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By olimpia_valdez

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๐จ๐ง๐ž, choice
๐ญ๐ฐ๐จ, had not notice
๐ญ๐ก๐ซ๐ž๐ž, fair
๐Ÿ๐จ๐ฎ๐ซ, liar
๐Ÿ๐ข๐ฏ๐ž, fault
๐ฌ๐ข๐ฑ, fear
๐ฌ๐ž๐ฏ๐ž๐ง, empty promises and apologies
๐ž๐ข๐ ๐ก๐ญ, count on me
๐ง๐ข๐ง๐ž, audience
๐ญ๐ž๐ง, sober
๐ญ๐ฐ๐ž๐ฅ๐ฏ๐ž, hope
๐ญ๐ก๐ข๐ซ๐ญ๐ž๐ž๐ง, trust
๐Ÿ๐จ๐ฎ๐ซ๐ญ๐ž๐ž๐ง, invisible barriers
๐Ÿ๐ข๐Ÿ๐ญ๐ž๐ž๐ง, jealousy
๐ฌ๐ข๐ฑ๐ญ๐ž๐ž๐ง, failed love
๐ฌ๐ž๐ฏ๐ž๐ง๐ญ๐ž๐ž๐ง, relapse
๐ž๐ข๐ ๐ก๐ญ๐ž๐ž๐ง, shame
๐ž๐ฌ๐ฉ๐ž๐œ๐ข๐š๐ฅ, 50k!
๐ง๐ข๐ง๐ž๐ญ๐ž๐ž๐ง, save him
๐ญ๐ฐ๐ž๐ง๐ญ๐ฒ, mirror
๐ญ๐ฐ๐ž๐ง๐ญ๐ฒ ๐จ๐ง๐ž, time traveller
๐ญ๐ฐ๐ž๐ง๐ญ๐ฒ ๐ญ๐ฐ๐จ, good luck
๐ญ๐ฐ๐ž๐ง๐ญ๐ฒ ๐ญ๐ก๐ซ๐ž๐ž, useless
๐ญ๐ฐ๐ž๐ง๐ญ๐ฒ ๐Ÿ๐จ๐ฎ๐ซ, favorite person
๐ญ๐ฐ๐ž๐ง๐ญ๐ฒ ๐Ÿ๐ข๐ฏ๐ž, selfish
๐ž๐ฌ๐ฉ๐ž๐œ๐ข๐š๐ฅ, 100k!
๐ญ๐ฐ๐ž๐ง๐ญ๐ฒ ๐ฌ๐ข๐ฑ, darkness

๐ž๐ฅ๐ž๐ฏ๐ž๐ง, illusory euphoria

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By olimpia_valdez







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CW/TW: menção ao consumo de drogas ilícitas, transtorno alimentar e overdose





Quando Senju acordou, ela não reconheceu de primeira onde estava, a mente ainda um pouco nublada pelo sono. Decidiu se espreguiçar e franziu as sobrancelhas ao notar que a cama em que estava dormindo era bem maior que a de solteiro que tinha no dormitório, então, foi aí que o seu cérebro se lembrou do que tinha acontecido durante a madrugada.

O pensamento de que Mikey estava tentando ficar sóbrio logo a tomou, a lembrando de que tinha presenciado um dos efeitos de uma crise de abstinência, a platinada nunca tinha o visto tão ansioso, nem na final do campeonato do ano passado ele estava desse jeito. Isso a preocupava de uma maneira absurda, porque agora, sentada no colchão vazio, ela se pegou pensando no próprio jogo do final do mês, com uma dúvida cruel surgindo dentro de si: "Ele já jogou completamente sóbrio?".

Doía não ter percebido que a situação era realmente pior do que só a forma que ele se comportava em festas.

Senju suspirou, passando as mãos pelo rosto, com os olhos se acostumando com a escuridão no quarto. Também acabou notando que Mikey não estava na cama. Com um pouco de observação, percebeu a luz do banheiro ligada, então assimilou que ele estava lá dentro. Tomou coragem e saiu da cama, levantando as cortinas das duas janelas que tinham no ambiente, uma de cada lado da cama, e andou até a escrivaninha, onde as coisas dela estavam colocadas.

Os olhos da garota se arregalaram ao verem o horário na tela do celular, já passava de meio-dia, o que significava que tanto ela quanto Mikey dormiram a manhã inteira e perderam as aulas que tinham. Respirou fundo ao pensar na bronca que levaria na segunda-feira, quando teria aula novamente com o professor da matéria que teria hoje, mas ela não se arrependia por ter faltado.

Aproveitou para olhar as várias mensagens que tinham ali, principalmente as suas, que perguntavam onde ela estava, o que fez Senju suspirar, simplesmente tinha desaparecido no meio da madrugada, com certeza iria atrás de você para conversar. Porém, antes que ela pudesse sequer começar a digitar para que se encontrassem na intenção de almoçarem, ouviu uma sequência de barulhos vindos do banheiro e andou a passos rápidos até lá.

— Mikey? — ela perguntou, abrindo a porta devagar e o coração apertou ao ver tal cena.

