempre bom deixar tudo as claras. — Ergueu a mão.

— Que história é esse de que chegou de viagem?

— Não quero que saibam que estive preso, será que podemos dizer que estava fora do país, por isso que não sei das novidades?

— Pode deixar, de mim ninguém vai saber. — Caminhou até a porta. — Vamos lá almoçar, imagino que sua barriga não deve saber o que é uma comida boa faz tempo.

Continue Reading

You'll Also Like

11.8K 1.3K 33
Uma dívida, um passado de desencontros e histórias mal contadas. Uma nova realidade e novos reencontros, mas com novas personalidades uma delas o OD...
130K 16K 21
A vida de Isabella Miller é um autêntico turbilhão: cursa direito por influência dos pais e divide o apartamento com uma amiga. No entanto, sua rotin...
92.7K 6.9K 29
📍Sicília - Itália Gina Pellegrine é uma menina doce e inocente criada sob educação religiosa, que conquista os olhares de todos aonde quer que pass...
78.7K 10.1K 43
Sou muleque malandro Neguinho favelado Sempre ligeiro e ligado Pego mais não me apego Até que em uma noite de baile extrapolo no Red e as consequ...