Entre Tubos de Ensaio

By MK0815

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Após se formar em Imunologia pela Universidade de Columbia, em Nova Iorque, Regina Mills recebeu a proposta d... More

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A queda do Império
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Acertando as pontas

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By MK0815

Boa tarde! Tudo bem com vocês? Eu espero que sim!!

Trago o penúltimo capítulo desse neném pra vocês (é não tô pronta também) e eu espero que vocês gostem de como as coisas foram encaminhadas até aqui.
Já quero começar a agradecer vocês por estarem aqui, por lerem, comentarem e se envolverem. Essa foi a minha primeira fic SQ, então obrigada pela ótima recepção que me deram... Com certeza voltarei com mais outras!!

Bom, deixarei as despedidas mesmo para o final da semana, quando voltarei com o derradeiro.

Tenham uma ótima leitura!

____________________________________________

Regina 

Não saberia dizer em que momento havia pegado no sono, mas ter ficado tão aconchegada a Emma, somado aos últimos acontecimentos e o fato de que não tínhamos descansando entre as viagens, me fez simplesmente apagar. Só fui despertada por alguns beijos castos de Emma em minha testa e sua voz me chamando baixinho. 

— Chegamos, querida! — abri os olhos devagar, enquanto tentava me acostumar com a claridade. Me ajeitei no banco e olhei pela janela, constatando que estávamos em frente ao portão da minha casa. Olhei para frente e encontrei os olhos de David através do retrovisor. 

— Qualquer coisa me liga! — a voz do meu irmão saiu baixa, mas carregada de preocupação, eu apenas assenti em concordância. 

— Obrigada! — falei, chamando a atenção também de Ruby. 

— Não precisa agradecer, Regina! Somos família agora e família serve para essas coisas — por mais que sua voz estivesse mais calma, era nítido em seus olhos que ela ainda estava bastante abalada. 

— Eu te ligo pela manhã, Chapeuzinho! — Emma deixou um beijo em sua bochecha e se virou para David — Diga para a Murray cuidar bem da minha irmã, caso contrário eu terei que visitá-la para termos uma séria conversa. Ela não irá gostar!  — nos despedimos como pudemos e logo estávamos adentrando o portão.

Emma segurou forte em minha mão, deixando claro que não me deixaria sozinha em nenhum momento. Caminhamos até a porta e eu a destranquei, passando na frente e tendo Emma logo atrás. Estava tudo calmo e silencioso demais, como normalmente era, mas naquele dia eu esperava ouvir passos e vozes de criança ou choro de bebê. Olhei o relógio para conferir as horas e constatei que já estava tarde. Isso explicava o silêncio. 

— Eu sei que foi um dia cansativo e que você deve estar sem apetite, mas vamos comer alguma coisa. Passamos o dia inteiro sem nos alimentarmos direito e eu não quero que a gente passe mal por conta disso — apenas assenti e deixei ela me conduzir até a cozinha. Quando chegamos lá, me sentei em uma das banquetas e Emma pegou algumas frutas e as cortou, preparando uma salada rápida para comermos — Aqui, do jeito que você gosta. 

— E você sabe o jeito que gosto? — ela deu de ombros antes de me responder. 

— Você me falou uma vez e eu guardei a informação, só isso — sorri em sua direção e ela retribuiu o gesto. 

— Estamos conhecendo muito uma da outra e nem estamos percebendo isso — comentei, vendo-a concordar em seguida. Ouvimos alguns passos na escada e apenas esperamos minha irmã aparecer. 

— Que bom que chegaram! Estava preocupada! — veio até mim e me abraçou de lado, deixando um beijo em minha cabeça em seguida.

— Me desculpe por não te avisar, Zel! As coisas aconteceram rápido demais e eu dormi a viagem inteira de volta — pontuei. 

— Não se preocupe, Gina! Eu sei que as coisas não foram fáceis por lá, Kristin me ligou dando notícias e pediu para eu cuidar de vocês duas quando chegassem — fechei os olhos e respirei fundo, ainda tendo em minha mente tudo o que aconteceu naquele dia. 

— Realmente não foi fácil, Zelena! — Emma respondeu e isso me fez abrir os olhos. Suas esmeraldas me encaravam com carinho e cuidado, como se prestasse atenção em cada mínimo detalhe meu — Mas já acabou, a pior parte já foi. 

— Exatamente! E agora vocês precisam de um banho e uma bela noite de sono — minha irmã respondeu — E não se preocupem com as crianças. Hope é uma bebê muito calma e também é faminta, mamou duas mamadeiras antes de apagar. Henry queria esperar vocês chegarem, mas foi vencido pelo cansaço e pelo chocolate quente com canela que eu fiz para ele. 

— Não sabia que tinha todo esse dom com crianças, Sis! — comentei, enquanto Emma e eu levantamos. 

— Nem eu! — rimos — Mas aparentemente eu levo jeito pra coisa. 

— A Bauer vai adorar saber disso! 

— Ela já sabe! — respondeu e piscou em minha direção — Agora vão descansar e amanhã conversamos — apenas assentimos e seguimos para o meu quarto. 

