𖦹 Dangerous Rose

By louispoc

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𖦹 Harry é o filho mais novo de um importante chefe de família, que está prometido ao líder da máfia italiana... More

𖦹 Intro
𖦹 Ele não
𖦹 Detalhes
𖦹 Aulas
𖦹 Imposição
𖦹 Imposição (2)
𖦹 Desconfianças
𖦹 Cerimônia
𖦹 Onde estou?
𖦹 Onde estou? (2)
𖦹 Vivi la vita
𖦹 Olho por olho
𖦹 Olho por olho (2)
𖦹 Qual seu preço?
𖦹 Labirinto de mentiras
𖦹 La famiglia
𖦹 La famiglia (2)
𖦹 Diamante turquesa
𖦹 Middle of the night
𖦹 Middle of the night (2)
𖦹 Sex
𖦹 Sex (2)
𖦹 Era meu melhor amigo
𖦹 Paper rings
𖦹 Ele sabe
𖦹 Ele sabe (2)
𖦹 Sua culpa
𖦹 Erros
𖦹 Hospital
𖦹 Beijo
𖦹 Você, Harry
𖦹 Cuore mio
𖦹 Negócios inacabados
𖦹 Eu sei
𖦹 Final
𖦹 Epílogo
𖦹 Extra

𖦹 Sua culpa (2)

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By louispoc

• Toda forma de interação com a história é sempre bem-vinda. É de muita ajuda que você curta ou comente aqui •

Louis suspirou satisfeito, ao terminar de pôr a mesa. Ele havia chegado em casa a pouco tempo. Na realidade, contando com o tempo em que precisou passar no mercado para comprar ingredientes para o jantar especial. A duas quase quatro horas ele chegou em casa e apenas tomou um banho, para que pudesse começar a cozinhar. Agora era quase sete horas da noite e ele estava terminando de preparar a mesa e colocar a comida que precisamente havia feito, apenas para esperar seu marido chegar e o surpreender.

Ele estava tão ansioso, mesmo com todos os problemas insuportáveis castigando-o, ele apenas pensava em como Harry iria ficar feliz, ou ao menos esperava, quando visse que ele havia feito a lasanha que Harry tanto havia elogiado, quando comeu pela primeira vez, no jardim da mansão Tomlinson.

Louis suspirou, um tanto cansado, ao parar e observar seu trabalho.

— Espero que ele goste — resmungou com um sorrisinho.

Ainda assim, ele sentia que faltava algo, deveria estar faltando alguma coisa...

— As flores — ele bateu a palma da mão na testa, prontamente saindo da sala de jantar para ir até a sala principal. O cômodo estava perfeitamente organizado, estava escuro e de onde estava, era possível ver o terraço todo iluminado com velas e pétalas de rosas. A ideia era impressionar Harry.

Ele pegou o buquê em cima da mesinha de centro, as rosas vermelhas e brancas eram as mais bonitas que Louis já havia visto. Junto a ela, havia uma caixa de veludo, com uma forma retangular e cor azul escura. Ela continha uma delicada pulseira bonita, era feita com pedras de esmeraldas e havia as iniciais de Harry como pingente, em letras de ouro branco.

Ao lado, também haviam algumas fotos da viagem, eles na Disney e no píer, que haviam sido reveladas e Louis as trouxe para que pudessem começar um álbum de viagens.

— Acho que está tudo pronto — ele disse com satisfação, ao voltar para sala de jantar e observar como o ambiente estava perfeito. Logo, ele olhou o relógio em seu pulso, estava tarde, considerando a hora que avisaram a ele que Harry havia saído... — onde ele está?

Louis sentiu o cheiro da lasanha dominando o ambiente. Ele correu para cozinha, com agilidade pôs as luvas para poder abrir o forno. Ele próprio se sentiu tentado a comer ao menos um pedacinho, porque parecia tão boa. Louis a retirou e correu para a outra sala mais uma vez, colocando a travessa sobre a proteção que antes já havia posto. Essa era a antiga receita de sua mãe, por isso era tão gostosa a comida, porque ele tentava honrar os sabores que rodearam a única parte feliz de sua vida, a infância.

