A Garota do All Star Azul || ✔

By YdGoes

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"Ela era definitivamente a garota mais estranha que conheci! Mas foi a mais incrível." 2022 Ares do Campo, Go... More

INÍCIO E PERSONAGENS
EPÍGRAFE
CAPÍTULO 01: Bruxas verruguentas e diretoria
CAPÍTULO 02: Espiões e primeiros encontros
CAPÍTULO 03: Atrasos e skates caros
CAPÍTULO 04: Garotas grudentas e pais fanfiqueiros
CAPÍTULO 05: Festas na piscina e cantores de quinta
CAPÍTULO 06: Bicicletas vagabundas e muralha da China
CAPÍTULO 07: Futuras profissões e cavaleiros do século XX
CAPÍTULO 08: Um crush no Roberto e vermes na barriga
CAPÍTULO 09: Karaokês improvisados e a flecha do cupido
CAPÍTULO 10: Torneios de skate e Buzz Lightyaer
EPÍLOGO: Cinturão de ouro e um salto azul anil
AGRADECIMENTOS
PRÊMIOS 2023

CAPÍTULO EXTRA: Flashbacks e pezinhos de bisnaga

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By YdGoes

Francisca de Fátima

Eu estava deitada lendo um livro em plena primavera de Ares de Campo, a cidade onde tudo começou. Mesmo que não more mais aqui, gosto de vir sempre que possível para não me esquecer da incrível áurea que tem esse lugar. Definitivamente amava tudo que aqui trazia, desde a paz inteiror — totalmente diferente do ambiente corrido da cidade grande — até os poucos estabelecimentos que existiam.

Nesse momento, por exemplo, minha única preocupação real era saber se Ártemis iria ceder aos seus sentimentos por Willian ou se casar com um desconhecido qualquer por conviência... Romances eram meu ponto fraco do meu ponto fraco.

— Então, o que está acontecendo agora? – Meu marido pergunta enquanto faz pequenas carícias na minha cabeça e sorrio me deitando de lado para vê-lo melhor.

Os raios laranjas do pôr-do-sol refletiam em sua pele e João sorria docilmente para mim com as pequenas rugas de idade começando a aparecer no seu rosto, o que só lhe fazia ficar ainda mais atraente. A cada dia, eu tinha certeza que havia escolhido a pessoa certa para me casar.

João Pedro Guimarães da Silva era o homem mais incrível e lindo, tanto por dentro quanto por fora, que eu já tinha conhecido na minha vida! Além de ser dono do melhor e mais viciante beijo do mundo.

O tempo só havia acentuado ainda mais isso.

— Uma confusão. – Sou sincera e ele ri, fazendo seus ombros balançarem levemente.

— Não mais que a nossa vida, tenho certeza. – Aceno concordando.

Eu e meu marido passamos por tanta coisa depois que nos reencontramos que, se fizessem um filme, diriam que era fictício. Solto uma risadinha cúmplice e flashbacks de anos atrás atingem meu sistema nervoso: no dia em que recebi a notícia de que iria entrevistar o tal Pantera, eu automaticamente associei o nome ao meu Pantera.

Não serei hipócrita em dizer que desde que fui a São Paulo nunca mais ouvi falar dele. João se tornou um fenômeno dentro do UFC e, como entrevistadora esportiva, o mínimo que poderia ter de conhecimento eram os nomes brasileiros que se destacavam lá fora. Então, quando vi que era com ele que eu teria uma conversa, algo no meu interior se acendeu como na época de adolescência. Uma chama que ficou por muitos anos esperando o alguém específico para ressurgir.

Então, assim que o vi naquele lugar todo machucado pela luta, mas incrivelmente tranquilo e cansado, dando-lhe um ar sexy e atraente, eu me senti como a Fátima nervosa e ansiosa de dezesseis anos por dar monitoria para o crush de adolescência. Porém, me recompus obviamente, porque, além de soar totalmente patético, também não tinha certeza se ele estava solteiro ou não.

Eu lembrava que a alguns anos atrás ele namorava com uma mulher linda — ao ponto de intimidar qualquer um do sexo feminino — e muito bem sucedida no mundo da moda, um clichê devo dizer. Rosaline é como a Barbie: bela, loira, elegante, vai aos ambientes mais requisitados do país e anda somente com pessoas que exalam dinheiro só de chegar perto. Ela é perfeita em todos os sentidos.

Enquanto eu, sempre tive o espírito competitivo e selvagem por natureza.

Aos dezoito anos sofri um acidente de carro — que, pela coincidência do destino ou não, foi o mesmo que aconteceu com meus pais. Eu estava numa fase rebelde da vida com amigos tão maus exemplos quanto. Eu queria fazer tudo que me privei durante anos.