O loiro estava ajoelhado no chão, diante do vaso sanitário, que estava com a tampa aberta, com as mãos segurando com força os próprios fios de cabelo. Céus, ela nunca tinha o visto assim e apoiou o celular na bancada da pia antes de começar a andar até ele.

— O que tá acontecendo? — ela perguntou com um tom de voz mais baixo, se agachando para que ela pudesse o ver — Conversa comigo.

— Eu... Só não sai... Simplesmente não sai nada...

A voz dele saía entrecortada, mesclada com a respiração descompassada, que fazia o peito dele descer frequentemente. Senju ousou olhar na direção do vaso e viu a água limpa e, pela expressão que Mikey carregava, ela conseguia deduzir que ele já estava ali há uma boa quantidade de tempo. Além disso, a platinada é a pessoa que mais bem entendia tal sensação, um puro incômodo de querer colocar pra fora, a sua mente gritando que ainda tem algo dentro de você, mas o seu corpo, ao contrário, diz que não tem nada.

Doía demais ter um conflito assim consigo mesmo.

Senju levou os próprios dedos aos de Mikey, começando a fazer com que ele soltasse o cabelo, doeu ver alguns fios caírem durante esse processo, e o silêncio que surgiu piorou tudo. Ela não sabia o que fazer realmente, nunca tinha passado por uma situação parecida, se sentia perdida em qualquer ação que pudesse tomar, tinha até um pouco medo de falar algo que piorasse tudo.

— Posso prender o seu cabelo? — perguntou, receosa, e recebeu um aceno de cabeça como resposta, o ouvindo suspirar em seguida.

Se levantou e esticou o braço na direção da bancada, alcançando uma linguinha preta que estava largada ali, e se colocou atrás dele, começando a juntar os fios loiros com cuidado, os colocando em um coque não tão apertado. Ela se manteve ali em pé, mas agora as mãos estavam apoiadas nos ombros dele, conseguia sentir os músculos tensos só pelo toque, o corpo em uma total sensação de agonia.

— Você não contou pra [Nome] sobre isso, né?

— Não contei pra ninguém... — sussurrou a resposta e coração de Senju se apertou.

— Mikey... Eu... — tentava pensar no que realmente dizer, mas a mente estava em branco — Eu preciso contar pra ela.

— Não, por favor...

— Por que não quer que ela saiba? — tomou coragem para perguntar e decidiu voltar a se agachar, ficando na altura do rosto dele.

— Ela já tem muita coisa pra se preocupar.

— Você é um dos melhores amigos dela, Mikey — Senju disse, colocando uma das mãos sobre o rosto dele, começando a deixar uma espécie de carinho com as pontas dos dedos — Ela se preocupa de forma automática, é da natureza dela. E eu sei que, de todos nós, ela é a que mais pode te ajudar.

Mikey sabia que a platinada estava certa, ele tinha pensando em te contar primeiro, mas ele simplesmente paralisou na hora. Mesmo que você já tivesse falado que ele nunca seria o seu pai, a conversa de Kazutora ressoou na cabeça dele por dias, se já se parecia com o pai de um dos melhores amigos dele, o que o impedia de se transformar no seu?

Ele não queria te dar mais trabalho, te preocupar ainda mais com coisas que você odeia, principalmente o tipo de droga que ele usava. Porém, no meio disso tudo, dessa maré de dúvidas, tinha uma única certeza, o fato de que você estava nos contatos de emergência por uma razão, a que você sempre estaria ali por ele, e como Senju tinha dito durante a madrugada, não estava sozinho nessa.

— Posso ligar pra ela?

O loiro suspirou, sentindo a garganta arder pelas tentativas falhas de vomitar, e assentiu com a cabeça para platinada. Senju não demorou dois segundos para pegar o telefone e começar a procurar o seu contato, que estava na lista de favoritos.

— Eu vou pegar uma água pra você — ela avisou e Mikey só conseguiu assentir novamente.

A platinada deixou um beijo no topo da cabeça dele antes de sair do banheiro e do quarto, em seguida, tentando soar o mais silenciosa possível, não sabia se tinha pessoas na fraternidade, e não queria que alguém realmente a atrapalhasse. Durante o caminho, começou a ligar para você, torcendo para que atendesse o mais rápido possível.

— Na próxima vez que você quiser desaparecer que nem a minha mãe, me avisa — a sua voz ecoou do outro lado da linha e Senju não conseguiu conter a revirada de olhos.

— Sabia que lidar com trauma por meio de piadas não é muito saudável?

— Logo você querendo me dar uma lição de moral sobre isso?

— Você nem começa, senhorita.

Agora foi a sua vez de rir, arrumando a bolsa no ombro, enquanto descia as escadas do prédio do seu curso. Sentiu o vento bater contra rosto e sorriu fraco ao acenar para alguns conhecidos pelo caminho.

— Mas enfim, o que aconteceu para simplesmente eu acordar e não te ver no quarto?

Foi ao fazer essa pergunta e notar o silêncio de Senju, que você sentiu que tinha algo de errado, praticamente parando de andar.

— O que aconteceu? — perguntou de novo, com a clara preocupação na voz.

