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Av Villowz

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๐‘๐Ž๐‚๐Š๐€๐๐˜๐„ | Solaris King era uma mulher bem sucedida. Juรญza de renome e ao mesmo tempo uma mรฃe present... Mer

โ”โ”โ” ๐‘๐Ž๐‚๐Š๐€๐๐˜๐„
โ”โ”โ” ๐„๐๐ˆฬ๐†๐‘๐€๐…๐„ (๐€๐“๐Ž ๐”๐Œ)
00 โ”โ”โ” Prรณlogo
01 โ”โ”โ” Acampamento
02 โ”โ”โ” Primeiro zumbi
03 โ”โ”โ” Ataque
04 โ”โ”โ” A esperanรงa estรก morta hรก muito tempo (serรก?)
05 โ”โ”โ” Uma chance (CDC)
06 โ”โ”โ” Tudo acabou
07 โ”โ”โ” Explosรฃo
08 โ”โ”โ” Perdidas
09 โ”โ”โ” Uma centelha de esperanรงa que se acendeu aos poucos
10 โ”โ”โ” A fazenda Greene
11 โ”โ”โ” Nรฃo era um zumbi
12 โ”โ”โ” celeiro
13 โ”โ”โ” Sophia
14 โ”โ”โ” Bomba relรณgio
15 โ”โ”โ” Curiosidades
16 โ”โ”โ” Grupo Quebrado
17 โ”โ”โ” Horda
18 โ”โ”โ” Reuniรตes e tensรตes
19 โ”โ”โ” Lar doce lar
20 โ”โ”โ” Thomas e os prisioneiros
21 โ”โ”โ” Lindo dia
22 โ”โ”โ” Maggie e Glenn
23 โ”โ”โ” Duplo Resgate
24 โ”โ”โ” Lutar pra viver
25 โ”โ”โ” Eu acho que gosto de vocรช
26 โ”โ”โ” Nรฃo vamos cair sem lutar
27 โ”โ”โ” Guerra
28 โ”โ”โ” Uma paz merecida
29 โ”โ”โ” Passos de formiga
30 โ”โ”โ” 15 dias sem acidentes
31 โ”โ”โ” 30 dias sem acidente
32 โ”โ”โ” De um jeito ou de outro
33 โ”โ”โ” ร‰ eles ou vocรช
34 โ”โ”โ” Estamos bem. Vamos ficar bem.
35 โ”โ”โ” Um pouco de normalidade
36 โ”โ”โ” A queda
38 โ”โ”โ” Santuรกrio para todos uma porra
39 โ”โ”โ” Filhos de aรงo
40 โ”โ”โ” Que possamos no encontrar novamente (Epรญlogo)
AGRADECIMENTOS + CURIOSIDADES

37 โ”โ”โ” Uma busca difรญcil

659 51 22
Av Villowz

(TW: Violência gráfica; Violência física; Tentativa de abuso sexual; Menção à necrofilia.)




Então, em poucos minutos, Aurora limpou suas lágrimas e controlou suas emoções. Nada adiantava ser emocional no mundo dos mortos.

Com o banho tomado e a troca de roupas ela parecia uma nova pessoa. Uma pessoa quebrada.

Ela estava sem apetite, então, pegou uma almofada e deitou no chão com a pistola em seu peito. Como tudo aconteceu tão rápido o tempo passou e Aurora nem viu, já era de noite quando Aurora terminou de suturar sua barriga. Ela não quis dormir, então, esperou seu corpo desligar por conta própria.

Solaris acordou de supetão, seu sono não tinha sido bom e ainda se sentia muito cansada. Aos poucos sua mente se inundava com os acontecimentos de ontem e ela passou a mão pela testa, não ia conseguir descansar daquele jeito. Depois ela se apoiou em seus braços sentindo os choques de sua perna enfaixada que lhe fez estremecer.

Aurora dormia com uma mão sob a arma, e sabendo o quão cansada a menina estava, ela tentou não fazer barulho. Solaris mordeu os lábios para segurar os gemidos enquanto tentava se levantar. Mas ao mínimo movimento ela escutou o som de arma engatilhada.

— Mãe. Você me assustou. — Aurora falou abaixando a arma. Elas se encararam por um minuto — Como você está se sentindo? — ela verificou o ferimento que ainda estava branco. Isso era bom.

— Minha perna está dando doendo muito. — Solaris respondeu com a voz áspera sentindo sua garganta doer depois de tanto gritar.

— Tenho que ficar verificando para não infeccionar. Mas pela cor da bandagem está indo bem. — Aurora sinalizou concentrada no ferimento coberto — Você precisa de um banho. Vamos lá. — ela chamou se colocando de pé.

— E o seu ferimento? — Solaris perguntou colocando um braço sobre os ombros da filha enquanto se arrumava para levantar.

— Eu já costurei. — Aurora respondeu enquanto a ajudava a colocar de pé e mantia os olhos na perna direita da mãe.

Solaris assentiu aturdida deixando ser guiada para as escadas. Aurora a levou para um banheiro.

— Deixa eu te ajudar. Aqui. — Aurora ajudou a mulher a tirar a calça cortada já tendo se despido do cropped que sua flanela se tornou.

