O NOVO DONO

By targaryen11

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O Spin Off mais esperado de O Dono da Boca, conta a história de Ramon e Alice Yssuz. Ramon, conhecido por sua... More

SINOPSE
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O NOVO DONO

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By targaryen11

Sábado, Vidigal
Alice narrando...

Acordei com uma dor no estômago terrível e cabeça latejando.
Talvez eu tivesse chorado demais, não sei.
Não sou chorona, não faço tipo mimimi, mas quem estando no meu lugar esperaria tanta coisa acontecendo assim que coloca os pés no Brasil?

Eu não estava preparada pro que me aguardava aqui...Primeiro que eu entendi que minha mãe JAMAIS voltaria comigo ao Vidigal...Jamais!

Não depois de tudo que houve...


Ela pediu pra eu desfazer minhas redes sociais, me convenceu que seria muito perigoso, já que o secretário do governador suspeitava que meu irmão tinha dado golpe de estado, forjando a própria morte - o que ele realmente fez!

Fizemos um trato de familia e todas nós saímos de redes sociais, trocamos nosso número, por números da rede Mexicana...Tudo que pudesse rastrear onde estávamos, foi apagado!

Isso não foi uma solicitação do meu irmão, mas do meu pai; e não dizemos não pra ele.

De mais a mais, não havia como dar qualquer tipo de mole...Quem vigiava meu irmão de perto, a inteligência da policia do estado, a policia federal, e até mesmo o ministério público, não jogam pra perder...eles não tem pressa, são meticulosos.
Eu já tinha idade e cabeça suficientes para entender as conversas que antes eu não dava atenção.

Usei muito o meu tempo livre para pesquisar sobre meu irmão na internet e li muitas coisas terríveis...terríveis!

Os fatos levavam a uma árvore genealógica do crime, que me mostrava como o sobrenome Yssuz era diferenciado e, portanto, marcado pela segurança nacional no Brasil.
Eu era integrante de uma família muito poderosa
Eu fazia parte de um grande legado de muitos anos e muitos milhões no tráfico.

Meu irmão custava caro, e o México era propício por sua corrupção já conhecida, mas também havia o outro lado da moeda...se alguém reconhecesse ele e fizesse um sequestro? Se a própria polícia, tão mal remunerada e suja daqui, tentasse algo contra ele?

Ele não era mais o chefe cheio de seguranças e armamento pesado...ele era só...só o nosso Deco!

Estávamos bem localizados,escondidos, num lugar que era quase que uma aldeia de pescadores bonita, mas ainda assim...não podíamos colocar tudo a perder!

A Lua grávida de novo, Solzinha toda cheia de novos truquezinhos dela...
Lembrar disso, da minha família, me deu força pra levantar.

Pego meu telefone e vejo uma mensagem da minha mãe.

Ué, ela saiu?
Flávia diz - Vamos almoçar juntas, chego por volta das 14:oo hs, capricha no café da manhã :*

Eu penso em onde ela pode ter ido sem mim, sem me avisar?

Me avisar...O que eu estava questionando?
Ontem eu saí sorrateiramente, fugida, enquanto ela dormia .

Olho pra minha mala enorme, abro e tiro uma roupa pra tomar banho.
Fiz um misto que como só pela metade, enquanto vejo o rapaz limpando a piscina.

A Jô chega com algumas sacolas e me oferece fazer um suco; aceito e entro junto com ela.

Fico sentada no balcão da cozinha americana e quando tomo coragem, engato um papo com ela.

_Jô...Você ...é...como tá aqui o Vidigal ...agora? - Porque eu estava sem graça de perguntar isso?

Bem, na verdade, eu sei onde quero chegar...ela não.

_Ah minha filha, pra mim que pouco me envolvo com essas coisas aqui...continua a mesma coisa! Igreja, casa, só saio mesmo pra resolver algumas coisas, pagar umas contas e...

_Ele paga seu salário certinho? - resolvi entrar por esse caminho.

Minha mãe sempre pagou salário da Jô , mesmo quando ela estava sem trabalhar pra gente; mas era a Jô que sempre cuidava da manutenção e limpeza das casas que minha mãe tem na comunidade , e não são poucas!

Ela me olha por baixo dos olhos e seca a mão em um pano de prato, após espremer laranjas na suqueira.

_Quem, o Ramon?

Faço que sim com a cabeça.
Ela endireita os óculos e se vira pra derramar o suco em um copo.