— Você pode vir na Toman?

— Como assim ir na Toman, Senju? — você perguntou, confusa, mas já tinha voltado a andar, mais rápido do que antes, e na direção da fraternidade.

A platinada terminou de encher o copo de água e sentiu a garganta fechar, não tinha passado na cabeça dela como poderia ser difícil contar sobre o que estava acontecendo para você, mas era necessário. Ela não conseguiria ajudar Mikey sozinha.

— O Mikey tá passando mal, tem como você vir aqui?

— Em que sentido ele tá passando mal?

— Eu realmente não quero ter que te explicar por telefone.

— Senju...

— Você vai vir?

— Vou, só me dá uns minutos.

Vocês logo se despediram e a ligação se encerrou, mas, agora, a sua mente já começava a funcionar, pensando em todas as possibilidades. Começava a repassar na sua mente os seus encontros com Mikey nos últimos dias, até percebeu que eles tinham sido poucos, comparados em relação à semana anterior, mas isso é normal, certo? Vocês estão no último ano da faculdade, é normal que acabem se encontrando menos ao longo do avanço do semestre.

Porém, cada vez que você pensava, simplesmente ficava ainda mais impossível não ter uma ideia ruim. As possibilidades eram infinitas e tudo que envolvia os seus amigos era extremamente importante para você, afinal, eles sempre foram seu porto seguro.

Completamente perdida nos próprios pensamentos e praticamente correndo pela calçada, não percebeu que uma pessoa estava no seu caminho, o que te fez acabar trombando contra ela com força, o que quase te levou ao chão. Os braços da tal pessoa te seguraram, impedindo que caísse, e foi aí que levantou o olhar, na intenção de pedir desculpas, mas a sua voz sumiu ao se deparar com Kazutora.

Conseguia sentir as mãos dele apoiadas na sua cintura, o olhar dourado, brilhante por causa da luz do Sol, e ainda o cabelo amarrado em um rabo de cavalo, com duas mechas da franja emoldurando o rosto. Por que ele tinha que ser tão bonito? Se me permite ser sincera, uma dúvida realmente cruel para alguém como você, que, agora, vive num dilema que não quer aceitar.

Afinal, você realmente gostou do seu melhor amigo quando era mais nova?

— Me desculpa — conseguiu falar — Tava com pressa e não te vi.

— Sem problema — ele respondeu, com a mesma vergonha que você sentia — Está tudo bem?

— Sim, só tava com pressa mesmo.

— Vai pra onde?

— Pra Toman, me pediram pra ir lá.

Kazutora franziu as sobrancelhas ao ouvir a última informação, mas ele não forçou mais, era claro, pelo menos pra ele, que você não falaria.

— Quer carona?

— Não vai te atrapalhar?

— Claro que não! — ele respondeu de imediato e conseguiu sentir as bochechas queimarem de leve — Tenho que fazer o almoço hoje também.

Você assentiu e foi aí que percebeu como as mãos de Kazutora ainda estavam na sua cintura e foi a sua vez de sentir as bochechas queimarem, simplesmente estava tão confortável ali que chegava a ser estranho. Logo ele também percebeu e se afastou uns dois passos pra trás e você não gostou disso.

— Vamos? — ele perguntou e você assentiu, começando a o seguir.

O caminho até a moto de Kazutora foi rápido, os prédios de Enfermagem, Medicina e Veterinária ficavam próximos um dos outros, criando uma espécie de complexo da área de biológicas da universidade, que era ainda composto por outros cursos e laboratórios. Assim, não demorou muito para que estivessem indo em direção a fraternidade e você se permitiu curtir o frio na barriga que sempre sentia quando andava de moto, uma espécie de adrenalina gostosa.

Ao chegarem na fraternidade, não tardaram a entrar e você praticamente voou na direção do andar de cima, o que fez Kazutora estranhar ainda mais o que estava acontecendo. Não era comum você aparecer na fraternidade na hora do almoço, principalmente por causa do seu estágio na parte da tarde, e, além disso, o moreno não tinha visto Mikey de manhã.

Takemichi até tentou o acordar, mas as batidas na porta trancada não tiveram resposta, então deixaram de lado a situação, mas também mandaram mensagem para o líder, perguntando se tinha acontecido alguma coisa, o carro de Senju estacionado ao longo da calçada também só aumentava as teorias sobre a ausência do loiro. E bem, realmente tinha acontecido e você estava prestes a descobrir o que era.

Andou a passos rápidos até o último quarto corredor e bateu na porta três vezes, esperando ansiosa que alguém abrisse, até que Senju tomou conta do seu campo de visão, deixando espaço para pudesse entrar no quarto. Foi automático deixar a sua bolsa em cima da escrivaninha e procurar com o olhar a figura de Mikey e logo a encontrou, sentado no chão do banheiro, com as costas apoiadas na parede, e um copo de água já vazio ao lado.

Você não disse nada, simplesmente andou até ele e se agachou, de forma que os rostos ficassem na mesma altura. A sua mão foi automaticamente na direção da testa dele, logo passando para o pescoço, já tirando da sua lista mental a probabilidade de Mikey estar com febre, mas foi o olhar que lhe deu que fez com que o seu coração errasse uma batida.