— Pronto — ele acenou. Logo, se olhou no enorme espelho decorativo e arrumou os fios lisos e bonitos, ele usava uma roupa casual e ao mesmo tempo estava perfeitamente bem para um jantar especial. Louis puxou uma cadeira e se acomodou ali, as velas já estavam acesas — agora é só esperar por ele.

Harry estava ansioso. Ele sabia da merda que fazia.

A horas estava sentado na área comum do grande aeroporto Internacional John Kennedy, torcendo para que liberassem uma vaga no próximo voo internacional.

Acontece que simplesmente comprar passagens de última hora no próprio aeroporto, não era algo fácil de se fazer. Já era às sete da noite e ele não tinha ideia de quando sairia dali.

O cacheado bufou, se levantando do assento onde estava com Mister Veneza, para poder ir outra vez ao balcão de atendimento.

Ele desviou das pessoas que aguardavam na fila e foi diretamente a mulher que anteriormente lhe havia atendido com um sorriso mecânico em seus lábios.

— Com licença, mas quando você vai ter resposta sobre o assento livre no voo para Suíça? — Harry perguntou.

— Senhor, eu lamento informar que não houve desistências no voo das oito para a Suíça — a moça ruiva informou.

— E não há nenhum voo para fora do continente com assento vago? Ou alguma desistência? Que seja para hoje ainda, por favor.

Ela fez uma pausa simples, voltando o olhar para a tela do computador. Seus dedos eram ágeis em conferir o sistema, os voos e as disponibilidades.

— Há uma vaga para um voo, senhor — ela disse — Moscou, Rússia.

Rússia. Não havia destino pior, mas considerando que Harry preferia enfrentar os seus inimigos do que a possível decepção de Louis...

— A que horas sai?

— Às onze e quarenta, senhor.

— Por favor, emita as passagens, vou comprá-las — Harry murmurou, acenando apressadamente.

Seus dedos apressadamente desceram para sua mochila, que a pouco ele havia posto no chão, e Harry a abriu. De princípio, ele pode ver o maço de notas embolado. Sua primeira ideia foi pegar este, mas ao pensar que poderia encontrar uma futura dificuldade em sacar dinheiro em outro país, Harry pegou um cartão.

— Lamento informar que como está comprando as passagens em cima da hora, elas custam mais do que o comum — a mulher antecipou — custa dois mil dólares ida e mais dois mil para volta.

— Só quero de ida.

— Tudo bem — ela acenou, voltando o olhar para a tela.

Foi tudo rápido, ela emitiu as passagens e Harry as pagou. Ele poderia partir para o portão onde faria o embarque.

Enquanto isso, seu celular não parava de tremer, no bolso da mochila...

Louis estava sentado, no mesmo lugar, na mesa de jantar, a mais de uma hora. Era às oito horas da noite e ele continuava esperando por Harry.

A lasanha já estava fria, as velas um pouco gastas e sua única companhia era Spartacus, deitado ao lado da mesa, em seus pés.

— Parece que o papai vai jantar sozinho — Louis sorriu fraco para o cachorro.

O cachorro ronronou levantando a cabeça. O gesto fez Louis rir baixinho.

— Eu e você, filhote — ele corrigiu — vamos ver se está boa essa lasanha, quer um pedaço?

Louis não esperou muito para pôr um cubinho de lasanha em um dos pratos e o colocou no chão. O cachorro atacou a comida prontamente.

— Parece que está bom — Louis o disse. Logo, ele serviu um pedaço para si e usou o garfo para experimentar. Estava muito bom mesmo — sou um bom cozinheiro...aposto que o Harry ia gostar disso.

Ele olhou em volta, sentindo-se só em meio ao escuro e ao silêncio.

— Onde está Mister Veneza? — ele se perguntou.

Não havia visto o bichinho o dia todo.

Louis, em seguida, ouviu como o seu celular teve uma leve vibração sobre a superfície da mesa. O mesmo prontamente deixou o garfo de lado para poder pegar o aparelho.

Haviam muitas notificações. A primeira que ele notou foi uma de Luigi.

"Estou indo ao aeroporto agora, não sei onde Luca está. Eu saí por dois minutos e ele sumiu, mas a localização dele está por aquela área"

Louis estranhou, ele iria viajar? Havia tido alguma confusão por lá? Ele continuou lendo.

