A Garota perfeita

By Helister

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Joana Flores é uma mãe solteira que aceita trabalhar em um dos pubs mais badalados da cidade para criar a fil... More

- Capítulo 01 -
- Capítulo 02 -
- Capítulo 03 -
- Capítulo 05 -
- Capítulo 06 -
- Capítulo 07 -
- Capítulo 08 -
- Capítulo 09 -
- Capítulo 10 -
- Capítulo 11 -
- Capítulo 12 -
- Capítulo 13 -
- Capítulo 14 -
- Capítulo 15 -
- Capítulo 16 -
- Capítulo 17 -
- Capítulo 18 -
- Capítulo 19 -
- Capítulo 20 -
- Capítulo 21 -
- Capítulo 22 -
- Capítulo 23 -
- Capítulo 24 -
- Capítulo 25 -
- Capítulo 26 -
- Capítulo 27 -
- Capítulo 28 -
- Capítulo 29 -
- Capítulo 30 -
- Capítulo 31 -
- Capítulo 32 -
- Capítulo 33 -
- Capítulo 34 -
- Capítulo 35 -
- Capítulo 36 -
- Capítulo 37 -
- Capítulo 38 -
- Capítulo 39 -
- Capítulo 40 -
- Capítulo 41 -
- Capítulo 42 -
- Capítulo 43 -
- Capítulo 44 -
- Capítulo 45 -
- Capítulo 46 -
- Capítulo 47 -
- Capítulo 48 -
- Capítulo 49 -
- Capítulo 50 -
- Capítulo 51 -
- Capítulo 52 -
- Capítulo 53 -
- Capítulo 54 -
- Capítulo 55 -
- Capítulo 56 -
- Capítulo 57 -
- Capítulo 58 -
- Capítulo 59 -
- Capítulo 60 -
- Capítulo 61 -
- Capítulo 62 -
- Capítulo 63 -
- Capítulo 64 -
- Capítulo 65 -
- Capítulo 66 -
- Capítulo 67 -
- Capítulo 68 -
- Capítulo 69 -
- Capítulo 70 -
- Capítulo 71 -
- Capítulo 72 -
- Capítulo 73 -
- Capítulo 74 -
- Epílogo -
Urgente!

- Capítulo 04 -

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By Helister

- JOANA FLORES -

Mais um dia naquele maldito Pub usando aquela roupa humilhante. Acho que eu sucumbiria a loucura se tivesse que ficar naquele emprego por mais de seis meses. Em casa deixei meu coração junto com a minha filha, pois aquela garotinha era a minha razão de viver, embora ela não tenha vindo ao mundo nas melhores condições.

Depois de fazer como na noite anterior, cumprimentei o meu chefe e caminhei em direção ao camarim. E enquanto eu me preparava para a noite, ouvi a conversa das outras meninas; geralmente aos sábados e aos domingos, eram dias em que o Pub tinha mais movimentação, e por aquele motivo, nós deveríamos ser ágeis, e dar atenção aos homens mais influentes que frequentava aquele lugar, era assim que funcionava. Os homens mais ricos pagavam mais caro por tudo e aquilo mantinha o estabelecimento funcionando.

Margaret faltou ao trabalho, segundo ela, estava sem condições de trabalhar, pois teve uma noite difícil com o suposto "cliente", ou seja: mais uma vez eu teria que voltar para casa sozinha.

Depois de pronta, caminhei para o bar, organizei os copos, passei uma flanela no balcão que parecia imundo. Embora o lugar fosse bem arranjado, tudo ali parecia ser muito sujo, indecoroso e cheirava orgia.

Tudo parecia normal, pois até então os homens que já haviam chegado estavam em um lugar reservado longe do bar, a música que tocava era um ritmo de jazz lento e o ambiente estava mais iluminado. O que me fez ficar mais tranquila, pois eu não seria importunada por algum abusado, e não precisaria da ajuda daquele brutamontes do segurança que não demonstrava nenhum sentimento enquanto ficava em pé próximo da porta, feito um tronco de árvore, sem se mover ou piscar.

Me distraí fazendo uma batida para um cliente até sentir as mãos do meu chefe tocar de leve na minha cintura e me chamar de Gracinha. Eu não sentia nenhum apreço por ele, pois estava sempre jogando fumaça em nossa cara com aquele charuto de algum narcotraficante, enquanto ajustava os cordões e pulseiras de ouro que carregava em seu corpo gordo.

Que homem nojento!

— Me parece que seu cliente favorito resolveu voltar — ele disse e deu uma gargalhada estridente mostrando seus dentes de ouro.

