Entre Tubos de Ensaio

נכתב על ידי MK0815

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Após se formar em Imunologia pela Universidade de Columbia, em Nova Iorque, Regina Mills recebeu a proposta d... עוד

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Chuva Torrencial
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Mr. Pretzels
Toca dos leões
Nós não deveríamos...
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Amendoim e Avelã
Sabor da Vingança!
Dra. Cora Mills!
Borger Burguer
Serotonina, Cortisol e Endorfina
Importante pra mim
Clube da Luluzinha
DNA Raro e Valioso
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Bússola Moral
Pequena Esperança
Você tem certeza disso?
Estávamos prontas para ir
Sim, ela sabe!
A queda do Império
Acertando as pontas
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O Melhor Presente

Epílogo

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Regina

Despertei ouvindo pequenos ruídos no aparelho ao meu lado, como havia virado costume nos últimos seis anos e meio. Aos poucos, meus olhos se acostumaram com a claridade do quarto e assim que os mantive completamente abertos, me virei. Emma dormia tranquilamente ao meu lado. Seu semblante transmitia paz, enquanto um leve sorriso acompanhava seu sono. Mais alguns ruídos vindos da babá eletrônica e eu soube que precisava me levantar. E assim o fiz. Caminhei até o banheiro e fiz minha higiene matinal rapidamente. Quando voltei ao quarto, Swan ainda dormia, como se nada além daquele quarto lhe importasse e vê-la daquela forma arrancou um sorriso largo de mim. Segui pelo corredor até o quarto que, muito provavelmente, habitava uma garotinha a todo vapor. Assim que o adentrei, constatei minhas desconfianças: Hope estava com a cabeça pendurada para fora da cama, tendo seus cachos dourados quase encostando no chão e os olhos fechados, enquanto um sorriso largo brincava em seu rosto.

— Bom dia, meu Pequeno Sol! — falei já me aproximando de sua cama. Seus olhos, verdes como os de Emma, se abriram brilhantes em minha direção. 

— Bom dia, mami! — se sentou num pulo e logo estava em pé na cama, esticando os braços o mais alto que conseguia. Me aproximei um pouco mais e antes que eu pudesse me preparar, Hope se lançou em meus braços, como sempre fazia com sua outra mãe. 

— Vejo que está melhor! — fiz cosquinhas em sua barriga, fazendo-a abrir o sorriso mais lindo para mim. 

— Eu tô, mami e também tô morrendo de fome — assim que falou, seu estômago roncou, nos fazendo rir. 

— Você é igualzinha a sua mãe, sabia? — ela assentiu, concordando comigo. 

— Mas a mamãe fala que eu sou igualzinha a senhora, sabia? 

— Ah é? — perguntei já me virando em direção ao corredor novamente e minha pequena balançou a cabeça em concordância outra vez — E no que sua mãe diz que você é parecida comigo? 

— Ela diz que sou brava igual a senhora e que faço assim… — franziu as sobrancelhas e cruzou os bracinhos, exatamente como eu fazia — Quando eu quero alguma coisa. 

— Preciso admitir, sua mãe está coberta de razão, você é igual a mim — sorri. 

— O Henry diz que eu pareço a mamãe, mas sou igual a mami e ele parece a mami, mas é igual a mamãe — fez uma carinha adorável, demonstrando uma certa confusão. 

— O que o seu irmão quis dizer é que você se parece fisicamente com sua mãe, por conta do cabelo loiro e dos olhos verdes, mas que o seu jeito é igual ao meu — fez uma carinha que me dizia que ela estava começando a entender — Já o Henry se parece fisicamente comigo, mas tem o jeito da sua mãe. 

— Agora eu entendi! Obrigada, mami! — se agarrou ao meu pescoço e assim ficou até alcançarmos a cozinha. 

Sentei Hope em sua cadeirinha alta e comecei a preparar o café, enquanto a ouvia cantar uma música que eu conhecia bem e que me trazia ótimas lembranças. Lembranças de um dia feliz e que poderia descrevê-lo com detalhes. Enquanto sua voz infantil preenchia a cozinha, eu me deixei levar, cantarolando a mesma música que meu Pequeno Sol cantava. Não demorei para terminar de preparar o café e quando estava prestes a me virar para colocar tudo sobre a bancada, senti dois braços rodeando minha cintura. Sorri instantaneamente.

— Eu amo quando vocês cantam essa música! — meu garoto, que já não era mais tão garoto assim, adquiriu a mesma mania de Emma: me abraçar enquanto eu mexia em algo na cozinha — Bom dia, mãe! — Henry deixou um beijo em minha bochecha. 

— Bom dia, querido! — me ajudou a levar as panquecas para a bancada — Também gosto dessa música, Henry! Ela me traz boas memórias. 

— Eu nem imagino o motivo! — foi irônico, me fazendo estreitar os olhos em sua direção — Bom dia, Coelhinha! 

— Bom dia, Henry! — meu filho deixou um beijo na testa da irmã e a mesma sorriu em sua direção. 

— Sua mãe deu algum sinal de que vai acordar logo? — perguntei e Henry negou com a cabeça, falando logo em seguida.

— Acho que não a veremos tão cedo, mãe — juntei as sobrancelhas, demonstrando que não estava entendendo — Depois que a senhora foi dormir, nós ainda ficamos conversando e jogando por um tempo, até que a Hope acordou chorando. Acho que ela estava com um pouco de febre. 

— E por que Emma não me chamou? — franzi ainda mais as sobrancelhas. 

— Minha mãe disse que a senhora já tinha virado duas noites praticamente em claro com a Hope e que merecia descansar. Sabemos bem como essa Coelhinha fica grudada na senhora quando está doente, então ela desligou a babá eletrônica e disse que ficaria com a Hope até que ela dormisse. 

— Pelo visto, deve ter demorado bastante, porque faz um bom tempo que sua mãe não dorme desse jeito — pontuei pensativa.

— Acordei de madrugada, quase de manhã, para beber água e ela estava lá ainda. Quando voltei da cozinha, falei pra ela ir deitar com a senhora, porque no embalo que a pequena estava, não acordaria mais — Henry falava entre um gole e outro em seu chocolate quente, enquanto Hope parecia concentrada demais em tomar o seu leite rosa, que não era nada mais do que leite misturado com pó para o preparo de bebidas, no sabor morango. 

— Eu estava tão cansada que não percebi que ela demorou tanto para ir para cama, muito menos ouvi quando ela deitou — assumi. 

— E foi exatamente por esse motivo, que ela não te acordou, mãe. 

Seguimos com o café da manhã, regado a conversas descontraídas e com os meus pequenos contando o que gostariam de fazer antes que nossos convidados chegassem. Vez ou outra, meu pensamento era levado até o andar de cima e eu sentia meu peito se expandir, como se fosse possível se romper de tanto sentimento que o mesmo guardava. Os últimos seis anos haviam sido muito mais do que eu esperava um dia viver ou mesmo merecer. Ter Emma ao meu lado, criando aquelas duas crianças que surgiram em nossas vidas de maneira tão inesperada, era o motivo que fazia minha vida toda ter valido a pena. 

— Mami, você está ouvindo? — Hope me fez despertar dos meus devaneios. 

— Provavelmente ela está pensando na mamãe, Hope! Isso sempre acontece quando elas pensam uma na outra — seu comentário me fez despertar de vez. 