"Aviso quando eu estiver de volta, mas é melhor que não saia do apartamento, Louis"

Ele iria digitar uma resposta, mas outra coisa lhe chamou atenção. Em uma de suas contas, havia sido realizado um desconto de dois mil e poucos dólares, a uma hora atrás.

— Mas o que... — ele franziu o cenho, se levantando do assento.

Em menos de um minuto, mais uma mensagem, mas dessa vez era de um dos seus sócios, ele não era o único a mandar mensagem na última hora.

"Você é irresponsável, Tomlinson. Essa merda nos custou milhões. Você deveria ser deposto"

Louis não estava entendendo nada, ele não sabia, ou melhor não entendia. Ao menos até ver um print que seguia abaixo.

Era de Harry, era o número e a foto do perfil de Harry nos prints, claramente trocando mensagem com um número com prefixos da Alemanha. Os prints estavam com conteúdo borrado, mas era tão óbvio que a intenção era mostrar Harry ali. Eles, os prints, estavam em todo canto.

Louis estava fodido e precisava dar um jeito nisso.

Harry estava mortalmente agoniado, havia ido para sala de embarque, ele esperava que o seu tempo naquele país não durasse muito mais. A ideia de precisar partir o machucava e ele não queria lidar com as consequências de seus atos.

Ele estava com seu celular em mãos, ignorando todas as mensagens, de todas as pessoas, embora sua mente o dissesse que deveria ao menor ver o que Louis havia lhe mandado, na última hora.

Ele engoliu em seco, abrindo o chat. As últimas mensagens foram a mais de uma hora atrás.

"Harry, você vai demorar muito para chegar em casa? Tenho uma surpresa para você :)"

"Você está demorando, está tudo bem? Precisa que eu vá buscar você no clube? Eu não quero ser grudento, mas estou preocupado, meu bem"

"Eu e Spartacus estavam esperando por você :)"

Não havia nada mais, embora ele tenha tido uma imensa vontade de responder as mensagens com um grande texto de desculpas, implorando para que Louis não o odiasse.

Ele deslizou o dedo na tela até o canto do chat e engoliu em seco, ao pressionar "bloquear", na tela.

— Você não me parece bem — ele ouviu uma voz masculina. Havia um homem ao seu lado, Harry sequer sabe quando este se aproximou, o mesmo quando tomou liberdade para falar com ele.

O homem parecia estar entre vinte e cinco ou trinta anos.

— Não é nada, obrigado por perguntar — Harry resmungou.

— Se não for ser intrometido, porque está indo para a Rússia?

— Como sabe que vou para a Rússia? — o olhou confuso.

— É que este é o portão de embarque para Moscou, está escrito no painel — apontou.

— Oh, claro — Harry resmungou envergonhado — eu estou indo a...trabalho.

— É jornalista? Empresário? Modelo?

— Algo do tipo — ele sorriu fraco, apenas para cortar a pergunta anterior — e você?

— Sou empresário — o homem comentou — eu sou de fábricas de armas químicas para as forças armadas da Rússia.

Harry o olhou por um instante, ele era um tanto novo demais para ser um CEO, ainda mais de um negócio tão imponente.

— O que estava fazendo aqui em New York?

— Negócios — o homem cruzou a perna, calmo — existem muitas oportunidades de venda, fora do ambiente russo, muitas facções criminosas.

— Em New York?

— Exatamente — o homem garantiu.

Mentira. Não existiam, ninguém governava os Estados Unidos, principalmente New York, somente a Cosa Nostra e esta não compactua com a máfia Russa, de forma alguma.

— Licença, preciso ir ao banheiro — Harry disse a ele, agarrando a bolsa com Mini Veneza em sua mão e mantendo a mochila nas costas.

— Ok — o homem acenou, se acomodando em seu assento — cuidado para não se perder.

— Não vou.

Harry prendeu a respiração, começando a ir para longe do portão de embarque, ele estava tão, mas tão arrependido a essa altura.

Louis teria o compreendido, teria se chateado com ele, mas ao menos não o crucificaria. Ele entenderia seu lado, como sempre fazia. Harry havia feito uma grande besteira ao fugir.

Ele entrou rapidamente, encontrando o banheiro vazio. Seus dedos foram para o celular e discou o número de Luca, que por sorte atendeu rápido.

— Luca, onde você tá? — Harry engoliu o choro, ao perguntar.