Desde quando ele tinha essas olheiras?

— Mikey... — a sua voz saiu como um sussurro e o loiro lutou contra a vontade de desviar o olhar — O que aconteceu?

O capitão se viu sem voz perante a pergunta, principalmente por estar sendo feita por você, alguém de quem ele achava que não merecia ajuda.

— Você quer que eu fale? — Senju perguntou, conseguindo a atenção do loiro para si.

A platinada voltou a entrar no banheiro, se sentando ao lado de Mikey, e isso não passou batido aos seus olhos, mas deixaria para perguntar sobre isso em um outro momento. Agora, você só queria entender o que estava acontecendo com um de seus melhores amigos e porque ele parecia tão cansado.

— Não precisa — ele respondeu, mas não voltou a te encarar, olhando para o chão de ladrilhos brancos.

Não conseguiria fazer isso vendo o seu rosto.

— Desde segunda, eu... — as palavras não surgiam, travavam na garganta.

Mikey não entendia como, agora, ser sincero com você estava tão difícil, nunca tinha sido, sempre foram próximos um do outro, mesmo que não tivessem a mesma intimidade ao se comparar com a sua amizade com Kazutora. Porém, a confiança sempre existiu, mas ele sentia que a quebrava a cada ano que passava, em todas as vezes que sentia o próprio corpo ficando mais tolerante e quando tentava ultrapassar cada novo limite.

Um ciclo vicioso extremamente perigoso.

— Eu... Estou tentando ficar sóbrio de uma vez — ele disse rápido, quase como se as palavras, agora, se atropelassem, se sentia ridículo por não conseguir admitir isso pra você, mas era praticamente involuntário — Tem cinco dias disso e acho que isso é uma crise de abstinência, eu realmente não sei o que está acontecendo com o meu corpo.

Já teve momentos que você pensou que um dia esse momento chegaria, que Mikey teria que ficar sóbrio de verdade, mas nunca, nem em mil anos, imaginou que seria agora. Achava que seria quando ele entrasse e começasse a sua carreira profissional, porque aí não teria mais como fugir e continuar escondendo a real situação da equipe.

O fato dele ser um "High Functional Addicted", algo que você até já tinha estudado em aulas alguns semestres atrás, realmente dava uma mascarada na situação, afinal, ele conseguia fazer suas atividades do dia a dia e não transparecia a quantidade de vezes que ia até a Valhalla atrás de Hanma. Tudo acontecia quase como um teatro perfeito, mas, em algum momento, o show teria que se encerrar e as consequências chegariam.

Mikey é um viciado, independentemente da classificação.

Você se viu calada por vários segundos, somente o encarando, tinham sido tantas vezes que o seu pai tinha tentado parar que você já sabia as fases antes mesmo de ter entrado direito no ensino médio. Todas as vezes foram falhas, sem exceção, as recaídas sempre existiam e tudo voltava para a estaca zero em poucas semanas, se lembrava perfeitamente das vezes que o pegou caindo no vício novamente, aprendeu como a heroína funcionava por causa disso.

Tinha uma parte do seu cérebro, aquela marcada com amargura em relação a esse assunto, que dizia que seria a mesma coisa, que tudo aquilo somente seria reproduzido por uma outra pessoa, mas, uma outra parte da sua mente estava em total estado de orgulho. Mesmo que tivesse todos os seus motivos, toda a sua história, você ainda conseguia acreditar nas pessoas.

— Eu não sei o que dizer... — a sua mente estava confusa e, agora, Mikey voltou a te olhar nos olhos.

— Não precisa falar nada.

Você conseguiu assentir com a cabeça e então levou o seu olhar para Senju.

— Ontem, quando saiu do quarto...

— Isso — a platinada conteve um suspiro — O Mikey me ligou e eu fui atrás.

— O que você sentiu? — perguntou pra ele, que tinha esfregado o rosto com as mãos.

— Só queria usar, precisava usar. Era quase como se tivesse com fome e isso não me deixava dormir direito.

— Tem quantos dias que você não usa nada?

— Hoje é o quinto.

Você mordeu o lábio inferior, sentindo os olhos marejarem com força.

Sozinho, ele tinha aguentado cinco dias sem nem saber o que estava acontecendo.

Respirou fundo, enxugando as duas lágrimas que caíram pelo seu rosto, e olhou novamente para Mikey.

— Você sabe o que eu vou dizer agora, não é?

— Sei — ele respondeu e suspirou, apoiando a cabeça contra a parede.

— O que? — Senju perguntou, confusa, e você riu fraco, aproveitando para se sentar direito no chão do banheiro.

— Há várias maneiras de se tratar a questão de um vício — você começou a explicar, atenta na escolha das palavras — Sendo a mais efetiva quando o paciente vai até um profissional qualificado e quer fazer o tratamento.

— Mas essa não é uma opção — Mikey disse e você levou o olhar até ele, o vendo tentar esconder o leve tremor que se propagava pelas mãos.

— Vai ser mais difícil... — você tentou iniciar um argumento, mas ele balançou a cabeça em negação.