— O que diziam? — perguntei, ignorando o comentário que meu filho havia feito, mesmo sabendo que ele estava certo. 

— Hope disse que quer assistir o dvd antes de todos chegarem — Henry respondeu. 

— Mas já iremos assisti-lo mais tarde, filha. 

— Mas precisamos testar — Hope falou, com um sorrisinho de lado que me lembrava muito uma certa loira. 

— É, mãe! Precisamos ter certeza de que não terá nenhum problema mais tarde. Sabe como é, esses eletrônicos vivem dando defeito — estreitei os olhos em sua direção, mas logo deixei um sorriso surgir em meus lábios. 

— Certo! Então vamos testar o dvd, outra vez, para termos certeza de que não teremos imprevistos mais tarde — ao ouvir minha fala, Hope fez a maior festa e logo tratou de comer todo o seu café da manhã, assim como Henry e eu, para que pudéssemos ir para a sala e assistirmos, pela milésima vez, o dvd em questão — Vão se arrumando na sala, enquanto eu organizo as coisas por aqui — falei assim que finalizamos e os dois assentiram. 

— Mami, posso comer uma cenourinha? — perguntou com os olhinhos mais lindos que eu já havia visto na vida. 

— Claro, meu amor! — olhei para o meu filho, apenas para confirmar que ele poderia pegar a cenoura para sua irmã. 

— Vamos, Coelhinha! — se levantou e logo pegou Hope no colo, apenas para tirá-la da cadeirinha, colocando-a no chão em seguida. Foram até a geladeira e pegaram a cenoura — Agora vamos assistir o dia mais lindo que eu já vi em toda a minha vida. 

Observei os dois deixarem a cozinha com um largo sorriso no rosto. Eu realmente era completamente apaixonada por eles e pela relação que tinham um com o outro. Henry e Hope eram tão próximos e companheiros, quanto eu e Zelena ou Emma e Ruby, e sem dúvidas, isso preenchia muito o meu coração. No começo não foi fácil para nos adaptarmos aos dois, afinal éramos mães de primeira viagem com um filho de seis anos e uma recém nascida. Tivemos alguns percalços, mas logo conseguimos encontrar um ritmo nosso e que deu certo. Assisti, e me emocionei, com muitas coisas novas acontecendo, como Henry passar a nos chamar de mães. 

— Nós moramos todos juntos agora, como eu sempre quis — falou com um sorriso enorme nos lábios. Estávamos os quatro deitados na cama do nosso quarto. Hope estava deitada na barriga de Emma, dormindo há muito tempo, enquanto Henry estava deitado entre nós duas — Somos uma família, não somos? 

— Sim, nós somos uma família, garoto! — Swan respondeu e nossos olhares se encontraram. 

— Se somos uma família e vocês cuidam de mim e da Hope, vocês são como nossas mães? — meu coração errou algumas batidas. 

— Teoricamente sim, querido! — o respondi e desviei o olhar de Emma para ele — Você quer que sejamos suas mães? 

— Vocês cuidam de mim, me dão amor, carinho, me dão comida e fazem todas as coisas que as mães fazem, então eu acho que vocês já são minhas mães… — levou uma das mãozinhas ao queixo, parecendo pensar — Mas, eu ainda não chamo vocês assim. 

— Você quer nos chamar assim? — dessa vez, foi Emma quem perguntou. 

— Eu quero! Quero muito! — respondeu animado e, num pulo, se ajoelhou na cama. Sua felicidade era explícita, mas de repente, pareceu diminuir um pouco. 

— O que foi, meu amor? — questionei, acariciando seu rosto ao notar seu semblante perdendo um pouco do brilho. 

— Eu não sei se vocês querem ser minhas mães — sorri com sua fala e sua pureza infantil. Um dos meus maiores medos era que Henry perdesse isso pelo tempo que passou no Instituto, mas ele sempre me provava que era muito mais forte do que qualquer outro.

— Isso é fácil de resolver, basta nos perguntar — em meus olhos, as lágrimas já se faziam presentes. 

— Vocês querem ser minhas mães? — perguntou um pouco acanhado — Eu prometo ser um bom menino, não aprontar muito, ser obediente e ser o melhor irmão mais velho do mundo pra Hope — senti as lágrimas escorrerem em meu rosto e olhei de relance para Emma, que já estava tão emocionada quanto eu. Com apenas um olhar, combinamos nossa resposta. 

— Seria uma honra sermos chamadas de mãe por você, meu amor! 

— É claro que eu quero ser sua mãe, garoto! Quem mais poderia ser nosso filho, senão o mais inteligente de todos os meninos, Regina? 

— Realmente não existe outra possibilidade, Emma — animado com nossas respostas, Henry se jogou em cima de mim e chorou, enquanto agradecia por termos aceitado seu pedido.

Aquelas lembranças nunca deixariam de me emocionar e, como em todas as vezes que me recordava daquele dia, eu senti as lágrimas molhando o meu rosto. Era sempre assim. Não podia pensar em algo relacionado aos dois, que me desfazia em lágrimas, independente de onde estivesse. Obviamente que esse fato fez Zelena passar a me atormentar, me chamando de "mãe coruja", o que mesmo se eu quisesse, não conseguiria negar que realmente era. Mas como não ser? Meus filhos eram realmente os mais incríveis. 

Sequei as lágrimas assim que terminei de lavar a pequena quantidade de louça que sujamos e segui para a sala. Quando adentrei o cômodo, encontrei Henry sentado no sofá, com as pernas em formato borboleta e Hope sentada entre elas, com as costas apoiadas no peito do irmão. Era impossível resistir àquela cena. Seus olhos brilhando em ansiedade, enquanto olhavam para a tv, aguardando que eu chegasse para que pudéssemos começar. Meu Pequeno Sol mordendo sua cenoura com seus dentinhos pequenos, enquanto balançava os pés e recebia um carinho do meu Pequeno Príncipe em seus cachos dourados, era a cena mais linda que poderia existir no mundo. 

— Posso me juntar a vocês? — perguntei ainda da entrada da sala. 

— Você deve se juntar a nós — Henry enfatizou o "deve". 

— Vem, mami! Senta aqui com a gente — e eu fui. Pedi para Henry sentar um pouco mais pra frente e me aconcheguei atrás dele, deixando os dois no meio das minhas pernas e o aconchegando em meu peito, assim como Hope estava no seu. Automaticamente, uma de minhas mãos seguiu para o cabelo castanho de Henry, enquanto a outra alcançava os fios loiros da minha caçula. 

— Podemos? — Henry perguntou e eu apenas acenei positivamente. Logo uma música tomou conta do ambiente. A introdução instrumental de Halo, no piano e violoncelo, preencheu a sala e os meus batimentos cardíacos se agitaram. Na tela, não demorou muito a aparecer os dizeres: 

"Emma e Regina

 O encontro de duas mentes brilhantes, resultou em uma explosão de corações transbordantes."