— Eu estou na porta do aeroporto e sinceramente com muita vontade de te dar uns tapas, por ter mentido para mim — disse sério.

— Desculpa, eu não queria enfrentar Louis — o cacheado soluçou, sentindo o coração bater no peito — eu estou indo para a Rússia.

— Você vai ficar onde está e quando eu chegar aí, nós vamos para casa e você vai contar para Louis absolutamente tudo — Luca quase gritou com ele.

— Luca, eu não posso, não quero ficar.

— Você por acaso é sem noção? Você está indo para Rússia, Harry, eles provavelmente já devem saber que você está indo para lá. Seu celular está comprometido e você continua usando ele — o outro disse incrédulo.

— Luca, eu vou-

Harry quase vomitou suas palavras quando sentiu os cachos serem puxados e sua cabeça ir para trás. Seu celular caiu na pia e ele pode ver o reflexo do homem que conversava, atrás de si.

— O que está fazendo? — Harry tentou agarrar a mão do homem, mas este pressionou sua cabeça contra a pia.

— Você é a criatura mais burra que eu já vi pisar na Cosa Nostra, nunca foi tão fácil atrair alguém para longe da proteção da sociedade — este lhe disse.

— Eu não estou desprotegido — mentiu.

— É claro que está — riu — sem Louis ou Luigi, você não tem proteção.

— Quem é você para saber algo sobre mim? — disse entredentes.

— As mensagens a Louis, a você, o link, todas as propagandas em seu celular, seus dados...tudo foi tão fácil — este riu.

Harry não disse absolutamente nada, porque ele se sentia envergonhado de ter sido tão burro, tão inconsequente.

— Façamos o seguinte, eu e você iremos sair do aeroporto, depois de pegar o avião juntinhos, eu vou te apresentar para a Bratva e depois iremos para alemanha — o homem citou.

— Eu vou, não precisa fazer nada disso comigo — Harry murmurou gasto — eu não faço mais parte da Cosa Nostra, sou um traidor e você sabe que eu não tenho mais valor para eles.

— Você não tem mais valor para sociedade, mas para o Tomlinson... — ele sorriu maldoso — e é aquele filho da puta quem eu quero atingir, não a sua sociedade idiota. Quero poder arrancar cada osso dele com as mãos.

Harry sentiu a bile subir, porque tudo que ele não queria era ver seu marido sendo torturado, morto ou pagando por seus erros.

— Irei com você, não precisa mais do Louis — o cacheado tentou dizer — eu não sou importante para a Cosa Nostra e também não me importa.

— O que não te importa? A sociedade ou Louis?

Harry suspirou, com a bochecha presa a pia fria e os sentimentos pulsando dentro de si.

— Os dois.

Aquilo fez o homem sorrir, enfiando a mão no bolso para poder tirar o celular, ele o aproximou de sua boca, com um sorriso grande:

— Está ouvindo isso, Tomlinson? — o homem disse para o aparelho — ele não se importa com você.

O coração de Harry quase parou, ele literalmente sentiu um pulo no peito e as lágrimas presas nos cantos de seus olhos começaram a escorrer sem parar.

— Seu marido, que você disse a pouco para mim, que era um ser leal, está disposto a ir embora e ser útil a mim, porque não se importa com você — o homem riu.

— Louis — a voz de Harry saiu baixa e ele sentiu tanta dor no peito — me desculpa.

— Ele ligou para mim, para tentar negociar sua liberdade — o cara riu outra vez — ele foi muito esperto em descobrir parte do plano tão pouco tempo, estava louco para trocar até a coroa dele, por sua liberdade, Harry.

O homem pôs no viva-voz.

Louis estava o segurando na ligação, distraindo o homem, para poder agir com os reforços.

— Diga a ele, Harry, o quanto se arrepende.

— Sinto muito por ter estragado tudo — Harry disse baixo, embora ele creia que Louis o escutou. Ele não teria como saber, não houve resposta.

— Como estávamos falando antes — o homem pôs novamente o celular no bolso, abaixando a cabeça — não aceito nada seu, por hora, Louis-

Os olhos de Harry se fecharam, ele sentiu outro salto no peito, quando ouviu um estrondo contra a porta. Luca entrou rapidamente ali, derrubando o cara no chão.