Em silêncio, entramos em um consenso de que tomaríamos banho juntas e assim foi. Falamos o mínimo possível, mas o silêncio que nos rodeava não era ensurdecedor. Era algo confortável. Não sabíamos o que dizer, mas estávamos ali, mesmo sem palavras, falando tudo o que precisávamos ouvir. Nos deitamos e eu me aconcheguei contra o corpo quente e acolhedor de Swan, respirando fundo ao sentir seus braços rodearem meu corpo. Me senti segura ali. Segura e amada. Protegida como nunca antes e então deixei as lágrimas simplesmente caírem. Chorei até não conseguir manter os olhos abertos, mas ciente de que eu estava no melhor lugar que eu poderia estar: nos braços da mulher que eu amava. 

*******

Senti o braço de Emma pesando na minha cintura e respirei fundo. Tinha sido uma boa noite de sono, afinal estava exausta e meu corpo apenas desligou. Algumas cenas do dia anterior voltaram a minha mente e eu me mexi, um pouco incomodada. O aperto em minha cintura ficou um pouco mais firme. 

— Está tudo bem, meu amor! — sua voz soou baixa em meu ouvido e eu senti meu peito se aquecer. Me afastei um pouco do seu corpo, apenas para conseguir me virar e ter uma boa visão do seu rosto. 

— Não sabia que já estava acordada! — sorri levemente. 

— Digamos que eu não caí em um sono muito profundo essa noite, então quando você se mexeu eu despertei — colocou uma mecha do meu cabelo atrás de uma das minhas orelhas e deixou um beijo casto em meus lábios — Como você está? 

— Um pouco anestesiada ainda, mas acho que é normal, devido a todos os acontecimentos — suspirei. 

— Você é uma mulher muito forte, Regina! — senti meus olhos queimarem um pouco, denunciando minha vontade de derramar mais algumas lágrimas — Passou por muita coisa e não desistiu. Continua em pé e continua firme. Eu te admiro muito, não só por isso, mas principalmente por toda essa resiliência que você carrega dentro de você. 

— Emma, está muito cedo para você me fazer chorar. Não acha? — a vi sorrindo e se esticando um pouco para conseguir olhar o relógio no móvel ao lado da cama. 

— Cedo não é, já passa das 10h — arregalei os olhos — Acho que dormimos demais, Mills! 

— Estávamos exaustas, Emma! — pontuei — Vamos levantar antes que nossos corpos reclamem de fome — no instante em que fechei a boca, senti meu estômago doer e roncar, afirmando o que eu havia acabado de dizer. 

— Pelo menos dessa vez não foi o meu — e para lhe contrariar, seu estômago reproduziu o mesmo som que o meu. 

— O que dizia? — rimos e logo nos levantamos. Senti meu corpo doer em muitas partes, deixando claro que toda a tensão que havíamos vivenciado tinha deixado resquícios. 

Fizemos nossa higiene matinal juntas e deixamos o quarto para trás. Senti uma ansiedade repentina ao me lembrar que Henry e Hope estavam ali. Caminhei até os quartos que disse que seriam deles e os adentrei. As decorações eram simples, porém aconchegantes. Zelena tinha feito um ótimo trabalho. Senti as mãos de Emma em minha cintura e logo sua respiração estava contra o meu pescoço. 

— Depois voltamos aqui com eles, vamos tomar café… — apenas assenti e deixei ela nos conduzir escada abaixo. Na metade da escada pude ouvir o barulho da tv ligada, reproduzindo algum desenho que não reconheci. Não me lembrava da última vez que havia ligado o aparelho e ouvi-lo naquele momento me causou uma boa sensação. Sorrateiramente, Emma me conduziu até a cozinha, tentando não chamar a atenção de Zelena e Henry.

— Que coisa feia, Swan! — fingi um tom repreensivo. 

— Você sabe que não teremos paz depois que passarmos aquele portal — comentou com um sorriso na voz e eu fui obrigada a concordar. Sinalizei a cadeira para a loira sentar e fui pegar algumas coisas para comermos. Vi que minha irmã havia deixado o café pronto e também encontrei chocolate, que ainda estava quente. Ajeitei do jeito que sabia que Emma gostava e levei até ela — Realmente estamos nos conhecendo demais, Regina! — pontuou enquanto eu voltava até o balcão da pia para pegar alguns pães, queijo e torradas.

— E isso é algo ruim, Emma? — questionei com uma das sobrancelhas erguida.

— De jeito nenhum… — respondeu prontamente — Só é algo novo pra mim, nunca me envolvi com alguém dessa forma, então não sei bem como lidar com isso. 

— Está se saindo muito bem! — rimos —  Devo admitir que, apesar de já ter tido um relacionamento duradouro, eu nunca vivenciei a experiência de sentimentos e trocas que vivencio com você. Está sendo algo novo para nós duas — pisquei um dos olhos e ela sorriu em minha direção. Aquela manhã havia começado totalmente diferente do que eu achei que seria. Esperava algo mais tenso, pesado e cheio de  momentos tortuosos que ainda não haviam chegado e, pelo visto, não chegariam. Ficamos em silêncio por alguns instantes.