Eu me lembrava com detalhes daquele dia. Estava uma pilha de nervos, assim como Emma também. Henry estava agitado, o que era bom, já que toda essa sua agitação distraía Emma. Os dois passaram a manhã juntos em um dos quartos, eu não iria conseguir lidar com eles e o meu nervosismo ao mesmo tempo. Seria coisa demais. Mas, para ser justo e benéfico para todos, Hope ficou comigo, o que me fez não pensar muito no que iríamos fazer. No auge dos seus 18 meses, nossa pequena era puro carisma. Como toda criança que estava descobrindo o mundo, ela era curiosa e mexia em tudo o que alcançava. Mas, em contrapartida, era calma e parecia saber exatamente a hora certa de me dar um beijinho na testa ou me fazer correr atrás dela pela casa. Naquele dia, eu ganhei vários beijinhos. 

Regina, olha pra cá! 

 A voz de Zelena surgiu antes mesmo da imagem aparecer. Foi ideia sua fazer aquele vídeo de casamento. Sua e de Ruby, na verdade. Enquanto minha irmã ficou responsável por registrar o meu momento de noiva, Luccas acompanhou cada mínimo detalhe do de Emma. 

Zelena, o que você está fazendo? — meu semblante estava confuso. Realmente não entendi de primeira o que minha irmã queria com aquela câmera. 

Eu estou gravando o seu dia feliz, Sis! — seu sorriso era genuíno e me contagiou. Balancei a cabeça em negativa, apenas Zelena poderia fazer algo daquela magnitude — Você irá me agradecer depois! 

Sem dúvidas, eu vou!  

Houve um corte no vídeo e logo alguns barulhos ao fundo se fizeram presentes. Eram como passos, calmos e precisos. De repente, a porta de um quarto surgiu na tela. Uma batida e, logo depois, a voz de Emma permitindo a entrada. 

Bom dia, raio de Sol! — a voz de Ruby era animada. Henry surgiu primeiro e a morena se abaixou na altura dele — Bom dia, Henry! 

Bom dia, tia Ruby! — a saudou — O que você está fazendo? 

Eu estou fazendo um vídeo de casamento para as suas mães — o respondeu e um sorriso imenso surgiu nos seus lábios. 

Você vai gravar a mamãe Regina também? — ouvir sua vozinha infantil, me chamando de mamãe naquele vídeo, me fez viajar para o passado e sentir um calor imenso crescendo dentro do peito. 

Não, mas a Zelena vai! — e mesmo sendo, teoricamente cedo, Henry correu pelo quarto, chamando a atenção de Emma, que estava saindo do banheiro. 

Bom dia, Ruby! —  franziu suas sobrancelhas em direção a sua amiga — Eu vou querer saber? — perguntou se referindo a câmera. 

Zelena e eu estamos fazendo um vídeo de casamento para vocês — o sorriso que surgiu nos lábios de Swan foi um dos mais radiantes que eu já havia visto, mesmo naqueles lábios que sempre carregavam as estrelas em seus sorrisos — Vem, fala alguma coisa para a sua futura esposa, Emma! — as palavras da morena fizeram minha mulher se aproximar da câmera e  como se falasse diretamente pra mim, proferiu. 

Bom dia, meu amor! Eu espero que você esteja mais calma do que eu, porque eu sinto que a qualquer momento posso desmaiar — sua fala fez todos rirem, tanto no vídeo, quanto ali na sala de casa — Eu nem acredito que no final do dia, estarei casada com a mulher mais linda, brilhante e incrível do mundo. Você não imagina o quão eufórico está o meu coração! — um suspiro profundo rasgou sua garganta — Obrigada, Regina! É uma honra ser digna de carregar o seu sobrenome junto ao meu e compartilhar a vida com você. Obrigada por aceitar ser minha companheira! — aquela parte sempre arrancava os mesmos suspiros apaixonados de mim. Mais um corte e o vídeo voltou para mim. 

Regina! — a olhei como quem questiona o que foi — Você está muito linda! — meu rosto corou com seu elogio e Zelena virou a câmera para ela mesma — Sério, ela está linda demais gente! Não sei nem se a Emma vai aguentar esse casamento sem infartar! — rimos e ela voltou a lente pra mim — Manda uma mensagem pra sua loira, Sis! 

Emma, meu amor… — sorri e suspirei — O que eu poderia te dizer aqui, que você já não saiba? — ri levemente — Você sabe exatamente do que sou feita, em todos os sentidos, e isso nunca foi problema pra você. Ao invés de me olhar com olhos tortos, você me ajudou a me enxergar de maneira mais leve. Me ajudou a compreender que, mesmo que eu não goste ou não concorde com tudo o que me compõe, isso é o que faz de mim quem sou: a mulher por quem você se apaixonou perdidamente e que, mesmo sem eu perceber, fez com que eu me apaixonasse também. Obrigada por me ajudar a me amar, Emma! Obrigada por acreditar em mim e me mostrar que sim, eu posso ser muito mais do que me programaram para ser! 

— Eu amo essa parte! — Henry quebrou o silêncio que estávamos inseridos — Vocês me fazem acreditar que o amor é realmente algo sublime, mãe. Por mais que eu saiba que ele existe, o de vocês parece carregar algo diferente, como nos contos de fada — não o respondi, pelo menos não verbalmente. Deixei um beijo no topo da sua cabeça e ele se aconchegou mais ao meu corpo. 

A música instrumental voltou a ficar alta, cobrindo qualquer som ambiente que poderia aparecer na gravação, enquanto cenas de toda a decoração apareciam na tela. As cores predominantes por todos os lados eram o branco, o roxo e o amarelo pastel. Em alguns detalhes, podíamos encontrar um toque ou outro de rosa bebê, dando a sutileza que se espera de cores nesse tom. Tudo ornando e se encontrando entre os tecidos que decoravam as mesas e entre as pétalas das flores que estavam em cima de cada uma. Aos poucos os nossos convidados começaram a chegar. Não eram muitos, apenas as pessoas que realmente importavam para nós: David, Belle, Neal, Scott, Zelena, Kristin, Fiona, Ruby, Cosima, Delphine e Granny, a avó de Luccas. 

Emma e eu, quisemos fazer algo pequeno e em casa mesmo. Talvez ir até o cartório e depois finalizar o dia com um almoço com as pessoas que amamos, mas Zelena e Ruby não permitiram. Disseram que depois de tudo o que tínhamos vivido - mesmo que um ano e meio depois - se tornava mais que necessário uma festa de casamento como manda o figurino, mesmo que não fosse para muitas pessoas. E com esse pensamento em mente, elas alugaram uma pequena chácara, para que pudéssemos passar o final de semana. A casa era grande, com quartos suficientes para acomodar a todos com muito conforto, uma cozinha espaçosa com uma sala de jantar acoplada e que comportava todos nós. A sala de estar foi pouco usada, mas se preciso, atenderia todas as nossas necessidades. O quintal era espaçoso, com alguns brinquedos para Henry e uma piscina para que pudéssemos aproveitar. 

 — Henry, tem algo que você queira falar para as suas mães antes do casamento? — Ruby perguntou, chamando sua atenção. Ele estava distraído, olhando para as flores espalhadas pelas mesas. 

Posso falar para as duas separado ou tem que ser junto? — fez uma carinha adorável, igual a que Emma fazia, quando tinha alguma dúvida. 

Como você preferir! — foi Zelena quem respondeu e ele assentiu. 

