Entre Tubos de Ensaio

By MK0815

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Após se formar em Imunologia pela Universidade de Columbia, em Nova Iorque, Regina Mills recebeu a proposta d... More

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Estávamos prontas para ir
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A queda do Império
Acertando as pontas
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Epílogo
O Melhor Presente

Sala 006

254 35 33
By MK0815

Regina

Era estranho estar ali depois de tanto tempo. Mas, eu sabia que precisava. De certa forma, eles dependiam de mim e das pessoas que estavam se mostrando dispostas a ajudar. Emma ainda não tinha visto as cobaias, mas eu sentia que seus ombros estavam tensos e eu podia jurar, que a loira estava com o estômago embrulhado, assim como eu.

— Bom, esse é o Neal Cassidy… — comecei a apresentação, enquanto nos aproximávamos de uma porta que carregava o número 006 bem acima do batente. A porta era de vidro fosco, o que nos impossibilitava de ver qualquer coisa do lado de dentro, pelo menos até que um botão específico fosse acionado e a opacidade desaparecesse e foi o que eu fiz, precisava que Emma o visse — Ele é cobaia no estudo de terapia celular. Neal foi diagnosticado com leucemia quando tinha 10 anos e seus pais estavam desesperados por uma cura e o Konrad apareceu, como o único e possível salvador para ele. Sem quimioterapia, sem tratamentos dolorosos, nem perda de cabelo e enjoos.

— Mas o que isso lhe custou? — foi a primeira vez que Emma falou depois que adentramos aquela área.

— Sua vida — respondi — Cassidy foi internado no instituto aos 11 anos e desde então, não saiu nunca mais — minha voz não vacilava, mas meu interior tremia com todas aquelas histórias. O homem ainda não podia nos ouvir, nem nos ver, mas Neal era esperto e já estava ali há muito tempo. Cassidy se sentou na cama e olhou em nossa direção, logo em seguida nos deu um tchauzinho, arrancando um sorriso de mim.

— Com quantos anos ele está agora? — Swan perguntou.

— Por que não pergunta diretamente para ele? — sorri em sua direção e aproximei meu cartão do decodificador que liberava a porta — Boa tarde, Neal!

— Olá, Regina! Quanto tempo você não aparece por aqui — Cassidy falou e enquanto isso, pude notar que observava Emma.

— Você sabe bem que eu não gosto muito de vir aqui e bom, eu estava um pouco ocupada.

— Humm! Sei… — franziu a testa e esticou a mão para a loira ao meu lado — Prazer, Neal Cassidy! Mas você já deve saber, afinal, aposto que Regina já te contou tudo sobre mim.

— Emma Swan! — a loira falou, enquanto soltava a mão de Neal — Digamos que ela me contou o necessário, por hora.

— Neal, a Emma é uma das nossas novas cientistas nas pesquisas e vai passar um bom tempo conosco, por isso a trouxe aqui — informei.

— Sorte a nossa, Regina! — quando um sorriso largo surgiu em seus lábios, eu soube que soltaria alguma pérola — Não é sempre que aparecem mulheres bonitas assim por aqui. Aproveita, já que eu não posso — revirei os olhos, enquanto ouvia a risada de Emma soar.

— Como você está, Neal? — perguntei, ignorando seu comentário anterior.

— Eu estou igual, doutora! Nenhuma melhora, nenhuma piora — Cassidy se sentou na cama outra vez e eu suspirei profundamente — Você passou muito tempo longe, Regina. Eles não se importam com a gente como você.

— Eu sei… — me aproximei de Cassidy e deixei  minha mão repousar em um dos seus ombros — Eu sinto muito por ter demorado tanto dessa vez.

— Tá tudo bem, Regina! Eu sei que você tem centenas de coisas para fazer e mesmo de longe, sempre dá um jeito de cuidar da gente — sorriu e eu o acompanhei — Só nunca achei justo estarmos em lados opostos das portas, mesmo sendo iguais. Quer dizer, nem tão igual assim… — aquele comentário fez um frio percorrer minha espinha, mas fiquei feliz por ele não falar nada além daquilo. Pelo canto do olho, pude ver a expressão de Emma mudar e a curiosidade tomar conta do seu semblante. Mataria Neal por isso.

— Tem visto ele? — perguntei, mudando de assunto antes que a loira tivesse a brilhante ideia de perguntar sobre o que ele estava falando.