— Aurora. — Solaris parou seus movimentos, a menina esperou. A mulher passou as mãos pelo cabelo da filha guardando as mechas atrás da orelha — Nós vamos encontrá-los. Nós vamos, ok?

— Tenho que me concentrar na senhora. — Aurora falou, mas Solaris aumentou seu aperto em seu ombro.

— Você não. Eu vou ficar bem. — Solaris falou firmemente — Eu consigo me virar daqui. Então desça e coma um pouco. Agora. — continuou quando a menina abriu a boca para protestar.

— Eu separei umas roupas no quarto em frente. Tente não molhar a atadura. — Aurora comentou. Solaris assentiu, então a menina saiu com uma frustração no peito.

Solaris suspirou e entrou no chuveiro, seu peso apoiado na sua perna esquerda enquanto a outra perna estava um pouco afastada. A água gelada bateu em sua cabeça, e ela estremeceu. Ela se sentia quente. A água se misturou com sangue. Ela lavou o sangue seco de sua orelha, e tomou cuidado com as escoriações de seu braço que impedia o movimento completo de seu braço e com sua perna enfaixada.

Ela se banhou até que a água voltasse a sua cor normal. Pegando a toalha do cabide ela saiu do banheiro e entrou no quarto em frente. Uma calça de cor marrom, uma blusa de manga verde, uma bota e também um casaco lhe esperava. Elas enfrentarão o inverno também. Umas gazes e ataduras também estavam ao lado da cama. Solaris trocou a faixa.

Ela não olhou para o ferimento por muito tempo, só sabia que a cicatriz seria profunda. Uma cicatriz para toda a vida. Quando se arrumou, Solaris desceu devagar as escadas com o casaco na dobra do cotovelo. Ao entrar na cozinha encontrou Aurora comendo cereal com leite parecendo que tinha tomado banho também.

— Leite? — Solaris sinalizou surpresa mancando até a menina.

— Em pó. — Aurora respondeu com uma sinalização também — Está bom. Tem um pouco pra senhora no fogão. — ela mexeu em seu cereal apontando com a cabeça para a panela no fogão.

Solaris assentiu pegando a vasilha e depositando o leite frio e se sentou junto com a filha para tomar café.

— Já pensou no que vamos fazer? — Aurora bateu o dedo indicador na mesa para chamar a atenção da mais velha.

— Acho que deveríamos abandonar o carro. — Solaris sinalizou acenando com a cabeça devagar.

— A senhora não está em condições de andar. E eu posso dirigir, você viu. — Aurora protestou. Solaris balançou as mãos tentando acalmar a menina.

— Eu sei. Eu sei. — Solaris falou acompanhada de uma sinalização — Mas Daryl me ensinou a seguir trilhas e o conhecendo ele deve ter se aventurado na floresta. O carro só nos atrasaria além de nos tornar alvo ambulante.

Aurora apoiou sua mão na testa enquanto processava o que sua mãe falou. Voltar para a floresta era algo que ela nunca imaginaria.

— Eu não sei, mãe. — Aurora a olhou — Voltar para a floresta, onde tudo parece tão igual. E se nos perdemos ao invés de encontrá-los? — sinalizou cautelosa.

Solaris colocou suas mãos na mesa e voltou suas palmas para cima. Aurora entrelaçou seus dedos.

— Então, iremos para a estrada. Juntas. — Solaris acalmou seus medos — Não vamos nos separar, ok?. Vou te manter em minha vista a todo momento.

— Tudo bem. Podemos fazer isso. — A mulher continuou — O que você me diz?

Aurora umedeceu os lábios e fechou os olhos por uns segundos antes de abri-los.

— Eu não vejo a hora de encontrá-los. — Aurora respondeu.

— Eu também, babie. Eu também. — Solaris também falou acariciando os dedos da menina antes de soltá-los para tomar café.

— Temos que nos mexer. — Aurora anunciou ao mesmo tempo que se levantava depois de terminar seu café — Eu vou separar uns casacos e remédios. Tenho que ficar verificando sua ferida.

— Vou encher umas garrafas de água e comida. — Solaris assentiu.

Cada uma ficou com uma tarefa. Solaris terminou seu café e logo se levantou para arrumar as coisas. Ela vasculhou os armários, gavetas e geladeiras. Em questão de minutos ela tinha separado algumas barras de cereais, pacotes de batata frita e biscoito. Além de encher quatro garrafas de água da torneira da pia, algo que lhe deixou surpresa.

— Mãe. Arrumei as bolsas. — Aurora chegou por trás dela anunciando sua presença. A menina colocou as duas mochilas na mesa se aproximando da mãe observando o que ela tinha separado — Esses chocolates estão com um gosto horrível. Comi toda a pasta de dente que achei pra tirar o gosto. Eles não prestam. — explicou em língua de sinais e logo depois pegou os dois chocolates para jogar fora.

— Você está pronta? — Solaris perguntou trazendo os suprimentos até a mesa para guardá-los nas bolsas.

— Pronta. — Aurora sinalizou, não confiando em sua própria voz.

— E seu aparelho auditivo? — Solaris questionou com uma sinalização.