— Mamãe Regina, eu queria agradecer por tudo o que já fez por mim. A senhora sempre diz que estava lá quando eu fui feito. Eu não sei o que isso quer dizer, mas sei que é importante. A senhora nunca desistiu e sempre, sempre me visitava — consegui ouvir a fungada de Zelena e Ruby no vídeo, assim como a minha saiu involuntária naquele momento — O primeiro presente que eu ganhei, foi a senhora quem deu. O primeiro abraço, carinho e o primeiro eu te amo, foram todos seus. Obrigada por isso, mamãe! Obrigada por ter me escolhido e nunca me deixado — apertei Henry entre os meu braços, deixei um beijo em sua cabeça e sussurrei um "eu te amo" em seu ouvido, recebendo um "eu também" em resposta. 

Uau! — Zelena parecia estar secando as lágrimas, enquanto respirava fundo — E para a Emma? 

A mamãe Emma chegou depois, mas eu gostei dela logo de cara. Sempre me chamando de garoto, mesmo sabendo meu nome — riu, fazendo as duas mulheres fazerem o mesmo — Ela ainda me chama assim, mas diz que agora eu sou o garoto dela. Depois que a senhora me conheceu, nunca mais foi embora e sempre me ensina do que as coisas são feitas. Eu amo quando jogamos videogame juntos e comemos doce escondido da mãe Regina — fez uma pausa, como se estivesse pensando — Obrigada por entrar na nossa família e trazer a Hope junto com a senhora. Eu amo muito ela e serei o melhor irmão do mundo — olhou para as tias que, muito provavelmente, lhe falavam para encerrar sua fala — Obrigada, mamães, por me darem uma família grande e cheia de amor. Eu amo vocês! 

— Eu sempre choro nessa parte — comentei, enxugando algumas lágrimas. 

— Você chora em todas as partes, mãe! — Henry pontuou. 

— Mas nessa eu choro mais — rimos. 

Na tela, apareciam imagens minhas e de Emma enquanto estávamos nos arrumando e ao fundo, junto com a música, algumas falas de nossos amigos nos parabenizando e dizendo o quanto estavam felizes por nós. Em um determinado momento, apareci com Hope no colo, tentando fazê-la arrotar após ter tomado a mamadeira e recebendo um lindo sorriso após parabenizá-la. Estava na hora, Zelena me avisou e Ruby avisou Emma. Tínhamos que descer para nos casar. Lembro-me da sensação gelada que passou pelo meu corpo. Eu estava nervosa, mas estava preparada e faria aquilo. 

Desci as escadas e ao final dela, encontrei minha cientista. Ela estava deslumbrante. Usava um scarpin nude, contrastando com a calça de alfaiataria azul bebê, que a deixava mais linda do que já era. Preso a calça e por cima da camisa branca de mangas curtas, ela usava um suspensório também azul. Em seu rosto, uma maquiagem leve, mas que destacava bem o verde dos seus olhos. Seus fios dourados estavam arrumados em uma trança escama de peixe lateral. Seus olhos se encontraram com os meus e ficaram alguns instantes presos ali, mas logo desviaram para o meu corpo. Eu usava um vestido azul serenity de alças largas, decote fundo e busto justo. A saia era solta, longa e tinha uma fenda na perna esquerda, que ia até a metade da minha coxa. Calçava uma sandália de tiras prateada e o meu cabelo estava arrumado em uma trança que tinha início no topo da minha cabeça e terminava em um coque baixo e comportado.

— Eu nunca cansarei de dizer o quão linda você estava nesse dia — a voz rouca e ainda sonolenta de Emma chamou a nossa atenção. Eu não saberia dizer em que momento ela havia surgido, mas seu corpo estava apoiado no portal que dava acesso a sala, como ela costumava fazer. 

— Mamãe! — Hope se levantou apressada, correndo até se jogar nos braços de sua mãe. 

— Bom dia, Coelhinha! — beijou o pescoço da nossa filha, arrancando uma risada gostosa dela. Ainda com Hope no colo, Emma se aproximou do sofá e logo cumprimentou Henry — Bom dia, garoto! 

— Bom dia, mãe! — ele a abraçou, mesmo com a irmã em seu colo.

— Bom dia, meu amor! — deixou um beijo casto em meus lábios. 

— Bom dia, vida! — respondi.

— Mamãe, estamos assistindo ao casamento de vocês. Olha! — Hope apontou para a tv, completamente eufórica. 

— Eu estou vendo! — a colocou entre as pernas de Henry outra vez — Eu vou pegar algo para comer e já volto para me juntar a vocês — apenas assentimos e ela saiu em direção a cozinha. 

Enquanto Emma estava longe, voltamos a atenção para a tv e o desenrolar do nosso casamento. Os detalhes ainda eram bem frescos em minha mente, mas sempre que via aquelas imagens era como se estivesse vendo-as pela primeira vez. Caminhamos juntas pelo tapete de flores que fizeram, demarcando por onde deveríamos passar. Nossos amigos espalhados pelas cadeiras, sorrindo em nossa direção. Nossas irmãs nos esperando no "altar", com Granny, que se propôs a realizar a cerimônia, entre elas. Nossos filhos caminhando à nossa frente. Hope se enrolando em seus passos ainda vacilantes, tendo Henry a apoiando e auxiliando. Era muito mais do que eu poderia imaginar e desejar. 

Emma voltou da cozinha com uma caneca de chocolate quente e algumas panquecas, e se sentou atrás de mim, me colocando entre as suas pernas da mesma forma que Henry estava entre as minhas e Hope entre as dele. 

— Eu não consigo assistir essa parte sem chorar! Ver eles dois assim, pequenos e já tão parceiros… — falou próxima ao meu ouvido, apenas para eu escutar e suspirou em seguida — Eu não aguento!  

— Acho que compartilhamos do mesmo sentimento! — Emma deixou um beijo na minha nuca — Foi um dia muito feliz, não foi? 

— Sim! Principalmente pelo fato de que eu me casei com a mulher mais incrível desse mundo!

Alcançamos o pequeno “altar” e nos posicionamos de frente uma para a outra. Olhar naquelas orbes verdes sempre me acalentava, mas naquele dia estava me desestruturando demais. No momento em que nossos olhares se encontraram, as lágrimas vieram sem que eu tivesse chance de as conter. Nossos votos não foram extensos, afinal tudo o que poderíamos falar uma para a outra naquele momento, já havia sido dito ou diríamos depois, quando estivéssemos a sós. Mas, me lembro das poucas falas de Emma com precisão.

Você é a mulher mais perfeita que já pisou nesse mundo, Regina e eu não estou dizendo isso por conta do seu DNA supervalorizado — revirou os olhos, fazendo todos rirem — Não! Isso tem a ver com seu coração. Ele é bom, resiliente e isso faz de você a pessoa mais forte que eu conheço! Obrigada por me permitir fazer parte e por fazer parte! Eu amo você!

— Todas essas palavras ainda fazem jus a tudo que penso e sinto em relação a você, e acredito que sempre farão — deixou um beijo atrás da minha orelha após finalizar a fala. 

Obrigada por estar ouvindo atrás da porta e insistir para que eu te contasse tudo aquele dia — iniciei os meus votos, também arrancando risadas de todos — Você foi, e ainda é, mais que essencial para que as coisas caminhem como precisam caminhar. Obrigada por ser a quantidade exata de gravidade que me mantém em pé! Eu amo você!

— Eu posso dizer o mesmo sobre as minhas — afirmei. 