Senti todo meu corpo ficar tenso com a informação.

Movi a cabeça para a entrada do Pub e comprovei que aquele homem perverso realmente havia voltado, e estava passando pela porta ajustando o terno.

Meus olhos se direcionaram para a joia verde que estava no anel que ele carregava em seu dedo mínimo, que parecia custar um fígado ou mais, com toda certeza era um homem muito rico.

Enquanto ele se aproximava, senti minha respiração ficar densa, era uma mistura de ansiedade com repulsa. Aquele maldito certamente me insultaria novamente, e certamente seria mais uma noite de humilhação.

Não precisou que ele me chamasse, pois meu chefe me empurrou para que eu fosse sua preferência. Me aproximei, respirando pesado, sentindo meu rosto esquentar. Eu não toleraria uma gracinha daquele maldito novamente.

Whisky com gelo! — disse o homem ao se sentar na cadeira e soltar um pequeno sorriso torto carregado de deboche.

— Certo!

Enquanto eu permanecia com a cabeça baixa enchendo o copo daquele sujeito, o ouvi me chamar.

— Querida? — Fingi não ouvir, mas o infeliz insistiu. — Docinho?

Docinho? Folgado!

— Eu tenho nome! — resmunguei ao me virar para ele com o corpo rígido. — E eu me chamo Joana Flores.

Ele me avaliou com desdém mais uma vez.

— Ah, sim. Seu nome... esqueci de perguntá-la ontem, na nossa breve conversa... — Continuou me olhando de um jeito que deixa qualquer pessoa constrangida.

Você quis dizer, na conversa em que você se comportou como um verdadeiro imbecil, não é mesmo? Era isso que eu queria dizer, mas precisei preservar o tom calmo, para não deixar com que a situação saísse do meu controle, já que eu estava a um triz de esbofetear a cara do infeliz.

— Em que posso ajudar, senhor? — disse entre os dentes.

— Prepare mais um copo. Eu quero que você beba comigo.

Ri sem vontade.

— Vou rejeitar o convite. Não podemos beber em horário de trabalho — Respondi seca. — Mas, posso lhe preparar mais um copo.

Ele levantou a cabeça e me avaliou com o semblante carregado.

Voltei a encher mais um copo de Whisky, e quando iria entregá-lo, aquele abutre, simplesmente me puxou pelo pulso, como se eu fosse sua propriedade.

— Eu quero que você beba comigo, docinho — falou próximo ao meu ouvido. Pude até mesmo sentir seu hálito quente tocar na minha orelha.

Onde estava com a cabeça quando aceitei aquele emprego? Ah, sim, onde eu precisava comprar leite para a minha filha e pagar o aluguel para não dormir na rua!

— Senhor — respirei fundo —, não pode tocar nas atendentes sem o consentimento das mesmas, caso contrário vou precisar acionar o segurança — alertei.

Soltou meu pulso e me encarou com ferocidade, como se fosse um leão preparando para atacar sua presa, pegou a dose que eu havia servido e jogou na garganta de uma só vez.

Ficamos nos encarando por um tempo. Com o ambiente mais iluminado que na noite anterior, olhei para aqueles olhos profundos e azuis e consegui captar uma grande dose de amargura e tristeza. Era mais um infeliz com muito dinheiro e pouca felicidade.

— Quanto você cobra? — disse batendo o copo sobre o balcão.

Me lembrei do estado da minha amiga, machucada e chorando. Deus sabe o que ela havia enfrentado naquela noite.

— Eu já disse que não estou à venda! — esbravejei cerrando os punhos.

— Nem por esse preço? — Ele puxou do bolso do paletó um cheque, e me entregou. Peguei o papel com as mãos um tanto tremula e tive um baque, que fez com que eu pensasse e repensasse na hipótese de me vender.

— É muito dinheiro — falei completamente inerte olhando os zeros escritos.

— Uma noite apenas, algumas horas depois do primeiro orgasmo você será dispensada, sem sofrer qualquer dano.

A maldita proposta era tentadora, eu só tinha que dormir com ele, certamente fazer sexo, se eu fosse esperta, fingiria um orgasmo e depois caia fora. Mas quem me garantia que ele realmente cumpriria o trato. E, se ele fosse um maníaco cheio de fetiches e loucuras sexuais?

Muita coisa estava em jogo. E eu precisava pensar bem em que resposta dar. Era orgulhosa demais para aceitar aquele tipo de proposta, mas eu precisava pensar. Não era uma simples proposta de sexo casual, o dinheiro oferecido poderia mudar a minha vida. Respirei fundo com a boca levemente aberta, quase imóvel, lutando com a tentação em aceitar enquanto podia até mesmo pressentir o gosto de vitória que ele sentia ao me ver tão abalada.

