Até Onde o Amor nos Levar | A...

By Tayh_Souza

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E se você se apaixonasse pelo seu melhor amigo? Durante quase toda a vida de Cristine, Arthur estava presente... More

Sinopse e Nota
Capítulo 01 - Por água abaixo
Capítulo 02 - Pizza de abacaxi
Capítulo 03 - Perdida em lembranças
Capítulo 04 - O que você pretende com isso?
Capítulo 05 - Morrendo de felicidade
Capítulo 06 - Contato não premeditado
Capítulo 07 - Nosso primeiro beijo
Capítulo 08 - Sequência de acontecimentos desastrosos
Capítulo 09 - Somos apenas amigos
Capítulo 10 - O que custava sonhar?
Capítulo 11 - Canta comigo?
Capítulo 12 - Amor Platônico
Capítulo 13 - Ele nem é tão atraente assim
Capítulo 14 - Eu também amo você
Capítulo 16 - Era isso que os amigos deveriam fazer
Capítulo 17 - Eu não sou a única
Capítulo 18 - E se fosse verdade?
Capítulo 19 - Ridícula e inesperada esperança
Capítulo 20 - O que ele diria?
Capítulo 21 - É simples assim
Capítulo 22 - Nem em um milhão de anos!
Capítulo 23 - É agora ou nunca
Capítulo 24 - Ele vai embora
Capítulo 25 - Tudo voltou ao normal
Capítulo 26 - Como nos velhos tempos
Capítulo 27 - Eu te amo
Capítulo 28 - O tempo cura tudo
Capítulo 29 - A coisa ruim sobre sonhar
Capítulo 30 - O que quer que signifique
Capítulo Final
Capitulo Extra
Agradecimentos
Playlist

Capítulo 15 - Você não entende!

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By Tayh_Souza

Ela diz: Beleza é dor e há beleza em tudo
O que é um pouco de fome?
Eu poderia ir um pouco mais além
Ela desaparece

Scars To Your Beautiful - Alessia Cara

Abro os olhos lentamente.

A primeira coisa que vejo é o rosto preocupado do Arthur, que me encara intensamente.

Pisco.

Minha cabeça está doendo e estou muito enjoada. Tenho certeza que eu vomitaria se houvesse algo no meu estojo.

As lembranças do que aconteceu me atingem como um soco no estômago, e meu coração se aperta dentro do peito.

— Que bom que você, acordou – meu amigo diz, soltando o ar pela boca de forma ruidosa. — Você quase me mata do coração, garota!

Ele se ajeita e senta de lado na cama em que estou deitada. Sua mão alcança a minha na cama, a apertando levemente.

— O que aconteceu? Você desmaiou do nada – ele questiona.

— Eu... – desvio o olhar para o teto forrado antes de concluir: — eu não sei – minto descaradamente.

— Eu já ia ligar para a recepção do hotel e pedir ajuda, mas você acordou antes disso – relata, e eu volto a olhar para ele ao responder:

— Não precisa. Eu estou bem. – E isso é outra mentira. Estou me sentindo um bagaço de laranja que foi triturado num liquidificador na potência máxima.

— Vou ligar para seus pais e contar o que aconteceu. – Arthur afasta a mão da minha e se levanta da cama.

Ao processar o que ele falou, me desespero. Não quero nem imaginar a reação dos meus pais ao saber do meu desmaio. Eles iriam surtar, além de me fazerem voltar para casa.

— Não! – falo, e quando tento sentar na cama, meu corpo pesa e eu caio de volta no colchão.

O semblantes de Arthur fica ainda mais preocupado.

— Você não está nada bem, Cris. A gente tem que contar para os seus pais, e depois nós dois iremos ao hospital mais próximo.

Mordo o canto da boca, sem saber o que fazer. Se eu for em um hospital, vão descobrir que eu desmaiei por não colocar nada no estômago além de água e suco desde ontem de manhã, há mais de 24 horas. Mas o Arthur não vai desistir dessa ideia, e comprovo isso quando ele volta a se sentar ao meu lado com o celular na mão, a tela mostrando a lista de contatos.

— Arthur, não faz isso. – Seguro seu braço e finalmente consigo sentar na cama. Ele para de mexer na tela e me fita.

— Eu sei que você não quer preocupá-los, mas a gente tem que saber o que você tem. Ninguém desmaia por nada.

— Eu n-não desmaiei do nada – minha voz falha ao confessar.

Ele franze a testa

— O que você quer dizer com isso?

Suspiro.

Não existe outra forma de dizer o que eu tenho que contar, então só solto a verdade de um vez:

— Eu só fiquei um tempo sem comer nada e... bom... isso aconteceu. – Encolho os ombros.

Um longo tempo de silêncio se estende no quarto, e o pior é que Arthur não demonstra nenhuma reação ao que eu falei.

Por fim, depois do que parece ser uma eternidade, ele pergunta:

— Quanto tempo faz que você não come?

— Comi uma maçã ontem de manhã – digo, sem olhar para ele, morrendo de vergonha da minha confissão.