Trocamos nossas alianças e assim que Granny nos declarou casadas, os primeiros braços que agarram nossas pernas foram os dos nossos filhos. Nos beijamos e os pegamos no colo, para logo em seguida sermos parabenizadaspor todos os presentes. Após todos os abraços e felicitações, Zelena e Ruby nos surpreenderam com um banho de piscina inesperado, nos fazendo entender a insistência em usarmos roupas de banho por debaixo das formais. Logo estávamos todos na água, brincando uns com os outros e aproveitando o início da festa que durou o dia inteiro. Nos casamos cedo, antes do almoço e isso nos rendeu um dia cheio de comida, bebidas e diversão. Exatamente como nossas madrinhas, e irmãs, haviam programado. Um dia em família, comemorando o amor e celebrando nossas vidas.

*******   

— Ruby acabou de ligar avisando que já estão a caminho — a voz de Emma surgiu no quarto atrás de mim, me fazendo desprender a atenção do meu cabelo e focá-la em seus olhos — Alguma notícia da Zel?

— Kristin ligou avisando que irão se atrasar, os gêmeos resolveram que seria uma boa ideia acordar as duas com as mãozinhas sujas de tinta — os olhos de Emma se arregalaram, para logo em seguida cair na risada e me levar junto.     

— Aqueles dois são terríveis… — Emma foi se aproximando de mim conforme falava. 

— Fazem jus as mães que têm, porque a Zelena nunca foi uma criança tranquila e a Kristin tem cara de quem era tão arteira quanto — suas mãos tocaram meus ombros, iniciando uma leve massagem na região. Gemi em resposta. 

— É uma enorme covardia você gemer assim, amor… — se curvou para deixar um beijo no meu pescoço e se afastou apenas o bastante para deixar seus lábios próximos ao meu ouvido — Sabe que eu nunca resisto a essa sua voz rouca — deixei uma risada abafada escapar e me virei aos poucos, ficando de frente para minha esposa. 

— Acredito que eu não estarei ocupada mais tarde, Dra. Swan! Se estiver livre também, podemos marcar um encontro bem ali naquela cama — o sorriso que rasgou seus lábios esquentou meu corpo. Emma sempre conseguia me ter em segundos. 

— Então teremos um encontro essa noite, Dra. Mills! — deixou um beijo casto em meus lábios e logo se afastou — Isso se a Hope passar bem a noite. 

— Algo me diz que ela está ansiosa, igual a mãe dela — comentei, voltando a ficar de frente para o espelho — Nossos filhos são iguais a você nesse quesito. Se tem algo os deixando ansiosos, vocês ficam doentes. Eu não consigo entender! 

— É muito estresse para o corpo e o nosso sistema imunológico encontra um jeito de controlar tudo — me respondeu com a voz convicta, como se aquela fosse a explicação do século. 

— Dando febre em vocês? — ela assentiu — Você sabe que isso não faz o menor sentido, Swan! 

— Faz para o meu corpo — riu e eu a acompanhei — Acho curioso o fato deles serem tão parecidos com nós duas, mesmo que não tenham os nossos genes. 

— Podemos até não ter gerado os dois, Emma, mas eles são nossos e a maior prova disso é que eles sempre carregaram alguns traços fortes da nossa personalidade — falei já me levantando. Naquele dia, escolhi não usar nenhuma maquiagem, deixaria meu rosto ao natural, como eu sabia que Emma adorava. 

— Nem me fale! A sua teimosia é gritante neles — comentou, revirando os olhos — Mas eu acho que esse é o charme de vocês, por isso que os amo tanto — sorri de lado e me aproximei, deixando um beijo em seus lábios — Você está linda! 

— Estou o mais simples possível, Emma! — e realmente estava. Usava um shorts de lavagem clara, uma camisa de botões vermelha e um sapato na mesma cor. 

— Quando se é linda por natureza, qualquer mero detalhe é capaz de realçar ainda mais essa beleza — senti minhas bochechas esquentarem um pouco e em seguida os braços de Emma estavam em volta de mim. 

— Sabe que isso vale para você também, não sabe? — ela assentiu. Swan estava com uma roupa parecida com a minha, mas seu shorts era de lavagem escura e a camisa de linho, em conjunto com o sapato, eram brancos. 

Compartilhamos um beijo calmo e demorado. Daqueles que a gente já conhece, que é íntimo, mas que ainda causa arrepios no corpo e alvoroço no peito. Quando dissemos que nós amávamos a primeira vez, eu achei que com o tempo aquele sentimento fosse se aquietar no meu peito e que não me causaria mais aquele frio na barriga. Doce ilusão! Todos os momentos ao lado de Emma eram novas descobertas, eram experiências novas e arrebatadoras, cada uma em seu grau. Eu amava aquela sensação, amava o fato dela ser capaz de me fazer ver as coisas por um novo ângulo, por conseguir fazer com que eu me apaixonasse por coisas que eu jurava ser incapaz de amar. 

— No que você tanto pensa, hein? — perguntou assim que finalizamos o beijo. 

— No quanto eu sou sortuda por ter você ao meu lado — suas bochechas ainda ficavam vermelhas quando dizia aquele tipo de coisa e eu esperava que isso nunca mudasse — E lembrando de como você conseguiu me fazer gostar de Natal. 

— Isso foi muito pontual! — rimos — Aquele ano foi realmente muito bom, não é? 

— Como tem sido todos desde que você me disse sim, Emma Swan-Mills! — nossos olhares se perderam por um instante. 

— Eu gostava mais de você quando não era tão melosa assim, Regina! — a voz de David chamou nossa atenção e olhamos em direção a porta — Boa tarde, pombinhas! — meu irmão adquiriu a mania de nos chamar assim e ninguém conseguia fazer com que ele parasse. Fomos em sua direção e o abraçamos juntas. 

— Boa tarde, David! — Emma respondeu. 

— Faz tempo que chegou? — perguntei. 

— Na verdade, não. Acabamos de chegar! Henry nos recepcionou e disse que vocês estavam aqui em cima — David e meu pequeno príncipe haviam criado uma relação inabalável de tio e sobrinho, o que para nós era ótimo, já que ele se tornou a figura masculina perfeita para servir de exemplo. 

— E a Belle? 

— Ela está na sala, aproveitando o sofá de vocês — sorrimos juntos e ele prosseguiu — Ela tem andado muito cansada, a bebê tem sugado todas as energias dela. 

— Às vezes eu acho que tem umas três crianças ali dentro, só pelo tamanho daquela barriga — Emma nos fez dar risada e logo começamos a nos retirar do quarto. 

— Pelo o que sabemos, nossa pequena Luna é a única ali dentro — olhei para David e vi o brilho presente em seus olhos. Era muito bom vê-lo daquela forma e era ainda melhor saber que a pessoa que estava ao lado dele era tão feliz quanto o próprio. Um sorriso surgiu quando me lembrei do dia em que David veio me pedirum conselho e eu revelou seu interesse por Belle.  

— Regina! Preciso da sua ajuda e de alguns conselhos — David adentrou minha sala de uma vez só, me causando um sobressalto. 

— Boa tarde, David! Eu estou ótima, aliás e você como está? — o vi revirando os olhos, enquanto se sentava na cadeira em frente a minha mesa. 

— Regina, não é hora pra brincadeira. É sério! — desmanchei o sorriso que carregava no rosto e fiz um gesto para o incentivar a falar — Eu não sei como dizer isso… — levou as mãos ao rosto e depois ao cabelo, em um claro sinal de nervosismo. 