— Gostaria de passar alguns dias com você, se não se importar — iniciou sua fala — Eu sei que tem muita coisa para lidar e que pode ser até um pouco absurdo eu te pedir isso agora, mas eu queria saber se poderia me ajudar com a Hope. Eu não tenho experiência nenhuma com crianças e só levo jeito com as que já são grandes e sabem falar, então não sei se vou… — sorri de sua fala acelerada. Emma tinha a mania de falar demais quando estava nervosa e eu tinha certeza que ela não percebia o que fazia. Sorri mais um pouco, roubando sua atenção — O que foi?

— Você fala de maneira acelerada e sem muito sentido quando está nervosa, é adorável! — ela revirou os olhos e eu ri — E é claro que podem ficar aqui por alguns dias. Podemos nos ajudar, já que também não tenho nenhum jeito com crianças.

— Irá se sair bem, Regina! — afirmou.

— Você também, Emma! Laura não poderia ter escolhido uma mãe melhor para a pequena Hope — percebi seu corpo se retraindo um pouco e no momento em que iria questioná-la sobre isso, ouvi a voz de Zelena adentrar a cozinha. 

— Bom dia, dorminhocas! — vinha com a recém nascida no colo, que parecia resmungar um pouco — Eu estou apaixonada por essas crianças! — falou já me entregando Hope — Eles são adoráveis! Henry é um menino muito esperto e curioso, me lembra você quando criança, Regina — enquanto falava, Zelena ia se movendo pela cozinha, preparando, o que deduzi ser, uma mamadeira para Hope — Já essa garotinha aí é tranquila até demais. Quase não chora e dorme bastante — rimos e eu desviei os olhos da minha irmã para a bebê em meu colo. Ela era realmente linda, apaixonante e encantadora. Seu cabelo era quase dourado de tão loiro e quando seus olhinhos espertos se abriram, tentando reconhecer as coisas ao seu redor, notei que eram verdes iguais aos de Emma. 

— Você é linda, Hope! Parece um anjinho! — aproximei meu rosto de sua cabeça e inalei seu cheiro característico de bebê. Respirei fundo e deixei o ar sair. Olhei para Emma e seus olhos brilhavam com um misto de espanto e adoração. 

— Prontinho! — Zelena me entregou a mamadeira com um sorriso no rosto — Você pode dar essa, é bom que vai treinando. Ela bebe muitas num dia só — rimos — Eu vou ir ver a Kristin, se precisarem de algo é só me ligar — e saiu, nos deixando a sós. Percebi que os olhos de Swan seguiam firmes em mim e aquilo me intrigou. 

— O que foi, Emma? 

— Nada, eu só… — balançou levemente a cabeça em negativa e respirou fundo — Não é nada! Vamos ver como aquele garoto está? — assenti e me levantei, tendo ela em meu encalço. Sua resposta não havia me convencido, mas não insistiria. Na hora certa ela falaria comigo, se assim desejasse. Seguimos para a sala e assim que Henry nos viu, correu em nossa direção. 

— Regina! — falou já agarrando minhas pernas — Eu estava com saudades! 

— Eu também, querido! — senti suas mãozinhas apertarem mais a minha perna, quase me desequilibrando — Calma, Henry! 

— Ei, garoto! Vem cá! — Emma o pegou no colo, o deixando na mesa altura que nós duas — Pronto! Agora você consegue dar um beijo na Regina sem derrubá-la — ele sorriu travesso e deixou um beijo em minha bochecha, fazendo o mesmo com Hope e Emma em seguida — Como você está? 

— Eu estou bem! A tia Zelena cuidou muito bem da gente. Brincamos, assistimos um montão de filmes e ela fez chocolate quente pra mim. Eu nunca tinha tomado antes, mas eu amei — rimos da sua empolgação. 

— Esta parecendo você, Emma! — a loira me olhou com falsa reprovação e riu em seguida. 

— Eu pareço a tia Emma? — perguntou um pouco confuso. 

— Sim e sabe por que? — Swan perguntou e ele negou — Porque eu também amo chocolate quente — seus olhinhos brilharam. 

— E podemos tomar juntos um dia? 

— Claro, mas depois que tomar o meu, não vai mais querer o da tia Zelena — Emma cutucou sua barriga, arrancando uma risada gostosa de Henry e por alguns instantes eu senti meu coração parar de bater. 

Era o cenário perfeito para algo que eu deixei de desejar há muito tempo. Quando criança pensava em um dia viver algo assim, mas com os anos e graças a minha condição, descobri que não poderia gerar filhos. Quando estava com Milah, tínhamos planos de adotar, mas depois da nossa separação, tudo desapareceu. Foquei em terminar o que o meu pai havia começado e, de repente, aquela não era mais uma possibilidade em minha vida. Mas ali, com Emma e aqueles dois, eu sentia que ainda havia tempo pra mim. 

— Ei, tudo bem? — Swan perguntou tocando meu braço. 

— Sim! — respondi acenando levemente.

— Está chorando! — um de seus dedos tocou meu rosto, secando as lágrimas que escorriam por ali. 