Não queria que ninguém soubesse disso... Eu tinha mesmo que desmaiar bem na frente dele? Que ódio!

— Ontem, Cristine?! Isso já faz horas! – ele exclama, finalmente demonstrando sentir alguma coisa: indignação. — Eu já estava achando estranho nunca te ver comendo nada em todo esse tempo que estamos aqui, mas eu achei que era só coisa da minha cabeça... – continua, sem nem parar para respirar. — Tem noção do quanto isso é perigoso? O que você pretendia com isso? Se matar? – A voz do Arthur está alterada, num tom de voz que nunca usou comigo antes.

Meu coração aperta ainda mais no peito, e começo a sentir meus olhos marejarem.

— E-eu... – Minha voz falha ao tentar responder. Sem que eu consiga controlar, lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto.

Coloco as mãos na frente dos olhos, tentando esconder minha vergonha, e o choro se intensifica ainda mais. Me sinto culpada. Me sinto horrível comigo mesma. E percebo que falhei na única tarefa que eu não queria errar.

Sinto braços quentes e já conhecidos em volta de mim, me acalentando.

— Me desculpe, Cris. Por favor, me perdoe por dizer aquilo. Eu não queria gritar com você – Arthur sussurra próximo ao meu ouvido.

Nada mais é dito por alguns minutos, e a única coisa que Arthur faz é ficar abraçado comigo, afagando meus cabelos em um gesto de consolo. Quando os meus soluços finalmente cessam, ele se afasta alguns centímetros de mim, me olhando nos olhos.

— Eu sei que não deveria ter falado assim com você, mas... Cristine, por que você está fazendo isso consigo mesma? – questiona.

Eu penso em não falar a verdade, mas chego a conclusão de que isso não é certo. Arthur é meu melhor amigo, sempre contamos tudo um pro outro, não quero continuar mentindo para ele.

— E-eu estou engordando demais, Arthur. E eu... não quero isso! Só iria ficar sem comer nesse fim de semana. Eu só queria ficar bonita para o show... – revelo, numa voz fraca e arrastada, encarando minhas próprias mãos.

— Mas isso você já é! – ele diz, e eu solto um risinho amargo.

— Você só está dizendo isso porque é meu amigo e...

— Não! Eu estou dizendo isso porque é verdade.

— Não, Arthur! Você não entende! – digo entre dentes, sentindo a raiva começar a me tomar, mesmo sem ter motivos para isso.

Mas sei que não adianta dizer isso a ele. Arthur me conhece há anos, e eu sei que ele me ama. Ele não me acharia feia nem se eu me parecesse com um filhote de coruja atropelado.

— É claro que eu não entendo, Cristine – ele diz, numa voz carregada de cansaço. — Olha para mim – pede, mas eu não faço. Não sei se por raiva ou medo, mas eu simplesmente não tenho coragem de encará-lo.

Ele segura meu queixo com uma das mãos, virando minha cabeça delicadamente até que seus olhos castanhos encontram os meus.

— Eu sei que você não vai acreditar, mas eu juro que estou falando a verdade. Só queria que você se visse como eu te vejo. – ele diz, sem desviar o olhar em nenhum momento, e eu começo a sentir meu coração acelerar dentro do peito. — Você é linda, Cristine. Tanto por dentro quanto por fora. E saber que você não enxerga isso ao se olhar no espelho é... é insano! É inacreditável! Se você tivesse a menor noção do quanto é maravilhosa... – Sua declaração faz meus olhos encherem de água mais uma vez.

Eu sei que só está sendo sincero, mas ainda assim é difícil ouvir isso e aceitar como uma verdade.

— Promete para mim que não vai fazer mais isso? Que não vai mais negligenciar a sua própria saúde de novo? – seus olhos imploram por uma resposta positiva de minha parte, e eu sei que, para o meu próprio bem, devo parar com isso. É loucura parar de comer para conseguir emagrecer, e eu sempre soube que essa foi uma solução completamente idiota. Mas eu já estava tão perto...

— Eu... – minha garganta está seca, mas eu engulo em seco e logo respondo: — Eu prometo. Não vou mais fazer isso – declaro, sentindo mais lágrimas descerem por minhas bochechas.

Eu nunca quebrei uma promessa antes, e Arthur sabe disso, por isso que ele abre um sorriso genuíno ao ouvir minha resposta.

— Você não tem noção do quanto é bom ouvir isso. – Sua mão que ainda estava no meu queijo desliza até minha bochecha, e começa a fazer um carinho ali com o polegar.

Ele volta a me abraçar, e eu encosto a cabeça em seu ombro.

Por dentro, meu coração ainda dói. Mas decido fingir, só por esses segundos em que ainda estou no braços dele, que está tudo bem.

Capítulo tenso, eu sei.

Foi bem difícil e triste para mim escrever ele, tanto pelo que a Cris está passando (que, infelizmente, é uma realidade de muitas pessoas), mas também pelo carinho que sinto por ela desde o primeiro livro...

Mas momentos mais felizes virão, prometo ♡

Bjjs e até o próximo cap!

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