— Talvez pelo início seja uma boa ideia — revirou os olhos pra mim outra vez e eu ri. Ele parecia nervoso de um jeito que eu nunca havia visto e isso me intrigou — Fale de uma vez, David! Está me deixando nervosa. 

— Eu acho que estou apaixonado! — soltou num fôlego só e eu ergui as sobrancelhas — Acho não, eu tenho certeza! Estou apaixonado! 

— Isso é uma coisa boa, não?! 

— Eu não sei… — sua voz falhou por alguns instantes — Eu não sei se ela sente o mesmo. 

— E só saberá se expor o que sente, dando a ela a chance de fazer o mesmo — o respondi com a voz calma, mas era nítido o seu estado de quase pânico. Me levantei e caminhei até ele, me sentando na cadeira ao lado da sua — Eu sei que é um pouco assustador quando a gente se vê gostando tanto de alguém, mas é normal, meu irmão. Sei que a paixão na nossa idade pode ser três vezes pior do que na adolescência, mas ela só será um bicho de sete cabeças, se assim fizermos dela — ele assentiu levemente, enquanto respirava fundo — E eu tenho certeza que Belle está tão envolvida quanto você — seus olhos se arregalaram em minha direção. 

— Como você…? 

— Eu sou bastante observadora e vocês não são nada discretos. Até cego conseguiria ver os olhares que vocês trocam e eu ouço bem os suspiros que dão pelos corredores — um sorriso tímido brincou em seus lábios. 

— Então você acha que…?

— Invista na sua felicidade, David! Você merece tanto quanto todos nós. Caso algo dê errado, o colo da sua irmã estará aqui, mas eu tenho certeza que esse não será um passo em falso — acariciei seu cabelo e em resposta, ele deixou um beijo casto em meu rosto. 

— Obrigada, Regina! — respondeu eufórico e saiu da sala no mesmo rompante que havia entrado. 

Alcançamos a sala e lá estava minha cunhada, deitada e com os pés para cima. Sua barriga estava realmente imensa e parecia que a faria explodir a qualquer momento. 

— Me desculpem por abusar do sofá de vocês, mas os meus pés estão me matando e isso aqui é o paraíso pra mim — falou antes mesmo de se sentar e nos olhar. 

— Não se preocupe, querida! Pode ficar à vontade! — falei já depositando um beijo em sua bochecha e me sentando ao seu lado. 

— Exatamente! Tudo para a nossa pequena Luna — Emma falou em seguida, acariciando a barriga de French. 

— Toda vez que você faz isso, eu tenho vontade de te esganar, Emma — rimos — Ela começa a mexer e depois não para mais, a não ser que… 

— A tia Regina faça carinho nela — completei e levei minha mão a sua barriga, arrancando um semblante agradecido seu.  

— David, não deixaremos as duas perto da nossa filha depois que ela nascer. Ok? — seu tom era sério — Ela nem nasceu e as duas já são suas preferidas. Eu não quero, e não vou, perder minha filha pra vocês, ou seja, estão proibidas de se aproximarem demais — terminou com voz indignada, o que nos fez rir ainda mais. David a ajudou a se levantar com um sorriso no rosto, enquanto eu e Emma fingíamos estar emburradas. 

— Fiquem tranquilas, ela vai mudar de idéia sobre isso! — sua fala fez Belle bufar um pouco e nós rimos outra vez. 

— Vocês são insuportáveis, ainda mais quando estão certos — ela mesma riu e seguimos conversando, enquanto íamos até a área da piscina. Ela já estava no final do oitavo mês de gestação e logo a mais nova integrante da nossa enorme família, nasceria para nos deixar mais bobos do que já éramos — Onde estão as crianças dessa casa? — assim que a pergunta saiu de seus lábios, Hope surgiu correndo, com os cabelos desgrenhados e toda suada. 

— Tia Belle! — falou já agarrando suas pernas. 

— Oi, querida! — afagou os cabelos da nossa pequena e logo suas mãozinhas alcançaram a barriga de French. 

— Oi, Luna! Espero que você esteja bem e que nasça logo. Eu, a Margot e a Charlotte estamos ansiosas para brincar com você — sorrimos em sua direção, mas antes que pudéssemos falar algo, Hope voltou a correr para perto do irmão e os dois voltaram a jogar bola. 

— Falando na Margot e na Charlotte… As meninas vem? — Belle perguntou. 

— Ruby e Fiona já estão a caminho — Emma respondeu — A Zel e a Kris disseram que vão atrasar um pouco, porque os gêmeos aprontaram de novo — rimos. 

— Aqueles dois são terríveis! — David comentou e logo emendou uma pergunta — Cos e Del? 

— Elas confirmaram que vem, mas até agora… — parei minha fala ao sentir meu celular vibrando no bolso. Peguei para conferir o que era e abri um sorriso ao ler a mensagem — Acabaram de chegar, vou abrir o portão pra elas — me preparei para voltar para a sala, mas antes que pudesse realmente me mexer, ouvi Henry gritar. 

— Lotte! — meu filho passou por nós como um verdadeiro velocista e se agarrou a Charlotte, recebendo um abraço na mesma intensidade. 

— Eu também estava com saudades, Henry! — desfizeram o abraço e logo seus olhos verdes se voltaram para nós — Boa tarde! — falou com seu jeitinho tímido. 

— Boa tarde, querida! — a respondi já puxando-a para um abraço — E suas mães? 

— Estamos aqui! — Cosima entrou animada, com Delphine logo atrás dela, estampando um largo sorriso no rosto. 

— Até que enfim chegaram! — Emma exclamou, enquanto as cumprimentava e todos nós fizemos o mesmo — Como entraram? 

— Elas pularam o muro, Emma! — a voz de Zelena chamou a nossa atenção e logo a vimos com Roland no colo, e Kristin com Margot. 

— Amor, deveríamos reavaliar a segurança da nossa casa, olha o tipo de gente que tem acesso fácil a nós — minha esposa falou num tom sério, que fez todos nós darmos risada. Logo ela se aproximou da minha irmã — Oi, Zel! 

— Se eu soubesse que você iria ficar abusada desse jeito, teria te ameaçado mais quando nos conhecemos, Swan! — Zelena respondeu com um certo deboche na voz. 

— Swan-Mills, por gentileza… — minha irmã revirou os olhos para sua fala — Agora me dá meu sobrinho aqui! — falou já pegando Roland em seu colo. 

— Meus braços agradecem! — rimos da sua careta e logo todos se cumprimentaram. 

Como era de costume, Margot passou um tempo no meu colo, enquanto Roland aproveitava o colo de Emma. Os dois eram muito apegados a nós duas e isso sempre causou um certo rebuliço entre todos, pois éramos consideradas as tias favoritas, o que nos deixava cheias de pompa para nos gabar do posto. Enquanto as crianças brincavam, nos sentamos na mesa que havíamos montado ali e nos perdemos em assuntos triviais. Era mais que notável o quanto os anos nos aproximaram e nos transformaram em uma grande família. Tínhamos nossas diferenças e por vezes brigávamos, mas nunca era algo sério o bastante para abalar nossos laços. 

