Até Onde o Amor nos Levar | A...

By Tayh_Souza

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E se você se apaixonasse pelo seu melhor amigo? Durante quase toda a vida de Cristine, Arthur estava presente... More

Sinopse e Nota
Capítulo 01 - Por água abaixo
Capítulo 02 - Pizza de abacaxi
Capítulo 03 - Perdida em lembranças
Capítulo 04 - O que você pretende com isso?
Capítulo 05 - Morrendo de felicidade
Capítulo 06 - Contato não premeditado
Capítulo 07 - Nosso primeiro beijo
Capítulo 08 - Sequência de acontecimentos desastrosos
Capítulo 09 - Somos apenas amigos
Capítulo 10 - O que custava sonhar?
Capítulo 11 - Canta comigo?
Capítulo 12 - Amor Platônico
Capítulo 13 - Ele nem é tão atraente assim
Capítulo 14 - Eu também amo você
Capítulo 15 - Você não entende!
Capítulo 16 - Era isso que os amigos deveriam fazer
Capítulo 17 - Eu não sou a única
Capítulo 18 - E se fosse verdade?
Capítulo 19 - Ridícula e inesperada esperança
Capítulo 20 - O que ele diria?
Capítulo 21 - É simples assim
Capítulo 22 - Nem em um milhão de anos!
Capítulo 23 - É agora ou nunca
Capítulo 24 - Ele vai embora
Capítulo 25 - Tudo voltou ao normal
Capítulo 26 - Como nos velhos tempos
Capítulo 27 - Eu te amo
Capítulo 28 - O tempo cura tudo
Capítulo 30 - O que quer que signifique
Capítulo Final
Capitulo Extra
Agradecimentos
Playlist

Capítulo 29 - A coisa ruim sobre sonhar

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By Tayh_Souza

Porque eu não quero perder você agora
Estou olhando bem para a minha outra metade
O vazio que se instalou em meu coração
É um espaço que agora você ocupa
Mostre-me como lutar
E eu vou lhe dizer, amor, foi fácil
Voltar para você uma vez que entendi
Que você estava aqui o tempo todo

Mirrors - Justin Timberlake

Existe um sentimento crescendo no meu peito que eu não consigo explicar. É uma mistura de ansiedade, apreensão e medo. 

Desde ontem, quando Arthur se despediu de mim na porta de casa, parece que uma parte minha se rompeu. Mais especificamente um pedaço do meu coração. 

Não tem como a gente acabar ficando juntos. 

Eu sempre soube disso, mas no fundo ainda sonhava que pudesse acontecer. Mas essa é a coisa ruim sobre sonhar: a realidade tinha que vir para colidir em certo ponto. E ela me atingiu em cheio ontem a noite.

Faltam menos de três horas para a festa do colégio, o que significa que eu tenho que me levantar da cama se pretendo me arrumar antes que o tio do Diogo chegue. Ainda preciso tirar o vestido que comprei no shopping do guarda-roupa, passar ferro, escolher um sapato...

Acho que eu não deveria ter deixado tudo para última hora, mas foi mais forte do que eu.

Pela janela aberta do meu quarto consigo ver o sol se pondo, com o céu começando a ser tomado pela escuridão da noite, fazendo esse dia chegar ao fim. 

Eu apenas fecho os olhos e decido continuar mais um tempo na cama, aproveitando o silêncio que essa hora do dia proporciona. 

Mas o silêncio é interrompido quando eu ouço a voz do Arthur vindo de longe. O barulho parece estar vindo do seu quarto, e eu não me controlo em me levantar da cama e ir até a janela. Minha curiosidade sempre falou mais forte do que eu.

Encontro Arthur encostado na janela, de costas para mim. Ele está com o celular encostado no ouvido e, pelo seu tom de voz, parece ser uma conversa séria, apesar de não conseguir ouvir do que se trata daqui.

— Cris, tenho uma surpresa para você! – Tomo um susto quando ouço a voz da minha mãe atrás de mim, e me afasto da janela rápido. 

Me viro e a encontro parada na porta do quarto, segurando um cabide com alguma roupa que está tapada por uma capa preta.

— Que susto, mãe! – reclamo, pondo a mão no peito acelerado.

— Eu bati na porta, você que estava distraída. – Ela faz um gesto de descaso com a mão e volta a apontar para o vestido. — Como eu estava dizendo, tenho uma coisa para você.

Me aproximo de onde ela está  curiosa.

— O que é?

— Abra e veja você mesma. – Ela sorri, me entregando a peça.

Cominho até minha cama e deito a peça na cama, e não demoro a abrir o zíper.

Perco o ar quanto finalmente vejo o vestido – o mesmo modelo que escolhi quando minha mãe me mostrou o tecido rosa que tinha acabado de comprar no início da semana passada – prontinho na minha frente. E ele é simplesmente perfeito. Se ajustada através do corpete e, em seguida, se solta abruptamente na cintura de uma forma soltinha. O decote cria uma forma do coração no corpete, e as alças são alças mais finas.

— Como... como você fez isso em tão pouco tempo? – pergunto, pasma.

