O Vale dos Anjos - O Torneio...

Af schulai

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A morte tem o poder de separar um amor? Para muitas pessoas, a frase "até que a morte os separe" é a afirmaçã... Mere

#Agradecimentos
#Prefácio
Prólogo - Anúncio
(1) ένα - A morte não é o fim
(2) δύο - Lembranças
(3) τρία - O Julgamento
(4) - τέσσερα - A Última Conversa
(5) - πέντε- A Ameaça
(6) - έξι- As Leis do Novo Mundo
(7) - επτά - Um Cupido Chamado Anne
(8) - οκτώ - O Outro Século XXI
(9) - εννέα - O Torneio dos Céus
(10) - δέκα - O Segredo de Obelisco
(11) - εννέα - Intrusos no Funeral
(12) - δώδεκα - Os Xamãs
(13) - δεκα­τρία - Preparação
Booktrailer do Segundo Arco
Início
(14) - δεκα­τέσσερα - Inscrição
(15) - δεκαπεντε - O Mestre Ramirez
(16) - δεκα­έξι - Subindo o Nível
(17) - δεκα­επτά - O Treinamento para Voar
(18) - δεκα­οκτώ - O Vento que Traz a Tempestade
(19) - δεκα­εννέα - O Natal Solitário
(20) - είκοσι - O Casamento Frustrado
(21) - είκοσι ένα - Fuga
(22) - είκοσι δύο - Duelo entre Pupilos
(23) - είκοσι τρία - A Seleção
(24) - είκοσι τέσσερα - A Cerimônia de Abertura
(25) - είκοσι πεντε - O Misterioso Elemento do Amor
(26) - είκοσι έξι - Silvester
(28) - είκοσι οκτώ - Ventos Trágicos
(29) - είκοσι εννέα- O Plano de Koltz
(30) -τριάντα - Surpresas e Frustrações
(31) - τριάντα ένα - O Comunicado
Prenúncio
COMUNICADO PARA O LIVRO 2!
LIVRO 2 SAIUUUUU

(27) - είκοσι επτά - O Guerreiro Convencido

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Af schulai

Para esse vigésimo sétimo capítulo teremos luta no Torneio, logo, venha Linkin Park!


As lutas da primeira fase do Torneio se encerraram. Por enquanto, Dimítris, Obelisco e Brian, que vencera sua luta sem se ferir, permaneciam em jogo fazendo Dimítris imaginar a possibilidade de seus caminhos se cruzarem em determinada altura do campeonato.

Nos dias que se sucederam antes do segundo combate de Dimítris, um ritmo frenético de treinamento foi ditado por Ramirez, que retornou a mansão no dia seguinte após o encontro entre ele e Obelisco. Dimítris manteve o treinamento da manipulação da barreira de vento, técnica originalmente criada por Brian. Além disso, Ramirez o auxiliara informando-o sobre o estilo de luta de seu próximo rival, que utilizava a espada de Cronos. O mestre lhe informou da complexidade da espada do tempo e das diversas maneiras que ela poderia ser usada. Ramirez também informou que o melhor a ser feito era trabalhar na velocidade e duração dos voos de Dimítris, sem revelar os reais motivos disso.

Mesmo sem ter conhecimento dos benefícios de tal treinamento, Dimítris obedeceu a Ramirez, aumentando sua velocidade com o auxílio do vento que manipulava. No começo era muito difícil controlar o vento e seu voo ao mesmo tempo sem que se acidentasse, porém, alguns dias depois ele já conseguia se locomover tão rápido quanto um automóvel em alta velocidade sem perder o controle sobre seus movimentos.

Ramirez parabenizou o pupilo no último dia antes do duelo, se desculpando pela falta de informação a respeito do treinamento aplicado. Segundo o mestre, Dimítris amadureceria como guerreiro, caso utilizasse o raciocínio durante os combates, ao invés de já ter toda a informação revelada e detalhada.