— Ainda funcionando. Não sei como isso está aguentando depois de tudo. — Aurora falou genuinamente surpresa batendo com as pontas dos dedos o aparelho no ouvido.

— Vamos procurar alguns. — Solaris garantiu com uma sinalização firme.

— Mas essa não é nossa prioridade. Nossa prioridade é encontrar os outros. — Aurora argumentou — E eu vou ficar bem. Posso continuar vivendo sem o aparelho auditivo. Não estou incapacitada.

— Nunca disse que era. — Solaris falou seriamente — Durante a busca podemos procurar pelos aparelhos também.

— Certo. Então, vamos. — Aurora pegou uma das mochilas e colocou nas costas.

— Aurora. — Solaris virou sua filha. A menina engoliu a saliva devagar observando os olhos sérios da mãe — Você é minha prioridade. O seu bem estar é minha prioridade. Eu quero que entenda isso, certo?

— Certo. — Aurora respondeu. Então, o brilho duro dos olhos de Solaris desapareceu.

— Vamos lá, então. — Solaris pegou a outra mochila e colocou nas costas.

Ela mancou para a sala com Aurora em seu encalço. Solaris se abaixou para pegar seu rifle no chão, mas Aurora foi mais rápida e pegou as armas para ela.

— Você não pode se abaixar. — Aurora advertiu.

— Quantas balas tem no seu rifle? — Solaris perguntou com uma sinalização pegando seu rifle e a pistola. A pequena pistola que tinha guardado em sua bota antiga tinha sumido durante a explosão que lhe pegou.

— Só esse pente. Minha pistola tem mais balas. — Aurora apontou. Solaris tinha o mesmo.

— O mesmo. Você tem sua faca, né? — Solaris passou a alça do rifle sobre os ombros. Aurora assentiu em afirmativo — Vou pegar uma faca na gaveta também. — ela mancou de volta para a cozinha.

— Agora, estou pronta. — Solaris falou com o cenho franzido. Aurora percebeu e pegou uns comprimidos para dor no bolso da frente de sua mochila.

— Tome esses remédios antes de irmos. — Aurora deu um enquanto ficou com outro. As duas engoliram o comprimido a seco — Agora, podemos ir.

Solaris mancou na frente da filha guiando para fora de casa pelos fundos. O novo dia estava ameno e o sol ainda não tinha saído. Ela poderia chutar que era quatro, cinco horas da manhã. Elas andaram em silêncio segurando as pistolas com o dedo no gatilho.

Em algumas horas, entraram na floresta e ao fazer isso Aurora sentiu um tremor descer sua espinha e se aproximou mais da mãe. Ela não queria estar de volta, mas se sua mãe acreditava que elas tinham mais chance de encontrar os outros por ali, ela seguiria.

Durante as quatros horas que se seguiram, elas encontraram algumas pistas que indicavam que alguém tinha passado, poderia ser um deles. Eram marcas de passos no chão, galhos quebrados. Elas seguiram aquelas pistas cautelosamente.

— A trilha acaba aqui. — Solaris anunciou para Aurora. As duas paradas nos trilhos observando o túnel escuro contrastando firmemente com o sol quente acima delas — Podemos contornar pela floresta, não precisamos entrar. — ela olhou para sua menina que assentiu sem pestanejar.

— Por mim, tudo bem. — Aurora falou agradecendo internamente por aquela sugestão — Podemos parar um pouco? Estou com fome. E eu também tenho que verificar sua ferida.

— Tudo bem. Preciso descansar minha perna. Ainda tem remédios? — Solaris perguntou deixando que a menina lhe guiasse para uma árvore com uma boa sombra.

— O suficiente para que a senhora ou eu não pegue uma infecção. — Aurora respondeu ajudando a mãe a se sentar — Deixa eu ver seu ferimento primeiro. — ela se sentou ao lado abrindo sua bolsa e pegando gazes e esparadrapo para trocar com o antigo.

Solaris tirou sua bolsa, rifle, pistola e faca e colocou ao seu lado. Ela olhou em volta e logo depois desabotoou a calça. Aurora a ajudou com isso deixando a peça de roupa amontoada em seus joelhos e Solaris pegou o casaco colocando em seu colo para cobrir sua peça íntima e segurou a pistola enquanto deixava sua filha fazer seu trabalho.

— Está cicatrizando bem. — Aurora falou com um alívio em sua expressão e olhou para a mãe que tinha o olhar nela.

— Sim. — Solaris falou nem olhando para sua perna — Continue. Não podemos demorar muito. — apressou a menina.

A expressão de Aurora escureceu com a atitude da mãe, mas voltou ao seu trabalho. Ela limpou a ferida e passou uma pomada para dor. A menina jogava olhares de esguelha para Solaris observando que em nenhum momento a mulher olhou para o que ela tinha feito. Em nenhum momento Solaris olhou para o que Aurora teve que fazer para que ela ficasse viva.

Não era o melhor trabalho e a cicatriz seria feia, Aurora podia admitir isso, mas sua mãe tinha que ter consideração por seus sentimentos. Ela passou pelo medo de perdê-la. Ela que teve que tirar o pedaço de ferro, ela que teve de queimar a pele e sentir o cheiro de carne queimada porque a ferida que o ferro deixou era profunda demais para suturar. Sua audição deficiente conseguiu ouvir seus gritos de dor e ela teve que continuar mesmo assim.

