Até Onde o Amor nos Levar | A...

By Tayh_Souza

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E se você se apaixonasse pelo seu melhor amigo? Durante quase toda a vida de Cristine, Arthur estava presente... More

Sinopse e Nota
Capítulo 01 - Por água abaixo
Capítulo 02 - Pizza de abacaxi
Capítulo 03 - Perdida em lembranças
Capítulo 04 - O que você pretende com isso?
Capítulo 05 - Morrendo de felicidade
Capítulo 06 - Contato não premeditado
Capítulo 07 - Nosso primeiro beijo
Capítulo 08 - Sequência de acontecimentos desastrosos
Capítulo 09 - Somos apenas amigos
Capítulo 10 - O que custava sonhar?
Capítulo 11 - Canta comigo?
Capítulo 12 - Amor Platônico
Capítulo 13 - Ele nem é tão atraente assim
Capítulo 14 - Eu também amo você
Capítulo 15 - Você não entende!
Capítulo 16 - Era isso que os amigos deveriam fazer
Capítulo 17 - Eu não sou a única
Capítulo 18 - E se fosse verdade?
Capítulo 19 - Ridícula e inesperada esperança
Capítulo 20 - O que ele diria?
Capítulo 21 - É simples assim
Capítulo 22 - Nem em um milhão de anos!
Capítulo 23 - É agora ou nunca
Capítulo 24 - Ele vai embora
Capítulo 25 - Tudo voltou ao normal
Capítulo 26 - Como nos velhos tempos
Capítulo 28 - O tempo cura tudo
Capítulo 29 - A coisa ruim sobre sonhar
Capítulo 30 - O que quer que signifique
Capítulo Final
Capitulo Extra
Agradecimentos
Playlist

Capítulo 27 - Eu te amo

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By Tayh_Souza

E eu vou me certificar de manter a minha distância
Digo "eu te amo" quando você não está ouvindo
Quanto tempo podemos continuar com isso?

Distance - Christina Perri (feat. Jason Mraz)

Acordo meio desorientada e volto a fechar os olhos quando sinto a luz forte da manhã batendo no meu rosto, vindo da janela que ficou aberta a noite toda.

Em algum momento durante as conversas e risadas da noite anterior eu havia caído no sono, provavelmente no meio do segundo filme que estávamos assistindo. 

Finalmente crio coragem de abrir os olhos e a primeira coisa que vejo é a TV ainda ligada à minha frente, que agora passa algum jornal da manhã. Não preciso nem olhar para saber que Arthur também seguiu o mesmo caminho que eu ontem a noite 

Me viro delicadamente em sua direção e encontro seus olhos fechados em um sono profundo e sereno, os cachos bagunçados caídos preguiçosamente por todo lado, inclusive na frente da sua testa. Pois é, ele sugeriu a maratona de filmes e acabou caindo no sono também.

Sorrio comigo mesma.

Não é a primeira vez que acabamos pegando no sono enquanto vemos um filme durante a madrugada, mas acho que agora vai demorar um bom tempo para isso voltar a acontecer.

Um barulho de carro na rua chama minha atenção, e eu desvio o meu olhar para a claridade forte da janela, e isso é o suficiente para me fazer despertar de qualquer pensamento. 

Hoje é quinta, e pela claridade do lado de fora já dá para saber que meu despertador não vai demorar a começar a tocar One Direction. Preciso me arrumar e ir para o colégio. 

Me sento na cama e acabo esbarrando a mão no balde de pipoca quase vazio, que está entre Arthur e eu no meio da cama.

Ontem, durante os primeiros minutos de comerciais na TV, eu aproveitei para me levantar e fazer uma pipoca de panela para a gente. Arthur até se ofereceu para me ajudar, mas é claro que eu recusei sua ajuda. Uma vida inteira de pipocas queimadas me fizeram aprender a lição. Então deixei ele encarregado de apenas encher nossos copos de suco, a tarefa menos arriscada para suas "habilidades" na cozinha.

Pego o controle, que também está jogado na cama, e desligo a TV.

— Arthur, precisamos acordar. — o chamo baixinho, e a única resposta que eu recebo são seus resmungos incompreensíveis. Tá para nascer alguém com sono mais pesado que esse garoto.

Rio da cena.

Minha mente acaba me levando a pensar, de novo, sobre a conversa que tive com as meninas na terça-feira. Já tomei minha decisão sobre não contar, por todos os motivos que já remoí para mim mesma várias vezes.

Mas, mais vezes do que posso contar, a vontade de dizer tudo bate em cheio. Como está acontecendo agora.

Abro um sorriso triste.

— Eu te amo – sussurro quase inaudivelmente. — Como bem mais que um amigo. 

Pronto, agora eu contei para ele, como elas sugeriram. Ele não estar consciente disso é só um mero detalhe.

Tomo um susto quando Arthur abre os olhos e olha diretamente para mim, e o pavor que eu sinto é grande o suficiente para me desequilibrar. Em um minuto eu estou na cama e no outro eu caio de costas direto para o chão, me estatelando no piso duro como um saco de batatas.

Ai – murmuro, fechando os olhos ao sentir a pontada de dor nas minhas costas que bateram no chão com tudo.