Na manhã do combate, Dimítris tradicionalmente se levantou antes do despertar do relógio, afetado pela adrenalina do iminente duelo. Ramirez o informara que sua luta seria novamente a primeira da rodada. A imprensa, que havia dado trégua em virtude das outras lutas e da fatalidade da primeira destruição no Torneio, voltou a colocá-lo no centro das atenções, fazendo dele a manchete principal do Diário do Além.

"Dimítris tenta hoje corresponder a expectativa de bilhões de pessoas e passar para a próxima fase"

Ele não quis ler o restante da matéria. Não gostava de tal assédio, já que isso aumentava a responsabilidade dele em vencer o confronto. Irritado, ele se despediu do mestre, que lhe desejou sorte, e partiu, praticando o que aprendera no treinamento, renunciando às cabines de transporte e se locomovendo até ao estádio através do.

Buscando poupar energia, Dimítris efetuou algumas paradas entre os voos a fim de se recuperar. Graças a tal procedimento ele chegou ao estádio com menos de vinte minutos para o início do duelo, de acordo com o que apontava em um relógio maior do que ele, na frente do Coliseu. Quando finalmente chegou à sala de espera, percebeu que seu nome estava gravado com letras douradas na porta. Aparentemente, cada lutador possuía sua própria sala, o que permitia a ele momentos de exclusividade fundamentais a alguém ansioso como ele.

Durante os minutos antecedentes à luta, Dimítris sentou-se em um sofá de couro branco, fechando os olhos e procurando se acalmar. Quando sua mente já viajava a lugares distantes, um dos voluntários bateu na porta o chamando.

Dimítris foi andando devagar, arrastando os pés no chão, ajustando a túnica que vestira na mansão de Ramirez. Ao aparecer na arena, os gritos do público lhe preencheram os ouvidos. Eram gritos de apoio, alegria e motivação, o que o animava para o duelo. Ao chegar ao centro da arena, os gritos se cessaram, revelando a entrada de seu adversário. Diferentemente dele, o adversário não recebeu os mesmos gritos calorosos, porém Dimítris percebeu que ele tinha sua torcida, essa, exibia uma bandeira com o rosto do jovem e os dizeres.

"Força Paolo! Os italianos estão com você".

Da mesma maneira que na imagem da bandeira, Paolo, adversário de Dimítris, era um rapaz magricela e alto, mais do que ele. Tinha os cabelos penteados, arrepiados e curtos na cor loura. Os olhos do jovem, castanhos, transmitiam tranquilidade, totalmente diferente dos de Janine. Não parecia nervoso, tampouco espantado com o estádio cheio. Demonstrava ter experiência com duelos, algo normal para quem já vivera uma guerra, no caso dele, a guerra do Iraque.

O Anjo Deus escolhido para celebrar o início da luta era Hollie, a Deusa da Natureza. Seus cabelos compridos e lisos estavam presos a um conjunto de rosas vermelhas, deixando-a mais bonita do que já era.

— Bom dia, meus pequeninos. Hoje vamos começar a segunda fase do Torneio dos Céus com a presença de 128 participantes. Antes de começarmos a luta, gostaria de relembrar aos dois lutadores da importância da integridade física de vocês. Todos se recordam que na primeira fase tivemos um imprevisto com a perda de um concorrente, o que, infelizmente, sabíamos que seria uma possibilidade durante os combates.

O público pareceu não concordar com a definição do ocorrido na primeira fase como "previsível". Os cochichos e até algumas vaias podiam ser ouvidas.

— Por isso, além desse alerta, eu e os Anjos Deuses gostaríamos de avisar a todos que amanhã não ocorrerão lutas no Torneio, em memória desse participante. Em respeito, faremos um minuto de silêncio.

Dimítris reparou que ao término do discurso, Hollie começou a chorar, sentando-se em seguida. Em respeito ao rapaz destruído, Dimítris abaixou a cabeça, pensativo com o futuro. Seu adversário, ao contrário, permaneceu com a cabeça em pé, olhar fixo em Dimítris e postura ereta.

