Entre Tubos de Ensaio

Od MK0815

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Após se formar em Imunologia pela Universidade de Columbia, em Nova Iorque, Regina Mills recebeu a proposta d... Více

CCSP
Induzidas e Embrionárias
Chuva Torrencial
Vodka de Maçã
Nossas Cobaias
Sala 006
Serena
Estaca Zero
José Café
Mr. Pretzels
Toca dos leões
Nós não deveríamos...
Canção de Inverno
Fogo
Carpaccio
Minha condição!
Amendoim e Avelã
Sabor da Vingança!
Dra. Cora Mills!
Borger Burguer
Serotonina, Cortisol e Endorfina
Importante pra mim
Clube da Luluzinha
DNA Raro e Valioso
Meu Único Amor
Operação Genoma
Bússola Moral
Pequena Esperança
Você tem certeza disso?
Estávamos prontas para ir
Sim, ela sabe!
A queda do Império
Acertando as pontas
Única Direção
Epílogo
O Melhor Presente

Starbucks

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Regina

O dia estava nublado e as gotas grossas da chuva batiam contra a vidraça a minha frente. Particularmente eu gosto de dias assim, me fazem pensar. Não que exista um segundo sequer que minha mente pare, mas em dias como os de hoje, parece que tudo acontece em câmera lenta à minha volta e meu cérebro pega uma velocidade impressionante para processar as coisas.

Av. Paulista.

Nunca achei que um lugar tão "caótico" pudesse me trazer tanta paz. Observar o caminhar apressado dos pedestres e o deslocar lento dos carros, me faz pensar em Nova Iorque e em todo seu caos. Um sorriso triste rasgou meu rosto, me fazendo lembrar há quanto tempo estou longe de casa. Não me lembro bem em que momento da minha longa estadia em São Paulo, essa avenida se tornou meu lugar preferido, mas todos os dias tomo café na mesma Starbucks, sentada na mesma cadeira, que me dá uma visão privilegiada do Parque Trianon e do Museu de Arte de São Paulo. É como um ritual que não pode ser quebrado um dia sequer ou nada sai como planejado e todo o meu dia vai por água abaixo, como se nunca tivesse existido. A cafeteria abre às 07:00 em ponto e às 07:10 eu já estou fazendo meu pedido. Um espresso macchiato e para acompanhar um croque monsieur. Não é o acompanhamento mais indicado para o horário, mas como minha segunda refeição acontece só depois das 12h00, acho que apostar em algo mais substancial para o meu organismo não seja um erro.

A cafeteria nunca enchia aquela hora do dia, parecia que ninguém tinha tempo para parar e apreciar um bom café tranquilamente. Todos que adentravam o lugar, pegavam seus pedidos e iam embora. Exceto por uma mulher, que aparentava ser um pouco mais alta que eu, com cabelos loiros e ondulados abaixo dos ombros. E claro, sua inseparável jaqueta de couro. Não importava a cor, era sempre couro. Mas, em sua maioria, eram vermelhas.

Emma

Era esse seu nome. Como eu sei? Sempre a ouvia dizendo seu nome ao atendente e depois o ouvia chamando-a. Uma mulher intrigante, admito. Sempre com seu semblante fechado, mesmo quando sorria em agradecimento pela cordialidade dos atendentes. Vez ou outra nossos olhares se cruzavam e nos cumprimentavamos educadamente.

Pelo canto dos olhos pude ver o momento em que a porta de entrada foi aberta. Lá estava ela, a mulher que me acompanhava todos os dias, mesmo que não nos conhecêssemos. Ela adentrou a cafeteria e seguiu em direção ao balcão, fez seu pedido e naquela manhã, diferente de como fazia todos os dias, a loira se sentou um pouco mais próxima de onde eu costumava me sentar. Notei sua leve movimentação atrás de mim e me virei para ter certeza de que estava certa sobre meu palpite. E estava. O que estranhei, já que ela nunca ficava em meu campo de visão.

- Estão sempre com pressa! Nunca existe tempo para apreciar uma boa vista, para tomar um café tranquilamente... - me assustei ao ouvir sua voz soando e virei levemente minha cabeça em sua direção, concordando com seu ponto de vista - Nunca há tempo para viver.

- Às vezes, me pego pensando a mesma coisa - desviei meus olhos dos seus, que de onde eu estava, pareciam verdes e voltei a focar na chuva que caía e nas pessoas se amontoando do lado de fora - Há sempre um motivo para correr, sempre tem algo mais importante do que simplesmente desacelerar - pontuei - É certo que a vida adulta nos cobra responsabilidades e trabalhar demanda de muito tempo e energia, mas às vezes precisamos apenas parar e respirar.

- É... - Emma divagou - Nem sempre temos tempo para respirar e parece que sempre que fazemos isso, arranjamos um jeito de nos culpar. Sempre existe aquele sentimento de "eu não deveria ter perdido tempo fazendo isso, quando deveria estar investindo em outras coisas" - a mulher suspirou fundo - Você não é daqui, é? - perguntou e uma das minhas sobrancelhas se ergueu, questionando o que a fez chegar nessa conclusão - Um paulistano já estaria acostumado com toda essa correria - respondeu, me fazendo concluir que ela tinha razão. Minha falta de resposta deu a ela a abertura para me fazer outra pergunta - De onde você é?

- Brooklyn, Nova Iorque - respondi apenas e voltei meus olhos em sua direção - E você?

- O que te faz pensar que não sou daqui? - me perguntou.

