- GAEL CARTIER -
Aquele era o melhor lugar da cidade para encontrar mulheres bonitas, que quisesse uma noite de diversão apenas, luxo e sexo fácil. E, foi por esse único proposito em que sai da minha casa naquela noite de tempo chuvoso. Queria beber, me distrair, e esquecer a minha dor, esquecer a mulher que destruiu meus sonhos. Toda vez em que eu olhava para aquele maldito jardim, e via as coisas dela jogado ao relento, me convencia de que precisava preencher o vazio em meu peito com algo que não fosse o pensamento ou as lembranças da deslealdade. Afinal, para que serve os mais belos sentimentos a não ser para nos destruir?
Eu já estava ficando enjoado com as modelos com quem estava saindo, e já havia saído com quase todas as mulheres que trabalhavam naquele pub, era sempre o mesmo; agiam como mulheres difíceis, mas no final só querem uma porta facilitadora para sair com um com um homem rico que as possa levar para provar dos prazeres que só alguém com muito dinheiro pode oferecer; algo que estava fora de seus alcances. Muito propicio ao coração frio das mulheres.
Devo confessar que já estava enjoado de algumas delas. Era geralmente mulheres fáceis que se atiravam em cima de mim c tão facilmente que eu nem precisava fazer esforços para tê-las, mas nunca alcançavam as expetativas... não as expectativas de um homem caprichoso como eu. Eram todas iguais: sínicas, caprichosas, vaidosas e interesseiras, sabiam usar bem seus pares de peito e bunda para atiçar um homem. Mas comigo era diferente, não me deixava iludir por nenhuma delas, sabia que atrás daquelas caricias e daqueles beijos frios havia um gigantesco interesse escondido.
Ah! Eu já estava farto!
Quando recebi a primeira recusa da bartender nova, fiquei mais animado, pelo visto eu estava em uma caçada e isso tornava tudo muito mais interessante, embora eu estivesse deitado na minha cama sem conseguir pregar os olhos sentindo-me frustrado e intrigado pelo que tinha acontecido. Eu tentava entender o porquê daquela mulher ter me rejeitado daquela forma.
Nenhuma mulher, nunca me disse não antes. Geralmente aonde eu ia, as mulheres caiam aos meus pés e eu não precisava fazer nenhum esforço para dormir acompanhado, mas ela sim, me rejeitou como se eu fosse um leproso imundo. O fato de eu não conseguir tirá-la da cabeça deixava a situação mais excitante. Talvez ela fosse mais resistente, ou talvez soubesse jogar um joguinho desses de sedução que mulheres gostam de fazer, e eu estava gostando; primeiro se fazem de difícil e depois jogam de corpo e alma. O que será que fosse, o que ela tinha, me atraia, e isso era inegável.
Foi difícil conseguir pregar os olhos com a imagem daquela mulher na minha cabeça; seus olhos amendoados escuros e brilhantes que ao mesmo tempo em que estavam amedrontados mostravam-se ferozes, pronta para se defender a qualquer momento. Há muito tempo eu não conhecia uma mulher com aquelas qualidades.
Três da manhã e eu ainda estava rolando na cama sem conseguir dormir.
Diante dos meus questionamentos, tomei uma decisão:
Aquela mulher vai ser minha, custe o que custar! E, eu só vou sossegar quando a tiver em meus braços e saciado todos os meus desejos. E foi pensando nisso que me levantei da cama e caminhei pelo extenso corredor da mansão até alcançar meu escritório.
Eu a queria, assim como também sabia que adoeceria por um mero capricho; um capricho perverso que vinha acompanhado de muita luxúria que poderia me levar a loucura se não fosse saciado. Afinal, do que seria a vida de um milionário se não pudesse comprar tudo o que queria? Se não pudesse desfrutar de tudo o que desejasse? E no meu caso, eu queria aquela mulher.
Era uma brincadeira, que não me custaria muito tempo, não depois de puxar a gaveta da mesa do escritório e pegar meus talões de cheque e escrever uma boa quantia em um deles. Nenhuma mulher rejeitaria uma proposta como aquela que eu estava prestes a fazer. Nenhuma. Disso eu tinha certeza!
Olhei no meu relógio de parede e me levantei da minha cadeira acolchoada, decidido de que eu deveria dormir um pouco, no dia seguinte, eu visitaria o Pub novamente, e aquela mulher seria minha!