(11) - εννέα - Intrusos no Funeral

99 9 11
                                    


Para esse décimo primeiro capítulo vamos com uma música que trás um sentimento de melancolia, acho que essa palavra define bem esse capítulo.

Já era quase meio-dia quando o senhor Ishizuki voltou. Dimítris viu o sogro de Obelisco acordar com o dia ainda escuro e partir ao amanhecer antes dos primeiros raios solares aparecerem. Obelisco também partiu pela manhã alegando a necessidade de resolver assuntos importantes, como arrumar algum de seus clones para substituí-lo durante o julgamento do sogro, que até o momento sequer desconfiava de sua morte.

Depois de almoçar, o senhor realizou tarefas domésticas como limpar a casa e colher alimentos de sua horta. Dimítris e Anne ainda o acompanharam no conserto de cadeiras e de um antigo relógio, porém sem permitir que ele percebesse suas presenças. Já anoitecia quando Ishizuki terminou seus afazeres, partindo para o quarto localizado no andar de cima, entretendo-se em seu computador pessoal.

Anne e Dimítris aproveitaram o momento para reaparecerem. Ishizuki pareceu feliz em revê-los.

— Chegaram em boa hora! Vão conhecer meu filho que está na Coreia do Sul e minha filha que está nos Estados Unidos. Faz muito tempo que não falo com meu filho. Não sei por que, mas estou me sentindo estranho.

Dimítris sorriu achando curioso o fato de que tanto Ishizuki quanto ele, pressentiram algo de diferente, momentos antes de morrer. Será que isso acontecia com todos que faleciam?

Escondido ao fundo estava Obelisco que não parava de se mexer, evidenciando a ansiedade que sentia em rever seus cunhados e outros familiares. Estava encostado no armário de maneira que não pudesse ser visto a menos que o senhor virasse de maneira repentina em sua direção.

O velho Ishizuki ativou o programa de bate papo, encontrando o filho que surgia na tela.

Kazuma, meu filho! Meu querido filho, quanta saudade! Como você está?

Dimítris riu e Anne também sorria em ver tal demonstração de amor. Outro fator curioso era a habilidade do senhor Ishizuki com o computador mesmo com a idade avançada. Ah, os computadores! Como Dimítris sentia falta de um!

— Não acredito! É você mesmo, papai? Eu estou bem, morrendo de saudades do senhor. E como estão as coisas aí no Japão?

— Estão bem, apesar de estar sozinho. Bom, sozinho não estou. Tenho espíritos que me acompanham inclusive o da sua mãe. Se demorar muito para voltar a me visitar talvez só me veja como um deles.

— Que besteira, o senhor sempre fala isso.

Dimítris olhou para trás reparando que lágrimas caíam do rosto de Obelisco, principalmente quando mais adiante, o sogro citou o nome da esposa do anjo. Ele finalmente descobriu quem ela era, ao olhar para uma foto antiga ao lado do computador de Ishizuki. Não havia como negar a beleza daquela mulher, composta por cabelos pretos ondulados, olhos pretos e pele morena além de altura destacável, talvez até mais alta que Obelisco. As bochechas redondas e lisas como maçãs a tornavam ainda mais graciosa. Era com certeza uma mulher muito atraente. A mistura oriental a tornava magnífica.

O Senhor Ishizuki encerrou o diálogo com o filho logo em seguida, virando na direção de Dimítris e Anne.

— Gostaram, meus amigos? Meu filho é especial, um homem rico, um homem de negócios! Agora vocês vão conhecer a irritadinha. A minha querida Keiko. — Ishizuki passou a mão pelo rosto da filha no retrato que segurava demonstrando afeto por ela.

O Vale dos Anjos - O Torneio dos Céus (Livro 1)  - FINALIZADO!!!!!!!!!!!!!Onde as histórias ganham vida. Descobre agora