— O treinador não pode saber disso, [Nome].

— Mas ele vai perceber uma hora, Mikey — suspirou — Isso é só o início. Cada caso é um caso? Sim, mas pode levar meses para você ficar limpo de verdade. Com ajuda é bem mais fácil.

— Eu sei, mas vou simplesmente chegar pro Scott e dizer que sou um viciado?

— Mas e o exame de urina pro doping? — Senju perguntou, baixo, e você viu os ombros de Mikey tensionando.

— Fazer Educação Física te ensina muitas coisas e não é muito difícil acabar aprendendo a conseguir um falso.

Mikey com certeza não se orgulhava disso, principalmente pelo olhar que recebeu da platinada, mas era uma realidade que ele tinha se habituado nos últimos anos. As drogas, por muito tempo, foram a forma que ele achou de se distanciar da realidade, era muito mais fácil e "divertido" ficar testando os seus limites do que lidar com as próprias questões da vida.

Era nesses momentos, cheios de uma euforia ilusória, que não se lembrava do corpo caído de Shinichiro no banheiro, o qual ele mesmo encontrou, das várias brigas com Izana e muito menos do divórcio dos pais logo depois da morte do irmão.

Ele simplesmente se lembrava de nada quando estava drogado e a mente dele gostava daquilo.

— Eu não me orgulho de ter feito isso — pareceu certo falar, tentar se explicar, mas Senju somente deu de ombros, não seria agora que eles teriam essa conversa.

— E os narcóticos anônimos? — você perguntou, ainda um pouco incerta — O meu pai foi em algumas reuniões numa época e não é porque não deu certo pra ele que não pode dar pra você.

Mikey se viu em silêncio, encarando o seu rosto e ainda processando a sugestão, porque mesmo que racionalmente ele sabia que era um viciado, mesmo que não tão parecido com aqueles que apareciam em documentários. Porém, ainda tinha uma parte orgulhosa dentro de si que não queria admitir, mas o corpo dele já era prova suficiente pra isso.

Os músculos estavam ali, ele continuava com força e a velocidade, mas a precisão tinha sumido, as mãos trêmulas praticamente o perseguiam dia e noite e os lançamentos, que um dia foram perfeitos, agora não eram mais e ele se via, pela primeira vez em anos, frustrado com o próprio rendimento em campo. Ele teria que aceitar a nova realidade, baseada na decisão de finalmente não usar mais nada.

— Eu vou te ajudar, independente do que me diga — você voltou a falar — Porém, com você não sendo um paciente no hospital, não posso fazer tanta coisa, o meu alcance fica limitado, mas quando sentir qualquer coisa, me avisa, de verdade. E se decidir ir nas reuniões, me avisa também, que aí eu te passo o endereço de lá.

— Obrigado, [Nome], de verdade mesmo.

— Não me agradeça, isso é o mínimo que eu posso fazer.

— Vocês duas e essa tara de não me deixaram agradecer as coisas, mas que caralho — ele resmungou e você trocou um olhar com sua melhor amiga antes de cair na risada.

— Pensei que já tinha se acostumado com isso — entrou na brincadeira e ele revirou os olhos, mas com um sorriso leve no rosto.

Você se viu aliviada por conseguir colocar, nem que seja mínimo, um sorriso no rosto de Mikey, sabia como esses momentos poderiam ser difíceis, tanto para quem passava, quanto para aqueles que estavam ao redor. Sorriu ao ver o loiro apoiar a cabeça no ombro de Senju, que tinha uma espécie de alívio no rosto, simplesmente por você estar ali no banheiro.

Ela sabia que sozinha não conseguiria ajudar Mikey, mas com a sua presença tudo ficaria mais fácil.

— Você está sentindo alguma coisa agora?

— Eu não sei direito... — ele suspirou e passou alguns segundos em silêncio, com um semblante pensativo — Acordei querendo vomitar, só que eu não tinha conseguido comer porque estava meio ansioso e aí depois eu comecei a sentir cansaço... É realmente tão confuso assim?

O seu coração se apertou quando ouviu a pergunta, e mesmo que não quisesse admitir, sentia o dejá-vù.

— É sim — sorriu fraco — É bem aquela coisa que a gente aprende sobre hormônios.

— As substituições e inibições das substâncias, né?

— Isso mesmo e agora é todo um processo do seu corpo voltar pra estaca zero, voltando ao estágio inicial sem a droga.

— Graças a Deus eu sou de humanas — a voz de Senju ecoou e você começou a rir.

A platinada fazia o curso de Publicidade e Propaganda e realmente se sentiu um peixe fora d'água quando começaram a falar de hormônios, tinha uma vaga lembrança do ensino médio, mas o que realmente decorou foram as coisas que envolviam gravidez, porque é algo que não faz parte do plano de vida da garota, pelo menos não tão cedo.

— Mesmo que seja confuso você explicar o que está sentindo — falou para Mikey — É praticamente o que a gente aprendeu em Fisiologia Humana.

— Nunca pensei que teria que estudar essa matéria de novo, simplesmente foi um inferno.