— Segredo de costureira – ela pisca para mim, claramente orgulhosa de si mesma. — O que achou do vestido?

— O que eu achei? Isso tá perfeito! – Encerro a distância que nos separa e a abraço apertado. — Obrigada, mãe.

— Você merece isso e muito mais, querida – ela diz, e eu abraço ainda mais forte, sentindo um quentinho bom no coração. — Vai usar ele hoje a noite? – Ela pergunta quando encerramos o abraço.

— Na festa de recesso? Acho que essa belezura deve ser usado numa ocasião melhor que essa – eu digo, pegando o vestido da cama para poder vê-lo melhor.


— Você não parece muito animada para a festa – ela observa, me encarando com curiosidade enquanto cominho até o espelho.

— Não estou – revelo, pondo o vestido em frente ao corpo para ver como ficaria em mim.

— Se não está animada para ir, então porque não fica em casa?

— Não posso. Já marquei com as meninas. – Suspiro, voltando para perto da cama e me sentando na mesma. 

Nunca fui de rejeitar uma boa festa, mas hoje eu não estou nem um pouquinho animada para isso.

— O que você tem, meu amor? – minha mãe se senta ao meu lado. Eu abro os olhos para poder encará-la. — Percebi que está meio para baixo desde que chegou de viagem, e eu sinto que o motivo não é só sobre o que já conversamos.

— Eu só estou… confusa sobre algumas coisas – revelo, e ela me olha, claramente curiosa. — Estou sentindo coisas que eu não deveria sentir. 

Ela franze a testa.

 — Sobre o quê?

— Sobre... – mordo o canto da boca. — O Arthur – sou sincera. 

— Como eu suspeitava – ela murmura, e eu me viro na cama, surpresa. Estava tão na cara assim? — Você está insegura sobre a viagem dele, não é? Tem medo de se afastarem por causa disso.

Ops. Acho que nós duas estamos falando sobre duas situações diferentes.

— É. Tipo isso. – disfarço, abrindo um sorriso sem mostrar os dentes. 

— Não tem que se preocupar com isso, querida. A amizade de vocês não vai acabar por conta disso. E hoje em dia existe a internet, o que vai facilitar muito as coisas, pois vão poder conversar todo dia.

— É. Eu sei. E eu estou feliz por ele, claro. Não é todo dia que se tem uma oportunidade dessas – acrescento, contando parte do que sinto de verdade. 

Do nada, minha mãe sorri, como se estivesse se lembrando de algo.

— O que foi?

— Nada demais – Ela faz um gesto de "tanto faz" com a mão. — Só estou lembrando de algo que o seu pai disse. – Ela se levanta da cama e eu me sento. — Se precisar de alguma coisa na hora de se arrumar é só chamar, está bem? 


Apenas aceno com a cabeça, e logo depois ela sai do quarto.

Suspiro e me levanto. 

Acabo caminhando até a janela de novo, e me deparando com Arthur saindo de casa. Sigo seus passos até que ele some do meu campo de visão na rua. Segundos depois ouço o barulho de carro, indicando que ele acabou de ligá-lo. 

Não conversamos desde ontem, e grande parte disso se deve ao fato que acordei super tarde hoje e depois me ocupei pintando o cabelo da Bruna.

Minha curiosidade me faz questionar o que ele foi fazer fora de casa a essa hora, mas decido deixar o assunto de lado. Ele provavelmente foi resolver mais um assunto da viagem. 

Caminho até meu guarda roupa e pego uma toalha de banho. Está na hora de largar a procrastinação e começar a me arrumar.

•••
 

Paro em frente ao espelho do meu quarto e passo a mão entre os fios bagunçados, ajeitando-os com os dedos. 

Estou pronta para sair, e minha carona pode chegar a qualquer minuto. 

Dou uma volta em frente ao espelho, a fim de me ver melhor, e acabo curtindo bastante o resultado. No fim, me decidir por usar o vestido que minha mãe fez para mim. Esse não é o dia mais feliz da minha vida, mas ainda assim quero me divertir um pouco, e o único jeito de fazer isso é me sentindo bonita por algumas horas. Para completar o look, escolhi saltos brancos não tão altos nos pés e, de maquiagem, não estou usando nada forte para passar no rosto, apenas uma sombra rosinha e que combina com a roupa que uso, passando nas pálpebras. Para deixar o meu olho mais marcado optei por um delineado de gatinho não muito grosso, já nos lábios preferi um batom clarinho. Nada muito marcante, eu sempre preferi assim.

Para finalizar, pego o perfume de cima da penteadeira e o borrifo no pescoço e pulsos, sem exagerar muito. 

Por fim pego minha bolsa de cima da cama e estou pronta. E no tempo perfeito, pois um carro acabou de estacionar em frente a casa.

Penduro a bolsa no ombro e saio do quarto. Me despeço da minha mãe e irmãs ao passar por elas na sala e abro a porta, encontrado Helô e Diogo me esperando em frente ao carro do Alex.

— Você está espetacular, amiga – Helô elogia assim que paro perto dela.