Dimítris pensou em questionar a atitude do rapaz, porém sabia que não surtiria efeito. Preferiu permanecer calado e concentrado.

Após o minuto de silêncio, Hollie, recuperada do acesso de choro, voltou a discursar.

— Obrigada pela compreensão. Gostaria de falar algo para consolar a família, mas acho que a imprensa já fez isso por mim. Peço uma salva de palmas ao lutador Heikkinen Forssell.

O público aplaudiu de pé e vários cartazes e até um mosaico foi formado. Hollie retomou a palavra.

— Agora vamos aplaudir os guerreiros do duelo de hoje. O primeiro é um guerreiro cujo poder é o vento e um dos mais requisitados. Com vocês, Dimítris Saloustros!

Mesmo com uma apresentação mais tímida que a da primeira luta, o público pareceu se animar com o anúncio do nome de Dimítris. Ele queria entender o que tinha de especial, mesmo assim se animou com a demonstração de apoio.

— Seu adversário é um guerreiro nobre, cuja história de vida prova seu valor como herói combatente. Seu elemento é o tempo, com vocês, Paolo Patroni!

Todos aplaudiram, mas nitidamente de maneira mais contida. O rapaz apenas olhou não esboçando qualquer reação.

— Que comece a luta!

O barulho de fogos de artifício pôde ser ouvido por alguns segundos até que o barulho externo sumiu com a barreira criada pelos Anjos Deuses. Dimítris estava prestes a caminhar em direção à sua espada, quando seu adversário, imóvel, iniciou uma conversa com ele.

— Você que é o queridinho da imprensa?

— Não — estranhou Dimítris —, por que essa pergunta?

— Pois hoje essa euforia toda vai acabar. Eu acho que seria melhor se você fosse embora para evitar a vergonha de perder esta luta ridiculamente.

Dimítris se irritou com a provocação, mas não chegou a perder o controle de si. Sabia que era uma estratégia do adversário para derrotá-lo. Saberia Paolo, do seu problema com o autocontrole emocional?

— Bem, o que o faz ter tanta certeza disso, Paolo?

— Apenas guarde essa informação, pois será a última que ouvirá nesse torneio. Vivi na mesma era que você e participei da guerra do Iraque. Fui um dos combatentes da Itália que foi auxiliar os americanos — Paolo começou a caminhar gesticulando com as mãos a cada informação dita — na verdade, fui um dos mais importantes guerreiros do meu país embora não pudesse fazer milagre. Mas aqui, no um contra um, sei que sou invencível — Paolo bateu no peito, demonstrando orgulho e confiança em si — e você que atende por Dimítris, o que tem a falar sobre sua vida? Por acaso combateu em alguma guerra ou já lutou por sua sobrevivência?

Então era isso. Acreditando na vida pacata de Dimítris, Paolo crescera em confiança, provavelmente contando com sua inexperiência em combates e guerras.

— Nunca precisei lutar por minha sobrevivência enquanto vivi na Terra, mas lhe garanto uma coisa — Dimítris apontava o dedo indicador, com o braço esticado na direção do rapaz. Não se deixava intimidar por tão pouco. Paolo veria do que era capaz — não vai ser tão fácil assim como você pensa.

Dimítris, já sem controlar suas emoções, voou na mesma intensidade dos treinamentos dos últimos dias. Segundos depois, já estava com a espada de Spner em mãos e de volta a posição no início do duelo. Ele contava com a velocidade para impressionar seu adversário, porém ao olhar para Paolo, viu que estava parado com a espada de Cronos na mão.

Como ele havia feito aquilo? Teria a raiva e vontade de vencer feito Dimítris se distrair a ponto de sequer perceber os movimentos de seu adversário?

Agora pouco importava. Dimítris finalmente descobriria o que um usuário do tempo poderia fazer e como o treinamento de Ramirez lhe ajudaria nesse combate. Diferente de Janine, ele não deveria hesitar em atacá-lo, pois Paolo não faria o mesmo que a enfermeira.