— Tenho que concordar, mas nada supera anatomia.

— Nem me lembra dessa porra.

— Olha, nós  vamos fazer isso juntos, tudo bem? — você disse, depois de parar de rir da reclamação de Mikey — Não vai ser fácil, principalmente com você não querendo que isso saia daqui, mas a gente vai tentar.

— Isso que importa, não é?

Você sorriu e finalmente abraçou Mikey, mesmo que de forma meio desleixada por estarem sentados no chão, mas era sincero, afinal, era um momento que realmente queria que chegasse.

— Não preciso dizer que estou orgulhosa de você, né? — sussurrou contra a orelha dele, que balançou a cabeça em negação, te puxando um pouco mais para o abraço.

Você sentiu que um dos braços de Mikey saiu de suas costas e logo Senju também estava no meio, praticamente um emaranhado de corpos e, de alguma maneira, estava extremamente confortável, principalmente para o loiro. Ele não saberia colocar em palavras o que o apoio de vocês duas significava, principalmente pelo motivo de que ele queria mudar, mas não só pela própria saúde e futuro, e sim por todos que estavam ao redor dele.

— Eu posso saber o que tá rolando? — uma voz masculina ecoou do quarto e vocês três praticamente pularam de susto.

Saindo do abraço, se depararam com a figura de Kazutora em pé, os olhando com uma expressão confusa, principalmente ao perceber o rosto abatido de Mikey. Ele já tinha o estranhado nos treinos durante a semana, parecia que ele estava mais avoado, mas juntando com o fato de você estar ali, com certeza tinha alguma coisa que não estava certa.

— Você tá bem, Mikey? — a pergunta pegou em cheio e vocês se olharam em uma conversa silenciosa.

"Vai querer contar?" —  o seu olhar perguntava para Mikey, que tinha os ombros completamente tensos e até mesmo o enjoo parecia voltar, o mal estar tinha passado um pouco depois de ter se acalmado e bebido água.

Entre todas as pessoas do mundo, e pelos motivos mais diversos, Kazutora era uma das pessoas que mais mereciam uma satisfação do que Mikey deixava ou não de fazer com a vida, só não chegava no patamar da própria Emma. Entre todos os amigos, inclusive Draken, o Hanemiya era quem sempre tirava Mikey da merda, de todas as maneiras possíveis.

Desde a infância foi assim, os dois sempre se livrando das confusões que aprontavam, mas, nos últimos anos, os papéis tinham quase que se invertido. Kazutora não era mais o "adolescente revoltado com a vida", que conseguia suspensões todos os meses e que só não foi expulso da escola por causa das notas excelentes que conseguia manter. Já Mikey tinha se afundado em um poço que ele mesmo tinha construído, porque diferente dos outros irmãos, que realmente viveram o luto pela morte de Shinichiro, ele tinha se recusado.

E hoje, toda a situação que ele se colocou, foi por culpa da boa imaturidade que esbanjava aos dezoito anos. Porém, se pararmos um pouco para pensar, chegamos a conclusão que não é justo tudo aquilo ter acontecido, não só com ele, mas sim com todos, afinal, eram somente crianças, mas que foram obrigadas a terem mentes de adultos muito rápido.

"Sim, ele merece saber também." — foi o que o olhar de Mikey te respondeu e então o loiro se viu tentando levantar, apoiando uma das mãos na bancada da pia.

Você e Senju ofereceram ajuda de forma silenciosa, mas ele negou com um aceno de cabeça, queria fazer isso sozinho, enfrentar Kazutora sozinho. Ele sentia o cansaço de dias com sono desregulado, somado aos treinos intensos pro início da temporada, se espalhar pelo corpo, até suspirou ao realmente se colocar de pé e andar até o amigo, que o encarava praticamente estático.

— Tem quase uma semana que não uso nada — Mikey conseguiu dizer, sentindo os olhos dourados contra si — Estou tentando não me tornar um "homem merda".

Kazutora encarou Mikey por longos segundos, até mesmo levou o olhar até você e Senju, que confirmaram o que ele tinha acabado de ouvir, inclusive a referência a conversa que os dois tiveram dias atrás. Parecia que tinha um zunido nos ouvidos do moreno, aquela era uma informação que não só o Kazutora de 22 anos queria receber, mas o de 15 principalmente.

Quando o loiro disse, naquele fatídico dia no mercado, que Kazutora não era um santo, era verdade. Não só as confusões que arrumava na escola, mas até na vida de forma geral, Mikey não tinha descoberto as drogas sozinho. Eles dois tinham dividido o primeiro beck. Estavam juntos em todas as primeiras vezes, cocaína, doce... Tudo, estavam juntos em simplesmente tudo, mas começaram a se separar quando Kazutora resolveu parar, principalmente por perceber que, depois que o pai foi preso, ele era o suporte da mãe e da irmã.

Não deixaria que Maddy fizesse o que ele fez e muito menos passasse pelo o que passou.

Mikey não parou, na verdade, só continuou mais e mais, a morte de Shinichiro o destruiu, ele nunca verbalizou isso, mesmo que o número de sua camiseta fosse o mesmo do irmão, o 12.