— De vez em quando David me deixa visitá-lo, mas ele sempre pergunta por você — assenti, sentindo meu corpo todo doer — Vai vê-lo?

— Sim! Quero que ele conheça a Dra. Swan!

— Então não deixe-o esperando por mais tempo — balancei a cabeça em negativa, Neal sempre priorizava os outros, sempre — Vocês são lindas e eu adorei a visita, mas estou muito cansado e aposto que o meu vizinho vai adorar passar um tempo com vocês.

— Eu volto aqui ainda essa semana, okay? — ele assentiu, enquanto voltava a se deitar na cama. Era nítido o quanto seu corpo estava cansado e querendo desistir. A terapia não estava funcionando.

— Foi um prazer te conhecer, Emma!

— O prazer foi todo meu, Neal — Swan esticou a mão em sua direção e Cassidy a aceitou de bom grado.

— Cuide bem de Regina, ela nem sempre sabe a hora de desacelerar ou de brecar de vez, alguém precisa ser o freio dessa mulher — um leve sorriso surgiu em seus lábios, mas eu sabia que ele falava sério e pelo o que pude perceber, Swan também sabia disso.

— Pode deixar, Neal! — seu sorriso largo me desconcentrou por alguns segundos e quando voltei a prestar atenção no que acontecia à minha volta, já estávamos próximas da porta de número 108. Parei meus passos abruptamente e respirei fundo — Regina, você está bem?

— Estou sim… Eu só — já tinha alguns meses que eu não o via, precisava fazer isso sozinha, pelo menos por alguns minutos — Se importaria se eu entrasse sozinha primeiro e depois chamasse você?

— Não! Claro que não! — Emma me respondeu e deu um leve sorriso de lado — Eu te espero aqui. Vai lá!

— Obrigada! — retribuí o sorriso e me aproximei da porta. Mesmo com receio de como iria encontrá-lo, eu destravei a porta e adentrei o ambiente.

— Eu não quero tomar outra vacina. Por favor, não faça isso! — eu podia ouvir sua voz, mas ele não estava no meu campo de visão. Provavelmente tinha se escondido embaixo da cama, como sempre fazia.

— Henry, sou eu! — foi tudo o que eu precisei dizer para arrancá-lo de seu esconderijo.

— Regina? — o pequeno correu em minha direção e se jogou em meu colo. Ficamos um bom tempo ali abraçados, apenas nos sentindo — Eu estava com saudades!

— Eu também estava, meu amor!

— Por que demorou tanto dessa vez? — e mesmo de forma lúdica, comecei a explicar para o garoto o motivo de ter demorado para visitá-lo — Então você quer fazer isso parar?

— Eu quero sim e eu vou. Você confia em mim? — ele assentiu — Eu vou acabar com tudo isso, tá bom?

— Tá bom! Eu só não aguento mais todas essas agulhas — seus olhinhos se encheram d'água e eu senti meu peito doer com aquilo. O puxei para um abraço e sussurrei em seu ouvido.

— Eu vou te tirar daqui, Henry. Eu prometo! — ele me apertou forte e nós desfizemos o abraço — Eu quero que você conheça uma pessoa.

— É uma pessoa legal igual a você e ao David? — assenti — Então eu também quero conhecer.

Emma

Já estava esperando Regina há uns bons minutos e estava começando a ficar inquieta. Toda aquela história parecia só piorar conforme ela me contava e mostrava as coisas. Eu sabia que estudos desse tipo precisavam de cobaias, mas normalmente não eram humanas, então vê-las e conhecê-las como estávamos fazendo naquele instante, causava pelo menos uns três tipos de embrulhos diferentes em meu estômago.

Como poderiam ser capazes de manter pessoas presas daquela forma? Como estavam ali, bem abaixo do meu nariz e eu não percebi? Há quanto tempo eles estavam ali?

O barulho que indicava a abertura de uma das portas me chamou atenção e me fez olhar na direção em que MIlls tinha seguido. A morena surgiu, com seus olhos vermelhos e cheios d'água.

— A próxima cobaia, Swan… Ele tem… — sua voz parecia querer falhar, enquanto sua respiração estava completamente desregulada. Seja quem for que está atrás daquela porta, essa pessoa mexe e muito com Regina — Faz parte do estudo de otimiza… — sua voz falhou outra vez.