— Não chora, Regina! Eu e a Emma estamos aqui, não precisa mais chorar. Nós vamos cuidar de você! — e mais algumas lágrimas desceram — Você conseguiu, não foi? — franzi as sobrancelhas — Você cumpriu sua promessa e me tirou de lá. Você acabou com eles! — ele estava certo, mas não consegui respondê-lo, pois Hope voltou a se remexer em meus braços, indicando que estava faminta. Nos sentamos no sofá e lhe dei a mamadeira. Henry e Emma não desgrudavam os olhos da pequena, como se estivessem encantados com a visão dela se alimentando. E, muito provavelmente, estavam. Assim como eu. Tinham poucos dias que a conhecia, mas poderia dizer com toda certeza que já estava apaixonada por aquela garotinha. 

*******

— Para de balançar essa perna, Ruby! Já tá me deixando nervosa — Emma falou com Luccas pela terceira vez. 

— Eu não gosto de delegacias, Emma e você sabe — já estávamos esperando há uns dez minutos pelo delegado responsável, mas o mesmo estava preso em alguma reunião de última hora. 

— Eu sei, Chapeuzinho! Mas ficar desse jeito não vai ajudar em nada… — no momento em que a respondeu, Kristin surgiu no outro lado do corredor olhando em nossa direção. 

— Ele vai receber vocês agora! — nos levantamos ao mesmo tempo. Nós quatro, um ao lado do outro, seguimos Kristin até a sala do delegado. David estava mais calado que o normal naquele dia e isso me deixou em alerta. Eu podia imaginar o que ele estava sentindo e gostaria muito de saber o que dizer, mas não encontrava palavras para confortá-lo. 

— Você está bem? — perguntei um pouco antes de entrarmos na sala. 

— Não, Gina! — me chamou pelo apelido, como há muito não fazia — Mas eu vou ficar. E você? 

— Digo o mesmo! — respondi e a porta a nossa frente foi aberta. 

— Boa tarde! — o homem nos saudou e nós o respondemos. Era alto, cabelos escuros e sem barba. Porte de policial, do mesmo jeito que vemos nos filmes — Eu sou o delegado Dario Reis Balbino e serei o responsável por colher os depoimentos de vocês — assentimos e nos sentamos. Kristin fechou a porta a trás de nós e pude vê-la se encostando na mesma — Normalmente não sou eu quem faz essa parte, mas devido as circunstâncias do caso, achei melhor cuidar pessoalmente de cada detalhe.  Então, eu falarei com os quatro juntos e depois separadamente. Podemos começar? — assentimos outra vez e assim foi. 

A conversa com nós quatro não durou mais do que 40 minutos e logo ele escolheu a primeira pessoa a falar: Ruby. Ela passou meia hora com o delegado e quando saiu de lá, pude ver seus olhos marejados e isso me deixou inquieta. Depois foi a vez de Emma e com ela demorou um pouco mais, o que me fez perguntar a mim mesma o motivo de toda aquela demora. Tudo o que falamos quando estávamos os quatro, falaríamos estando sozinhos. David foi logo após e fora o mais rápido, não passando mais de 20 minutos em sua sala. Eu fui a última e quando me levantei para ir ao seu encontro, senti a mão de Emma apertar a minha. 

— Vai dar tudo certo! — assenti, respirando fundo em seguida e fui até sua sala. Dario refez as mesmas perguntas que já havia feito e as minhas respostas foram as mesmas. Desde quando eu tinha conhecimento sobre tudo aquilo e o que, exatamente, havia acontecido no interior há dois dias atrás. 

— Eu sei que essas perguntas são cansativas, mas eu preciso que tudo bata perfeitamente em todas as vezes que me responderem, mesmo quando a forma que a pergunta foi feita mude — assenti simplesmente — O quanto tudo isso mexeu com você, Regina? 

— Sinceramente? — ele concordou — Eu ainda não sei responder essa pergunta e não sei se um dia saberei, mas posso afirmar que nunca serei a mesma. 

— Entendo! — anotou algo em um caderno — Não deve ter sido fácil presenciar o que você presenciou, muito menos ouvir o que ouviu. 

— E realmente não foi, mas não é como se eu estivesse surpresa. Cora nunca fez questão de esconder do que era capaz, muito menos o que realmente importava em sua vida — suspirei — Sempre fora uma mulher direta e sem rodeios. Nunca tentou ser algo que não é, a não ser que isso te trouxesse algum benefício. 

— Uma mulher fria e calculista — afirmou, arrancando um calafrio de mim. Não o respondi, apenas esperei que me perguntasse mais algo, mas não aconteceu — Bom, temos o bastante para seguir com o caso. Como bem sabe, estamos trabalhando em conjunto com o FBI e a colaboração de vocês foi essencial. Cora tem acusações o bastante para permanecer presa por um tempo considerável — sorriu fraco — James e Mary não cometeram tantos crimes assim, mas a posição de cúmplices implica em uma pena um pouco maior que o habitual para ambos — minha mente tentava acompanhar seu raciocínio e as informações que estava me dando, mas não conseguia — Assim que tudo estiver certo por aqui, entrarei em contato para lhe informar como anda o processo e qual será o caminho que tomaremos. Ok?

