Até Onde o Amor nos Levar | A...

By Tayh_Souza

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E se você se apaixonasse pelo seu melhor amigo? Durante quase toda a vida de Cristine, Arthur estava presente... More

Sinopse e Nota
Capítulo 01 - Por água abaixo
Capítulo 02 - Pizza de abacaxi
Capítulo 03 - Perdida em lembranças
Capítulo 04 - O que você pretende com isso?
Capítulo 05 - Morrendo de felicidade
Capítulo 06 - Contato não premeditado
Capítulo 07 - Nosso primeiro beijo
Capítulo 08 - Sequência de acontecimentos desastrosos
Capítulo 09 - Somos apenas amigos
Capítulo 10 - O que custava sonhar?
Capítulo 11 - Canta comigo?
Capítulo 12 - Amor Platônico
Capítulo 13 - Ele nem é tão atraente assim
Capítulo 14 - Eu também amo você
Capítulo 15 - Você não entende!
Capítulo 16 - Era isso que os amigos deveriam fazer
Capítulo 17 - Eu não sou a única
Capítulo 18 - E se fosse verdade?
Capítulo 19 - Ridícula e inesperada esperança
Capítulo 21 - É simples assim
Capítulo 22 - Nem em um milhão de anos!
Capítulo 23 - É agora ou nunca
Capítulo 24 - Ele vai embora
Capítulo 25 - Tudo voltou ao normal
Capítulo 26 - Como nos velhos tempos
Capítulo 27 - Eu te amo
Capítulo 28 - O tempo cura tudo
Capítulo 29 - A coisa ruim sobre sonhar
Capítulo 30 - O que quer que signifique
Capítulo Final
Capitulo Extra
Agradecimentos
Playlist

Capítulo 20 - O que ele diria?

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By Tayh_Souza

Confie em mim, eu já me machuquei antes
Eu já me machuquei, sim, eu conheço a sensação
De se abrir e depois descobrir que o amor não era real
Eu ainda estou sofrendo, sim, estou sofrendo por dentro
Estou com tanto medo de me apaixonar, mas se for por você, então vou tentar

It's You - Ali Gatie

Eu estou ferrada.

Já repeti isso mais de uma dezena de vezes nas últimas quase 5 horas.

E cada vez eu percebo que a situação está muito pior do que eu imaginava, ainda mais quando me pego olhando para o Arthur quando ele está distraído – como estou fazendo nesse exato segundo.

Ele está sentado no sofá do quarto do hotel, distraído no celular e super concentrado em seja lá o que for que esteja fazendo nele, sem fazer nem ideia de que estou parada sentada na cama olhando para ele a mais de dois minutos inteiros (e contando), enquanto finjo apenas secar os cabelos molhados do banho com a toalha.

Uma vozinha na minha cabeça me aconselha a parar de secar meu melhor amigo com os olhos, me levantar da cama e descer para encontrar Sofia e as amigas dela no saguão do hotel, mas eu ainda demoro mais alguns segundos para obedecê-la.

Em minha defesa, eu não estou só observando a beleza do Arthur (não apenas isso, pelo menos), mas sim tentando entender melhor o que sinto. Sim, eu já cheguei em um consenso de que estou gostando dele como mais do que um amigo, mas tudo ainda está muito confuso na minha cabeça.

Sabendo que as respostas para minhas perguntas não vão simplesmente surgir enquanto o encaro, me levanto da cama e começo a procurar por minha bolsa.

Faltam apenas 10 minutos para as três da tarde, ou seja: estou em cima da hora que a Sofia marcou de encontrá-la no saguão do hotel. Parte desse quase atraso se deve ao fato de que Arthur e eu passamos a manhã e parte da tarde caminhando por lugares legais perto do hotel, tirando fotos e fazendo compras (claro), e até almoçamos num restaurante perto da praia. 

Não foi tão estranho ficar perto dele como eu pensei que seria. Na verdade, foi quase como se ainda estivéssemos no nosso dia a dia normal, conversando, se provocando e rindo, como numa tarde comum passeando no shopping. A única diferença é que eu estava reparando nele mais do que o normal, atenta a cada gesto, toque e fala, tentando captar qualquer mínimo detalhe ou pista do que ele pretendia me contar mais tarde.

