- GAEL CARTIER -
— O quê? Uma festa de aniversário? Na minha mansão? — Me exaltei ao telefone com Margaret enquanto dirigia de volta para casa depois de um dia cansativo de trabalho. — Você não poderia ser mais convencional, do tipo que dá conselhos para sua amiga? "Aceite ele novamente! É um bom homem" — imitei voz feminina —, essas coisas.
— Ah! Você não entende nada sobre o mundo feminino mesmo, não é? Foi a única coisa que pensei. E... acredite, ela não negaria comparecer a uma festa minha de aniversário!
— Ah!
— E não adianta resmungar, não! Talvez essa seja sua última oportunidade.
— Por que está dizendo isso? — houve silêncio na ligação. — Margaret, você está aí, está me ouvindo?
— Sim — ela voltou a falar.
— Então responde: por que disse isso?
— Gael, a minha amiga está indo... — ela fez mais um silêncio dramático.
— Por favor, pare de fazer mistérios e diga logo!
— Ela vai embora na segunda-feira.
O ar faltou em meus pulmões. Fiquei imóvel digerindo sua última frase.
— O quê?
— Sim. Ontem quando fui até o apartamento dela, a encontrei fazendo as malas, ela comprou até passagens de avião. Ela vai embora, Gael, e você deve ser preciso no que for fazer quando se encontrar com ela, caso contrário, vai perdê-la para sempre.
Tentei desfazer o nó que se formou em minha garganta. Meu peito apertou, era como se todas as minhas células estivessem murchando quando me imaginei sem a minha querida e teimosa Joana.
— Gael, eu já consegui promover o encontro, agora é com você! — a voz de Margaret, me trouxe novamente para o presente.
— Eu vou dar um jeito nisso! Organize a festa.
— Okay. Nos falamos depois...
Eu tinha menos de três dias para pensar em alguma coisa. Algo que pudesse fazer as células do corpo de Joana pulsar lembrando-se dos nossos momentos juntos, eu precisava reconquistá-la o quanto antes.
Quando desliguei a ligação, senti que aquela era a minha única oportunidade, e eu não poderia desperdiçá-la por nada no mundo, pois, perder Joana não estava em meus planos.