— Você está bem? – Abro os olhos ao ouvir a voz de Arthur, o encontrando sentado na beira da cama, me encarando de cima com a testa franzida e um olhar confuso. 

— Estou – afirmo, me sentando no chão enquanto massageio as minhas costelas.

— Como foi que você foi parar aí embaixo? – ele pergunta, sorrindo. 

— Eu só escorreguei – desconverso, e me levanto de uma vez. — E então… – começo a falar, e pigarreio a garganta antes de continuar. — A gente acabou caindo no sono, não é? – Solto uma risadinha sem graça.

— Pois é. Mas você dormiu antes de mim – ele afirma, sorrindo abertamente, e volta a se deitar de costas na cama, pondo a mão por trás da cabeça. — Eu quase terminei o último filme antes do sono me pegar. 

— Hmm – murmuro, me virando para a escrivaninha e fingindo procurar alguma coisa no meio das minhas maquiagens. 

Ele não parece ter escutado o que eu falei, mas não vou ficar em paz enquanto não tiver certeza.

— Está acordado a muito tempo? – questiono, ainda virada de costas para ele.

— Não. Acordei só a tempo de ver você caindo da cama, depois de ter sonhado com uma coisa meio louca – ele afirma, e solto o ar que nem percebi que estava segurando, me sentindo aliviada. 

Volto a me virar para ele, encontrando seu rosto sério me observando.

— Com o que estava sonhando? Teve um pesadelo? – questiono. 

— Não. Nem me lembro mais o que era. – Ele desvia o olhar e se senta na cama de súbito, pegando seus tênis que estão jogados ao lado da cama e já começando a calça-los. — Que horas são, hein? 

Olho para o relógio na minha mesa de cabeceira.

— Seis e dez.

— Tenho que me arrumar. Não posso me atrasar para o penúltimo dia no trabalho, né? – Ele termina de amarrar os tênis e se levanta da cama. — Quer carona para o colégio? – oferece, parando ao meu lado.

— Pode ser – aceito, abrindo um sorriso.

— Ok. Então eu te vejo daqui a pouco – ele se vira e sai, fechando a janela antes que eu possa dizer qualquer coisa.

Quando tenho certeza que estou sozinha, me jogo de costas na cama, puxando o ar para os meus pulmões de forma ruidosa.

Essa foi por muito pouco.

•••

Menos de meia hora depois, saio de casa já prontinha para começar o dia.

Não preciso esperar muito por Arthur, já que ele já está me esperando no carro em frente a sua casa.

Sem sair do carro, ele abre a porta do lado do carona para mim. Abro um sorriso, ajeito a alça da mochila nas costas e caminho até ele.

— Demorei muito? – pergunto quando me sento ao seu lado.

— Não. Também acabei de chegar – ele diz, já ligando o carro. 

O rádio do carro está ligado numa estação de notícias locais qualquer, o que eu estranho bastante. Durante todos esses meses que o Arthur está usando o carro do pai, a única coisa que tocou nesse rádio foram músicas que ele gosta.

— Posso por outra coisa? – Ele me encara com a testa franzida. Aponto para o rádio e ele apenas balança a cabeça em um gesto de afirmação.

Começo a mexer nas estações até encontrar uma que está passando uma música boa.

— Já resolveu tudo para a viagem? – questiono. Evitei o assunto esse tempo todo, mas agora, faltando só quatro dias para a viagem, já está passando da hora de aceitar que ela vai acontecer. 

— Quase tudo.

— Seu espanhol é péssimo, mas acho que com o tempo e ouvindo a língua todo dia, vai conseguir se adaptar, não é? – comento. Há alguns tempo atrás, quando eu tinha uns 11 anos, meus pais e os de Arthur colocaram nós dois em cursinhos de meio período de inglês e espanhol. Mas, na língua que deveria ser a mais fácil, por ser a mais parecida com o português, nós dois nunca fomos muito bem.

— Acho que sim. Mas o inglês vai ajudar – ele diz, com o olhar ainda fixado no trânsito. 

— Tem razão – concordo. — Está animado para a viagem? – volto a perguntar, querendo saber mais dos seus planos.

— Uhum – ele murmura. Franzo a testa. Arthur está super monossílabo, o que não é nada normal para ele. 

Ele parece bem concentrado na estrada à sua frente, o rosto tenso, maxilar travado e testa franzida. Além de tudo isso, também está segurando o volante com tanta força que os nós dos seus dedos estão brancos. 

Isso é bem estranho, levando em consideração que ele estava super normal quando acordamos essa manhã.

Levo a mão até o colar distraidamente, tentando adivinhar o motivo para ele estar assim. 

— Ainda está usando isso? – Arthur pergunta, parando em um sinal vermelho. 

— O quê? – questiono, sem entender o que ele quer dizer, mas logo lembro do colar que ainda estou segurando. — Ah, é. Estou sim. Não tirei mais ele desde o show. – Sorrio. — Você também não tirou o seu – observo, me referindo ao colar com pingente de pedrinha verde que ele comprou no Rio.