Harry arfou, finalmente se endireitando bem. A vista que teve foi de Luca acertando a cabeça do outro na parede, forte o suficiente para que este perdesse o equilíbrio por um um bom momento.

— Luca-

— Depois, Harry — este suspirou cansada de sua corrida até ali, ele não poderia fazer escorço, não havia se recuperado totalmente do tiro que levou. Sua cicatriz estava em processo.

— Desculpa — Harry soluçou, puxando a mala do coelho para si, se arrastando para a porta.

— Fique no canto — Luca o disse, tentando ver se havia algo cortante no local para que pudesse usar, porque não poderia usar da força própria.

Harry apenas observava, como sempre pensando em como poderia ajudar ele, como poderia fazer algo por Luca.

Ele abriu a bolsa, iria procurar algo que pudesse dar ao amigo, quem sabe fazer qualquer coisa que pudesse ajudá-lo. No entanto, quando Luca o viu chegar perto, sem hesito em ter nada cortando já que foi revistado, ele tentou empurrar Harry para longe, mas seus joelhos caíram ao chão, quando o mesmo sentiu uma dor forte percorrendo a sua espinha.

Luca olhou para baixo e viu o sangue em sua roupa, mais uma vez, no mesmo lugar. Ele havia sido esfaqueado.

— Luca — Harry se desesperou, ao ver o amigo caindo no chão, era possível sentir a dor na expressão de Luca — eu vou chamar alguém.

Como sempre, antes que fizesse algo, outra vez sentiu o puxão em seus cabelos, ele sentiu como sua cabeça pesou ao bater no chão.

— Você vai ver seu amigo morrer, depois de ter perdido a confiança do seu marido — o homem agarrou sua cabeça e o fez ver Luca sangrando, seu olhar estava baixo e ele pareceu estar com tanta dor.

— Ajuda ele, por favor — Harry choramingou, seu peito ainda doía, ao ver como Luca não podia se mover.

— Eu e você vamos sair daqui agora — este lhe disse, agarrando nos cabelos de Harry para pôr este de pé.

Harry relutou, cravando as unhas no braço do homem, mas prontamente este acertou a sua cabeça na parede e Harry amoleceu.

Ele sentiu os joelhos falharem. Talvez fosse um tanto sua condição física ou mesmo a mente um tanto perturbada, mas ele já não sentia muito. A última visão que teve foi a porta do banheiro se abrindo e homens entrando a toda velocidade ali, houveram disparos, sangue e gritos altos. Mesmo assim, Harry apagou em meio a eles.

Harry abriu seus olhos, ele parecia confuso, estava com uma dor incômoda na parte posterior de sua cabeça. No entanto, isso não foi o pior. Quando sua visão deixou de ser turva, ele pôde observar perfeitamente o familiar ambiente da suíte que dividia com Louis.

Além do mais, ele pôde ouvir uma voz estranha, uma que ele nunca havia ouvido em sua vida. Harry virou a cabeça para observar um homem parado próximo a sua cama, este dizia algo ao celular, seu semblante era sério e ele usava roupas formais.

Quando o homem notou Harry, ele abaixou o celular e o desligou, pondo este no bolso. Ele se aproximou da cama e sentou-se na beira.

— Como se sente, Harry?

— Quem é você?

— Sou o Dr. Jackson Stewart — ele disse com bastante calma — sou o médico particular do Louis, ele me chamou para poder verificar como você estava. Sente alguma dor agora, quero dizer além dos incômodos habituais?

— Não — Harry negou, sentando-se lentamente na cama — onde está, Louis?

— Está na sala, em uma reunião ao parecer...você causou uma bagunça e tanto — este o disse, esticando a mão para indicar os remédios em cima da mesinha ao lado — precisa ficar de olho nos horários, tome estes a cada oito horas — indicou — e este aqui apenas quando sentir dores.

— Por que diz que eu causei uma bagunça?

O homem suspirou, levantando-se muito vagamente da cama e endireitando-se, ao olhar para Harry lentamente.

— Nenhum líder, em nenhum momento da história centenária da Cosa Nostra, jamais se rebaixou tanto, quanto Louis está fazendo neste momento — o homem lhe disse com calma — ele deve amar muito você.

Harry abaixou o olhar, encarando as mãos sobre a coxa da cama. O homem percebeu que este precisava de um momento a sós, então pegou sua bolsa, pronto para sair do quarto.