Disposto a entender os segredos da espada do tempo, Dimítris voou na direção de Paolo. Diferente do treinamento sentia uma energia se apossando de seu corpo, da mesma maneira que sentira na primeira luta. Esse era o efeito da espada do Anjo Spner, que fazia seu poder se elevar mais que o normal. Confiante nessa energia Dimítris se aproximava sem que Paolo se locomovesse, fosse para atacar ou se defender, aparentemente não acompanhando sua velocidade. Quando a espada de Dimítris estava prestes a acertá-lo, Paolo fez seu movimento.

Rápido como em um teletransporte, o italiano sumiu do campo de visão de Dimítris, que precavido, criou uma barreira de vento para protegê-lo de eventuais ataques, porém não foi o suficiente. Pouco antes de sua barreira se formar, Paolo o perfurou no ombro com a espada e o chutou na barriga, deslocando-o alguns metros para trás. Dimítris agachou-se procurando recuperar-se do golpe sofrido, porém Paolo não deu trégua, correndo na direção de Dimítris, tão veloz quanto da primeira vez.

Para infelicidade Dimítris não conseguia acompanhá-lo, porém diferente do seu poder, que deixava um rastro de ar, não conseguia enxergar como Paolo mantinha aquela velocidade. Será que a espada do tempo tinha alguma coisa a ver com aquilo? As provocações de Paolo ainda permaneciam em sua cabeça. Não permitiria que ele o derrotasse, por isso, procurou concentrar boa parte de sua energia na barreira. Já que não conseguia acertá-lo, pelo menos conseguiria se defender até entender como o poder da espada do tempo funcionava. Durante o período de cautela, Paolo não aliviou nos ataques, tentando acertá-lo de diversas maneiras sendo com golpes de espadas, ou com chutes e socos, porém a barreira de Dimítris, assim como a de Brian, o protegia de quaisquer investidas.

Paolo, após diversas tentativas, interrompeu os ataques, se afastando de Dimítris com o rosto vermelho e punhos cerrados.

— Vamos, seu covarde, vai ficar para sempre se escondendo atrás dessa barreira? Venha me pegar.

— Hum, por que faria isso? Se você é tão capaz como me disse antes por que não tenta atravessá-la com sua espada? — Dimítris percebeu que exagerara nas provocações.

Paolo apertara tanto as palmas das mãos com as unhas, que começou a sangrar. Parecia que o italiano odiava ser provocado, pois no instante seguinte voou com um grito agudo, nitidamente descontrolado, sem prestar atenção na qualidade de seus movimentos, diferente de antes.

Dimítris sorriu. Tinha agora sua grande chance. A maioria das lutas era vencida no psicológico e ele sabia disso. Após o primeiro ataque com a espada, Paolo deixou a guarda baixa, permitindo a Dimítris contra-atacar. Sem titubear, ele desfez a barreira de vento, concentrando todo o vento criado na mão direita, criando uma esfera de ar, para em seguida atirá-la contra Paolo como um poderoso tufão. Sem a concentração de antes, o italiano foi atingido na cintura, voando a uma longa distância de Dimítris, se dirigindo em direção à parede da arena. O choque dele com o concreto selariam sua derrota, porém novamente, algo estranho aconteceu.

Misteriosamente, o corpo de Paolo começou a diminuir a velocidade a tal maneira, que quando se chocou contra a arena, o que antes causaria um barulho estrondoso, acabou se tornando apenas um encontrão, permitindo que Paolo rapidamente se levantasse sem ferimentos.

Dimítris não sabia explicar, porém parecia que Paolo se movimentava em câmera lenta, mas não era só aquilo. Tudo ao redor dele estava em câmera lenta, sua respiração...

Era isso!

