A Garota do All Star Azul || ✔

Od YdGoes

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"Ela era definitivamente a garota mais estranha que conheci! Mas foi a mais incrível." 2022 Ares do Campo, Go... Více

INÍCIO E PERSONAGENS
EPÍGRAFE
CAPÍTULO 02: Espiões e primeiros encontros
CAPÍTULO 03: Atrasos e skates caros
CAPÍTULO 04: Garotas grudentas e pais fanfiqueiros
CAPÍTULO 05: Festas na piscina e cantores de quinta
CAPÍTULO 06: Bicicletas vagabundas e muralha da China
CAPÍTULO 07: Futuras profissões e cavaleiros do século XX
CAPÍTULO 08: Um crush no Roberto e vermes na barriga
CAPÍTULO 09: Karaokês improvisados e a flecha do cupido
CAPÍTULO 10: Torneios de skate e Buzz Lightyaer
EPÍLOGO: Cinturão de ouro e um salto azul anil
AGRADECIMENTOS
CAPÍTULO EXTRA: Flashbacks e pezinhos de bisnaga
PRÊMIOS 2023

CAPÍTULO 01: Bruxas verruguentas e diretoria

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Od YdGoes

DEDICATÓRIA
Este livro é para todas as pessoas que já tiveram um amor que duraria para sempre, se o tempo não quisesse sacanear com a nossa cara.

...

— Senhor Silva, para a sala da diretoria, agora! – Sou acordado por uma voz estridente da professora de português e um tapão na minha mesa.

Qual é?! hoje é sexta-feira...

Esfrego os olhos sob o olhar atento da velha bem mal humorada que, por sinal, tem um parasita enorme no nariz que chama de verruga, além da nem um pouco discreta roupa vermelha de crochê, que mais parecia uma daquelas capas de butijão de gás.

Minha cabeça ainda não está no lugar e demoro um pouco pra raciocinar o que está acontecendo. Na verdade, meu cérebro ainda está remoendo o fato de que me casava com o Rihanna depois que ela terminou com o ASAP Rocky.

Toda a sala de aula fica em silêncio enquanto me levanto sonolento, pegando minha bolsa preta com estampa do Pantera Negra e secando a baba gosmenta que descia pelo canto da boca.

Meus amigos sibilam um "boa sorte" e ando em direção à saída com os olhos esbugalhados da velha em minha direção como dois algozes.

Essa mulher poderia ser confundida com uma bruxa, se não estivéssemos do século XXI!

Assim que toco a maçaneta da porta que parecia estar numa distância infinita da minha carteira, o sinal toca avisando que os alunos, cansados e com menos alguns neurônios na cabeça, graças às infinitas regras de como diferenciar um adjunto adnominal de um complemento nominal de um aposto e sei lá mais, que a aula acabou e que podem recarregar suas energias com os lanches gordurosos da cantina e em fofocas de quem beijou quem no final de semana.

Reviro os olhos e me dirijo a sala do diretor pela segunda vez... Nessa semana.

🛹🥋

— João Pedro Guimarães da Silva... Mais uma vez está aqui, garoto. – O diretor me olha pela lente do óculos que mais pareciam dois binóculos, fazendo com que os olhos castanhos duplicassem de tamanho de maneira tão estranha, que o faziam parecer com um enorme mosquito da dengue numa versão da Deep Web.

Ele gira na sua cadeira e se dirige até uma das caixas da sua escrivaninha para pegar uma daquelas fichas que definem o destino de muitos alunos aqui na Escola Vila Verde, situada no que se poderia comparar ao rabo de Goiás.

Essa cidade que chamam de Ares do Campo é o próprio tédio encarnado.

Há nada que se possa fazer por aqui...

A coisa mais intrigante da cidade e onde os adolescentes desocupados se reúnem é a pracinha que tem no máximo uma barraquinha de salgados da dona Maria da Graça e uma lojinha de açaí na esquina do seu Humberto.

— É. – Respondo-o recostando a cabeça na cadeira e observando cada movimento do famoso diretor Bernado, conhecido por muitos, e até mesmo pelos professores, como o Sr Mosca Ambulante.

Ele levanta as sobrancelhas negras em sinal de descrença, mas logo em seguida sua expressão deu lugar a decepção.

Olho no fundo de seus olhos e ficamos no que pareceu uma eternidade numa disputa silenciosa de quem desvia primeiro. E eu venço.

— Deveria se preocupar mais com seu futuro, João! Seus pais devem estar...

Você é o meu pai. – Lembro-o e ele olha para mim num sinal de "não me interrompa, eu sou a autoridade aqui" e eu me afundo ainda mais no sofá, desejando que alguma entidade me levasse para o mais longe possível.

— Pois bem, filho, sua mãe e eu estamos preocupados com você... Depois da morte do seu avô, seu rendimento está caindo muito e... – E eu paro de prestar atenção.

Mês que vem vai completar um ano que vovô morreu de diabetes. Ele era o meu super-herói favorito. Nem o Pantera ganhava do meu avô Carlos.

Ele sempre foi a pessoa que mais me apoiou na minha vida, apesar das bobagens que fazia.

Vovô poderia até me esculhambar quando estava errado, mas era o mesmo que sentava do meu lado depois e conversava sobre a vida e como as coisas funcionavam.