Foi um terror absoluto para Aurora, fazer isso com sua própria mãe, e Solaris não ter nem a consideração de olhar o trabalho que ela fez lhe deixou amarga e raivosa.

— Terminei de limpar. — Aurora segurou o tom de voz rebelde.

— Ótimo. Enfaixe agora. — Solaris pediu arrumando suas costas na árvore.

— Só depois que a senhora olhar para sua perna. — Aurora apontou.

— O quê? — Solaris a olhou.

— Olhe para sua perna. — Aurora falou em tom rebelde. Solaris estreitou os olhos.

— Qual é o seu problema? Eu disse para não demorar muito. Agora, enfaixe o ferimento. — Solaris ordenou severamente.

— Só depois que a senhora olhá-lo. — Aurora acenou apertando a mandíbula de raiva — Olhe para o que eu tive que fazer para mantê-la viva.

Solaris vacilou em sua postura, Aurora notou, mas ela não conseguiu suavizar, ainda não.

— Você nem olha. Você não quer nem olhar. Você tinha que ter pelo menos a consideração de olhar. — Aurora continuou — Admito que não é o melhor trabalho, eu nunca fiz algo desse tipo, mas foi o que eu consegui fazer enquanto a senhora gritava de dor e me implorava com os olhos para parar. — soltou duramente.

— Ora vejam só. Será que atrapalhamos uma briga de família?

Aurora sentiu as vibrações estranhas e como sua mãe ficou tensa de repente. Ela olhou por cima do ombro para ver dois homens sujos e desgrenhados segurando armas.

— Nem pense nisso. — O mais alto falou enquanto ele e seu parceiro apontavam as armas para ela.

Aurora olhou de esguelha para sua mãe abaixando sua pistola. Solaris tinha um olhar de medo em seus olhos e apertava a faca escondida entre as folhas.

— Há quanto tempo não vemos pessoas, Harold? — O mais alto perguntou com um sorriso malicioso. Nenhum deles abaixou a arma.

— Muito. Muito tempo Ethan. — Harold respondeu para o outro — Não vemos pessoas bonitas há tanto tempo.

Solaris engoliu em seco. Ela não sabia o que fazer ou pensar. Eram dois e eles estavam armados. Elas estavam feridas e ela estava com a calça amontoada nos joelhos. Solaris se perguntava qual era a probabilidade daquilo acontecer.

— Eu vou querer a mais velha. — Harold falou com os olhos escuros observando as pernas nuas de Solaris.

— Por mim tudo bem. Eu sempre gostei mais de ninfetinha. — Ethan respondeu passando a língua descaradamente pelos lábios olhando para Aurora que tentou manter a fachada friamente estóica — Mas eu poderia experimentar a outra. — ele apontou.

— Você pode fazer o que quiser com ela quando eu terminar. — Harold passou a mão pelo seu pau que já dava sinais de vida.

Solaris sentiu seu coração bater em seus ouvidos. Ela olhou para o rifle atrás da filha e olhou para os homens que vinham com as armas levantadas até elas. A ruiva tocou em Aurora tentando transmitir algo.

— Nenhum movimento. Eu não me importo de fazer sexo com seu cadavér. — Harold falou frio se aproximando das duas com seu parceiro atrás e chutou as armas no chão e Solaris sentiu vontade de vomitar.

Solaris estava de mãos atadas. Eles teriam que tocá-las para que ela tivesse a chance de fazer seu movimento. Ela viu sua filha lutar contra o aperto de Ethan que tirava sua pistola do coldre.

— Por favor. Não deixe que ele a toque. — Solaris pediu em um gemido de dor à Harold quando ele puxou os cabelos de sua nuca. Ela deixou o casaco de seu colo cair enquanto tentava soltar o aperto do homem e com a outra mão apertou o cabo da faca de cozinha — Eu faço com os dois, mas por favor, não deixe que ele a toque. — ela pediu com lágrimas nos olhos ouvindo atrás dela os gritos de protesto de sua filha.

— Uma ótima ideia. Podemos fazer isso quando eu terminar com você. — Harold respondeu traçando uma linha de saliva com sua língua pelo rosto de Solaris que fechou os olhos com força.

— Para de se mexer, sua puta. — Ela ouviu o grito de Ethan.

Aurora estava de bruços e tentava pegar a faca que deixou cair a sua frente, mas o homem em suas costas a puxava todas as vezes. Ethan deu um tapa em sua bunda e ela gritou de dor enquanto era puxada de volta para ele. Ela estava ficando cansada de lutar com o homem duas vezes maior que ela.

Solaris tentou buscar o apoio de sua perna machucada enquanto lutava contra os avanços de Harold que se mostrou divertido com o desafio. Ele esfregou seu pênis duro contra sua barriga e amassou sua bunda fazendo-a guinchar com o ato. Ele buscou sua boca, mas ela não deixou em nenhum momento, virando o rosto ou tentando mordê-lo todas as vezes.