— Ok! — respondi já me levantando. Estava começando a me sentir um pouco sufocada dentro daquela sala — Obrigada! 

— Eu que agradeço, Regina! — sorri sem vontade e me virei para sair. Assim que segurei a maçaneta, a porta foi aberta.

— Me desculpem atrapalhar, mas Cora quer falar com a Regina — Kristin alternou o olhar entre o delegado e eu, num pedido silencioso para que ele negasse. 

— Se estiver tudo bem para a senhorita… — Kristin fechou os olhos por alguns segundos e depois me olhou com firmeza. 

— Você não precisa, Regina! 

— Mas eu quero, Kris! — a respondi num tom mais baixo do que eu esperava. 

Mesmo relutante, Bauer me deu passagem e fechou a porta atrás de si. Passamos pela recepção, onde os outros estavam e eu senti o olhar de Emma queimando minhas costas. Eu não podia olha-la. Se olhasse naquelas esmeraldas brilhantes, eu desistiria. Mas eu não podia desistir, precisava daquele momento tanto quanto Cora. Caminhamos por alguns corredores e eu nem sequer prestei atenção nos detalhes a minha volta, minha mente estava longe e eu estava me preparando para encará-la. Só me dei conta de que havíamos chegado no destino final, quando a mão de Kristin segurou meu braço. 

— Tem certeza, Regina? — perguntou olhando em meus olhos e eu a respondi da mesma forma. 

— Tenho! 

— 10 minutos e eu te tiro de lá, entendeu? — assenti e ela abriu a porta. 

Uma sala praticamente vazia, com apenas uma mesa e minha mãe sentada em uma das extremidades. Novamente estaríamos de frente uma para outra e, naquele momento, apesar de abalada, eu me sentia ainda mais forte do que na última vez. Me sentei, puxando o ar com força e encontrei seus olhos. Estavam diferentes, mas não menos lacivos do que eu me lembrava. 

— Pode falar! — fiz um gesto com a mão, deixando claro que seria toda ouvidos. 

— E Zelena? 

— Está ocupada, não pôde vir — respondi distante. Cora balançou a cabeça em concordância — Por que me chamou aqui? 

— Queria vê-la, Regina, pelo menos uma última vez. Precisava me certificar de que estava bem — sorri sem vontade com sua resposta. 

— Não estou, mas ficarei — ela concordou mais uma vez. Ficamos em silêncio por alguns segundos e então eu o quebrei — Sei que não fez isso por mim, mas agradeço por ter salvo minha vida. 

— Faria quantas vezes fosse preciso, Regina! — eu não acreditava em suas palavras, mas não iria contraria-las. 

— Mas sabe que isso não muda nada, não é? — Cora franziu as sobrancelhas em questionamento — Você não virou minha heroína de uma hora para a outra, a sua representação na minha vida continua a mesma. 

— Ah! Eu sei muito bem disso, Regina e para ser bem sincera, eu prefiro assim — um calafrio passou pelo meu corpo. Nem em um momento como aquele, ela mudaria quem era. Não que eu esperasse isso, mas de alguma forma cheguei a cogitar a hipótese de uma busca por redenção — Eu não fingirei ser o que não sou só para tentar mudar as coisas. Sou o que sou e fiz o que fiz, não me arrependo de nada e sei que não existe "redenção" alguma para mim. 

— Fico feliz que saiba que isso é algo distante da sua realidade, caso contrário teríamos um enorme problema, pois eu não estaria disposta — falei firme.

— Me surpreenderia se estivesse! — riu, mas eu não a acompanhei — Escute, Regina! Eu a amo, de uma forma deturpada e totalmente distante do sentimento que uma mãe deve ter por um filho, mas ainda assim a amo. Não quero seu perdão, pois não há arrependimentos em mim. Não quero tentar uma aproximação, pois não é a minha vontade e claramente não é a sua. Eu não dou a mínima para toda essa balela de perdões e recomeços. A chamei aqui com uma única intenção apenas. 

— E qual foi? — minha voz saiu trêmula. Suas palavras me atingiram, mesmo que minimamente e eu senti que naquele momento, o que nos ligava estava aos poucos se partindo. 

— Para te admirar uma última vez! — respondeu sincera — Ainda é o meu feito mais valioso, Regina e eu queria olhar mais uma vez para o seu rosto, precisava guardar os seus traços em minha memória. Precisarei de algo para me manter firme durante todos os anos que passarei enjaulada — riu ao final da frase e eu me levantei. 

— Já que seu propósito já foi atingido, eu vou me retirar — olhei para a porta, silenciosamente chamando por Kristin. 

— Espero verdadeiramente que seja feliz, Regina! 

— Eu serei! — a porta se abriu e eu pude ver os olhos de Bauer cintilarem em um sentimento que não pude desvendar. Dei meio passo para fora e antes da porta se fechar, olhei em sua direção mais uma vez e disse por fim — Eu também te amo, Cora! Adeus! — fechei a porta atrás de mim e segui. Segui para Emma, segui para casa e segui para a vida. Para a minha nova vida.