Foi ele quem me ensinou a pescar e nadar, me incentivou a começar o karatê e a beleza do prazer de ouvir as partidas de futebol pelo velho radinho de pilha que até hoje não sei como ainda funciona.

Até hoje me lembro de uma das nossas últimas conversas antes dele partir... Nós estávamos sentados na varanda de sua casa falando sobre como o Vasco tinha ganhado de 2×0 para o Flamengo, quando ele soltou uma de suas pérolas:

"Quando vai me dar um bisneto?"

E não teve outra, eu cuspi o suco de laranja que estava bebendo. O velho riu da minha cara, fazendo as linhas de expressão da idade ficarem evidentes e a pele negra reluzir com a luz do sol que batia no seu rosto, e continuou falando com um sorriso:

"Um dia, meu neto, você vai achar uma garota que te fará dançar. Pode até achá-la estranha no início e querer fugir, mas não vai conseguir. Sabe por quê? Porque toda meia tem seu pé de sapato."

Foi só ele terminar de falar que caiu num sono profundo e eu fiquei meditando o que ele havia dito como um peixe fora d'água. Nunca tinha parado pra pensar antes sobre isso. Na verdade, também me dei conta que nunca me apaixonei...

Claro que houveram algumas atrações rápidas, mas nada significativo.

— Filho... – Sinto uma mão tocando meu ombro com firmeza e ao mesmo tempo compreensão. Olho para cima e vejo meu pai com uma expressão de pesar em cima de mim e noto uma lágrima solitária descendo por minha bochecha tão friamente que poderia se tornar um claro exemplo de como acontece o derretimento das geleiras polares.

Bernado Guimarães solta o meu ombro e volta a se sentar na sua poltrona que o deixa com uma vibe ainda maior de prepotente, exigente e diretor dos estereótipos das escolas norte-americanas nos filmes.

Mas não serei tão ruim. Meu pai poderia ser qualquer coisa, mas era um bom pai. O velho era... peculiar. Mas era bom.

— Sabe que,
por mim, você não precisaria passar por isso. Contudo, são as regras. Essa será sua última chance, João Pedro. Ou começa a levar a escola a sério ou irá ser expulso daqui, sinto muito. – Avisa e aceno concordando, ao mesmo tempo em que me levanto e pego a ocorrência típica de quem já esteve no meu lugar.

— É só isso? – Ele mexe em uma pilha de papéis qualquer e não me responde. Bufo e me viro para ir embora.

O Bernado que os alunos e eu conhecemos dentro da escola é bem diferente do que o Bernado que eu tenho em casa. Parecia uma dupla personalidade bizarra.

— Espere. – Paro no mesmo lugar, já com a textura fria da maçaneta sobre os dedos com alguns calos graças ao karatê que faço desde os cinco anos.

— Sim? – Respondo meio incerto e levanto as sobrancelhas tal como ele fez antes.

Estranhamente, ele sorri e cruza os braços balançando na sua poltrona como se estivesse prestes a dizer algo que, na cabeça dele, é uma ideia estupenda.

— Já sei o que irá fazer para se redimir com a professora de Português! Ela vem reclamando muito de você ultimamente e suas notas também caíram bastante na aula dela... Mais que nas outras.

Franzo as sobrancelhas não entendendo aonde ele quer chegar.

— Francisca de Fátima. – Fala e meu rosto faz uma careta automática.

— Ela não, pai! A garota, além de ser estranha, ainda é sobrinha neta da bruxa. – Ele ri e dá de ombros.

— A garota é ótima na matéria e parente da brux... da professora Berenice. – Se concerta e acabo rindo por sua reação. Nem o diretor escapa dos apelidos dos alunos. — E você precisa de uma tutora e se redimir com a mulher.

— Mas o que isso tem a ver? – Meu pai revira os olhos como se minha pergunta fosse absurda.

— Tem a ver que suas notas irão aumentar e ainda conquistará a brux... A professora pela sobrinha neta! Faça-a perceber que você não é uma caso totalmente perdido. Sabe que esse povo antigo pode tirar ponto de você só porque não vai com sua cara. – Pontua e tenho que concordar.

A velha é realmente doida a esse ponto.

— Tudo bem. – Falo cansado e passando a mão no cabelo crespo sentindo-o um pouco maior do tamanho usual que costumo usar. — Se isso der errado...

— Não vai dar, João Pedro! Confie em mim. – Fala orgulhoso e o olho de esguelha. — Serão só alguns meses, tempo suficiente pra ela te deixar em paz.

Concordo a contragosto e saio com a cabeça a mil e pensando no caminho mais rápido de chegar a única pista de skate da cidade e também conhecida como o único lugar onde poderia encontrá-la...

🛹🥋

Obrigada a todos por começarem a ler essa "noveleta" hehehe.

Como sou um "pouquinho" ansiosa, acabei fazendo ela antes de todas, já que é mais curtinha.

Será somente um tira gosto antes da publicação do meu mais novo livro no final do ano... 👀

Para os mais curiosos, é assim que mais imagino o João:

Bom, foi isso! Espero que tenham gostado do pitico que é um "tiquinho" relaxado ksksksks

Até a próxima e não se esqueçam de votar!

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