A Garota perfeita

By Helister

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Joana Flores é uma mãe solteira que aceita trabalhar em um dos pubs mais badalados da cidade para criar a fil... More

- Capítulo 01 -
- Capítulo 03 -
- Capítulo 04 -
- Capítulo 05 -
- Capítulo 06 -
- Capítulo 07 -
- Capítulo 08 -
- Capítulo 09 -
- Capítulo 10 -
- Capítulo 11 -
- Capítulo 12 -
- Capítulo 13 -
- Capítulo 14 -
- Capítulo 15 -
- Capítulo 16 -
- Capítulo 17 -
- Capítulo 18 -
- Capítulo 19 -
- Capítulo 20 -
- Capítulo 21 -
- Capítulo 22 -
- Capítulo 23 -
- Capítulo 24 -
- Capítulo 25 -
- Capítulo 26 -
- Capítulo 27 -
- Capítulo 28 -
- Capítulo 29 -
- Capítulo 30 -
- Capítulo 31 -
- Capítulo 32 -
- Capítulo 33 -
- Capítulo 34 -
- Capítulo 35 -
- Capítulo 36 -
- Capítulo 37 -
- Capítulo 38 -
- Capítulo 39 -
- Capítulo 40 -
- Capítulo 41 -
- Capítulo 42 -
- Capítulo 43 -
- Capítulo 44 -
- Capítulo 45 -
- Capítulo 46 -
- Capítulo 47 -
- Capítulo 48 -
- Capítulo 49 -
- Capítulo 50 -
- Capítulo 51 -
- Capítulo 52 -
- Capítulo 53 -
- Capítulo 54 -
- Capítulo 55 -
- Capítulo 56 -
- Capítulo 57 -
- Capítulo 58 -
- Capítulo 59 -
- Capítulo 60 -
- Capítulo 61 -
- Capítulo 62 -
- Capítulo 63 -
- Capítulo 64 -
- Capítulo 65 -
- Capítulo 66 -
- Capítulo 67 -
- Capítulo 68 -
- Capítulo 69 -
- Capítulo 70 -
- Capítulo 71 -
- Capítulo 72 -
- Capítulo 73 -
- Capítulo 74 -
- Epílogo -
Urgente!

- Capítulo 02 -

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By Helister


- JOANA FLORES -

Eu estava arrasada, com um belo rasgo na calça, os joelhos sujos de lama preta e cabelos bagunçados por ter corrido tanto, fugindo daquele homem nojento. Eu realmente não saberia como agir se no próximo expediente aquele homem me abordasse novamente.

Malditos homens ricos! Eles pensam que por ter dinheiro todas as mulheres cairão aos seus pés, como a minha amiga Margaret fazia, pois certamente foi passar à noite aquecendo a cama de algum cliente milionário daquele maldito Pub.

Subi as escadas de degraus de madeira, que dava acesso ao pequeno apartamento em que Margaret e eu vivíamos, era um apartamento malcuidado, com corrimãos gastos e tintas desbotadas na parede, seu aspecto não era nada convidativo. Mas era o que eu chamava de lar, depois que...

— Mamãe!

— Querida, o que está fazendo acordada a essa hora? — Falei ao abrir a porta, e ver que minha pequena estava acordada me esperando com um copo de leite e biscoitos em uma tigela.

— A Maria dormiu no sofá. — Maria, era uma amiga que também morava comigo e Margaret. Uma mulher de confiança que eu pagava para cuidar da minha filha Isabel de apenas seis anos, para que eu pudesse trabalhar. — Fiquei te esperando com o seu jantar, mamãe.

— Mas é um excelente jantar. Obrigada meu amor — me sentei na cadeira e peguei um biscoito da tigela.

— Mamãe, você está suja, precisa de um banho — observou a menina.

Me lembrei de ouvir aquele homem insultar as minhas roupas, talvez ele tivesse razão, a vida naqueles últimos sete anos não estava sendo nada fácil. Nada fácil mesmo.

— Ah! Filha mamãe precisa de tanta coisa — murmurei baixinho.

Incluindo roupas e sapatos novos.

Eu me sentia tão culpada por ter que colocar minha filha para viver em um ambiente tão hostil como aquele apartamento, que recebia visitas masculinas pelo menos duas ou três vezes na semana, por causa do mal comportamento da minha amiga, por não poder dá-la um lar estruturado ou uma boa educação. Tudo o que tínhamos era o suficiente para sobreviver e nada mais.

O sonho de vida melhor estava tão distante!