Dimítris havia prestado atenção e finalmente descobrira o efeito da espada do tempo. Ela retardava ou acelerava o tempo a favor do usuário, por isso o tempo que seria de alguns segundos para o choque acontecer, seria maior até seu acontecimento e Paolo, que levaria vários segundos para se locomover, movia-se como teletransporte. Dimítris se mexia com o tempo alterado, por isso a velocidade dele era tão inferior à de Paolo e seus golpes não eram tão potentes. Naquele momento, o treinamento com Ramirez veio à mente, fazendo-o entender por que treinara velocidade durante todos aqueles dias. Com o tempo retardando-a, teria de utilizar o vento para aumentá-la e assim, superar a do adversário.

Paolo limpava as vestes quando Dimítris, sorrindo, anunciou.

— Bem, Paolo, o jogo acabou! Descobri seu truque!

Paolo interrompeu a limpeza, nitidamente assustado com a revelação.

— Você retarda e acelera o tempo quando quiser, por isso demora pra se chocar e por isso é mais rápido do que eu.

Paolo pareceu chocado, pois permaneceu por um longo tempo sem se manifestar, porém assim que o fez, demonstrou sua velha confiança, seguida do riso insuportável e alto.

— Pobre coitado! Você pode ter descoberto o segredo da espada do tempo, mas também já sei uma maneira de ultrapassar a sua barreira. Tenho certeza de que você não vai me atingir. E se você quer saber, esse não é o único poder da espada do tempo.

— Como assim não é o único?

Paolo riu voando em seguida na direção de Dimítris que dessa vez, resolveu não criar a barreira de vento, já que sua defesa estaria exposta. Era o momento de utilizar o que aprendera com Ramirez no treinamento. Concentrando a energia do vento, Dimítris criou correntes de vento capazes de empurrar carros a longas distâncias. Essas correntes o impulsionariam, tornando-o mais veloz que Paolo. Com o auxílio da espada de Spner seu poder estava elevado, permitindo que o resultado fosse muito maior do que o realizado nos treinos.

Paolo levantou a espada, para logo em seguida aumentar sua velocidade. Estava manipulado o tempo, porém dessa vez seu corpo não se movimentava com tanta rapidez. Eles trocaram alguns golpes com a espada, porém nenhum dos dois se feriu. Paolo abaixou os braços socando o ar, afinal não conseguia acertar Dimítris após o aumento da velocidade.

— Bem, parece que o queridinho da imprensa não é de nada. Você vai perder.

Dessa vez foi Dimítris quem começou a rir.

— Olha, saiba que a espada do tempo tem um ponto fraco que será a sua ruína.

— Qual?

O sorriso de Paolo deu lugar a uma expressão de preocupação.

— Ela não é forte para vencer um adversário, diferente do vento e dos demais elementos que podem compor os ataques. Você não pode me atacar com o tempo, só com a espada normal, por isso você não tem chances.

As palavras de Dimítris surtiram efeito em Paolo, que provavelmente preocupado em provar que estava errado, voou sem controlar sua velocidade na direção dele. Naquele momento, se lembrou das provocações que sofrera dele e de como isso já havia ocorrido com Overlord no julgamento. Na ocasião, o Anjo Carcerário, irritado, tentou destruí-lo sendo impedido por Malaquias. Dimítris sempre se orgulhou de como conseguia suportar a maioria das provocações alheias, desde que não mexesse com seus entes queridos.

Ao perceber que Paolo não usava o tempo da mesma maneira que antes, Dimítris sorriu. Antes compenetrado e preciso, agora o italiano alternava de velocidade a todo o momento indo de elefante a falcão em poucos segundos, permitindo que Dimítris o atacasse. Concentrando a energia que ainda possuía, Dimítris disparou outra rajada de vento, porém essa era especial. Era a rajada perseguidora. Ele sabia do risco de utilizar aquela técnica, afinal se não fosse rápido e com reflexos suficientes, o vento deixaria de ser uma arma a favor e passaria a atuar contra ele.

Paolo, com notável conhecimento dos elementos fugiu, evitando contato com o vento que o perseguiu, aumentando de potência e violência de acordo com o desejo de Dimítris. Paolo tentava esquivar-se para os lados, a todo o momento levantando a espada do tempo, provavelmente tentando usá-lo para evitar o choque com o vento.