— Já vou sair – aviso a ele quando finalmente encontro minha bolsa jogada dentro de uma sacola com pulseiras e brincos artesanais que comprei na praia mais cedo.

— Tá bom – responde, ainda encarando o celular. — Divirta-se.

— E você? Vai ficar aqui sem fazer nada a tarde inteira? – pergunto só por curiosidade. Vou demorar, no máximo, umas duas horas no salão, e só vamos sair para ir ao local do show depois das seis, mas ele não compartilhou seus planos para o tempo que eu estiver fora. 

— Vou passar o resto da tarde na praia – ele responde, ainda encarando o celular.

— Praia de novo? – pergunto, franzindo a testa. Nós dois tínhamos acabado de almoçar perto do cais.

Ele desvia os olhos castanhos do celular e me olha.

— Eu tenho que aproveitar, né? Não é todo dia que tenho a oportunidade de passar um fim de semana inteiro no Rio de Janeiro. – Ele sorrir de canto, e só esse gesto já faz meu coração acelerar. Me tornei uma boba apaixonada.

Sorrio de leve e desvio o olhar.

— Beleza. Aproveite sua tarde na praia, então. – Me viro e abro a porta, mas volto a olhar para ele para dizer: — Só não esqueça que o show é às sete e temos que chegar lá bem mais cedo.

— Eu sei. Não precisa se preocupar. Vou estar aqui prontinho quando você voltar – afirma.

— Ok – Ajeito minha bolsa no ombro. — A gente se vê mais tarde?

— A gente se vê mais tarde – ele afirma, dando mais um daqueles sorrisos, e ainda pisca um dos olhos castanhos. Eu retribuo o sorriso e me viro, saindo do quarto e fechando a porta ao passar.

Nem preciso acrescentar que o órgão bombeador de sangue no meu peito está acelerado. De novo. Aparentemente, ele nunca mais irá funcionar como um coração normal perto do Arthur, ainda mais quando ele sorrir e piscar provocativamente. 

Me apresso pelo corredor, com euforia correndo nas minhas veias. É minha última noite aqui, e são tantas coisas para acontecer. Vou ver o James Prince de pertinho. Ou, melhor ainda, vou ouvir ele cantar ao vivo e a cores! E tudo isso só está sendo possível por causa do Arthur.

Ah, o Arthur. Não consegui parar de pensar no que ele tem para me dizer nem por um milésimo de segundo desde que o mesmo puxou o assunto.

O que ele diria?, essa era a pergunta que não saia da minha mente.

Seja lá o que fosse, lá no fundo eu tenho a intuição de que essa conversa mudará nossas vidas para sempre. E olha que minhas intuições quase nunca falham. 

Com a Helô, por exemplo, eu percebi que ela estava apaixonada pelo Diogo antes que ela própria se desse conta disso. Com a Alice aconteceu quase a mesma coisa, eu notei que havia alguma coisa de errado com a história dos bilhetes anônimos antes mesmo dela por tudo a limpo (história essa que é para lá de complicada, mas que fundo eu ainda acho que ela e o Theodoro vão acabar se resolvendo e ficando juntos). 

Ironicamente, essas intuições só não dão certo quanto eu preciso delas a meu favor. Acho que é aquela velha história, como quando algum herói tem "poderes" mas não pode usá-los consigo mesmo. Comparação patética (eu sei) mas é o que mais se aproxima do que penso.

Seria tão mais fácil se eu simplesmente soubesse o que se passa na cabeça do Arthur. Assim, eu saberia se tenho ou não que dizer o que sinto por ele, sem ter medo de estragar nossa amizade.

Na minha cabeça, nós sempre seríamos melhores amigos, e eu não estava nem um pouco disposta a estragar o que tínhamos. 

Pensar nisso me faz lembrar da promessa que fizemos há muitos meses atrás, sobre "sempre termos um ao outro".

Naquela época já faziam alguns meses que o Arthur e a Carmen tinham "terminado", e nunca tínhamos tocado no nome dela desde aquela noite em que ele apareceu destruído na janela do meu quarto. 