_ Sim, sim! Na data certa...mudou nada!
_Ah sim...que bom! - Ela retira gelo, coloca algumas pedras e então me passa, junto com o açúcar.

Eu adoço , e sem olhar pra ela, continuo.
_Você cuida lá da casa dele? - Eu sabia que meu irmão tinha dado uma das casas da minha mãe pra ele.

Ele não iria continuar naquele sobrado antigo onde morava, óbvio por muitos motivos.

Ali não era casa de um chefe do porte dele.

Agora eu tinha bastante noção do que estava em jogo em relação ao comando, ao que ele estava herdando.
Mas, caramba...a última vez que nos vimos, ele estava falando que ia contar tudo pro Deco...

Ele disse que me amava na frente da minha mãe!
E agora não permitia sequer que eu chegasse até ele!

_Em qual casa? - Soltei, em meio aos meus pensamentos, quando ouvi ela dizer que tinha sim, feito a faxina lá, antes de ele ir morar - Em qual casa ele está, Jô?

_A casa do pico! - Ela responde, tirando as compras da sacola _ Sua mãe mandou comprar pra você, olha! Tá fresquinho!

Ela mostra o bolo de rolo da dona Preta; eu amo esse bolo!

Eu amo esse cara!

Casa do pico...realmente meu irmão cercou ele do melhor!
Era uma casa linda, com parede de vidro no quarto, que dava para a melhor vista do verde da mata e do mar lá embaixo; era bem recuada da movimentação.

Só ficavam lá pessoas com dinheiro , que alugavam por diária para festas ou demonstração de amor, já que era lindíssima.
E claro, muitos gringos também!

O Vidigal sempre foi um morro diferenciado, muito turístico por conta da beleza local...meu irmão era cuidadoso em manter sempre a ordem, não tinha essa de tiro pro alto a troco de nada, não tinha essa de ser rude com morador e turista... a polícia tinha seu cuidado também, afinal ninguém queria um circo internacional , onde deixaria claro para todo o mundo que o poder paralelo tem mais força que eles, o sistema!

_Toma, come essa fatia! - ela me passa um prato com o bolo, retirando o misto quase completo , em cima do balcão.

_ Você tem contato com ele?

_Quem? Teu irmão Ramon? - ela continua guardando coisas

_Ele não é meu irmão! - respondo, sem notar que saiu meio ríspido.

Ela me olha e para de fazer o que estava fazendo.

_Ele...ele não é ...você sabe...meu irmão - digo, tentando parecer mais suave.

_Você não levou isso muito bem, né minha filha? Eu entendo...Mas sabe? A vida prega essas peças mesmo...Você já está grandinha, uma hora vai ter que entender que ...

_ Jô, ele não é meu irmão! Eu sei que sou adotada!Sei que você sabe também!

Ela fica meio congelada, com aquele rostinho que era tão terno pra mim; e então suspira.

_ Isso não muda nada, Alice querida! Você está revirando isso na sua cabecinha? É isso? Acha que alguma coisa mudou por este rapaz ser filho do seu pai? - ela sorri, suave _ Você é a princesinha da família! Sempre foi! Sua mãe é louca por você...o André...todos te amam de uma maneira tão doce! Você é e sempre será a princesinha Yssuz! Não tem com o quê se preocupar!

Ela segura a minha mão, confundindo as coisas...pensa que eu tenho algum problema referente ao Ramon, por causa da história da paternidade; dele ser filho de uma traição do meu pai


Eu demoro, mas sorrio de volta, um sorriso cercado de segredos que ela não poderia sequer imaginar!

_Você tem contato com ele, Jô? - Eu repito, acariciando a mão dela em cima da minha.

_Não...não agora...às vezes, muito raramente, eu vejo ele por aí, mas ele parece um fantasma, quase ninguém vê!

Eu balanço a cabeça, sei bem como ele é.

_Ele é um rapaz de aparência triste, né? - ela emenda , tirando um naco de bolo e colocando na boca, voltando pros seus afazeres _ muito triste, sério também, mas eu vejo tristeza em seus olhos!

Também sei como é isso...eu via o mesmo!

Lembro bem de quando estávamos juntos e eu conseguia entender tudo...a timidez, a alegria disfarçada ao me ver, pra logo depois baixar a guarda e sorrir; a insegurança em se entregar totalmente, mas era impossível...até pra ele!

