Até Onde o Amor nos Levar | A...

By Tayh_Souza

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E se você se apaixonasse pelo seu melhor amigo? Durante quase toda a vida de Cristine, Arthur estava presente... More

Sinopse e Nota
Capítulo 01 - Por água abaixo
Capítulo 02 - Pizza de abacaxi
Capítulo 03 - Perdida em lembranças
Capítulo 04 - O que você pretende com isso?
Capítulo 05 - Morrendo de felicidade
Capítulo 06 - Contato não premeditado
Capítulo 07 - Nosso primeiro beijo
Capítulo 08 - Sequência de acontecimentos desastrosos
Capítulo 09 - Somos apenas amigos
Capítulo 10 - O que custava sonhar?
Capítulo 11 - Canta comigo?
Capítulo 12 - Amor Platônico
Capítulo 13 - Ele nem é tão atraente assim
Capítulo 14 - Eu também amo você
Capítulo 15 - Você não entende!
Capítulo 16 - Era isso que os amigos deveriam fazer
Capítulo 18 - E se fosse verdade?
Capítulo 19 - Ridícula e inesperada esperança
Capítulo 20 - O que ele diria?
Capítulo 21 - É simples assim
Capítulo 22 - Nem em um milhão de anos!
Capítulo 23 - É agora ou nunca
Capítulo 24 - Ele vai embora
Capítulo 25 - Tudo voltou ao normal
Capítulo 26 - Como nos velhos tempos
Capítulo 27 - Eu te amo
Capítulo 28 - O tempo cura tudo
Capítulo 29 - A coisa ruim sobre sonhar
Capítulo 30 - O que quer que signifique
Capítulo Final
Capitulo Extra
Agradecimentos
Playlist

Capítulo 17 - Eu não sou a única

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By Tayh_Souza

Eu não consigo em palavras dizer
O que eu sinto por você, mas é
Mais do que eu posso
Menos do que eu queria

Querida - Chapéu de Palha

Quando Arthur sai do banheiro, quase 15 minutos depois, totalmente vestido e com uma toalha pendurada no pescoço, eu já estou fazendo os últimos ajustes na maquiagem, quase pronta para sair.

Assim que ele nota a minha aparência, franze a testa e questiona:

— Por que está tão arrumada? – Ele começa a enxugar o cabelo com a toalha enquanto ainda me fita.

— Esqueceu que a gente vai visitar o Bondinho? – pergunto, terminando de passar o batom, sem entender sua confusão. — Na verdade, se quisermos ver o pôr do sol lá de cima, como planejamos desde ontem, acho melhor sairmos o mais rápido possível.

— Mas eu achei que… – ele hesita, mas logo conclui: — Que nós não iriamos mais.

— O quê? – Ergo uma sobrancelha. — Claro que a gente vai, Arthur! Por que não iríamos?

— Você acabou de desmaiar Cristine – ele murmura.

— Eu já disse que estou bem – volto a afirmar.

Ele apenas me encara, com um vinco se formando entre suas sobrancelhas, ainda não convencido.

— É sério. Eu estou ótima, e você bem sabe o quanto eu quero ir até lá – continuo: — Se você não for, eu vou sozinha – dou o veredito.

Ele solta o ar de forma ruidosa e diz:

— Tá bom, tá bom – cede, e eu abro um sorriso, pegando minha bolsa de cima da cama. —  Só espera eu terminar de me arrumar – Começa a caminhar em direção ao sofá, onde sua mochila está.

— E eu vou chamar um carro – me sento na cama, já tirando o celular de dentro da bolsa.

— Só não se esqueça da câmera dessa vez, tá? – ele diz, em tom zombeteiro.

— Foi a primeira coisa que eu coloquei na bolsa. – Pisco para ele.

•••

Minutos depois o motorista do Uber estaciona em frente ao estacionamento do Teleférico do Pão de Açúcar, e eu e Arthur não demoramos a sair do carro.

É finzinho de tarde, e daqui a poucos minutos começa o pôr do sol. Estou mais ansiosa para esse passeio do que para o de hoje de manhã, só pela promessa da vista maravilhosa que o topo do morro proporciona.

— Já sabe o que temos que fazer? – Arthur pergunta enquanto subimos as escadas de entrada.

— Como eu já comprei os ingressos pela internet, só precisamos esperar na fila para validar nossos ingressos – explico.

E é o que fazemos, esperamos na fila com poucas dezenas de pessoas e apresentamos o QR CODE dos ingressos direto pela tela do celular, liberando a nossa passagem. Pouco tempo depois embarcamos no bondinho.

À vista de dentro dele é simplesmente fantástica, mesmo ainda sendo o primeiro ponto de partida da viagem. Subimos cerca de 200 metros em uns 3 minutos dentro do bondinho.