Nem mesmo quando a garota começou a namorar o Paulo, um antigo colega de turma que também era o amor platônico da Helô (pois é, essa é uma história longa e complicada de coincidências), não falamos sobre o assunto.

Mas naquele dia, enquanto estávamos jogados no sofá da casa dele assistindo TV, eu acabei tocando no assunto, com boas intenções.

•••

— Fiquei sabendo que a Carmen vai mudar de cidade – eu contei para ele de uma vez, no meio do episódio cinco da segunda temporada de Friends, ao qual estávamos reassistindo.

Tinha descoberto aquilo horas antes, no colégio, quando ouvi a própria Carmen contando isso para a sala inteira, se gabando pelo pai ter arrumado um emprego novo que "pagava uma fortuna".

Tinha enrolado para falar aquilo para ele a tarde inteira, com medo da reação do Arthur. Não queria que ele ficasse chateado ao ouvir o nome dela, já que ela tinha se tornado um tipo de assunto nunca comentado entre nossas conversas.

Mas ele precisava saber. Ainda mais porque, depois de tantos tempo desde que os dois tinham "terminado", ele ainda não tinha se interessado por nenhuma outra garota. 

Ele também não parecia mais estar interessado na Carmen, mas não sair com ninguém talvez significasse que ainda sentia alguma coisa (nem que fosse apenas mágoa).

— Eu fiquei sabendo – ele disse, simplesmente, me encarando sem demonstrar estar abalado pelo assunto da conversa.

— E você está bem com isso? – insisti no assunto.

— Claro que estou – afirmou, com uma expressão que dizia "não estou nem aí para isso".

— Não queria tocar nesse assunto. Mas eu só… – Encolhi os ombros, sem saber como continuar aquela conversa.

— Não, tudo bem. Eu não ligo mais.

— Não? – questionei, ainda em dúvida. 

Ele balançou a cabeça em concordância.

— Na verdade, acho que eu nunca gostei dela de verdade, sabe? – Ele se ajeitou no sofá, ficando de frente para mim. — Algumas coisas fazem mais sentido agora. Na época eu tinha certeza que era amor, mas agora sei que foi só um sentimento passageiro.

— Sei como é. Também não tenho certeza de muita coisa… – murmurei, pensando em tudo que tinha acontecido naqueles meses anteriores. 

— Mas, no momento, eu só tenho certeza de uma coisa – ele voltou a dizer, me tirando dos meus pensamentos.

— E o que é?

— Que nós dois sempre teremos um ao outro. – Ele sorriu, e eu imitei seu gesto involuntariamente.

— Com toda certeza – concordei, deitando a cabeça em seu ombro e voltando a olhar para a TV. — Sempre vai existir a Cristine e o Arthur – brinco, e sinto seu corpo vibrar com uma risada.

Eu sabia que, o que quer que acontecesse, nós dois estaríamos juntos.

•••

Depois de tantos anos, ainda estamos aqui, cumprindo aquela promessa a cada dia de convivência.

Pensar no passado me faz refletir sobre outra coisa: nunca gostei de outra pessoa depois que deixei de gostar do Arthur. Não de verdade.

Sempre foi algo platônico e passava como em um piscar de olhos. Sempre acreditei que só não dava certo porque tinha encontrado a pessoa certa ainda. 

Essas coisas fazem mais sentido agora. Porque, de uma forma louca, eu sinto que nunca deixei de amá-lo. O motivo de não sentir nada na presença de outros garotos, nenhum pingo de suor, borboletas no estômago ou nervosismo. Todo esse tempo acho que aquele sentimento que eu nutri pelo meu melhor amigo no início da adolescência só ficou adormecido, decidindo dar as caras agora, sem nenhum aviso prévio, me pondo no ponto de viver mais uma paixão platônica pela mesma pessoa.

Como isso é possível? Nem eu consigo entender, mas é o que sinto.

Ainda não sei o que fazer com esse sentimento, mas, no fundo, sinto que qualquer que seja a minha decisão e seja lá o que for que ele tenha para me dizer, nada mais será igual entre a gente depois dessa viagem.

Já, já publico outro capítulo, então já deixem seus votos e comentários para que eu saiba o que estão achando ♡

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