Emma

Uma semana havia se passado desde a nossa ida até a delegacia. Uma semana distante do laboratório, o que consistia em uma semana inteira grudada em Regina, Henry e Hope. Nossa convivência já era algo natural e já estávamos acostumadas com aqueles dois e com suas rotinas. Zelena havia voltado para casa com Kristin, enquanto esperavam o desfecho do caso. O que não tardou a acontecer. Cora ficaria presa na ala psiquiátrica da prisão, graças aos seus distúrbios altamente prejudiciais a qualquer ser humano que convivesse com ela. James fora mandado para uma prisão masculina numa parte mais afastada do estado de Nova York e Mary ficaria na mesma prisão que Cora, mas junto com as outras detentas. Não deixei Regina e David saberem, mas estava aliviada e até mesmo um pouco feliz com o destino dos três. 

Durante aqueles dias, mesmo que eu tentasse não pensar, minha mente me levava diretamente ao fato de que agora eu era mãe. Eu não me via daquela forma, não mesmo. Mães possuíam atributos que, ao meu ver, eu estava longe de ter e isso me deixava longe de poder carregar esse título. Regina por vezes se referia a mim dessa forma, causando um certo rebuliço dentro de mim, que eu tinha certeza que ela notava. Ao contrário de mim, a morena parecia combinar bem com aquele título, se mostrando quase uma perita em lidar com as crianças. A cada nova interação entre eles, mais meu coração se agitava e o meu sorriso vinha fácil. 

— Pare de me olhar assim, Emma! — falou, enquanto vestia um macacão lilás em Hope. 

— Assim como? — perguntei, mesmo sabendo qual era a forma que a olhava. 

— Sem piscar e com essa cara de boba! — ajeitou a roupinha na pequena e logo a pegou no colo. 

— Eu não consigo evitar, Regina! Toda essa nova atmosfera combina muito com você e me fez ficar mais apaixonada ainda — soltei sem perceber e vi as bochechas de Regina ficarem vermelhas. 

— Você me deixa sem graça quando fala essas coisas e sabe disso! — pontuou, enquanto pegava a bolsa de Hope em cima da cama e me entregava. 

— Mas é a verdade e você sabe — sorri quando a vi revirando os olhos e deixando o quarto em seguida. 

— É melhor irmos logo ou o Henry vai acabar dormindo no sofá e não conseguiremos sair — sua voz foi se afastando e em meu peito, um sentimento de reconhecimento e aconchego se espalhava, me fazendo suspirar profundamente. 

Segui seus passos e assim que alcançamos a sala, Henry estava quase pegando no sono, o que fez Regina me olhar como quem diz que estava certa e eu revirei os olhos em resposta. Peguei o garoto no colo e conferi se estava tudo certo, antes de sair e fechar a porta atrás de nós. 

— Onde nós vamos? — sua voz estava sonolenta, o que me fez rir. 

— Vamos até o Instituto, porque a Regina precisa resolver algumas coisas e vocês vão conosco porque a tia Zelena não está aqui pra cuidar dos dois — senti seu corpo dar um leve tremor e suas mãozinhas se agarrarem mais em mim. 

— Eu e a Hope vamos voltar pra casa com vocês? — sua pergunta me fez parar na metade do curto caminho até o carro de Regina. Fiz Henry afastar a cabeça que estava apoiada em meu ombro e olhei fixamente em seus olhos. 

— Eu e a Regina jamais iríamos deixar vocês lá, tá bom? — ele assentiu, mesmo que ainda temeroso — Vocês voltam pra casa conosco, como tem que ser! 

Voltei a caminhar e quando alcancei o carro, a morena me olhou questionando o que havia acontecido, mas eu apenas balancei a cabeça em negativa, deixando claro que não era nada. Em outro momento falaria sobre o ocorrido. Enquanto Regina ajeitava Hope no bebê conforto, eu prendia Henry em sua cadeirinha e com os dois seguros, podíamos dar partida. 

*******

Não demoramos para chegar no Instituto e devo admitir que pisar lá depois de uma semana longe era, no mínimo, estranho. Assim que chegamos, Belle nos recebeu e avisou que já estavam todos à nossa espera na sala de reuniões. Hope já estava alimentada e cochilando, o que facilitaria e muito, a vida de Frech. Já Henry, estava a todo gás e logo perguntou se poderia visitar Neal. 

— Belle, leve ele até o quarto do Cassidy, acredito que fará bem aos dois — Regina orientou e Belle apenas assentiu — Estaremos em reunião, mas se for preciso nos ligue. Daqui há duas horas Hope vai acordar para mamar outra vez, tentarei ser rápida para terminar antes de dar o horário, mas caso não consiga… 

— Pode me avisar que eu venho dar de mama a ela — a interrompi — Ela é um pouco metódica e tem umas menias enquanto se alimenta — French sorriu e concordou. Logo em seguida sumiu por um dos corredores com Hope nos braços e uma das mãos dadas com Henry. Sorri com a visão, mas ao mesmo tempo senti meu peito apertar um pouco — Está pronta? — tentei mudar o foco dos meus pensamentos, para ver se aquela sensação diminuía. Não funcionou.