Ontem, quando entrei naquele lugar escondido , onde ele estava, vi nos olhos dele a mesma atitude de sempre, aquele brilho, aquele sorriso no olhar. Eu sei que ele estava mexido em me ver e aquilo fervilhou meu coração de uma maneira tão forte, que eu fui admirar a paisagem, de repente ali era o lugar mais lindo do mundo e aquele momento, o esperado há tanto tempo!

Eu vi...ele estava emocionado ao me ver, assim como eu em vê-lo!
Me aproximei e queria tantas coisas, queria tanto falar com ele sobre tantas coisas...Mas então em questão de minutos, ele não estava mais lá...quem estava era outro! Quem estava era o Chuck, o frio, impassível!

Os olhos dele já tinham enegrecido, novamente...

Meu telefone toca, minha mãe.
Atendo e ela avisa que já estava chegando, me pede pra eu ir ao restaurante dela, para almoçarmos juntas.
Eu subo só pra colocar um casaco levinho, porque começou a ventar e um short jeans.

Algum tempo depois, já estou encontrando com ela na porta do restaurante, com o meu bondinho de seguranças atrás.

Nos abraçamos e ela cumprimenta a recepcionista , que abre a porta e um grande sorriso pra nós, muito ciente de que a patroa chegou.

Assim que passamos pelo salão, o gerente veio nos conduzir a uma mesa bem localizada, educado e visivelmente empolgado.
Ao cruzar o caminho, vejo uma cabeça loira conhecida, sentada perto de onde ficaríamos.
Ela usa óculos escuro, mas eu reconheci.
Bianca!

Continuo caminhando, seguindo minha mãe e o cara; ela não nos viu.

Sentamos, fizemos nosso pedido e eu estou de costas pra mesa dela, mas não posso negar a curiosidade de olhá-la.

Que coincidência escrota!

Aliás...esse era o melhor restaurante daqui, e ficava...no Pico!

Ele mora por aqui!
Ela deve morar com ele, lógico!
Minha mãe fala comigo que estava no escritório dos advogados do meu pai e pergunta se dormi bem.
Precisou repetir a pergunta, porque eu estava longe e mal escutei.
Ele mora aqui perto, ela estava aqui...Isso me fazia tão mal!

_ Quando vamos pra Barra, mãe?

Me ouço perguntando e ela interrompe o chá gelado diet que tinha pedido.

_Meu amor, conversamos sobre isso...- ela me vê olhando pra baixo, insatisfeita
_ Não dá agora! O que houve?

_Nada! - Balanço a cabeça
_Ei...eu sei que tem muitas lembranças aqui, mas é tudo passado...tudo! Estamos bem, o que passou, passou!

Olho pra ela, sem entender bem se ela está se referindo a minha vida, aos meus sentimentos, porque não! Não havia passado!

Enquanto servem nossos pratos, aproveito para olhar a Bianca discretamente.
Merda, ela estava me olhando fixamente, levantou os óculos e tudo.

Me virei pra frente, nervosa.

O telefone da minha mãe toca , como outras vezes, só que dessa vez ela atende.

_Alô? Ah, finalmente! - Minha mãe levanta da mesa e faz com a mão para que eu aguarde _ Mas pode ir comendo! - Diz.

Eu remexo minha comida e tomo um gole da minha água com gás.
Não tenho fome nenhuma...Pego meu celular e vejo o número que ele salvou ontem e entro na tela do WhatsApp.

Offline, sem foto, sem visto por último, nada!

_Oi Aline!

Ouço a voz atrás da minha cabeça e fecho os olhos.
Não é possível que ela veio até aqui!

--------------------

_É Alice! - Respondo olhando pro alto, ela já estava em pé ao meu lado, sorriso sincero, cara de patricinha rica, com aqueles óculos sobre a cabeleira loira.

_Ontem eu te procurei, você já tinha ido...desculpa não ter te recebido melhor, e...

_Por favor, não comenta sobre ontem perto da minha mãe!

Cortei ela, pedindo, e logo depois me senti uma pirralha ridícula que foge da mamãe pra curtir um baile...MERDA!.

_Ah...ok! - Ela deu um olhar de quem tinha entendido que eu era mesmo uma pirralha ridícula que não pode contar pra mamãe que foi curtir baile.

_Olá! - Minha mãe volta pra mesa, olhando pra Bianca e pra mim, como que esperando saber quem era aquela.