Descemos no Morro da Urca, o primeiro ponto de parada, e chegamos numa parte que é como um Museu a céu aberto, onde é exibido os dois primeiros modelos de bondinhos que o lugar já teve, além da estátua do fundador. Eu, que dessa vez não esqueci a câmera, tiro foto de tudo que vejo.

Seguimos o fluxo de pessoas, que nos leva direto para a segunda parte da viagem: a subida de bondinho até o morro do pão de açúcar. 

Quando chegamos lá em cima, tenho a confirmação que, de fato, essa é a melhor vista do Rio de Janeiro (melhor até que a do Cristo Redentor). E tudo se torna ainda mais encantador com o sol se pondo a nossa frente. O momento parecendo até mágico.

— Essa vista é espetacular – Arthur, em pé ao meu lado, sussurra enquanto contempla todo o esplendor da paisagem.

O Rio de Janeiro merece o título de cidade maravilhosa que tem

Eu, claro, continuo tirando fotos de tudo. Viro a câmera para Arthur, que sorrir para a câmera enquanto tiro uma fotografia dele, com toda o Rio fazendo um plano de fundo perfeito.

— Quer que eu tire uma sua? – ele oferece.

— E ainda pergunta? Claro que sim! – Ele ri da minha euforia e pega a câmera da minha mão, batendo algumas fotos enquanto faço diferentes poses. 

— E aí? A viagem está sendo como você esperava? – ele questiona, me entregando a câmera.

— Está sendo melhor do que eu imaginei. E vai ser ainda melhor amanhã. Mal posso esperar para ver o James de pertinho! 

— Nossa, eu já tinha até esquecido que vou ter que ir no show do mauricinho ruivo.

— Eu tô tão feliz que nem vou ligar para sua provocação – afirmo, e ele ri. 

Ficamos em silêncio por um tempo, apenas observando o sol se pondo no horizonte, que pinta o céu em tons de laranja e rosa. 

Até que eu volto a encarar Arthur, que continua encarando a vista magnífica embaixo do morro. 

Sei que não é o momento certo para isso, mas começo a pensar em tudo que aconteceu nos últimos dois dias. Principalmente no momento esquisito no quarto, antes da ligação da mãe do Arthur. 

Aquilo ainda não saiu da minha mente. E eu ainda estou tentando evitar pensar no que aquele meu "eu também te amo" significou.

•••

— A gente precisa fazer isso de novo um dia! – comento com Arthur quando estamos esperando o Uber do lado de fora do centro de visitantes do Teleférico do Pão de Açúcar.

— Você já disse isso hoje mais cedo – ele me lembra.

— Eu sei. Mas agora é mais sério que antes. – Sorrio, com os efeitos da felicidade proporcionada pela viagem ainda correndo em minhas veias. 

— Se é o que você diz – ele murmura, abrindo um sorriso de leve.

Meu estômago, como se decidido a estragar o clima, aperta de fome. O sol já se pôs há uns bons minutos, e agora já faz um bom tempo desde que eu comi aquele único prato de comida.

— Que horas são, hein? – pergunto, já que durante a viagem deixei meu celular com o Arthur e fiquei segurando apenas minha câmera.

— Sete e quinze. – Apenas concordo com a cabeça, olhando em volta atrás do nosso carro, que já deveria estar aqui.

Até que, de súbito, me lembro do compromisso que marquei para hoje à noite.

— Ah, minha nossa! – murmuro baixinho — O luau!!!

— O quê você disse? – Arthur questiona.

— Eu esqueci completamente do luau que a Sofia nos convidou – conto para ele.

— Você não está pretendendo ir, não é? 

— Claro que sim! Eu disse que iria, e não vou furar com a Sofia. Ainda mais porquê nem tenho o numero dela para ligar dizendo que não vou – digo, fazendo uma nota mental para pedir o contato dela da próxima vez que nos vermos.

Gostei de verdade da Sofia, e acho que seria legal se mantivessemos contato mesmo depois de cada uma voltar para sua casa.

— Sem chances – ele murmura. — Eu tô morrendo de cansaço.

— A gente não precisa ficar por muito tempo. Mas, mesmo assim, não precisa ir se não quiser. A praia não é muito longe do hotel e eu posso ir, ficar por uns minutinhos, e voltar sozinha – eu digo, obviamente fazendo drama.

— Você sabe que eu não vou deixar você ir sozinha até lá – ele resmunga, e eu tento disfarçar um sorriso. 

Sim, eu sei que ele não iria me deixar ir sozinha numa festa com desconhecidos. Só precisava convencê-lo a ir comigo.

Nosso transporte finalmente chega, e não demora a estacionar perto de onde estamos.

— Isso quer dizer que você vai? – pergunto, só para confirmar.

— Sim, Cristine. Eu vou no luau com você – ele resmunga. Eu sorrio contente.