Ela tinha que agir rápido, Harold tentou cobri-la com seu corpo, mas Solaris tinha que trazê-lo para uma posição agachada para que pudesse usar o corpo dele como apoio para se levantar. Os dois homens tinham esquecido suas armas há muito tempo, distraído com elas, mas Ethan ainda poderia ser uma ameaça fatal quando ela derrubasse Harold.

— Olha só. Você 'tá testando minha paciência. — Ethan gritou no rosto de Aurora. A menina fechou os olhos e enrugou o nariz enojada com o hálito daquele homem nojento — Eu não gosto de desafio garota. — ele segurou as duas mãos da menina com uma só. Mas ainda estava tendo trabalho para despi-la.

— Eu disse para parar de se mexer. — Ele deu um tapa no rosto da menina. Aurora gritou sentindo a pele de seu supercílio rasgar e seu aparelho auditivo machucar sua orelha. Então, ouviu outro grito.

Ethan olhou para a direção de Harold. Seu amigo estava com uma faca enfiada em sua têmpora e atravessava seu olho. Então, ele caiu e atrás dele Solaris se levantou apontando a pistola em sua direção.Ele ofegou com aquela visão e puxou a menina zonza para usá-la como escudo.

Solaris não desviou o olhar.

— Fique pra trás, ou eu juro. — Ethan apertou as mãos envolta do pescoço de Aurora que brigou contra seu aperto em busca de ar.

Solaris apertou o gatilho. O ouvido de Aurora zumbiu e o aperto envolta de seu pescoço desapareceu. Ethan tinha um buraco em sua cabeça e caiu para trás.

— Mãe. — Aurora tossiu e correu chorosa até sua mãe enrolando seus braços nela.

Solaris apertou sua filha em seus braços na mesma intensidade enquanto sentia seus braços trêmulos. Ela a cheirou e beijou seus cabelos.

— Deixe-me ver. Como você está? Ele conseguiu. — Solaris tirou a cabeça de Aurora de seu torso para verificar seu rosto e pescoço. Seu olhar caiu na camisa ensanguentada da menina.

— Alguns dos meus pontos se abriram. — Aurora falou levantando sua camisa — Sua perna? — ela perguntou tentando tocar na ferida da mais velha, mas Solaris não deixou.

— Agora não. Olhe pra mim. — Solaris segurou o rosto da menina — Me desculpe, eu devia ter sido mais rápida.

— Você nos salvou, mãe. É isso que importa. — Aurora segurou as mãos da mãe em seu rosto sentindo o aparelho auditivo zumbir em seu ouvido.

— Seu aparelho. — Solaris virou a orelha da menina para ela para tirar o aparelho quebrado — Aquele filho da puta. — rosnou.

— Melhorou? — Solaris perguntou com uma sinalização suavemente.

— Sim. — Aurora balançou a cabeça —  O outro? Ele conseguiu?

— Não. — Solaris respondeu com os olhos brilhantes de lágrimas — Vamos lá. Temos que ir embora. — se virou para pegar suas calças e botas que saíram durante a luta.

— Eu tenho que cobrir sua ferida. — Aurora argumentou caminhando atrás dela.

— Não. Pode deixar que eu cubro. Cuide de seus machucados, ok? — Solaris pediu suavemente.

Aurora observou a mãe de costas para ela que limpava e cobria sua ferida. Ela trabalhava em seu próprio machucado na barriga. Ela não pôde deixar de sentir um pouco culpada pelo que aconteceu, se tivesse apenas escutado sua mãe, nada disso teria acontecido. Em alguns minutos, ela conseguiu contornar o fluxo de sangue e cobrir seu estômago. Ela olhou para sua mãe que terminava de colocar seus sapatos usando o caule da árvore como apoio.

— Então? — Solaris perguntou quando ela se aproximou. A expressão de sua mãe caiu quando ela pegou com cuidado seu rosto — Seu olho 'tá fechando. — ela falou com raiva. Aurora passou a mão no lado machucado e afastou o membro rapidamente quando sentiu o rosto doer.

— É bom passar a pomada. E tomar os comprimidos também. —  Sua mãe falou acariciando seus cabelo — Eu guardei dentro da minha bolsa.

— Sim. Não vou demorar muito. — Aurora respondeu e tentou sair do aperto carinhoso de sua mãe, mas ela não deixou.

— Não foi sua culpa. — Solaris sinalizou seriamente— Você entende? Isso que aconteceu não foi sua culpa. Culpe esses bastardos. — ela olhou com nojo para os corpos dos dois homens mortos.

— Cuspa em suas carcaças. Chute em suas cabeças. E ore para que eles sofram no inferno. Que tenham uma tortura eterna. — Solaris continuou e Aurora arregalou os olhos — Meu único arrependimento foi ter demorado em tirar Ethan de você e lhe dado uma morte rápida.

— Mãe. — Aurora colocou as mãos no rosto da mulher — Respire. Você está dissociando.

Solaris se inclinou para o toque da menina fechando os olhos e respirando fundo.

— Diga pra mim que isso que aconteceu não foi sua culpa. — Solaris pediu com uma sinalização.

— Não foi minha culpa. — Aurora respondeu com uma voz firme. Solaris deu um sorriso triste lhe puxando para um abraço.