Quando Dimítris começava a comemorar sua vitória, o cenário foi alterado. Em um piscar de olhos Paolo saíra de quase atingido por um tufão a predador. Estava em frente a Dimítris com a espada apontada na direção de seu peito. Era o fim.

— Acabou! Você perdeu!

Um barulho fez o público gritar de espanto. Dimítris olhava assustado, porém naquele momento, satisfeito. Confiante na vitória, Paolo não percebeu que Dimítris reagrupava o vento perseguidor em sua mão outra mão, que o atacou assim que surgiu à sua frente. O ataque de Dimítris fez Paolo se chocar com o chão com tamanho barulho, que o público se levantou preocupado com o italiano. Para a sorte dele, nada de pior acontecera, apenas a presença de lágrimas que começavam a cair do rosto. Dimítris, percebendo que o combate se finalizara se aproximou do adversário a fim de auxiliá-lo.

— Como? Como você sabia onde eu estava? Foi reflexo? Me diga!

Dimítris sorriu, porém timidamente, evitando aparentar soberba e mesquinhez.

— Eu sabia que viria em minha direção. Só tive de me concentrar e perceber sua presença. Mas nada melhor do que utilizar o elemento surpresa não é mesmo?

As lágrimas no rosto de Paolo continuavam a cair. Ele tentava enxugá-las, mas suas vestes, sujas de pedra e terra o machucavam, frustrando-o.

— Eu perdi, assim como perdi na guerra... Quando a energia do lutador acaba a espada não consegue mais transmitir sua energia ao usuário e ela se torna comum.

— Como assim perdeu na guerra?

— Eu era um dos melhores combatentes na guerra do Iraque, entretanto em uma das batalhas, meu pelotão estava sendo derrotado pelos nativos. Inconformado, tomei a dianteira em um ataque suicida que me vitimou. Foi um ataque idiota, mas era melhor do que ver meus amigos morrerem na minha frente — as luzes de flashes de câmeras batiam no rosto de Paolo fazendo-o parar a explicação por pouco tempo até retomá-la.

— Aqui, no Paraíso, encontrei minha paz, contudo, me tornei arrogante por causa do poder que adquiri ao longo dos anos e pela fama criada na guerra, sendo considerado um verdadeiro herói pelos italianos — Paolo socou o chão, sangrando o próprio punho.

— Parece que fui arrogante demais.

— Não, não se sinta assim — respondeu Dimítris que agora sentia pena do adversário —, isso é normal, às vezes você se empolga com alguma coisa e isso o prejudica. Eu fiquei empolgado com tudo o que conheci aqui no início, mas sei que há adversários muito fortes nesse torneio, porém sei que posso derrotá-los — Dimítris sorriu esticando a mão a Paolo.

— Venha, deixe-me ajudá-lo a se levantar. Não se sinta assim.

Paolo se levantou e o público aplaudiu em pé o desempenho de Dimítris na luta. Eles pareciam ver em Dimítris um guerreiro poderoso, porém educado e muito bondoso. Hollie e os Anjos Deuses corriam como adolescentes atingidos por uma grande alegria.

Sem a barreira, Dimítris pôde ouvir o anúncio de Hollie.

— Por falta de condições de luta, declaro Dimítris vencedor!

Dimítris vencera! Isso o deixaria motivado, porém ainda havia algo que não descobrira nesse combate. Olhando para Paolo, resolveu tirar tal dúvida.

— Sabe, Paolo, me responde uma coisa. Quais são os outros poderes que a espada do tempo possui?

Dimítris ao olhar para o lado se assustou de tal maneira, que sabia que morreria caso novamente estivesse vivo na Terra. Em vez de um garoto rebelde, ele estava na presença de um homem também jovem, provavelmente alguns anos a mais que o Paolo anterior. A barba cresceu assim como o peso do italiano. O cabelo se rebelou expandindo-se para todos os lados.