— Volto depois para ver como você está — Jackson o avisou — até logo, Harry.

O cacheado foi deixado só, no enorme quarto. Era tarde, pelo que pode ver no relógio, às onze e dez da noite. Do outro lado das janelas, a cidade brilhava como nunca havia feito, ou talvez fosse apenas as lágrimas que silenciosamente voltaram a cair por seu rosto. Ele havia estragado tudo e justamente o que queria evitar, estava ocorrendo.

Em questão de segundos, ele pode ouvir barulhos de vozes escandalosas fora do quarto. A sala deveria estar como o próprio caos. Ele pôs os pés no chão, indeciso, embora mais vozes tenham feito ele realmente seguir com o plano e sair da suíte. Harry andou para o meio do corredor. Estava tudo escuro e a única coisa que preenchia o ambiente eram as vozes iradas e distantes.

Ele parou na beira do balcão, perto da escalada, olhando desde ali de cima, como a sala de estar de seu apartamento, estava lotada de homens irritados, descontrolados e loucos para expressar seu ódio e descontentamento. Ele vagou o olhar para o outro lado, vendo como a entrada da sacada estava ainda coberta de pétalas de rosas. Seu peito apertou e o coração voltou a doer como antes. Louis estava sentado no sofá, ouvindo quieto todas as ofensas ditas a ele.

— Você é incopetente, um moleque irresponsável — um deles disse alto, perto de Louis e o olhando de cima — você é fraco, não tem postura para ser um líder.

— Arruinou as economias de muitos de nós, permitiu que hacekassem o sistema para nos roubar informações importantes — mais um comentou — eu sempre soube que era inútil e Mark nunca deveria ter posto a sociedade nas suas mãos.

— Novamente eu peço desculpas pelo ocorrido, agora que sei o que aconteceu, estamos resolvendo tudo — a voz de Louis saiu exausta — estou tentando resolver tudo o mais rápido possível, eu garanto.

— Garante a quem? — um deles riu — não pode garantir nada, não temos confiança em você, ninguém sabe as intenções do seu marido em conversar com os inimigos.

— Eu já disse que Harry não tem nada haver com essa situação, ele foi enganado — este se pôs de pé finalmente — a culpa foi minha.

— Então espero que saiba que irá pagar por isso — disse o homem — podemos tirar seu poder, Tomlinson.

— Se estão insatisfeitos comigo, com minha liderança, falaremos sobre isso amanhã e eu irei acatar seus pedidos — Louis acenou para eles — agora por favor, vão para casa e uma boa noite, tenho coisas para resolver.

Harry engoliu o choro, observando Louis dar as costas para eles e caminhar em direção às escadas, a sala já estava em um caos antes, mas com a indignação se inflamando, tudo parecia pior. Harry limpou as lágrimas, correndo de volta para o quarto do casal.

Ele se deitou na cama, após encostar a porta. Harry mal teve tempo de encostar na cama, quando ouviu leves batidas e observou quando seu marido entrou ali. Ele admirou como seu marido entrou com calma no ambiente, o semblante cansado e os movimentos lento indo até si. Seus olhos estavam inchados.

Louis se sentou na beirada da cama e ansiedade que pulsava dos dedos dos pés até os fio de cabelos da cabeça de Harry, o fizeram simplesmente se jogar em cima dele, contra o corpo do outro, em seu colo.

— Desculpe — o cacheado sussurrou contra seu pescoço — você direito de estar bravo comigo, Louis. Eu fiz uma porra de uma bagunça na sua vida.

Para sua enorme surpresa, ele sentiu como a mão deste acariciou suas costas e os cachos tão delicadamente, causando uma pequena sensação boa em Harry, por um curto tempo.

— Você está bem? Se sente bem? — Louis o perguntou, quando Harry voltou a deitar na cama. Ele o cobriu com os cobertores, para que ficasse confortável.

— Estou — ele acenou rápido — você está?

— Sim.

Por um instante, um silêncio nada confortável se instalou no local, Harry observava seu marido encarando as próprias mãos, sem forças. Ele parecia pensar seriamente em algo.

— Por que não contou a verdade?

— Eu não queria te magoar, nem te prejudicar...e fiquei com medo de assumir a culpa.