— Digo o mesmo sobre você – falo, observando o vestido amarelo que eu mesma escolhi para ela há alguns dias atrás no shopping. — Essa noite promete, não é? – Sorrio e olho para o Diogo. Ele sabe muito bem sobre o que estou falando, e abre apenas um sorriso de lado, disfarçando.

— Vamos? Ainda temos que passar na casa da Alice – Diogo diz, e logo nós três entramos no carro.

O tio do Diogo dá a partida, e quando ele começa a sair pela rua dois carros passam ao nosso lado. Reconheço um sendo o do meu pai, e franzo a testa ao ver que o outro é o carro do pai do Arthur, onde o próprio Arthur está dentro.

Meu melhor amigo também olha para o carro onde estou, fixando os olhos diretamente em mim.

Mas isso leva apenas meio segundo, pois logo o nosso carro ultrapassa os dois e os perco de vista.

 •••

A viagem de carro foi bem descontraída, entre brincadeiras e conversas com meus amigos, e agora estou até mais animada para essa festa.

Assim que o Alex estaciona o carro em frente ao colégio, já é possível ouvir a música alta vinda do ginásio. 

— Passo para pegar vocês depois da meia noite – O tio do Diogo avisa enquanto saímos do carro. 

— Pode deixar, tio – Diogo fala, batendo a porta.

Entramos pelo portão do colégio e caminhamos em passos preguiçosos em direção ao ginásio, conversamos sobre nossos planos para as férias. A Helô está de braços dados com o Diogo, enquanto eu e Alice andamos lado a lado.

A primeira hora na festa acaba passando sem que eu nem perceba, e em certo momento eu e as meninas nos levantamos para dançar juntas no salão improvisado no meio do ginásio.

— Acho melhor darmos uma pausa na dança – sugiro depois de alguns minutos, ofegante de cansaço.

— Eu apoio. Estou morrendo de cansaço – Alice diz, e nós três saímos do meio do ginásio lotado e nós encaminhamos para a mesa onde Diogo está sentado. Ele mesmo preferiu não vir dançar com a gente, e não deixei de reparar em como ele estava ansioso. Muito em breve uma de nós vai estar oficialmente em um relacionamento sério. 

E esse momento está mais perto do que eu esperava, pois assim que nos sentamos o loiro já começa a falar:

— Helô, vem num lugar comigo? – seu tom é receoso.

— Claro – Minha amiga concorda, alheia ao que está acontecendo, se levantando da mesa e passando a alça da sua bolsa pelo ombro.

Os dois logo se afastam de onde estamos, sumindo entre a multidão de alunos. 

— Ele vai pedir a Helô em namoro – conto para a Alice, que me encara com ar surpreso.

— Sério? 

— Aham. Finalmente, né? – Eu dou risada, e ela faz o mesmo, cúmplice. Depois de quase um mês juntos, finalmente esse pedido vai sair. — Ele me disse isso na quinta, e me pediu uma dica de como e onde fazer o pedido. Eu sugeri que o fizesse no mesmo lugar onde se conheceram, no corredor perto da sala deles.

— Será que a Helô vai aceitar? 

— Claro que sim. Ela é louca por aquele garoto.

— Eles formam um casal tão fofo. Fico feliz por eles – comenta, e eu super concordo com ela. Os dois são perfeitos juntos. — Eu vou pegar alguma coisa para beber, você quer? – ela oferece, se levantando da mesa com a bolsa na mão.

— Não, obrigada. Vou te esperar aqui mesmo – dispenso, pegando meu celular de dentro da minha bolsa, para ter algo para fazer enquanto os três não voltam. 

Alguns minutos se passam, quando de repente a música animada é trocada por 
Perfect, do Ed Sheeran.

É reconfortante ouvir as primeiras notas de uma das minhas músicas favoritas do cantor. Cantarolo os versos baixinho, sentindo o impacto da letra forte da canção, que ironicamente fala sobre algo que estou tentando evitar o máximo possível: amor.

Observo os casais dançando à minha frente, presos no próprio mundinho deles, alheios a tudo que acontece. E do nada sou atingida por um sentimento de melancolia.

Tudo está terminando bem para todo mundo, como num finzinho de livro ou filme de romance. Heloísa e Diogo a essa altura já são oficialmente namorados. Também não dou nem um mês para Alice e Theodoro finalmente se acertarem. Ao que parece, todo mundo está com seu final feliz à vista. Menos eu.

Pisco, decidida a deixar esses pensamentos negativos de lado. Meus amigos estão felizes e eu estou feliz por eles. E é o que importa.

Começo a acompanhar a letra da música, procurar pela Alice no meio da multidão. Ela está demorando muito para voltar.

— Cristine – paro de cantarolar quando ouço a voz de Arthur atrás de mim. 

Começo a achar que estou começando a alucinar, mas quando me viro e encontro o garoto que está tomando mais da metade dos meus pensamentos nos últimos dias, parado bem atrás de mim, acabo perdendo o ar. 

— Arthur? – murmuro, sentindo meu coração errar uma batida dentro do peito.

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