— Eu não sei… — mexeu as mãos um pouco nervosa, me fazendo sorrir com seu ato — Mas vamos descobrir — respirou fundo e saiu andando em direção ao elevador. Coloquei as mãos dentros dos bolsos de trás da minha calça e a segui. Não demorou para a caixa de metal parar e abrir as portas, nos fazendo entrar e ficar em silêncio. Sabia que aqueles minutos seriam essenciais para Regina e que a mesma tentava se concentrar, mas eu não consegui me segurar. 

— Essa pode de CEO combina bem com você, Regina… — iniciei olhando para frente, como se não estivesse falando nada de mais — Esse seu jeito altivo, imponente e a forma como você se porta, como se fosse uma rainha, fazem de você a pessoa perfeita para esse cargo — a olhei de canto e pude ver um leve sorriso brincando em seus lábios. Alcançamos nosso andar de destino e logo as portas se abriram. Eu tomei a frente e enquanto saia, prossegui — Sem contar que te deixa ainda mais sexy! — não olhei para trás, mas tinha certeza de que Regina estava levemente vermelha e que seus olhos estariam agora com um brilho diferente.  

— Você me paga por essa, Swan! — falou passando por mim e alcançando a porta da sala de reuniões. Não me deu chances para lhe responder, adentrando a sala logo em seguida — Boa tarde, a todos! 

— Achei que teríamos que ir buscar vocês duas em casa — Ruby foi a primeira a se manifestar. 

— Ruby, dê um desconto a elas. Agora elas tem uma criança e uma recém-nascida, não é fácil lidar com isso — David falou logo após, arrancando uma leve risada dos demais. E esses eram Fiona, a nova advogada Rose Green e três cientistas que eu não conhecia. 

— Vocês são dois insuportáveis! — falei me sentando numa cadeira ao lado de Ruby, perto da cabeceira da mesa, onde Regina sentaria. 

— Bom… — a morena iniciou, chamando a nossa atenção — Gostaria de agradecer a presença de todos. Tentarei ser breve, pois temos muito o que fazer e devo confessar que só estou aqui hoje por conta da burocracia — rimos e logo ela prosseguiu — Como vocês sabem, na última semana muitas coisas aconteceram e isso deixou a casa um pouco bagunçada. Estamos aqui para acertar tudo o que temos para acertar — concordamos. Eu estava certa, aquele cargo lhe caía muito bem. Regina levava tudo com naturalidade e uma desenvoltura que chegava a ser invejável — As sedes de Chicago e Kingiston foram fechadas, tornando assim, São Paulo a nossa única capital com sede ativa. Quero começar de novo, refazer os caminhos e reerguer o trabalho que fazemos aqui — olhou para todos os presentes e focou em mim — Dito isso, lhes apresento os doutores Scott Smith, um geneticista exemplar; Cosima Niehaus, bióloga focada em biologia evolutiva do desenvolvimento e Delphine Cormier, imunologista assim como eu. Os três foram de grande ajuda para que obtivéssemos sucesso com o caso Konrad. 

— Você sabe que, para nós, foi uma honra poder te ajudar com isso, Regina — Delphine falou em um tom pessoal, o que me fez questionar de onde elas se conheciam. 

— Exatamente, Dra. Mills! — o tal Smith falou um pouco eufórico, nos fazendo dar risada de seu jeito um tanto afobado. 

— Já estava na hora de alguém acabar com toda essa farsa, fico feliz que tenha sido você — Cosima foi a última a falar. 

— Sejam bem-vindos a esse lado das Américas! — Ruby foi quem disse e logo eles agradeceram. Rose coçou a garganta, chamando a nossa atenção para o que precisávamos tratar e Regina sorriu.

— Junto com a chegada dos nossos novos cientistas, eu gostaria de informar que estarei deixando o setor de Imunologia, afinal não será fácil conciliar dois cargos com a minha nova realidade — me rexemi um pouco na cadeira, entendendo bem ao que ela se referia. Realmente não conseguia entender o motivo daquele assunto causar tantas sensações em mim — Sendo assim, precisaremos de alguém para ficar a frente desse setor e eu quero seja você, Dra. Luccas — sua fala pegou todos nós de surpresa, nem eu sabia dessa. Com a chegada da nova cientista, acreditei que seria ela a ficar a frente do setor e não minha amiga, mesmo achando Ruby mais que apta para o cargo. 

— Eu? — Regina assentiu — Tem certeza disso, Regina? 

— Não consigo pensar em ninguém melhor para isso, Ruby. Você conhece bem o prédio, os laboratórios e todos que trabalham conosco por aqui. É uma profissional excelente, sei que fará um ótimo trabalho — piscou ao final de sua fala. 

— Será um honra, Regina e eu prometo fazer um trabalho tão bom quanto o seu — a voz da minha irmã estava embargada, demonstrando sua emoção com aquela novidade. 

— Vamos as partes legais e burocráticas — a senhorita Green tomou a fala para si e eu já imaginava sobre o que ela iria falar — Por direito, tudo o que estava em nome de Cora Mills, Robert Gold e Konrad Gold, passam automaticamente para Regina Mills e David Nolan. Em comum acordo, e sem ressalvas, Regina Mills assume efetivamente o cargo de CEO do Instituto — não me segurei e puxei algumas palmas após a sua fala, que logo foram acompanhadas por todos os presentes, deixando Regina um pouco sem graça — Parabéns, Regina! 