Queria mostrar que era não era perfeita como todos diziam.

Queria não ser eu mesma por algumas noites.

Mas, não deu muito certo. As únicas coisas que ganhei foram uma quase morte, a mensagem de que tia Berenice havia sofrido um ataque cardíaco pela notícia do acidente e uma cicatriz na testa.

Uma bela entrada triunfal na vida adulta, não acham?

Entretanto, não tenho o que reclamar. Minha tia sobreviveu ao ataque e, segundo a perícia, foi um milagre eu ter sobrevivido, visto que todas as outras pessoas que passaram pelo o que passei morreram lá. Então, acabei levando aquilo como um aviso divino de que precisava mudar a minha vida.

Deus me deu uma segunda chance, e eu faria valer a pena.

Depois de tudo isso, resolvi tentar ser a Fátima de antes, mas eu não a achava, pois ela morreu — não totalmente, mas ela não existia mais como antes. Eu necessitava encontrar a nova versão: a madura e juizada.

E assim começou minha jornada rumo ao esporte. Por mais que o skate não seja mais algo que pratique com frequência, ele ainda faz parte de mim e é minha recordação infinita da infância e adolescência. Então, seguindo essa vertente, fiz vestibular para aquilo que sempre me interessou internamente: jornalismo. Comecei de baixo, ralei ao ponto de sofrer diversas injustiças dentro daquele ambiente, mas cheguei onde estou hoje, sendo uma das maiores âncoras do Sportv.

E não me arrependo de nada.

Cada sorriso, lágrimas escondidas dentro do banheiro, discussões, algumas tentativas de assédio, pessoas que me apoiaram e viagens cansativas, tudo foi contribuinte para me tornar a pessoa que sou hoje.

É, essa foi a história da minha carreira: nem fácil nem impossível.

Quando crescemos, ninguém avisa que vem de cortesia algo que a adolescência não proporciona: o mundo real. Enquanto estamos dentro da nossa caixinha e sempre sendo protegidos pelos pais e responsáveis, não temos noção de como as coisas realmente são. Ou seja, assim que elas vêm, você se assusta, mas não desiste porque sabe que, se o fizer, não haverá ninguém que lute por você.

— Amor, você está bem? Ficou meio pensativa de repente... – Sinto a mão do meu marido fazendo carinho no meu rosto e acordo das divagações.

— Só estava pensando em como viemos parar aqui... Foi tanta coisa que às vezes me assusto. – Rio e ele acompanha.

— Tem razão. Fomos o Clark Kent e a Louis Lane da vida real. – Solta uma risada. — Acho que eu poderia tentar escrever um livro da nossa vida! Ele teria uma vibe fofinha e apaixonante, mas triste por um curto período de tempo. Só não sei ainda qual seria o nome... – Fica com um olhar pensativo e sorrio, encostando a cabeça em seu peitoral meio exposto pela blusa de botões parcialmente aberta. Ele agarra minha cintura gentilmente e um pouco possessivo.

Quando o João ficava com aquela cara, tinha certeza que estava pensando em mil e uma possibilidades de fazer aquilo acontecer, além das diversas coisas sem sentido que se passam por sua cabeça que só Deus saberia decifrar. Mas eu adorava cada detalhe.

João tinha uma essência diferente das demais pessoas e isso o fazia se destacar em meio a elas.

Por mais que alguns o achassem estranho, eu sempre o achei fascinante. A forma como ele levava a vida e deixava o ambiente mais leve foram as duas coisas que mais me chamaram a atenção quando ele entrou pelas portas da nossa escola a quase vinte e cinco anos atrás... Eu amo cada detalhe dessa coisinha indecifrável e romântica.

Confesso que não imaginava que ele sentisse algo por mim depois de tantos anos. Ele havia namorado com Rosaline durante dois, oras!

O que era eu ao lado daquela mulher?

Hoje em dia, depois de algumas conversas esclarecedoras entre nós e outras que não seriam apropriadas para menores de dezoito anos, eu sei a verdade. Entretanto, eu fiquei muito insegura no início. João havia se tornada o sonho de consumo de qualquer mulher com três neurônios na cabeça. Ele não era mais o garotinho que conheci no inteiror de Goiás, mas, sim, um homem feito e muito bem remunerado com a possibilidade de ter qualquer mulher que quisesse na hora que bem entendesse.

Porém, para piorar um pouco mais a situação, a vaca da sua ex namorada — desculpe o termo, mas é a melhor forma de descrevê-la — apareceu cinicamente querendo voltar e se engraçando para ele, assim que especulações do nosso relacionamento vieram à tona nos sites de fofoca, como se eu não pudesse existir na vida dele ou não fosse digna para os seus padrões. Rosaline queria brincar com os sentimentos dos outros. Sempre quis. E, conhecendo o meu marido como o conheço, sei que ele nunca tinha percebido antes.