— Essa é minha garota. — Solaris sussurrou para si mesma. Ela se afastou um momento depois — Vamos lá, temos que continuar andando. A gente vai comendo e bebendo no caminho.

— Sua perna como está, mãe? — Aurora perguntou se abaixando para pegar a bolsa e o rifle de sua mãe.

Ela entregou o rifle e procurou a pomada na bolsa para pessar ao redor de seu olho. Quando encontrou entregou para sua mãe passar. Solaris colocou sua bolsa nas costas.

— Não abriu. Tenho que agradecer a sua cauterização por isso. — Solaris sinalizou em resposta e depois abriu a pomada passando com cuidado o conteúdo no rosto da menina — Apenas algumas sujeiras, mas limpei.

— Me desculpe pelo que eu ti fiz passar. Não é que eu não tenha consideração pelos seus sentimentos ou que eu não quero olhar para a cicatriz porque a acho feia. — Solaris começou olhando dentro do olhos de Aurora — Você me salvou e fez isso sozinha. A última coisa que eu vi antes de desmaiar foi seu rosto e você estava chorando tanto. — ela abaixou o olhar engolindo com dificuldade.

Solaris estava achando difícil segurar suas lágrimas. Ela levantou a cabeça e segurou o rosto da menina com suavidade. Aurora sentiu as lágrimas pinicarem seus olhos e segurou as mãos da mãe novamente.

— Me desculpe. — Solaris falou soltando um pequeno soluço encostando sua testa na da menina.
Aurora deixou algumas lágrimas caírem. Ela estava tão assustada. Ela só queria ir para longe da floresta.

— Temos que ir, mamãe. O mais longe possível daqui. — Aurora falou e Solaris acenou.

— Isso. Mas antes. — Solaris voltou-se para o homem que tentou violentá-la. Ela tirou a faca da têmpora dele e lhe chutou na cabeça o mais forte que conseguiu com sua perna boa.

— Faça o mesmo com o bastardo. Você vai se sentir melhor. — Solaris apontou para Ethan.

Aurora olhou para o homem que lhe bateu e tentou violentá-la. Ela marchou até onde seu corpo estava e o chutou em todos os lugares. Ela bateu repetidas vezes em seu pinto e muitas vezes em sua cabeça até que seu rosto ficasse irreconhecível. Por fim, a menina cuspiu em sua carcaça.

Aurora respirou profundamente e sentiu as lágrimas traçando uma linha por seu rosto. Ela esteve chorando todo o tempo que descontou sua raiva e medo naquele corpo sem vida.

— Que você queime eternamente no inferno, seu pedaço de merda. — Aurora falou depois de cuspir mais uma vez. Ela deu o dedo e pegou a arma caída no chão antes de se afastar para ir até sua mãe que lhe encarava com um brilho de orgulho.

— Agora. Podemos ir. Ainda temos que contornar o túnel. — Solaris chamou se virando. Aurora acompanhou seus passos sentindo o pulsar de seu olho se fechando.

A dupla caminhou até os trilhos novamente para que pudesse contornar o túnel sem adentrar muito a floresta. Elas comeram e beberam durante a caminhada. Nenhuma das duas falou abertamente, mas ambas sentiam seus corpos protestarem de dor.

Porém, tinham que continuar. Até que achassem um abrigo seguro para passar a noite. Uma caverna ou algo do tipo visto que as casas elas não viam algum tempo, e dormir no céu aberto estava fora de cogitação. Foi durante o sol quente da tarde que elas conseguiram contornar o túnel. E era quase de tardezinha que elas pararam na frente de uma grande placa com um anúncio.

— Terminus. Santuário para todos.— Aurora leu a placa e viu a localização —Você acha que eles vão para esse lugar?

— Acho que sim. — Solaris sinalizou em resposta enquanto lia as informações adicionais — Mas não vamos chegar hoje. Ainda 'tá muito longe.

— E vamos passar a noite aonde? — Aurora perguntou temendo a resposta mesmo sabendo qual era. A vocalização de que elas passariam a noite no céu aberto só tornou a realidade mais cruel.

— Vamos ter que passar a noite na floresta ou nos trilhos. — Solaris sinalizou com uma expressão triste.

— Trilhos. Eu prefiro os trilhos. — Aurora comentou rapidamente.

— Então, nos trilhos será. — Solaris acenou com a resposta — Você quer continuar ou ficar logo aqui?

— Eu prefiro continuar. Por mim, nem pararia. — Aurora respondeu sentindo seus dedos dos pés protestar com sua resposta e o lado de seu rosto pulsar em retaliação. Ela enrugou o nariz com a dor.

— Podemos continuar até o sol sumir. — Solaris se aproximou mancando. Aurora deixou sua expressão determinada cair. Sua mãe precisava descansar. E mesmo não admitindo, ela também.

— Não. Eu acho melhor descansar. Aí continuaremos amanhã cedo. — Aurora voltou atrás.

Solaris estudou a menina, mas ela não teve forças para argumentar, no fundo, ela agradecia a Aurora pela resposta. Ela estava verdadeiramente cansada.

— O primeiro turno é meu. A senhora pode descansar. — Aurora falou se encostando no poste do anúncio colocando sua bolsa de lado e o rifle em seu colo. O dedo no gatilho em alerta.