— Obrigada, Rose e a todos! — sorriu em minha direção e eu retribui, deixando um sorriso largo surgir em meus lábios — Apesar de ter negado por muito tempo, um das minhas maiores vontades era assumir esse posto e usar todos os recursos que temos para realmente fazer o bem. Gostaria que David estivesse mais ativamente ao meu lado, mas como ele mesmo diz… — ergueu a mão na direção de Nolan, o incentivando a falar. 

— Eu não sou um homem de negócios, sou um homem da ciência apenas — respondeu e rimos outra vez. 

— Sendo assim, acredito que a melhor escolha para esse cargo seja Fiona Murray, afinal ela está por aqui há mais tempo que eu e saberá me auxiliar no que for necessário — mais uma vez a surpresa tomou conta da sala, mas dessa vez eu estava ciente. Conversamos sobre isso alguns dias antes e achei sua ideia mais do que justa, afinal a morena estava envolvida em tudo aquilo antes mesmo da própria Regina se envolver. 

— Obrigada, Regina! — Murray falou apenas, mas pude ver que seus olhos diziam mais do que suas palavras. Mais uma vez, Rose tomou a frente da reunião.

— Temos três crianças que faziam parte de alguns experimentos, sob custódia temporária do Instituto. Caso não encontremos alguém, entre os presentes, que se disponham a ficar com os mesmos, deveremos entregá-los ao serviço social para que sejam encaminhados para um orfanato o quanto antes — por mais que soubesse que ela estava fazendo apenas o seu trabalho e o que era certo, meu interior se incomodou com a sua fala e então eu me pronunciei. 

— Na verdade, eu tenho a guarda legal da Hope — falei, enquanto Regina me entregava o documento que tornava aquilo oficial e eu passava adiante — Laura e eu fizemos um acordo antes do parto, e nesse acordo ela passa a guarda total da menina pra mim, como precaução. 

— E você se mantém firme na decisão de ficar com a menina? — me remexi um pouco com sua pergunta, mas a resposta era mais que certa. 

— Sim! Eu não mudei de ideia e nem mudarei, Hope fica comigo! — falei de maneira tão convicta que até eu me assustei com a força da minha voz. 

— Certo! — me devolveu o documento com um sorriso no rosto — Temos ainda o garoto chamado Henry e uma garota chamada Charlotte — apontou, após anotar algo em seus papéis. 

— Eu ficarei com Henry! — Regina falou firme — Belle já deu entrada nos papéis que eram necessários e os entregará a você o quanto antes, Rose — a advogada apenas assentiu e voltou a anotar algo. 

— Cosima e eu ficaremos com a Charlotte — a doutora Cormier falou de pronto e logo Niehaus completou. 

— Durante os anos, acabamos nos apegando a ela e ela a nós, não gostaríamos de nos afastar agora. 

— Perfeito! — o sorriso de Green era realmente satisfeito — Darei uma atenção maior para isso e espero que consigamos acertar tudo o quanto antes. Ela está com vocês? — assentiram — Certo, melhor que continue assim! Acredito que devido as circunstâncias, o processo não será demorado e eu farei o possível para que ocorra o mais rápido que puder. No caso de Regina, pode acabar sendo um pouco mais fácil por ser a herdeira direta do Instituto, sendo assim, faríamos apenas uma transferência de guarda — assentimos todos e eu olhei para Regina outra vez que, apesar de estar visivelmente eufórica com tudo aquilo, mantinha a sua pode praticamente intacta — Tendo resolvido isso, vamos para a última questão que me cabe. Regina, consegui agilizar o processo para a mudança do nome do Instituto, como você pediu. 

— Mudança de nome? — David parecia confuso e um pouco ansioso. Regina assentiu — Vai mudar o nome do instituto? 

— Claro, David! — respondeu como se fosse óbvio — Não quero estar associada a nada que diz respeito ao legado de Konrad, Cora ou Gold aqui dentro. Quando falei sobre recomeçar e reerguer isso aqui, eu falei sério — sorri orgulhosa com sua resposta — Teremos novas diretrizes, princípios e valores. Quero realmente que tudo seja diferente. 

— E você já pensou em algum nome? — a pergunta de Fiona me deixou ansiosa, pois eu sabia o nome que Regina havia escolhido e tinha plena certeza de que todos iriam aprovar. Mills assentiu e olhou em minha direção, demonstrando que estava tão asnisoa quanto eu. 

— E qual é? — Ruby perguntou eufórica, nos fazendo dar risada. O seu olhar correu por todos nós e voltou ao meu, buscando o incentivo que eu sempre te daria, independente da situação. Sorri largo, fazendo-a espelhar o meu gesto, causando um pouco mais de ansiedade nos demais — Regina, fala logo! — Regina revirou os olhos, mas sem desfazer o sorriso, respondeu. 

— Instituto Laura Rodrigues! — era o nome perfeito e eu tive mais certeza disso quando os nossos sorrisos foram espelhados nos rostos de todos os presentes. Seria um belo recomeço.

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