Sinceramente, minha vontade era dar um soco no seu nariz de cirurgia plástica, mas eu fui até bem racional. Em nenhum momento desci do salto por causa daquela mulher. Porém, graças a Deus, ela nos deixou em paz — depois de muito custo, ressalto — e está num relacionamento ioiô com James, o empresário do João.

Ouço uma risadinha suspeita e ergo as sobrancelhas, levantando o corpo para vê-lo melhor. João tinha uma feição divertida.

— Não irá me dizer que está pensando na Rosaline? – Desafia-me e bufo, revirando os olhos com impaciência. — Eu acertei, não acertei?

— Sim. – Respondo a contragosto e ele ri alto e meio escandaloso.

— Sabia! Você sempre fica com um olhar assassino de Sexta-feira 13 quando se trata dela. – Aos poucos diminui a risada, transformando o formato de seus lábios altamente convidativos em um sorriso preocupdo. — Amor, sabe que não precisa se preocupar mais com ela. Eu escolhi você, lembra? Foi para você que eu disse "sim" no altar. Não ela. E, principalmente, é você quem eu amo.

Por uma breve fração de segundos, meus olhos se enchem de lágrimas e João beija meus lábios demorada e devotamente. Sinto também os muros imaginativos que criei por esse curto período se desmoronarem numa facilidade imensa. Ele sempre teve esse poder sobre mim. O que era uma coisa boa e assustadora ao mesmo tempo.

— Eu te amo, Fátima. Nunca se esqueça disso. – Desliza os dedos pelo meu rosto e encosta nossas testas, antes de me dar um último beijo na bochecha.

— Eu também te amo, João. – Respiro fundo e sinto seu perfume viciante, o mesmo que usava desde que nos conhecemos, entrando por minhas narinas. — Desculpe. Não queria que você precisasse fazer isso.

Eu estou muito envergonhada agora. Por mais que tente esconder, o lado tímido e um pouco ciumento da Fátima de dezesseis anos ainda insisti em existir.

João solta outra risadinha e me dá um selinho rápido.

— Não é como se eu fosse inocente também. Aquele seu diretor sem vergonha nunca me desceu. – Faz careta e eu solto uma gargalhada dessa vez.

O "diretor sem vergonha" é o Samuel Camargo, meu chefe e companheiro de tela que vivia me chamando para sair quando estava solteira. Porém, acredito que, se desse brecha, ele continuaria tentando até hoje.

— Coitado, amor! Não era para tanto. – Tento defendê-lo, mas internamente rindo pela expressão desacreditada de João.

— Não era para tanto?! Aquele raparigo falta se jogar em você e falar: me chama de largatixa e me joga na parede, bebê. – Debocha e minha barriga dói de tanto rir agora. — Eu estou falando sério, Fátima! Samuel é um sem o que fazer que dá em cima até da própria sombra por carência. – Faz um mini monólogo sobre a falta de atributos de Sam, e eu ouço, rindo.

— Tudo bem, tudo bem. Já entendi que ele é um carente. – Acalmo-o e, quando vou dar um outro beijo, somos interrompidos por um chorinho dengoso. — Pelo visto teremos que deixar isso para depois. – Falo com a boca próxima a sua, e nós dois rimos antes de eu me virar e pegar o nosso filho mais novo de um ano e meio que acaba de acordar no colo.

Ajeito-o nos braços e o balanço levemente para se acalmar. Porém, meu pequeno príncipe já estava disperso o suficiente para se espreguiçar e acabar chutando um pé do protótipo de all star verde que calçava, deixando um de seus pezinhos de bisnaga amostra.

— Essa noite será mais fria do que esperávamos. – João avisa enquanto observa o tempo e concordo. — Melhor irmos logo, amor. Sabe como a Lelê é sensível à mudança de tempo. – Olhamos para a árvore a menos de dois metros de distância e vemos nossa princesinha tentando encontrar algum bichinho no tronco e soprando bolinhas de sabão. Sorrio com os lábios e não demora para nos levantarmos, pegarmos as coisas e irmos andando até ela.

Estrelas já despontavam em nossas cabeças e o barulho das cigarras começa a ficar cada vez mais nítido. Além disso, um vento frio repentino aparece e arrepia meus pelos, fazendo-me abraçar Bruno ainda mais a mim.

Apesar de morarmos em São Paulo — devido aos trabalhos —, admito que preferiria criar os nossos filhos aqui. Ares do Campo era um lugar ótimo para crianças. Porém, infelizmente, nem tudo acontece como gostaríamos.