— Certo. — Solaris falou enquanto se sentava no chão devagar. Ela se arrumou o melhor que podia no trilho cheio de pedras e eventualmente descansou os olhos.

Solaris manteve seus ouvidos atentos a qualquer barulho. De vez em quando por cima de seus cílios quase fechados ela observava Aurora mexer a cabeça em todas as direções em total concentração.

Ela não percebeu quando a escuridão de seus olhos passou para imagem de Harold em cima dela passando sua língua em seu rosto e suas mãos em seu corpo, dessa vez, conseguindo o que ele queria.

Solaris acordou de uma vez sentindo a bile em sua garganta. Ela se virou de lado de uma vez despejando o suco gástrico de seu estômago.

— Mãe. — Aurora chamou em cima dela com um tom preocupado em sua voz — Você está bem? O que você está sentindo?

Solaris ficou de quatro e continuou vomitando enquanto Aurora segurava seus cabelos. A mulher tinha lágrimas nos olhos ainda sentindo o toque daquele homem nojento. Uma mão veio para sua testa, mas ela tirou e se virou para a menina se afastando do vômito e se sentando.

— Eu estou bem. Foi apenas um pesadelo. — Solaris coçou os braços. Se pudesse trocaria de pele para não se sentir daquele jeito.

Aurora lhe olhou suavemente.

— Com ele? — Aurora não quis falar o nome daquele homem miserável. Solaris olhou pra baixo. Ela não precisou de respostas. Apenas passou os braços em volta da mãe lhe trazendo para seu torso.

— Eu vou ficar bem. Quanto tempo se passou? — Solaris saiu do abraço de sua filha passando os dedos em um toque fantasma no rosto machucado da menina. Estava roxo e o olho fechado.

— Só uma hora e alguns quebrados. — Aurora respondeu. Solaris suspirou passando a mão pela testa.

— Vá descansar. Eu não vou conseguir dormir mesmo. — Solaris se arrastou até o poste — Vou pegar o turno. Depois eu te chamo.

Aurora mordeu suas bochechas e assentiu. Sua mãe não recuaria em seu comando. Então, ela se arrumou para deitar. Só descansar seus pés cansados. Solaris observou sua filha em seu local, ela viu a menina lutar contra o sono e viu como seu corpo perdeu a briga, desligando por conta própria.
Ela esperava que sua filha dormisse mais que ela.

Solaris teve sua própria luta contra sua mente. Ela não queria pensar naquilo porque a fazia sentir fraca, vulnerável e sozinha. Aqueles sentimentos não podiam ter vez, não podiam habitar seu corpo porque precisava proteger sua filha e encontrar Daryl, Glenn, Maggie, todos os outros. E ela não poderia fazer isso com medo de tudo.

As horas passaram e seus olhos não se fecharam  por muito tempo. Estava alerta e concentrada. Ela apenas trocou o dedo que ficava no gatilho por conta da câimbra. Solaris voltou sua atenção para Aurora quando a ouviu se mexer. Ela franziu o cenho para a menina que se mexeu por uns momentos e depois parou, continuando a dormir em algum sonho ou não.

Solaris esperava que ela não estivesse sonhando. Era mais fácil assim. Aurora não precisava lembrar do que aconteceu mesmo ao dormir.

O clima da madrugada estava mais frio. Solaris se aprofundou em seu casaco e cruzou os braços deixando o rifle descansar em seu colo. Ela olhou para Aurora, a menina estava totalmente encolhida. Solaris poderia acordá-la, mas ela deixou a filha descansar o máximo de tempo possível apesar do clima. Logo, Aurora acordaria mesmo.

Solaris voltou sua atenção para Aurora umas horas depois, o sol ainda não tinha nascido, mas a menina se remexia inquieta em seu lugar. A mulher franziu o cenho, não era assim umas horas atrás. Até que Aurora acordou de uma vez segurando o pescoço ofegante por ar e procurou algo com os olhos. Seus olhos se encontraram e a menina suspirou em alívio.

— Mãe. A senhora deveria ter me acordado. Já vai amanhecer. — Aurora resmungou se levantando para espreguiçar. Seu corpo estava todo doído.

— Você teve um pesadelo? — Solaris perguntou com uma sinalização.

— Eu vou ficar bem. — Aurora gesticulou com uma mão com um sinal de 'deixar pra lá' enquanto pegava sua mochila — Ficou frio de ontem pra hoje. — ela se aproximou e se sentou ao lado da mãe para se sentir aquecida.

— Com ele? — Solaris fez outra pergunta passando um braço pelo corpo da menina lhe trazendo para mais perto.

Aurora colocou a mão no pescoço. Solaris acariciou seu pescoço e a menina tencionou por um momento, mas depois relaxou. Era sua mãe. Seu toque era totalmente diferente daquele homem.

— Tudo bem. — Solaris lhe deu um sorriso suave — Vamos superar isso, ok?

Aurora assentiu.

— Vamos comer antes de irmos. — Solaris pegou sua própria bolsa para pegar sua comida e água — Vamos ter que abastecer também. Pela localização, só vamos chegar no Terminus de tardezinha.