— Ei, Regina! — me aproximei de seu corpo e coloquei minhas duas mãos em seus ombros, chamando sua atenção para meu rosto — Respira fundo! — pedi e ela respirou — O que acha de eu ir entrando enquanto você toma um ar e se recompõe?

— Acho que é uma boa ideia, Swan! — me respondeu, abaixando a cabeça, talvez por vergonha de estar chorando na minha frente.

— Ótimo! Qual o nome dele?

— Henry — respondeu e eu pude sentir seu corpo tremer outra vez.

— Quantos anos ele tem?

— 6.

— Eu vou lá, conhecer o Henry e você respira um pouco aqui. Bebe uma água e tenta se acalmar um pouco, ele não pode te ver assim — ela assentiu com a cabeça e por impulso, eu ergui seu queixo com o indicador, forçando-a a me olhar. Quando nossos olhos se encontraram, eu me perdi em seu universo castanho por alguns segundos e automaticamente, meus dedos secaram as lágrimas que há pouco escorriam por suas bochechas. Mills piscou de maneira mais demorada e isso me despertou do pequeno transe em que me encontrava — Eu vou lá.

— Okay! — assim que respondeu, eu me afastei e fui em direção a porta. Não sabia se iria funcionar, mas usei o meu próprio cartão de acesso para abrir a imensa porta branca e, para a minha surpresa e alívio, funcionou. Respirei fundo e me preparei para tudo, principalmente para encontrar um garotinho nas mesmas condições que Neal ou até pior.

— Me disseram que aqui mora um príncipe, é verdade?

— É sim! — sua voz animada me chamou a atenção — Quem é você? — perguntou assim que eu terminei de adentrar a sala.

— Eu me chamo Emma e você, como se chama? — fui me aproximando aos poucos e me sentei perto de onde ele estava.

— Eu me chamo Henry — um lindo sorriso surgiu em seus lábios. Ao contrário do que esperei encontrar, Henry parecia ser uma menino forte e cheio de saúde, o que fez eu me perguntar o motivo dele estar ali — Cadê a Regina?

— Ela foi beber uma água, disse que estava com sede.

— Ela sempre fica assim quando vem me visitar — o menino falava, enquanto mexia em seus pequenos dedos, como se de alguma forma, se sentisse culpado por algo — Você acha que eu faço isso com ela, Emma? Acha que eu deixo a Regina triste?

— Não, Henry! — ele olhou pra mim, atento — Eu acho que a Regina gosta muito de você, isso faz com que não seja fácil para ela te ver assim.

— Então, ela fica triste por me ver aqui e não poder fazer nada? — assenti, sorrindo de lado — Ela deve ter muitas lembranças de salas assim. Acho que isso também faz ela ficar triste, né Emma?

— Provavelmente sim, garoto — concordei, mesmo não sabendo ao certo do que ele falava.

Henry e eu começamos a falar sobre algumas coisas que ele gostava, como por exemplo; dinossauros. Ele dizia que David sempre lhe apresentava dinossauros novos e que ele sempre aprendia muito sobre eles. Já Regina, sempre lhe contava histórias sobre cavaleiros e príncipes que salvaram suas princesas dos terríveis dragões, que depois eu descobri que Henry não os achava tão terríveis assim. Em algum momento no meio da nossa conversa, a morena se juntou a nós, um pouco mais calma agora e sussurrou um "obrigada" para mim. Não sei quanto tempo passamos ali, mas eu realmente gostei de estar ali e conhecer aquele menino.

— Quando você volta? — Henry perguntou para Regina.

— O mais rápido possível, meu bem!

— Tá bom! Você vem com ela, Emma?

— Se ela me convidar e deixar, eu venho sim garoto — respondi e vi no mesmo instante, seus olhinhos pidões em direção a Regina.

— Você traz ela da próxima vez? — dava pra ver a esperança passar por seus olhos.

— Claro, querido! Sempre que a Emma quiser vim te ver, ela pode vim — a morena disse e nos despedimos de Henry. Caminhamos de volta para fora daquela ala e só depois que ultrapassamos a porta que escondia aquele espaço, que ouvi Regina respirar fundo e eu mesma soltei o ar que prendia nos pulmões.

— Emma, você poderia… — não a deixei terminar.