Os dois eram melhores amigos? Sim. Viveram praticamente a vida inteira juntos? Sim. Mas sabiam de tudo que passavam pelas suas mentes? Não.

Mikey não sabia até dias atrás que Kazutora odiava que lhe pedissem desculpas, como Kazutora não sabia que boa parte do vício de Mikey veio em decorrência da morte de Shinichiro.

Chega até ser estranho como coisas tão importantes da vida um do outro não fossem contadas entre eles, mas, na verdade, não tinham outras pessoas que soubessem disso também, só tinha uma exceção, mas não de uma maneira completa. Afinal, você só sabia sobre a questão de Kazutora odiar desculpas, mas os motivos de Mikey? Nem você sabia disso.

Kazutora também nunca foi uma pessoa de palavras, mas sim de ações e momentos.

Para ele, palavras poderiam facilmente serem mentiras, as desculpas do pai dele estavam aí como prova. Então, quando ele avançou e abraçou um de seus melhores amigos com praticamente toda a força, não demorou para que Mikey chorasse. As lágrimas silenciosas escorriam pelas bochechas, enquanto sentia o coração de Kazutora ressoar contra o próprio corpo.

— Isso é um segredo — Kazutora mais afirmou do que perguntou, mas Mikey assentiu com a cabeça, assim que se desfizeram do abraço, com as mãos levemente calejadas do mais alto apoiada em seus ombros.

— Eu não sei quanto tempo vai dar pra guardar, mas vamos tentar — a sua voz ecoou e o moreno te olhou, concordando com a cabeça.

— Vou inventar alguma coisa pro treinador pra você não ir hoje.

— Kazutora...

— Meu cu que você treina hoje, Mikey! Sei que você faltou às aulas também, isso até me ajuda a convencer o Scott.

— Mas...

— Ele não vai desconfiar — foi Senju quem falou dessa vez — Confia no Kazu.

O loiro olhou para os dois, para finalmente olhar para você, como se esperasse a sua opinião antes de decidir.

— Por mim, você fica aqui nesse quarto e tenta descansar. As próprias semanas podem não ser tão ruins,  depende muito, mas isso também não quer dizer que vão ser fáceis.

— E eu vou ficar aqui, pelo menos até o horário do treino com as líderes — a platinada disse, fazendo com que os olhos escuros de Mikey brilhassem — Só vou passar no dormitório pra pegar minhas coisas.

— Vocês vão ficar pra almoçar, né? — Kazutora perguntou.

— A gente pode?

— Assim, eu aumentei a quantidade pra isso.

— Sem nem perguntar? — Senju indagou, controlando a vontade de rir.

— E a gente ia negar? É a comida do Kazutora! — você argumentou e não tinha como negar, afinal, vocês todos acreditavam que ele podia ganhar o Masterchef se tentasse.

— O pessoal já tá lá embaixo — o moreno falou, tentando disfarçar a leve vergonha que o tinha tomado — Não sei se você vai comer com eles.

— Eu quero — Mikey suspirou — Só preciso de um banho.

— Tudo bem — concordou, colocando as mãos no bolso da calça jeans preta, com rasgos levemente grandes nos joelhos — E nem tente pedir para que a gente não te espere. Você sabe que a gente não vai te ouvir em relação a isso.

Os olhos dourados brilharam em desafio, enquanto Mikey revirava os dele.

Kazutora conseguia ser impossível quando queria.

— Já vou descer e avisar que pelo menos você tá vivo. O Baji quase pegou o taco de beisebol do Pah pra quebrar a porta e ver se você tava respirando.

— Exagerado como sempre — Mikey respondeu, depois de soltar um arzinho pelo nariz.

Ele ainda sentia o desconforto se propagar pelo corpo, um formigamento talvez, a sensação era nova e confusa demais, mas o fato de que vocês estavam ali, com ele, deixava tudo mais suportável.

— Já vou descer com o Kazutora também — você avisou, seguindo em direção à porta, mas antes deixou um beijo na bochecha de Mikey.

Logo vocês dois estavam saindo do quarto, mas antes de descerem, o seu melhor amigo parou de andar e segurou o seu braço, te fazendo virar na direção dele.

— Ele vai conseguir? — a pergunta pegou de surpresa e você viu a clara preocupação estampada nos olhos de ouro.

— Não sei, depende mais dele do que qualquer coisa.

— Você tentou convencer de ir pra reabilitação e ele não quis, né?

— Isso.

Kazutora suspirou e levantou o rosto para encarar o teto, ele entendia Mikey nesse ponto, não queria que isso ressoasse como problemas para o time, mas os riscos de não dar certo eram grandes.

— Você vai ter que ajudar ele em campo, principalmente nesse primeiro jogo — você disse, o fazendo voltar a te olhar — Nessas primeiras semanas, vai ser mais difícil ele se concentrar e estar no nível de antes.

— Vou ter  que começar a correr que nem um louco — ele brincou e você riu fraco — Vou tentar ser o melhor vice-capitão possível.

— Você já é o melhor vice-capitão — rebateu e Kazutora balançou a cabeça em negação.