Aquele curto comentário fez Louis soltar uma risadinha curta e baixa, suspirando antes de encarar Harry nos olhos.

— Eu realmente não sei o que é pior — ele murmurou baixo — saber que depois de tudo que eu fiz por você, você ainda pense que eu poderia te odiar por algo, ou você preferir fugir e passar toda sua vida com medo, ao invés de assumir os erros para poder ficar ao meu lado...do mesmo jeito que eu assumi todos os seus erros como sendo meus, apenas para ter certeza de que não te perderia.

Uau, Harry sentiu a maior das dores naquele momento, ele abaixou o olhar prontamente e encarou as mãos, sentia vergonha de si e do modo como Louis o via agora.

— Eu nunca gostei do modo que as coisas nessa sociedade funcionam, deve ser por isso que sempre sofri muito e recebi muitas críticas de todos, a cada vez que eu tomava uma decisão baseado no correto e não pensando em dinheiro ou poder. Eu não gosto de como essa sociedade funciona e estou lutando a um bom tempo para torná-la ao menos ética e respeitosa — Louis confessou baixo — depois de anos de esforço, depois de muito tenta conquistar respeito dentro da minha sociedade, ver eles me chamando de moleque fraco e irresponsável... — sorriu sem graça — foi realmente doloroso. Eu lutei muito para ter um lugar que não fosse debaixo das asas do meu pai e tudo isso acabou de escapar entre os meus dedos.

— Sinto muito, eu estava com medo — Harry mordeu o lábio, tentando conter os soluço que escapavam de si.

Louis pôs a mão sobre a de Harry, fazendo com que este o olhasse nos olhos, engolindo em seco com o gesto repentino.

— Não, não estava — a voz de Louis era suave demais — você só é egoísta mesmo.

Letal e silencioso como veneno eram as palavras de Louis, eles ardiam dentro de Harry e eram invisíveis demais para serem percebidas antes que causasse um choque em si.

— Desde o dia em que conheci você, tudo que eu fiz e faço, gira em torno de você, Harry — disse manso — eu passei anos te respeitando a distância, tentando preservar você dos males de um casamento jovem, do peso da sociedade para uma criança, eu jamais quis te machucar ou ver você machucado, por isso eu carreguei a raiva do meu pai e dos outros sobre mim e meu ser "fraco".

Houve uma pequena pausa.

— Depois que te vi no hotel, eu simplesmente me apaixonei por você no momento em que me mandou calar a boca, quando ficamos a sós, eu poderia não saber na hora, mas eu já estava encantado. Depois que me contou tudo que passou nas mãos de seus pais e do meu, o meu instinto de querer te proteger, só aumentou — Louis confessou — faria qualquer coisa por você.

— Eu sei — Harry soluçou, abaixando seu olhar ainda mais.

— Em um mísero mês, você se tornou tudo que eu tinha, tudo que importava para mim e eu estava completamente cego por você — Louis o disse — te dei tudo que você poderia querer, tanto material quanto emocional, Harry...e deixe-me te perguntar, alguma vez eu pedi a você algo em troca?

— Não — Harry pressionou os lábios, sentindo as lágrimas quentes embaçando sua vista turva.

— Nenhuma — ele disse — porque tudo que eu queria era ver você feliz e fodasse como eu me sentia, como eu estava. Não importa se eu estivesse caindo aos pedaços, porque se você estivesse bem, então tudo estaria bem.

Mas uma pausa curta, onde ele procurou respirar fundo.

— Mas não custava nada você me perguntar como eu estava, ao menos uma vez — ele sorriu sem graça, abaixando o olhar também — toda noite antes de dormir e toda vez, ao acordar, eu te perguntava "Harry, como foi seu dia?" "Harry, você está bem?" ou mesmo "Você precisa de algo?". Mas eu não me lembro de um dia em que você tenha parado e me perguntado essas coisas.

— Eu nunca...eu nunca tinha pensado sobre isso.

— Oh, meu bem, é claro que não — ele sorriu fraco, colocando uma mecha dos cachos de lado — porque é muito fácil quando você não precisa fazer nada, justamente porque o outro é o único que se doa na relação. É fácil se acomodar, quando não é sobre as suas costas que recai o peso das consequências, ou não é você que trai a si mesmo apenas por satisfazer o marido.