— Pois é. Acho que acabei me apegando a ele. Tô pensando até em dar um nome – ele brinca, me fazendo sorrir.

Esse sim é o meu Arthur.

— A gente podia fazer alguma coisa amanhã, não acha? – ele pergunta. O sinal vermelho abre e ele começa a dirigir, sem apertar o volante dessa vez.

— Tipo o quê?

— Sei lá. – Ele encolhe os ombros, com os olhos concentrados na estrada. — Shopping, cinema, restaurante... – começa a pontuar as opções. — O que você quiser.

Franzo a testa, meio confusa com o convite repentino. Mas logo depois minha ficha cai, e eu entendo a razão. Sexta é nosso último dia para fazer alguma coisa juntos, já que depois vem a festa de encerramento do colégio e no domingo Arthur vai estar ocupado com os últimos preparativos para a viagem.

— Ou a gente pode ficar em casa e eu cozinho para você – ele oferece, cortando minha linha de pensamentos.

— Sem chances! Prefiro viver. – Faço o sinal da cruz com os dedos.

— Ah, deixa disso. – Ele ri. — Andei pesquisando umas receitas novas e...

— Sem essa, Arthur – corto. Não quero passar os dias que antecedem sua viagem presa no banheiro. Ou no Pronto Socorro. — A gente vê um filme. É bem melhor – e mais seguro também, acrecento mentalmente.

O aspirante a assassino da culinária volta a rir.

— Cinema então?

Nossa última visita ao cinema antes da viagem de 6 meses dele...

Abro um sorriso triste antes de responder.

— Acho que cinema é uma boa opção. 

•••

Esse é o penúltimo dia de aula antes do recesso, e é claro que ninguém está muito interessado em nada hoje.

Exceto pela Helô, pois assim que eu e a Alice chegamos na mesa do pátio onde ela e o Diogo já estão ocupando, ela abre um sorriso para mim e já faz a pergunta:

— E então, Cris, o que você decidiu? Vai contar?

Sorrio e me sento na cadeira desocupada ao lado dela, colocando minha bandeja com lanche em cima da mesa.

— Já contei – afirmo. Alice e Heloísa arregalam os olhos em surpresa e abrem sorrisos tão grandes quanto o do Gato de Alice no País das Maravilhas. — Enquanto ele estava dormindo – completo, fazendo os sorrisos sumirem.

— Ai, Cristine, pelo amor! Não faz isso com meu coração não. Eu quase tive uma síncope aqui – Helô dramatiza.

— Do que vocês estão falando? – Diogo pergunta, franzindo a testa.

— São só assuntos de meninas – Helô desconversa, escorando a cabeça no ombro dele e piscando para mim.

Apenas sorrio e balanço a cabeça de leve. No último mês Arthur e Diogo ficaram bem próximos, então é bem melhor ele não saber dessa história toda. 

Começamos a conversar sobre outros assuntos e isso dura todo o almoço, até que o intervalo chega ao fim e nos despedimos, cada um seguindo para sua sala.

Alice e eu somos da mesma turma, então seguimos juntas pelo corredor. Mas, quando vejo ninguém mais, ninguém menos que Theodoro parado no corredor a nossa frente, tentando lidar com as muletas que foi obrigado a usar depois do "acidente", vejo a oportunidade perfeita para deixar os dois se encontrarem sozinhos. 

— Amiga – começo a falar, já parando de andar. — Tô morrendo de sede. Então vou passar no bebedouro antes de ir para a sala, tá? – Sorrio, e antes que ela possa dizer alguma coisa, já viro de costas e começo a andar no sentido contrário dos outros alunos.

Se não for por mim, a vida amorosa dessas duas não vai para a frente, penso, enquanto ando sem destino pelo corredor.

— Cristine! – ouço alguém me chamar e me viro na direção da voz, encontrando Diogo vindo apressado na minha direção, com seu cabelo loiro (que ele parece decidido a nunca mais cortar), caindo por cima do seus olhos. — Eu queria mesmo falar com você – ele diz ao parar na minha frente.

— Comigo?

— É. Mas é impossível falar com você sem a Heloísa estar por perto. – Franzo a testa, sem entender onde ele quer chegar com essa conversa.

— Ok. Então pode falar. – Cruzo os braços em frente ao corpo e espero. 

— Eu… – Do nada suas bochechas e pescoço ganham uma cor avermelhada, num claro sinal de constrangimento. Mas ele logo parece se recuperar, pois ajeita a postura e continua, sem hesitar dessa vez: — Quero pedir a Helô em namoro, e só queria uma dica de como… é... você sabe, fazer isso. 

Abro um sorriso gigante.

— Isso é sério? – Ele assente. — Finalmente, hein? Achei que nunca fosse pedir! – Seu rosto fica ainda mais vermelho.

Esse garoto é bem fechado, mas no fundo é um fofo.

— Então… – começo a falar, enganchando o braço no dele e o puxando para que a conversa aconteça enquanto voltamos para as nossas respectivas salas. — Eu tenho uma ótima ideia de como você pode fazer isso…

Sorrio.

A Heloísa não sabe o que a espera na festa de sábado. 

Não esqueça de deixar seu voto!

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