Parei por alguns instantes e apenas observei cada um. Era reconfortante estar ali entre aquelas pessoas. Seus sorrisos me deixavam feliz, era algo além do que eu conseguiria explicar. Me sentia completa em meio a todos aqueles rostos. A sensação de paz, conforto e pertencimento era constante. Senti a mão de Emma tocando a minha perna e logo sua voz me arrancou dos meus devaneios. 

— Está tudo bem, meu amor? — sua pergunta me fez sorrir ainda mais, sentindo o peito transbordar. 

— Está tudo mais que bem, querida! — deixei um beijo casto em seus lábios e logo senti uma bolinha de papel acertando meu rosto. 

— Para com essa melação, Regina! — Zelena protestou — Vocês duas ficaram muito melosas com o tempo, ninguém aguenta. 

— Olha quem fala, né Zelena!? — Emma respondeu — Você e a Kris são piores que nós duas quando querem. 

— E vocês querem sempre — Belle completou, fazendo minha irmã arregalar os olhos. 

— Não tem como discordar disso, meu bem! — Kris a abraçou e deixou um beijo em sua bochecha — Somos um enorme pote de mel, Lena! — rimos outra vez e logo nos perdemos em assuntos de trabalho. 

David, Emma, Cos e Del pontuaram como andavam as pesquisas que estavam fazendo no Instituto e que os novos cientistas eram realmente muito bons, enquanto Belle deixava claro o quão complicado era lidar com a minha agenda e todas as demandas dela. Kristin dizia que trabalhar com a Polícia Federal era tão complicado quanto trabalhar com o FBI e que os casos eram até um pouco mais complexos de se resolver. Zelena que os projetos estavam a mil na construtora que era sócia. 

— Cheguei! — a voz de Ruby cortou nossa conversa, atraindo nossa atenção — Já podem parar de chorar! — vi o momento exato em que os olhos de Emma e Zelena reviraram, me fazendo rir. 

— Achei que já estavam no caminho e que chegariam antes da Zelena, que sempre se atrasa — minha esposa falou já se levantando e envolvendo Ruby em um abraço. 

— Acontece que eu esqueci uma coisa muito importante e tivemos que voltar para buscar — Luccas respondeu. 

— Aposto que a Fiona adorou isso — minha irmã comentou, enquanto cumprimentávamos as duas recém chegadas e já íamos nos acomodando em nossos lugares outra vez. 

— Você não faz ideia do quanto! — Murray respondeu com o semblante fechado. 

— Tive que ouvir ela reclamar o caminho todo, mas já dei um jeito de reverter essa situação — seu sorriso era malicioso e o seu tom sugestivo, fazendo todos nós torcermos o nariz para o seu comentário.

— Por favor, poupe os nossos ouvidos! — Belle comentou nos fazendo rir ainda mais, o que chamou a atenção das crianças que, assim que notaram a presença das duas, se aproximaram e mais uma vez houve uma festa. 

Assim que os ânimos se acalmaram, Cosima nos avisou que Scott e Neal tiveram um problema com o voo que pegariam e não poderiam estar presentes, mas que ligariam mais tarde. E assim foi, após almoçarmos e assistirmos ao vídeo do nosso casamento - outra vez, a pedido de Hope - e relembrarmos de todas as peripécias que fizemos naquele dia, o celular de Emma tocou e nos perdemos numa conversa extensa, porém agradável. Surpreendendo a todos, Cassidy e Smith se tornaram grandes amigos, e a aproximação foi inevitável. Quando menos esperávamos, os dois assumiram que estavam apaixonados e que iriam se conhecer aos poucos. Apesar de ser inesperado, ficamos felizes com a notícia, afinal os dois mereciam viver a felicidade e agora ela era nítida em seus olhos.

Eu não sei o que vocês pretendem, mas terão que se esforçar pra fazer um casamento muito bom — Neal falou, se dirigindo a Ruby e Fiona. 

Realmente, os últimos foram memoráveis. Vocês não podem quebrar essa tradição! — Scott completou. 

— E quem disse pra vocês que seremos as próximas a casar? — Fiona questionou com uma das sobrancelhas erguida. 

— Será que é porque vocês estão juntas há anos? — Emma perguntou de maneira óbvia. 

— Isso não quer dizer nada, raio de Sol! 

— Murray, você está enrolando a Ruby ou é ela quem não aceita seus pedidos? — David perguntou. 

— Diz ela que não está pronta — a morena respondeu de maneira simples e logo em seguida levou um tapa por isso — Aí! Eu não menti, Ruby Luccas! Já pedi duas vezes e você me disse não, então agora se quiser casar comigo, terá que pedir — fingiu uma expressão emburrada. 

— Acho melhor você se apressar com isso, Ruby! — Belle soltou em meio a risadas. 

— E vocês dois, quando vai sair o casamento de vocês? — Kristin perguntou para David e Belle. 

— Depois que a Luna nascer — meu irmão respondeu orgulhoso, nos fazendo sorrir. 

— Não quero ficar presa dentro de um vestido de noiva, com essa barriga imensa. Não deve ser nada confortável — fez uma careta que nos fez gargalhar. 

Bom, então eu acho que nós teremos que nos esforçar, amor — Neal comentou, fazendo toda a nossa atenção se voltar para eles — Pelo visto, os próximos somos nós! 

— Estão falando sério? — perguntei antes de todos e logo em seguida os dois assentiram. 

Neal fez o pedido ontem — Scott ergueu a mão, mostrando a aliança em seu dedo, nos fazendo comemorar. Parabenizamos os dois e falamos sobre datas, já começando a nos empolgar com a ideia. 

— Acho que devemos aproveitar o clima e contar logo o que planejamos. Eu estou ansiosa! — Zel falou empolgada, me fazendo franzir as sobrancelhas. 

— Eu também acho que é um ótimo momento — Belle concordou, fazendo todos a seguir — Quem começa? — no momento em que a pergunta foi feita, ouvimos a campainha tocar. 

— Acho que essa é a deixa para que eu e a Fiona comecemos — Luccas se levantou animada e foi seguida por Murray. Olhei para Emma e ela carregava o mesmo semblante confuso que eu. De repente, eu vi dois vultos de quatro patas correndo em direção ao quintal, assustando as crianças e as fazendo gritar, para logo em seguida brincarem com os dois cachorros que pulavam animados. Olhei de Ruby para Fiona e as duas carregavam um sorriso largo no rosto — Bom, nosso presente é mais para as crianças, do que para vocês — riram e eu não consegui não acompanhar.

— Mas é de coração, podem apostar — Fiona comentou e logo vi Hope correndo em nossa direção e se jogando em cima de Emma. 

— Mamãe, eles são nossos? — perguntou animada e com um sorriso enorme no rosto. Senti meu coração saltar. Era sempre assim quando um dos três sorria pra mim. 

— Olha, meu amor, eu não sei — os olhinhos da nossa filha ficaram tristes por alguns segundos, mas logo Emma tratou de olhar para mim e prosseguir — Mas, o que você acha de perguntarmos para a sua mami o que ela acha? — os dois pares de esmeraldas me olharam brilhantes, me fazendo ter que segurar a vontade de apertá-las. 

— Mami, eles são nossos? — olhei para a minha pequena, que sorria como se fosse o melhor dia da sua vida. Emma me olhava da mesma forma e, mesmo depois de anos, eu ainda me surpreendia com o fato delas serem tão parecidas. Henry se aproximou de nós também, suado e sorrindo como quem faz um pedido sincero. Seus olhos castanhos gritavam expectativa. 