Minha mão sua

_Oi, prazer! Sou Bianca!- Ela estende a mão e o sorriso.
Elas se cumprimentam, eu ouço minha mãe dizer o nome e vejo que ela se veste bem. Hoje não tinha nada a ver com aquele estilo de puta de ontem.

Realmente, muito bonita; meu mal estar só aumenta!

_Eu não lembro de você , Bianca...desculpa...muita coisa na cabeça!

_Na verdade, nós não tínhamos nos conhecido ainda, Flávia! Eu...- ela me olha de relance - Só conhecia a Alice e vim dizer um oi!

_Ah... - Minha mãe me indaga com os olhos de onde saiu aquela pessoa que ela , tão controladora de tudo, nunca tinha visto; ela pega o copo com o restante de chá e encosta na boca, antes de dizer, olhando diretamente pra mim.

_ Se conhecem de onde? Aqui mesmo , do Vidigal? - E beberica o líquido cor de âmbar.

Eu ia dizer alguma coisa qualquer, mas ela se adiantou.
_Eu sou de São Conrado, vim morar aqui tem pouco tempo!

Minha mãe levanta a sobrancelha e sorri, interessada.
Óbvio que a cara de fina da Bianca deixava ela interessada e simpática, mesmo sendo a loira uma estranha.

_São Conrado? mas...São Conrado, Rocinha?

A Bianca ri

_Não, não...Eu morava no Green! - responde, meio cheia de si.
_Ah... - minha mãe sorri - O Green é um ótimo condomínio! Lindo! -- tempo - Então está aqui a passeio?

_Não...eu estou com o Ramon! Ele mandou me chamar e acabei vindo! - Ela sorri e minha mãe sorri largo, olhando diretamente pra mim.

_Ah, que ótimo!

Óbvio que ela achava ótimo! Óbvio!

_Quer se juntar a nós, Bianca? - Ela pergunta, sendo mais simpática do que de costume. Principalmente com uma estranha.

Ela estava amando saber que essa mulher de pé ao meu lado era do Ramon, sem nem sequer se importar, ou imaginar, o que aquilo estava me causando.

Ele mandou chamar ela para morar com ele...que absurdo!

Olho mais uma vez pra ela; um vestido preto de malha caído no ombro, sandálias baixas; acessórios refinados.
Eu de casaco e short jeans.
Mais uma vez nos encontrávamos, em menos de 24 horas e ela estava como uma mulher e eu como uma criança.

_Ah Não, obrigada! Eu estou indo já, tenho compromisso agorinha! Esse restaurante é maravilhoso e eu sempre venho almoçar aqui!

Minha mãe sorri, orgulhosa.

_Eu sei que ele é seu...está de parabéns! Muito bom gosto - Ela olha ao redor e depois de novo pra minha mãe _Atendimento perfeito!

_Você é muito gentil, Bianca! E muito bonita também!

Ela sorri e agradece; baixa os óculos e se despede, fazendo questão de dar dois beijinhos na minha mãe e meu estômago embrulha quando vejo que terei que repetir o ato.

_Vamos marcar algo, tá? Se sua mãe deixar, claro! - Ela olha pra minha mãe que sorri, deixando ela mais a vontade ainda - Quem sabe uma piscininha lá em casa?

"Lá em casa"

_Ou na minha! Você é convidada! - Minha mãe diz, pedindo ao garçom mais uma garrafa de chá.

_Ótimo! Tchau!

Respiro aliviada quando ela se vira e sai...pensei que não fosse embora nunca mais!

Olho pra minha mãe e ela me observa atentamente; quer ler em minha mente o que está se passando.

Conheço esse olhar.

Não vou me entregar, mas impossível esconder o tamanho da minha decepção com a crueldade dela.

_De onde vocês se conhecem? - Ela pergunta, acenando com a cabeça para o garçom que a serve, cordialmente.
Sacudo sutilmente a cabeça, tentando fazer ela pegar no tranco.

_Naquele último baile...Despedida do Deco; nos conhecemos lá! -Minto

Ela faz que sim com a cabeça, ainda me encarando.

_Entendi! - Ela toma um gole da bebida nova e completa - Realmente o passado passou! Graças a Deus!

Ela se sentia vitoriosa, e eu me sentia enjoada, enojada, e ainda mais triste.

Tudo tinha acabado! Tudo!

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