— Ninguém vai saber que estivemos aqui, Regina — ele sorriu levemente — Mas, eu preciso conversar com a Ruby — seu semblante mudou completamente — Eu sei que você ainda não confia em falar tudo isso pra ela, mas por algum motivo confiou em mim e eu confio nela, Regina. Ela é minha melhor amiga, eu não posso esconder uma coisa assim dela, eu não conseguiria — eu podia ver em seus olhos que estava tentando se decidir entre me deixar contar ou não — Olha, eu não sei o porquê, mas sei que você gosta muito daquele garoto e que quer tirá-lo daqui o quanto antes. Mas, como você mesma me falou, precisa da ajuda das pessoas certas e pode não parecer agora, mas eu e a Ruby podemos lhe ajudar nisso. Eu te prometo que não iremos atrapalhar, Regina — a morena respirou fundo e levou uma das mãos à testa.

— Okay, Emma! — tentei não comemorar — Mas se algo der errado por conta de vocês duas, eu faço questão de reduzir as duas às cinzas eu mesma — o sorriso enorme que surgiu em meus lábios foi espontâneo — Eu estou falando sério, Swan!

— Eu sei que sim, Mills! — ignorando a minha fala e minha súbita alegria, Regina me deu as costas e saiu em direção a sua sala. Agora era rezar para Ruby não surtar com o que eu tinha para lhe contar.

*******

Mais um dia estava chegando ao fim e durante todo o momento que passamos no laboratório, eu me perguntava se seria realmente uma boa ideia envolver minha melhor amiga em toda aquela sujeira. Regina precisava de aliados e por mais que não estivesse cem por cento segura de que poderia confiar em Ruby, eu estava e aparentemente a morena confiava em mim. A ajuda dela seria essencial e indispensável, sem contar que eu não sei o que seria de mim se ela descobrisse isso por outra pessoa e eu sabendo de tudo, não lhe contei. Não tinha para onde correr, era contar ou contar. Respirei fundo e comecei a encerrar o que fazia, e logo em seguida me aproximei da minha amiga.

— Ruby, vamos? — perguntei já sabendo que ela iria estranhar aquele gesto.

— Ué, nada de sequenciamento hoje? — neguei e senti o olhar discreto de Regina sobre mim — Quem é você e o que fez com a Emma? — revirei os olhos.

— Só estou com saudades de sair para conversar com você sobre a vida, Ruby — ela estreitou os olhos na minha direção e eu bufei — Tenho algumas coisas para te contar.

— Eu só vou se me contar como andam as coisas entre você e a mulher da Starbucks, porque você disse que conversaram, mas não me disse mais nada, nem o nome dela… — pelo canto do olho pude perceber um leve sorriso surgindo nos lábios de Regina e senti minhas bochechas começarem a esquentar — Emma, não precisa ficar com vergonha da doutora Mills. Ela entende que temos uma vida fora dessas paredes e que ela só diz respeito a nós mesmas.

— Exatamente, doutora Swan! Não precisa ficar com vergonha de mim… — seus olhos ainda estavam fixos no microscópio à sua frente, mas seu sorriso aumentou consideravelmente enquanto falava. De onde estávamos, apenas eu conseguia ver o rosto da morena, parcialmente.

— Okay! Só anda logo, Ruby e eu te conto mais sobre ela — assisti minha amiga se animar ainda mais com a minha fala e já começar a juntar suas coisas para irmos embora. Ruby se despediu de Regina, que seguia atenta e concentrada no que fazia e logo em seguida foi minha vez — Até amanhã, doutora Mills!

— Até, doutora Swan! — já estava me encaminhando para a saída, quando ouvi a voz da morena me chamar outra vez — E Emma… — me virei para ouvi-la — Se precisar, sabe onde me encontrar — e só no final daquela frase que a morena voltou seus olhos para mim e eu compreendi sobre o que ela falava.

— Obrigada! Mas espero não precisar — sorri fraco, sabendo que provavelmente iria precisar dela sim. Segui pelos corredores com Ruby ao meu lado, tagarelando sobre alguma coisa que eu não prestava muita atenção. Tentava repassar na minha cabeça todos os detalhes de tudo o que eu li e tudo o que havia conversado com Regina. Assim que atingimos o estacionamento, me obriguei a dizer algo — As chaves do carro, por favor!

— Emma, você detesta dirigir meu carro — Ruby riu um pouco — Eu sei o caminho do apartamento, não vou me perder.