Não posso ser hipócrita, enquanto eu olhava aquele cheque, pensava na ideia de comprar uma casa, em um lugar afastado, abrir um negócio e viver do lucro. Era realmente uma proposta tentadora. Mas o que eu diria a minha filha quando ela perguntasse como consegui dinheiro para comprar a casa? Uma hora ela cresceria e teria dúvidas.

Mesmo que meus lábios me fizessem dizer que foi com trabalho duro, meu coração me condenaria dia após dia, por ser mentirosa e vendida, e eu não queria que minha filha se sentisse culpada por saber que tudo foi para dar a ela o melhor. E no meio daquilo tudo, havia algo mais importante, mesmo que não pagasse as contas decidi que a minha dignidade não seria destruída por um cheque de quinhentos mil reais.

— Eu não quero o seu dinheiro!

O sorriso confiante e vitorioso que estava naquele rosto malvado se desfez no mesmo instante, e mais uma vez ele me puxou pelo pulso, mas sem me machucar, e aproximou seus lábios dos meus ouvidos.

— Essa proposta, é como ganhar na loteria, docinho, só se acontece uma vez na vida, você tem certeza de que vai escolher recusar?

— Sim! — respondi firme, porém com todo meu corpo tenso.

— Eu vejo nos seus olhos, você precisa desse dinheiro, e...

Ele ficou lá falando sobre a proposta, como um demônio sentado em meu ombro esquerdo, enquanto no meu ombro direito havia um anjo, me convencendo de que eu não poderia aceitar aquele tipo de coisa.

Finalmente quando consegui sair do transe, o encarei com firmeza enquanto ia amaçando aquele papel aos poucos.

— E, eu não estou à venda, já disse.

— Olha para você não passa de uma mulher desesperada por dinheiro, velar sua dignidade que já não é muita, não vai adiantar nada.

— E como sabe que estou desesperada?

Ele apenas fez sinal com as mãos, me mostrando que a resposta era óbvia: eu estava trabalhando naquele lugar moralmente imundo com aquela roupa ridícula, ouvindo cantadas de vários homens, torcendo para ganhar uma boa gorjeta.

— Eu já disse: não quero seu dinheiro! – Joguei o cheque amassado em cima dele. Nós nos encaramos, mas dessa vez foi frio e rival. — Me deixa em paz, eu preciso trabalhar! — Rosnei.

Ele me segurou mais uma vez, seu semblante estava feroz. Ele me lançou um olhar do qual dizia o quanto ele havia ficado ofendido com a minha recusa.

Tentei puxar o braço, mas ele me travou.

Eu não poderia deixar aquele animal me humilhar daquela maneira, me segurando daquela forma, me tratando como se eu fosse uma mercadoria, e como um reflexo rápido, e uma atitude mal pensada... peguei o segundo copo que eu havia enchido de whisky e joguei o líquido na direção dos seus olhos.

Ele começou a gritar de dor pela ardência causada do contato do whisky com seus olhos, enquanto eu me afastava do balcão abafando o som da voz com as mãos, sem acreditar no que eu havia feito, e com medo do olhar do meu chefe, que correu em direção ao meu assediador.

— Sua infeliz, o que fez comigo? — gritou retirando o lencinho de vermelho que carregava no bolso do paletó, e o esfregou no rosto.

Em alguns minutos, ouvi burburinhos dentro do Pub, a atenção de todos estava em nós.

Depois do meu chefe ajudar aquele infeliz feito um escravo, pronto para receber ordens ele me segurou forte pelo braço e me arrastou a até a parte interna do Pub. Lá começou a gritar comigo, dizendo que havia me avisado para não dar crédito às cantadas dos clientes, e que eu estava demitida.

Corri o mais depressa que pude para trocar de roupas, pois meu coração me maltratava batendo forte no peito. Senti medo daquele homem tentar se vingar de mim, e talvez me levar presa. Aquele maníaco poderia fazer coisas terríveis comigo, e a única coisa que passava pela minha cabeça era a promessa que fiz a minha filha de que voltaria logo para casa.

Depois de pronta, corri por aqueles corredores frios, abri a porta de emergência do Pub, e entrei no primeiro táxi que vi passar na rua. E, mesmo sabendo que estava sendo levada para o meu destino em segurança, senti meu coração doer, enquanto olhava para trás já imaginando carros pretos e helicópteros à minha procura. Era uma verdadeira tortura psicológica.

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