— Bom… — fingi pensar e olhei para todos eles outra vez, carregando o semblante mais sério que eu conseguia — Não podemos recusar um presente, certo? Seria falta de educação — sorri no final da fala, observando a surpresa em seus olhos. 

— É sério, mãe? — eu assenti e os dois me abraçaram apertado ao mesmo tempo — Hope, precisamos escolher os nomes. Tia Ruby, é um macho e uma fêmea? — Ruby apenas assentiu também. 

— Então, eu quero que a fêmea se chame Salada. O que você acha, Henry? — minha pequena falou. 

— Eu amei, Coelhinha! — rimos — E que tal o macho se chamar Milkshake? — meu Pequeno Sol não respondeu com palavras, apenas se jogou contra o irmão e o abraçou apertado, comemorando a escolha dos nomes. 

— Obrigada, mami! Obrigada, mamãe! — me abraçou e fez o mesmo com Emma em seguida — Eu amei o presente, tia Ruby e tia Fiona! — falou e saiu correndo para perto dos primos e dos novos integrantes da família, tendo Henry logo atrás. 

— O que eu não faço pra ver esse sorriso no rosto deles — comentei, fazendo minha esposa arrancar um selinho meu e todos sorrirem. 

— Bom, acho que agora somos nós — Delphine chamou nossa atenção e colocou um envelope em cima da mesa — Esse é o nosso presente para vocês. 

— Fomos convidadas para fazer algumas palestras em Nova York, mas vai cair bem no mês de aniversário da Lotte e já temos uma viagem programada, então indicamos o nome de vocês — Cosima completou — Serão quinze dias de palestras, mas vocês só irão ministrar seis delas. Quatro sozinhas e as duas últimas, juntas. 

— No envelope tem os convites, as credenciais e os assuntos. Acredito que irão gostar — Emma me olhou, ainda sem entender o que acontecia e eu a olhei sentindo meus olhos brilharem. Conversamos por uma troca de olhares, por alguns instantes, até que ela se pronunciou.

— Mas nós não podemos… — foi interrompida. 

— Eu assumirei o Instituto enquanto estiverem fora — Nolan falou firme, não nos dando chance de retrucar — Eu e as meninas daremos conta de tudo por aqui.

— E não se preocupem com as crianças, ficaremos de olho neles também — Belle acrescentou — Ah! Já estava me esquecendo — estendeu a mão para David, que lhe entregou um envelope também — Aqui! Fizemos umas reservas para vocês em um restaurante e em um hotel luxuosol… — usou um tom sugestivo e um sorriso malicioso — Para aproveitarem e já fazerem uma segunda lua de mel. 

— Vocês não precisavam fazer nada disso, vocês sabem né? — perguntei. 

Sim, nós sabemos! — Neal e Scott falaram em uníssono, me fazendo lembrar que ainda estávamos em videochamada com eles — Mas não estraga o momento, Regina. Deixa a gente terminar! — Cassidy completou e eu ergui as mãos, demonstrando rendição.

Neal e eu ficamos com suas passagens, tanto de ida quanto de volta e também deixamos uma surpresa a mais junto com o presente da Zel — Smith completou — Emma, tenho algo pra você — ela respondeu com um “hum”, incentivando ele a prosseguir — Um pesquisador conhecido, está precisando de uma consultoria lá na universidade de Columbia, então eu indiquei você. É algo da nossa área e eu sei que você vai acabar ajudando mais do que eu. Você pensa fora da caixa e é disso que ela tá precisando.

— Já que o nosso querido Scottie comentou sobre o meu presente, vou já dizer que vocês não podem brigar comigo e que eu não aceito devolução — minha irmã falou, me deixando um pouco preocupada. 

— Não sabíamos como vocês iriam reagir e eu até tentei falar pra Lena para mudarmos nosso presente, mas vocês conhecem bem essa ruiva. Nada segura essa mulher — rimos. 

— E é por esse motivo que vocês me amam — revirei os olhos, mas deixei um sorriso singelo surgir nos meus lábios — Mas, para conseguir explicar o meu presente, preciso de ajuda. Ruby, por favor! 

— Claro! — Luccas se pronunciou — Acredito que você se lembre de ter me pedido para vender sua casa em Nova York há alguns anos, raio de Sol.

— Sim e falei pra você que não queria saber da parte financeira, gostaria que ficasse para a Granny — Emma respondeu.

— Exatamente! Mas, você sabe como ela é, não sabe? — minha esposa revirou os olhos, mas concordou — Então, ela deixou esse dinheiro guardado e disse que saberia o momento certo de mexer nele. Quando comentamos sobre o aniversário de vocês e a ideia de presente da Zel, ela não pensou duas vezes em disponibilizar a quantia para colocar em prática os planos dessa ruiva.

— Que seriam? — perguntei curiosa. Todo aquele suspense estava me deixando um pouco nervosa. 

— Sua casa estava lá, abandonada e eu sei o quanto você ama ela. Tanto quanto essa aqui! Sei também que quando me disse que queria vender ela, você não queria isso realmente — sorri. Zelena estava certa, eu não queria vender aquela casa — Pensando nisso e, conhecendo você como eu conheço, decidimos fazer uma reforma nela — olhou de relance para Kristin, buscando apoio. 

— Não foi fácil! Você sabe, a Zel não aceita menos que a perfeição — rimos com sua fala. Naquela altura da conversa, meus olhos já estavam bem mais marejados. Todos aqueles gestos, demonstrando o quanto nos conheciam e se importam conosco, estava me deixando muito sensível — Mas deu certo.

— Deixei a chave na minha casa, vocês vão saber onde — sorriu largo. 

— Amor, tenho a sensação que eles estão querendo se livrar de nós duas — Emma brincou, com os olhos marejados, iguais aos meus. 

— Eu também acho, querida — respondi.

— Sabemos o quanto vocês gostam de lá e o quanto estava fazendo falta para vocês — David comentou. Encontrei os olhos de Emma me olhando com intensidade e deixando claro que iria comigo para onde fosse. 

— Vocês irão cuidar bem dos meus filhos? — perguntei para Belle e meu irmão, mesmo sem desviar os olhos de minha esposa.

— Como se fossem nossos! — minha cunhada respondeu — E podem ficar tranquilas, no momento em que pedirem, nós os levamos até vocês. 

— Planejamos tudo isso, pensando no tempo que faz que vocês duas não passam alguns dias juntas, namorando — Cosima falou com um sorriso largo nos lábios. 

Sem contar o tempo que não fazem o que tanto amam — foi a vez de Scott.

— Mesmo que ainda trabalhem na área de vocês, sabemos a diferença que faz entrar de cabeça em pesquisas ou palestras. Achamos que seria um bom combo de presentes para comemorar mais um ano de casadas — Fiona corroborou. 

— Temos escolha? — minha esposa perguntou, mas com seus olhos verdes ainda presos aos meus. 

— Não! — responderam todos juntos.

— Bom, já que vocês estão nos dando um grande leque de opções… — desviei do olhar de Emma por alguns instantes e todos riram do meu comentário. Voltei a olhar para Emma e seus olhos me diziam que ela já tinha topado tudo aquilo e sabia que eu também — Acho que faremos uma viagem a Nova York, Dra. Swan.

— Eu tenho certeza disso, Dra. Mills!

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