Harry se sentia tão envergonhado, que ele não conseguia falar mais que uma frase toda.

— Você teve medo de assumir as responsabilidades, ao menos uma vez — Louis o disse, suspirando — e quanto a mim? O que pensaria de mim se eu tivesse fugido, ao invés de ter passado a mão na sua cabeça e assumido cada um dos seus erros, durante esses dois meses?

— Eu...

— Eu acho que não poderia expressar como eu enchia a boca para dizer a todos que o meu marido era o meu porto seguro, era tudo que eu tinha, era a coisa mais importante da sociedade. "Ele é tudo para mim" — Louis citou a si mesmo, sorrindo — mas eu não sou nada para ele.

— Isso não é verdade — Harry o olhou desesperado, encarando-o dolorido.

— Me diga — Louis fez uma breve pausa — eu sei dos seus medos, dos seus pesadelos, dos seus desejos, de quem você é dentro e fora desse quarto, mas você não sabe quem eu sou, não sabe nada de mim, não me perguntou nada, não quis me conhecer, porque você estava muito ocupado fazendo do nosso relacionamento, a sua ferramenta para fazer o que queria, sem assumir a culpa por nada. Você não sabe quem eu sou, Harry.

— Eu...eu sinto muito mesmo, eu não pensei nisso, Louis, eu não pensei em você.

— Não pensou, mas porque você sempre teve um pensamento ruim sobre mim, por isso eu tive que lutar para provar que eu não era o monstro que você pintou. Enquanto você nunca precisou derrubar minhas barreiras, nunca estiveram levantadas contra você, eu tinha muito a perder ao me casar com alguém com sua reputação, mas eu nunca joguei isso na sua cara, nunca nem pensei em fazer isso — ele negou — e esse foi o problema, eu construí nosso relacionamento, eu fiz nosso castelo e você simplesmente se ocupou do trono. Você teve tudo de mãos beijadas e não precisou fazer nada.

— O que você quer dizer com isso? — Harry o encarou, seus olhos bonitos e brilhantes doíam como toda sua cabeça em qualquer movimento.

Louis se pôs de pé, ajeitando a camisa social.

— Quis dizer que você é o amor da minha vida, Harry — Louis afirmou, sem dúvidas — mas você não é o amor para minha vida.

— Louis, por favor — Harry se levantou rapidamente, empurrando os lençóis da cama.

— Eu me importo com você, nunca vou deixar de me importar, mas você nunca provou que é digno de mim, como por todo esse tempo eu tentei provar que posso merecer você — Louis o disse com calma — mas eu me cansei, Harry.

— Amor, eu posso mudar — o cacheado acenou rápido, engolindo em seco — Louis, eu prometo que vou me esforçar para te ajudar.

— O problema é que você, como sempre, está prometendo as coisas no momento ruim, em que você chora e eu te perdoo, mas isso não é bom para nós — ele negou — e preciso começar a pensar em mim.

— Você vai me deixar? — ele engoliu em seco, olhando o outro nos olhos — por favor, eu prometo que vou mudar.

— Eu nunca vou deixar você, você não vai perder seu marido — Louis acenou — vamos ser como éramos antes, estamos casados e terá a liberdade que quer — ele acenou outra vez — mas a partir de agora eu só quero saber se você está respirando e se chegou aqui em casa bem, nada mais. Não somos amantes, somos maridos no papel. Não somos mais amigos, não teremos mais a mesma intimidade, não faremos mais as coisas juntos. Você vive sua vida sem meu controle, como sempre quis, e eu vou cuidar dos meus negócios.

— Por favor — Harry soluçou, se agarrando nele, sua cabeça deitou no peito de Louis — não me deixa, eu prometo, Louis...prometo que vou ser melhor.

— Não quero suas promessas, Harry, eu quero atos — o moreno disse — quero ver sua mudança, ao invés de ouvir suas palavras vazias. Quero que sinta o desprezo que senti, eu quero que veja como é ser tratado sem nenhum valor, quando eu fazia tudo por você.

Devagar, Louis se afastou, deixando Harry sentado na cama outra vez. Harry ergueu seu olhar, para poder observar Louis caminhando para a porta do quarto. Ele parou bem ali.

— Voltamos à estaca zero. Eu estou desistindo de você e agora é a sua vez de provar que me merece, Harry Styles.

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