— Nem vou tentar discutir.

— Que bom que sabe que tenho razão.

— Só às vezes.

— Ei!

O moreno riu com a sua reclamação e te puxou pelo braço, a abraçando de vez. Tinha dias que vocês não ficavam realmente sozinhos como agora e ainda na pequena bolha que sempre formava quando se abraçavam.

— Nós vamos fazer isso funcionar — escutou a voz dele e assentiu com a cabeça, em resposta.

— Ele não vai virar os nossos pais.

— Nunca.

Uma promessa feita por dois melhores amigos em nome de outro, foi isso que significou essa pequena, mas significativa conversa entre vocês dois. Dentre todas as pessoas do mundo, vocês eram quem mais sabiam sobre como certas situações são difíceis e se propagam por anos a fio, destruindo aos poucos os laços que se constroem.

Porém, vocês não iriam deixar que isso acontecesse com a família que puderam escolher, não deixariam que as suas amizades encontrassem o mesmo fim que suas famílias de sangue. Já tinham visto destruição demais e ainda quando eram somente crianças.

O abraço logo terminou e vocês desceriam as escadas, encontrando os outros meninos da fraternidade, que ficaram felizes por saberem que Mikey estava bem, Baji quase caiu da cadeira em que estava sentado na sala de jantar, o que te fez dar altas risadas. Logo o capitão também desceria, acompanhado por Senju e os dedos entrelaçados dos dois não passaram despercebidos por você, o que fez sorrir sugestiva e receber um dedo do meio da sua melhor amiga como resposta.

O grupo inteiro praticamente almoçou junto, só tinham alguns desfalques, por causa das rotinas de cada um, mas o clima estava extremamente bom. Durante todo o almoço o seu olhar ficou alternando entre a própria comida e Mikey, para ver se estava indo tudo bem, uma preocupação tão natural e linda, algo que Kazutora ama ver.

Isso mesmo, ama.

Por muito tempo, ele achou que era apaixonado por você, aquela velha história de uma paixão avassaladora e construída por anos de amizade e companheirismo. Porém, naquele dia que viu Blake te beijando em frente ao seu dormitório, junto com o olhar que recebeu do capitão do time de basquete, ele notou algo extremamente importante dentro de si.

Ele não era mais apaixonado por você.

Na verdade, Kazutora te ama e por todos os motivos que podem ser listados no mundo.

Então, quando o almoço acabou e começou a recolher a louça utilizada, o moreno inclinou o corpo e deixou um beijo no topo da sua cabeça, também colocando os dedos entre os fios do seu cabelo, em um aperto firme, mas não necessariamente forte. Poderia ter sido considerada uma cena simples, ele já tinha feito isso com você ao longo dos anos, mas algo se aqueceu dentro de você quando o viu se afastar da mesa, levando os pratos em direção a pia.

A visão do moreno se afastando te deixou com algo dentro de você, quase como se uma batalha se travava no seu coração, afinal, Blake é o seu namorado e você ainda o ama.

Porém, algo te fez levantar da cadeira e seguir Kazutora, o abraçando por trás, apoiando a testa contra as costas dele, sentindo o corpo dele relaxar só por ser o seu toque, ele não precisava perguntar pra saber quem era.

Você sentia o seu peito apertar, não sabia porque tanta pressão, praticamente parecia que estava lutando contra si mesma, foi então que os dedos de Kazutora encontraram os seus e automaticamente se entrelaçaram.

O coração dele estava batendo tão rápido quanto o seu e você não sabia se isso era bom ou ruim, já que, no final do dia, não seria ele quem te buscaria no estágio e te levaria pra jantar em um dos melhores restaurantes da cidade. Não seria ele que te levaria até a própria fraternidade e terminaria noite com "chave de ouro", não seria na cama dele que você dormiria.

E, pela primeira vez dentro desses dois anos que você namorava Blake, você quis dizer não ao receber um conjunto de mensagens, que confirmavam a programação de vocês dois para mais tarde. Porém, mesmo que quisesse dizer "não" e que preferiria ficar ali, com os dedos de Kazutora entrelaçados com os seus, você não conseguiria dizer, porque o seu coração ainda estava entrelaçado com o de Blake.

Você ainda está presa à euforia ilusória que o seu relacionamento significa.







Oi gente! Tudo bem com vocês?

O peso de importância desse capítulo... Sinceramente, acho que vai ser um dos mais importantes de toda a fic e olha que nem chegamos na metade do que ainda vai rolar 💭

Além disso, estava morrendo de saudades de atualizar aqui!!

A faculdade tá me lascando de todas as formas possíveis, mas as minhas férias vão ser agora em maio e tô torcendo pra conseguir ser produtiva! E uma outra coisa que eu quero contar pra vocês é que eu postei uma fic com o Vinnie Hacker lá no meu perfil secundário (fckdraken)!! As atualizações lá não ver são muito constantes, mas estou bem animada com o plot, simplesmente aquele clichezinho que aquece o coração

Bem, espero que tenham gostado do capítulo! Não se esqueçam de comentar (AMO ler o feedback de vocês)!

Até a próxima! ♥︎

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