Sinto que essa noite será melhor que o resto do dia inteiro.

•••

— Que tal estou? – Arthur pergunta assim que abre a porta do banheiro, e eu paro o contorno rosa que estou fazendo no olho para dar atenção ao que ele diz. 

Ergo as sobrancelhas ao encontrá-lo no meio do quarto com uma camisa branca estampada com dezenas de abacaxis.

Depois que entramos no Uber há quase uma hora atrás, Arthur e eu decidimos fazer uma parada no hotel para tomar banho, deixar nossas coisas no quarto e jantar antes de nos dirigirmos para a praia.

A parte da comida foi a mais difícil para mim, mas fiz de tudo para engoli o bolo na minha garganta e tentei não deixar toda minha confusão mental clara para o Arthur. Ele não comentou nada, só não sei se foi porque meu esforço deu certo ou para não me deixar desconfortável. Mas o importante é que o momento do jantar já passou e por hora tá tudo bem

— Abacaxis? Num luau na praia? Tão original… – eu provoco, voltando a encarar o espelho para terminar a maquiagem. 

— Ah, droga! – o xingamento chama minha atenção. Arthur ainda está parado no mesmo lugar, mas agora está segurando a parte de cima da camisa como se sua vida dependesse disso.

— O que foi?

— Fui abotoar e acabei descosturando o botão. – Ele bufa. — Vou me trocar.

— Mas a gente já está atrasado!

— É rápido. – ele começa a ir em direção ao sofá, onde sua mochila está jogada. 

— Não! Deixa que eu dou um jeito nisso – Termino o último traço do contorno e caminho até minha mala. Abro o zíper e rapidamente encontro o que preciso. — Achei! – Sorrio e ergo a pequena malinha transparente para que ele possa ver.

— Tem agulha e linha aí? O que você não trouxe nessa mala? – ele provoca.

— Minha cama? – ironizo.

— Não duvido nada que ela deve estar guardada em algum lugar aí dentro. A bolsa da Hermione perde de lavada para a sua – provoca, fazendo referência a bolsa de contas enfeitiçada que uma personagem da saga Harry Potter usa em um dos filmes. Filmes esses que já assistimos juntos um milhão de vezes, graças a Helô, que é fã de carteirinha da saga.

— Engraçadinho. – Me aproximo dele. — Agora senta nesse sofá para eu arrumar logo esse botão. 

— Vai costurar com ela ainda no meu corpo? – Ele dá um passo para trás, ficando a poucos centímetros do sofá. — Sem chance. 

— Para de drama, Arthur – Uso a mão desocupada para empurrar seu tronco e ele cai sentado no sofá. Coloco o kit de costura no estofado ao lado dele e começo a pegar o material que vou precisar. — A gente já está em cima da hora.

— Cristine… – murmura em tom de aviso.

— Relaxa – eu digo, já passando a linha branca pelo fundo da agulha. — Sou profissional nisso. – Pisco um dos olhos e pego o botão da sua mão.

Durante os dois minutos que eu levo para costurar o botão de volta no tecido, Arthur quase não respira, e fica mais parado que uma estátua. Tenho que me controlar para não cair na risada e acabar espetando o peito dele sem querer. 

— Pronto – falo enquanto uso a tesoura para cortar a linha. — Tá novinho em folha. – Bato no ombro dele, num consolo fingido.

Arthur solta o ar, aliviado.

— Achei que eu não iria sobreviver. 

— Dramático. – Reviro os olhos.

Guardo todo o material que usei de volta na mala enquanto Arthur caminha até o espelho para conferir meu trabalho. 

— E aí, sou ou não sou uma profissional? – Abro um sorrisinho de lado.

Ele olha para mim e dá de ombros.

— Dá para o gasto. 

— Ora, seu… – O som de uma ligação me interrompe. Olho para a cama ao meu lado e vejo a tela do celular do Arthur ligada. — É seu primo. – pego o celular para entregar para ele.

— Deixa que eu atendo. – Tomo um susto quando Arthur tira o aparelho da minha mão e se afasta para o meio do quarto. 

Arqueio a sobrancelha e encaro seu semblante fechado enquanto ele olha para a tela e encerra a ligação. Arthur mexe na tela por alguns segundos e eu concluo que está escrevendo uma mensagem. 

O que parece ser uma eternidade depois, ele me olha.

— O que foi? – pergunta, provavelmente notando minha testa franzida em confusão. 

— Nada – Pigarreio e me viro para pegar minha bolsa jogada na cama. — Vamos?

— Vamos – ele guardar o celular no bolso e sorri, como se nada demais tivesse acontecido.

E talvez não tenha acontecido nada demais mesmo. Mas uma voz desconfiada insiste em alugar um triplex na minha cabeça. 

Sinto que eu não sou a única que anda escondendo coisas.

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