— Vai demorar mais se pararmos, mãe. — Aurora resmungou comendo o pacote de batatas fritas enquanto sua mãe se aventurou nas duas barras de cereal.

— Quanto de água você tem? — Solaris perguntou entre mordidas — Quanto de água você tem? — ela repetiu em língua de sinais.

— Eu escutei pela primeira vez. Meio baixo, mas escutei. — Aurora revirou os olhos pegando sua garrafa de água — A outra garrafa ainda está inteira. — ela bebeu sua água até terminar. Só tinha um pouco.

— Eu tenho metade dessa e a outra ainda. — Solaris sinalizou — Podemos não parar em nenhum lugar e ir direto. Se é um santuário para todos vai ter comida.

— Eu prefiro assim. Quanto mais rápido sairmos dessa floresta melhor. — Aurora apontou para as florestas a sua volta.

— Ainda temos que ser cautelosas. — Solaris advertiu.

A jornada começou quando elas terminaram de comer e fizeram suas necessidades. Solaris praguejou quando percebeu que seu período tinha descido, felizmente a casa em que elas estavam tinham absorventes internos e com abas. Apenas algumas caixas, mas seria suficiente até o próximo mês. Pelo menos, Aurora ainda não passava por isso.

Elas continuaram nos trilhos como o mapa dizia. As paradas eram poucas e eram apenas para fazer suas necessidades biológicas. Eventualmente o ritmo delas diminuiu. Aurora sentia seus calos rasparem na parte interna de seu tênis e começou a mancar ao lado de sua mãe. Solaris apoiou seu peso em apenas um lado do corpo e suas articulações do lado esquerdo já doía há algum tempo. Ambas tinham suas limitações, mas se forçaram a continuar.

Porque valeria a pena no final, se o preço era se reencontrar com sua família.

— A senhora acredita que eles vão pra lá? — Aurora perguntou quebrando o silêncio entre as duas. Enquanto guardava sua garrafa de água na bolsa.

— Sim. — Solaris sinalizou em língua de sinais — Mas se eles não estiverem lá vamos continuar procurando. — garantiu.

Aurora assentiu. Ela temia acreditar, temia ter esperança de que sua família estivesse indo para Terminus também. Estava com medo de se decepcionar, mas com as palavras de sua mãe, ela tinha uma nova esperança. Elas nunca parariam de procurá-los.

Elas seguiram para a esquerda quando encontraram a bifurcação da trilha. O lado esquerdo seguia para a floresta enquanto o lado direito estava mais enxuto de árvores. Elas andaram um pouco, mas estancaram quando viram mais de uma dúzia de zumbis. A dupla segurou sua respiração. Solaris foi a primeira a fazer o movimento ao colocar um pé atrás.

Mas um zumbi escutou seu movimento e quando ele moveu a cabeça, os outros lhe seguiram.

— Mas que merda. — Aurora ralhou tirando sua faca da cintura e se apressou para sair dos trilhos com sua mãe em seu encalço.

— Não olhe pra trás. — Solaris falou alto pegando sua própria faca.

Solaris e Aurora correram o mais rápido que suas pernas cansadas e machucadas permitiam, tentando se afastar ao máximo, mas os zumbis pareciam cada vez mais perto e com os grunhidos mais surgiam.

— Estamos nos afastando cada vez mais do Terminus. — Aurora pontuou.

— Apenas continue correndo. — Solaris falou com a voz cansada — Temos que nos afastar deles.

Aurora acertou um zumbi na cabeça que apareceu ao lado de Solaris quando ela não teve forças para matá-lo. A faca caiu no chão e a mulher não pegou continuando a correr ao lado da filha.

— Mãe. Temos que usar as armas. — Aurora falou olhando por cima do ombro observando os zumbis há uns 15 metros delas, alguns na frente e outros atrás.

— Agora não. Só vai atrair mais. Apenas continue correndo. — Solaris resmungou com uma sinalização.

— Quanto mais devemos andar? — Aurora resmungou também. O cansaço tirando o melhor de seu humor.

— Até despistarmos eles. — Solaris respondeu em um tom irritado. Ela estava fazendo seu melhor para manter o ritmo rápido.

Elas só precisavam continuar andando.

Xx Notas xX
Vamos lá, se vcs chegaram até aqui é pq leram todo o capítulo. Como podem ter visto no começo do capítulo os avisos de gatilho, esse foi um capítulo bem difícil e emocional para mim escrever. Tentei deixar o menos gráfico possível e acho que fiz um bom trabalho pq o rascunho original não era bem assim que acontecia. Debati muito se devia ou não posta-lo, mas no final decidi, porque esse ponto vai afetar drasticamente as personalidades de Aurora e Solaris e como elas verão e agirão com os acontecimentos futuros.

Uma notícia que eu quero dar a vocês. É que eu resolvi separar os atos da fanfic. Irei fazer outro livro para Rockabye começando a partir da sexta temporada. Estou muito animada com essa nova parte e vou até dizer o nome do segundo livro, A Mother's Prayer, ou seja oração de mãe. Também baseada em uma música👏👏👏. E para terminar resta apenas três capítulos para finalizar Rockabye galera👏👏👏👏🫡 Já tô emocional.

Fortsรคtt lรคs

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