— Não vamos para casa, Ruby — falei séria e seu semblante mudou. Percebi que seus olhos se estreitaram, enquanto ela decidia se aquela era uma boa ideia — Por favor… — reforcei.

— Okay! — suspirou e eu agradeci por ela confiar tanto em mim, mesmo sem saber para onde iríamos — Para onde vamos então? — perguntou jogando a chave do carro na minha direção.

— Beber alguma coisa e conversar. Tem muita coisa que você precisa saber — destranquei o carro e o adentrei.

— Você está muito misteriosa, Emma! Não estou gostando disso — mesmo protestando, Ruby adentrou o veículo e eu dei partida logo em seguida. Nos primeiros 10 minutos, eu não soube o que dizer e o silêncio perdurou, mas aos poucos me obriguei a começar aquela conversa e escolhi o assunto mais tranquilo; Regina ser a mulher da cafeteria. Contei como havia sido nossa conversa na Starbucks e tudo o que aconteceu depois que a encontrei no laboratório, onde havia ido retirar as amostras — Está me dizendo que esteve flertando com Regina Mills todo esse tempo?

— Bom, é o que parece… — rimos — Eu não acreditei quando encontrei ela no ICB naquele dia, no mesmo dia que nos falamos.

— Eu daria tudo para ter visto a cara desse tal Victor… — Ruby comentava empolgada, depois de saber todos os detalhes daquela história — Você me orgulha tanto, Emma!

— Para com isso! Você sabe que não gosto de usar esse tom com as pessoas, mas ele mereceu — pontuei, enquanto prestava atenção no caminho que fazia.

— E o clima com a Regina depois, como ficou?

— Eu achei que ficaria esquisito, mas não. Ela me pediu desculpas e logo começamos a falar de outras coisas — em minha mente, tentava pensar num bom lugar para irmos, afinal precisávamos de uma certa privacidade para conversarmos — Eu não julgo o comportamento dela, provavelmente faria o mesmo.

— Ou até pior, se bem te conheço — rimos e eu peguei a primeira rua à direita — Augusta? Sério?

— Precisamos de privacidade, então pensei em irmos no Beach Bar — olhei de relance para Ruby e a vi concordar antes de prosseguir.

— É uma boa ideia, Swan! — sorri com sua forma de falar e a morena logo voltou para o assunto anterior — Mas e agora, o que vão fazer? — franzi as sobrancelhas.

— Como assim, Ruby?

— Você e a Regina, como vão fazer? Vão se conhecer, não vão…? Eu quero saber!

— Eu não sei — respondi apenas.

— Como não sabe, Emma? — dei de ombros e ela bufou — É mais que evidente o quanto vocês flertaram, mesmo que sem palavras, durante todas aquelas manhãs. É sério que não vai tentar nada? Nenhuma aproximação?

— Regina tem muita coisa com que se preocupar agora, Ruby, duvido que queira se envolver com alguém no momento.

— Se você não tentar, nunca vai descobrir, Swan — estacionei o carro numa rua próxima ao bar que havia escolhido para aquela noite e então descemos. Eu realmente não sabia como as coisas seriam, mas os flertes que direcionamos uma para a outra naquela manhã ainda rodavam em minha mente.

— Não posso negar que Regina é uma mulher linda e que o meu interesse existe, mas depois que eu lhe contar o que preciso, você irá entender quando digo que não sei se ela estaria aberta para coisas do tipo agora — tranquei o carro e devolvi as chaves para Ruby.

— Eu digo que deve investir, mesmo sem saber ao certo o que vai me contar — atravessamos a rua com certa dificuldade e logo nos aproximamos da entrada do bar — A vida precisa ser vivida e nada deve ficar a frente disso.

— Está me incentivando a investir na sua paixão platônica, Ruby Luccas?

— Eu já disse que isso ficou no passado, Emma. Esquece isso! — revirou os olhos, claramente se amaldiçoando por ter me lembrado dessa época da sua vida.

— Jamais! — frisei, enquanto entrávamos no ambiente que sempre tocava um reggae ou uma música mais calma e já estava parcialmente cheio. Por sorte haviam algumas mesas mais escondidas dos olhares curiosos e seria em uma dessas que iríamos nos sentar. Ruby ria da minha implicância e por alguns instantes me senti mal por estar prestes a tirar aquele sorriso do seu rosto. Aquela conversa não seria fácil.

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