— Pode perceber, Dimítris? Para ficar mais ágil, utilizei a espada do tempo e voltei o meu corpo à forma que era há oito anos antes de morrer, mas agora minha energia acabou e voltei ao normal, um pouco mais velho e lento igual ao que fui durante a guerra do Iraque.

Dimítris riu por um momento, mas estava orgulhoso de si.

O público gritava enquanto a imprensa fotografava as cenas que aconteciam no estádio. A principal atração era o respeito e admiração que Dimítris e Paolo passavam a sentir um pelo outro. Os dois se abraçaram demonstrando não se considerarem mais inimigos, protagonizando uma das mais belas cenas do Torneio.

No caminho para o vestiário, Anjos Voluntários aconselharam Dimítris a procurar um hospital para o tratamento de suas feridas, mas o anúncio da luta de Silvester não o deixava em paz. Enquanto não visse aquele combate não sossegaria, por isso, mesmo ferido pediu para permanecer no estádio sendo tratado no vestiário.

Finalmente liberado foi deixado pelos Anjos. Aproveitando do tempo e liberdade que tinha, tomou um banho para refrescar o corpo após o complicado duelo que tivera. Vestido com jeans e camiseta, seu traje favorito, Dimítris tentou localizar Silvester em alguns dos vestiários, porém foi impedido pelos Anjos Voluntários que frisaram a necessidade de privacidade do participante. Sem alternativas, ele se dirigiu a plateia para acompanhar a luta junto de Anne e Obelisco.

Depois de se desvencilhar de diversas pessoas que gritavam por seu nome, Dimítris finalmente encontrou seus amigos. Quando o viram, Anne e Obelisco correram em sua direção e o abraçaram.

— Eu assisti, viu! Eu assisti! Foi lindo! Lindo! Amei, eu literalmente amei seu combate! Você está de parabéns — esbravejava Anne falando tão rápido que Dimítris tinha dificuldade em entender o que dizia.

— Parabéns, você chutou o traseiro de mais um! Juntos vamos inchar as poupanças dessa galera!

Dimítris riu com o estilo despojado de Obelisco, porém logo que o comunicado de Kanon de que a luta de Silvester começaria em quinze minutos foi anunciado, sua expressão se alterou. A velha preocupação. O sexto sentido não falhava.

— Esse é o tal do cara que destruiu o oponente na luta da primeira rodada?

— Sim, Obelisco. E até agora eu e o Dimítris não sabemos se ele é o meu amigo desaparecido ou não. O nome é exatamente o mesmo, mas pode ser um homônimo. Droga, porque não peguei um jornal ou vi na televisão, aqui a ansiedade é muito maior.

Obelisco a encarou visivelmente surpreso com a revelação da francesa.

— Desaparecido?

— Sim — informou Anne resumindo a história a ele.

— Mas se você tinha essa desconfiança porque esperou para saber aqui?

O rosto de Anne se comprimiu.

— É que eu estive ocupada esses dias. Não tive tempo nem de dormir.

Dimítris e Obelisco se olharam. Dimítris não entendia o que era, mas sentia que algo entre Anne e Brian definitivamente estava acontecendo.

— Você e aquele engomadinho estão namorando? — Obelisco captara o pensamento de Dimítris.

— Não! Mas que coisa inconveniente vocês dois! Parecem meu pai quando era viva, credo!

Dimítris pensou em sedesculpar, porém os gritos do público interromperam a discussão. Silvesterestava por entrar na arena e logo a revelação por que tanto esperavam seriadescoberta. 



Vídeo Análise + Curiosidades + Easter Eggs: Capítulo 27


E aí, leitor, curtiu o capítulo 27? Imaginava que uma luta contra o elemento do tempo seria assim? Diga nos comentários!

Abaixo temos os meus comentários e curiosidades com a participação da querida Andreia Muller! Sigam-na no seu insta literário: abelha_de_girassol_leitora! Ela tem muito conteúdo bacana, até mesmo batalha de capas, não percam!


Fortsæt med at læse

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