- Um paulistano já estaria acostumado com toda essa correria - repeti sua frase e presenciei um lindo sorriso brotar em seus lábios.

- Sou de Chicago, Illinois - levou sua xícara com chocolate quente clássico até seus lábios e sorveu um gole - Todos os dias pela manhã você está aqui e me ouve fazer o meu pedido, então sei que sabe que me chamo Emma - sorriu e eu sorri de volta. Ela estava certa - Posso saber o seu? - atrevida. Gostei.

- Regina - respondi apenas, achando que somente meu primeiro nome já lhe deixaria satisfeita, mas pelo visto, eu estava enganada, pois sua sobrancelha arqueou em questionamento e isso me fez sorrir de lado - Mills, Regina Mills.

- Prazer, Regina Mills! - esticou a mão em minha direção e eu aceitei o cumprimento - Eu sou Swan, Emma Swan - não tive muito tempo para elaborar uma resposta - O prazer é meu! - a loira soltou minha mão e deixou sua xícara em cima da mesa. Sem dizer mais nada, Emma saiu da cafeteria e só naquele instante eu percebi que a chuva havia cessado.

*******

Emma

A brisa fresca após chuva batia em meu corpo, me dando uma sensação gostosa de frio. O asfalto ainda estava molhado e algumas gotas de água ainda caiam dos fios e das árvores. Não podia negar que a agitação de São Paulo me cativava, mas de vez em quando ter um dia sossegado como o que eu estava prestes a começar, sempre cairia bem. Senti meu celular vibrando no bolso da minha jaqueta e tive o pressentimento de que todo aquele sossêgo acabaria.

- Alô! - atendi sem ver quem era, pois tinha quase certeza de quem poderia ser.

- Bom dia, raio de Sol! - eu detestava quando ela me chamava daquela maneira, ainda mais se isso acontecia antes das 08h00 da manhã e sua voz soasse absurdamente animada, como era o caso.

- Quantas vezes já te pedi para não me chamar dessa forma, Ruby? - eu sabia que seria em vão, mas não perderia a chance de lembrá-la o quanto eu ficava desconfortável com aquele apelido - Bom dia! - disse por fim, sabendo que ela não me responderia antes que eu a respondesse.

- Agora sim! - sua voz pareceu se animar ainda mais e eu revirei os olhos, mesmo que meus lábios estivessem carregando um sorriso - Você sabe que esse é o apelido perfeito pra você, já que é tão ranzinza e vive com essa sua cara linda emburrada - bufei, porque sabia que Ruby viveria me dizendo aquilo - Eu não vou parar, Emma! - eu pude ouvir seu riso e conseguia claramente visualizar o sorriso que brincava em seu rosto.

- Você não me ligou somente pra isso, Luccas - afirmei - O que houve?

- James pediu para coletarmos algumas amostras antes de irmos para o laboratório hoje - e lá se vai o meu dia tranquilo.

- Ele foi específico ou abrangente como sempre? - James era um cientista brilhante, eu não podia negar. Era bom com seus funcionários - quando precisava ser -, mas havia algo nele que eu não conseguia engolir e não entendia o que me incomodava tanto.

- ICB e Pasteur... - ouvi um barulho de papel e sabia que ela estava procurando as anotações onde estavam as orientações que, provavelmente, precisava me passar.

- Você deveria me ouvir mais e começar a organizar melhor suas anotações, Chapeuzinho - assim como eu bufava quando Ruby me chamava de "raio de Sol", ela também detestava que eu a chamasse daquela forma.

- Emma, me fantasiei de Chapeuzinho Vermelho uma única vez para o Halloween, esquece isso - fiz um barulho estalado com a língua no céu da boca e a ouvi resmungar - Achei! - soltou, se esquecendo do que falávamos - James precisa das amostras de dois materiais específicos, que ele não disse quais eram - bufamos.

- E como ele acha que conseguiremos essas amostras, se não nos diz de quais precisa? - minha cabeça já estava começando a dar sinais de que iria começar a doer e só a possibilidade de uma possível enxaqueca já me deixava com os nervos à flor da pele.

- De acordo com o que ele passou, já estará tudo separado e pronto para o transporte, só temos que pegá-las.

- Certo! Eu estou perto do Pasteur, posso passar lá e já providenciar isso - eu realmente não estava longe, demoraria 30 minutos, no máximo, se fosse a pé.

- Ele te quer no ICB, Emma... - parei meus passos bruscamente e senti a primeira pontada em minha cabeça. Eu sabia que Ruby ainda dizia algumas coisas, mas eu não as processava - Emma, ainda está aí?

- Estou! - falei firme.

- Eu tentei negociar, mas ele disse que precisava que você pegasse essas amostras em específico - Ruby amenizou o tom de sua voz, tentando me deixar menos irritada.

- Está tudo bem, Ruby... - respirei fundo - Afinal, eu sou a bióloga, é natural que eu seja a escolhida para ir até o Instituto de Ciências Biológicas - ri sem a menor vontade e ela me acompanhou - Te aviso conforme for, tá bom?

- Certo, raio de Sol! - riu - Boa sorte!

- Boa sorte pra você também, Chapeuzinho! - desliguei o celular e o guardei. Respirei fundo outra vez, ergui a cabeça olhando para o céu, buscando uma paciência que eu não tinha e adentrei a estação do metrô. Se era pra ir até quase o outro lado da cidade, era melhor apressar meus passos.

Pokračovat ve čtení

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