— O que pensa que está fazendo, hein, bolotinha? – João pega nossa filha pelos braços, erguendo-a do chão.

Risadas gostosas de surpresa e divertimento de Letícia ressoam e acredito que poderiam ser ouvidas de longe, fazendo-me sorrir ainda mais vendo a cena.

— Mamãe, o papai tá fazendo cosquinha. – Lelê fala entrecortado, rindo.

— Dê o troco nele, meu amor. – Sugiro e não demora nem dois segundos para ela fazer o quê falei.

Eu e João tivemos a Lelê a cinco anos atrás. Minha florzinha é a cópia fiel do João em praticamente todos os aspectos: astúcia, esperteza e, principalmente, na criatividade. Letícia era como a versão feminina do meu esposo.

Já o Bruninho, apesar de ainda muito novo, mostrava-se peculiar quanto a tudo que fosse da cor verde, desde roupinhas até comidas, incluindo vegetais.

— Tá bom, tá bom. O papai desiste, você ganhou! – João fala cansado e Lelê ri de alegria.

A idade já chegava para todos.

Logo começamos a caminhar em direção ao carro, mas Bruno começa a "falar" algumas coisas na linguagem típica de bebês.

— Fome. – Digo, entendendo o quê ele quis dizer.

Todos olhamos para o caçula que tem uma carinha de choro com um bico enorme de tramaticidade. Nem parece que tinha acabado de comer um cacho inteirinho de uvas a menos de cinquenta minutos antes de cair no sono.

— Até hoje não sei como você compreende. – João fala, e rio cúmplice dizendo que todas as mães têm esse "poder" especial.

Bruninho funga para aumentar o teatrinho.

— Nós já vamos, tá bom, meu amor? – Dou um beijinho em sua testa. Bruninho sorri e tenta descer do meu colo para ir correndo para sei lá onde.

— Esse é dramático igual você. – Uma careta se forma em meu rosto assim que ouço a voz do meu marido.

— É verdade, mamãe. É como se o Bruninho tivesse sido feito numa lojinha de xerox, mas faltou tinta e aí fizeram ele menino. – Lelê fala e balanço a cabeça, negando.

Crianças.

— Tudo bem, senhorita dona da lojinha de xerox. Já entendi que eu e seu irmão somos os excluídos dessa família. – Dramatizo, mas no fundo sabendo que ambos tem razão.

— Eu disse que ela é dramática. – João diz e acabo rindo com a nossa filha. — Mas agora nós vamos mesmo. Ainda temos que visitar a bru... tia Berenice. – Se concerta, e sopro uma risada por sua confusão. Tínhamos combinado de que ele estava terminalmente proibido de falar isso perto dos dois para eles não aprenderem e dizerem "bruxa" sem perceber.

Rapidamente entramos no carro depois, colocamos o cinto de segurança em nós e neles e partimos. Já quanto ao caminho até a casa de titia, foi tão tranquilo que ambas as crianças dormiram com facilidade.

— Eles são lindos. – João diz olhando de esguelha para mim e sorrio, voltando as minhas orbes castanhas totalmente em sua direção.

— Fomos nós que fizemos. É claro que eles são! – Rimos e ele volta a se concentrar na estrada. Já eu, aproveito e faço cafuné em sua nuca.

Nesse momentos, tenho certeza que fiz o certo em me permitir amar novamente esse cara que me surpreende todos os dias. Sei que não somos perfeitos e que haverão algumas discussões vez ou outra, mas sei que não desistiremos um do outro tão fácil assim.

Eu e ele sempre fomos bem opostos, assim como o polo positivo e negativo. Porém, de acordo com as leis da física e da nossa experiência, também somos atraídos um pelo outro, mesmo que tentemos fugir. E agora com os nosso filhos, sangue do nosso sangue, sei que essa decisão foi a mais certa que tomei na minha vida.

Eu amo todos eles.

— Querida? – Me chama e o olho. João estava com um semblante tranquilo. — Já sei o nome do livro.

Ah, é?! E como seria? – Pergunto realmente interessada.

— "A Garota do All Star Azul".

💙💙💙

SOU CORAÇÃO MOLE MESMO, FOD#-SE! 😪

POV: A Lelê conhecendo o irmãozinho no dia do nascimento dele 🥺

Neném fez neném! 😭
Ai, gente, estou soft e me sentindo velha sksksksk

Mas, bom, foi isso e espero que tenham gostado desse capítulo extra narrado pela nossa Fafa adulta.

Ele foi feito porque sou trouxa e quis relatar como acredito que seja o futuro do nosso casal 🤧

Por último, queria dizer que "Ela é Ella" foi publicado!
👁👄👁🍷

Foi isso e até uma próxima obra!
Não se esqueçam de votar.

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