Depois de tomar um banho e finalmente me ver livre daquelas roupas imundas, fiz a coisa que mais amava na vida; peguei minha pequena no colo e levei para a cama. Antes de dormir eu precisava ler uma história de ninar para ela, àquela era uma das nossas atividades favoritas. Isabel adorava ouvir contos, principalmente aquelas histórias que tinham príncipes e princesas, castelos e magia.

Olhar para aqueles olhos verdes brilhantes e esperançosos, era a minha motivação para continuar a lutar em busca de algo melhor. Acariciei os cabelos lisos escuros da minha bonequinha e a beijei na testa, sua existência era o motivo pelo qual eu não podia desistir.

Tudo pela minha pequena.

Foi o pensamento que tive antes de me deitar ao seu lado e dormir profundamente.

***

Acordei com o cheiro de café vindo da cozinha, Maria certamente já estava cuidando de preparar o café da manhã. Ela era uma mulher de trinta e nove anos, negra de olhos profundos e cabelo castanhos médios crespo cacheados. Veio morar no apartamento com Margarete e eu, depois que o marido a abandonou a deixando com muitas dívidas, o banco levou a sua casa, e ela ficou sem ter para onde ir, e desde então, ela se tornou meu braço direito, pois ela sempre esteve disposta a me ajudar nos cuidados com Isabel, para que eu pudesse trabalhar.

Me levantei da cama devagarinho, não queria acordar a minha filha, calcei minhas meias e caminhei pelo corredor a fim de saborear o café que tinha um cheiro tão convidativo. Mas ao cruzar o corredor onde ficava o banheiro, percebi que a porta do quarto de Margaret estava entreaberta e pela fresta pude ouvir gemidos sentidos.

Eram gemidos causados pelo choro. Minhas mãos alcançaram a maçaneta da porta, e a empurrei dando de cara com Margaret sentada sobre a cama, tapando o rosto, ela ainda estava usando o mesmo vestido vinho justo que usava quando deixou o Pub para entrar naquele carro chique.

— Margaret? — Ela olhou para trás. — Por que está chorando?

E antes que a resposta viesse, eu pude entender melhor o motivo daquele choro. Margaret estava com uma marca roxa embaixo do supercílio, e algumas manchas roxas nos braços.

— Não foi nada! — disfarçou o olhar para as mãos que estavam no colo.

— Não foi nada? Você disse isso na última vez em que chegou em casa desse jeito — esbravejei indignada e me sentei na cama. — Margaret por que ainda fica saindo com esse tipo de homem?

— Eu preciso de dinheiro, Joana!

— Eu acho que existem outras maneiras de se conseguir dinheiro sem precisar se expor a situações tão decadentes e perigosas, como essas Margaret — resmunguei.

— Não para uma mulher que mal terminou o ginásio! Você não entende Joana! O máximo que uma mulher com o nível de escolaridade como o meu vai conseguir na vida é ser atendente de alguma lanchonete suja de esquina.

— E o que há de errado nisso, Margaret?

— Você não vê? — Ela limpou as lágrimas que escorreram borrando seu rímel. — É outra vida, são mansões, casas luxuosas, onde se bebe e come de tudo o que você quer e na hora que quer. Nesses lugares eu sou tratada como rainha, já deitei cobertores de algodão egípcio, e em almofadas feitas com penas de ganso, e não nessas porcarias baratas que usamos aqui! Eu não aguento mais essa vida, ter que trabalhar tanto e receber tão pouco. — disse mirando-me com o olhar inconformado.

Minha amiga sonhava em se casar com um homem rico, e mesmo indo na contramão, ela ainda tinha sonhos e ter uma vida melhor e eu a entendia, mas não podia concordar com a forma em que ela tentava realizar aqueles sonhos.

— Ah, Margaret — gemi. — De novo esse assunto?

— Eu não sei você, Joana, mas eu não estou a fim de morrer aqui nesse lugar e usando roupas como as suas — minha amiga olhou para o rasgo que havia no meu vestido de dormir. O que me deixou envergonhada. Mas o que ela queria? Que eu me vendesse a troco de duzentos ou cem reais a mais, para satisfazer um maníaco qualquer que usa ternos e carros luxuosos?

— Eu não sei você, mas a minha dignidade não está à venda, e eu tenho uma filha, preciso dar bons exemplos para ela. E se você quer saber, eu odeio esses homens ricos, e não se esqueça da minha história!

Depois daquela conversa dramática no quarto de Margaret, perdi completamente o apetite para o café da manhã. Me vi forçada a voltar para o meu quarto e abraçar a minha filha, desejando mentalmente que alguma coisa nos tirasse daquela vida terrível que nos rodeava todos os dias. Não queria chegar ao ponto em que Margaret havia chegado, era realmente muito triste.

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