O sangue escarlate que mancho...

By Noona_hobi

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Amor, uma doce brisa que se aproxima sem pedir licença e ocupa lugares nunca antes imaginados. Jungkook e Tae... More

Você
Conhecendo os clãs
Suave como brincadeira de criança.
Através do viés de uma cria.
Estudando o inimigo.
Felicidade é purpúrea, cintilância e luz.
Há uma inocência na mentira...
A lua do caçador não brilhará.
Somos Lua também.
A vida é dançar conforme o caos.
Restou apenas a besta.
O amor é o domínio
Um amor que contagia, um amor que faz os outros ao redor também quererem amar.
Aos que nos queimaram no passado: Hoje dançamos com o fogo.
Me leia ao contrário.
Por dentro era combustão, consumo.
E o fogo?
Era a energia.
A resposta está nos olhos.
Fascículo.
A resposta sempre está neles.
O joio do trigo.
Amar é morrer.
Não germina se for perfeito.
Mergulhando fundo em milhões de quimeras.
A neve está em chamas.
O poder é ela.
Acho que estamos fazendo amor.
Como é calmo o coração de quem volta para casa
A vida se aprecia vivendo.
É a dose que diferencia o veneno do remédio.
Você, a alma e o coração.
Beleza, força e dor.
Poder e paz.
Uma beleza cortante de tão afiada
Ninguém vence uma luta só.

Um momento de ousadia.

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By Noona_hobi

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Ferramentas para manusear este capítulo:

Livro de Arboretum: Uma coletânea antiga sobre a história e origem da Sociedade vinda de Khain. O livro de Arboretum registra a origem dos membros, embora jamais tenha sido publicada inteiramente. Fragmentos de documentos e suas transcrições parciais circulam entre camadas da sociedade vampírica.

Clã: Um grupo de vampiros que compartilha as mesmas características transmitidas através do sangue.

Clã Beladona: Dóceis, persistentes, extrema ligação com a natureza, seu ponto fraco é o fato de serem altamente sensíveis emocionalmente.( ❀).

Clã Adela: Poder de sedução, extremamente belos, persuasivos, seu ponto fraco é o fato de serem impulsivos (☾).

Corneum: O frenesi de fome, durante o qual o vampiro deseja se alimentar até se saciar, geralmente acompanhado com o aumento da libído, acontece de dois em dois anos. Há inibidores.

Génese: O momento em que o indivíduo deixa de ser um cria para se transformar em um vampiro de Status, normalmente ocorre aos 17 anos, onde a criatura descobre sua classe.

Glamour: Capacidade de hipnotizar humanos, fazendo-os agir conforme suas vontades, deixando-os obedientes e cooperativos. Serve também para extrair a verdade de um humano ou fazê-lo esquecer de acontecimentos recentes. O glamour usado em excesso pode causar danos mentais, por isso só deve ser usado em último caso, preferencialmente feito por um Vampiro Adela, que são os possuidores do domínio dessa característica.

Refúgio: A casa de um vampiro, onde ele encontra abrigo e proteção contra o sol.

Vitae: Sinônimo para sangue, seja humano ou vampiro.

🌱 Não esqueçam de comentar bastante e deixar a estrelinha 👉👈💛

° Olhem os links deixados nas notas finais, são importantes 🧐🤔🤭


#Escarlatetk

✨🍍✨
Boa leitura!!

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— CRIA!!! Saia de cima de mim. — Jimin esperneava enquanto tinha o Kim sobre seu corpo, procurando o acordar de propósito.

Devido a Génese cada vez mais próxima, o Park aos poucos adquiria os hábitos comuns de um vampiro, por isso a sonolência durante o dia era intensificada contra a própria vontade. O corpo se preparando.

— Não, só saio se você acordar de vez. Preciso conversar com meu amigo.

— E por que você não vai atrás da sua melhor amiga, melhor personalidade, melhor conselheira, Matilda? — o loiro resmungou já abrindo os olhos rendido aos caprichos do menor.

— É porque Matilda ainda não namora, você sim. — Taehyung sorriu tímido, um tipo de sorriso raro para uma cria acostumada a não filtrar nada em suas palavras, o olhar impactado pela informação do Park sobre si fez aumentar o embaraço do castanho, que passou a judiar dos cantos dos dedos em fuga e timidez.

— O quê?!

— Digamos que quero ajuda, pra sei lá, no dia que eu tiver alguém eu saber agir, sabe?! — mentira existia para se acreditar e o Kim até tentou, mas o Park apenas de observar já sabia tudo, pelos dois. — Dicas...

— Hum...e Jungkook?

— O quê que tem ele? — a simples menção fez o garoto entrar em estado de alerta, como se todos os seus segredos tivessem sido postos à vista sem qualquer pesar. Não, era segredo poxa.

— Cadê ele? Por que não te acompanhou até aqui? — o loiro respondeu óbvio, analisando a fundo cada reação do Kim, a felicidade por saber que pelo menos um dos dois estava tomando a iniciativa de sair daquele círculo indeciso era gritante dentro de si, eles combinavam.

— Deixei ele dormindo no castelo, ele nem sabe que saí sem ele ver, deve tá no quinto sono agora.

— Ele vai ficar chateado por isso, sabe como Jungkook é com essas coisas de energia. Sensível e afins.

— Mas eu me despedi, fiz até o que não devia... — o garoto sorriu refreado, colocando as mãos sobre a boca como forma de se conter. — Deixei um beijinho nele sem ele saber.

— Taehyung!! — estupefato era como Jimin estava, mas não menos surpreso, afinal, coisas impensadas eram o forte do castanho, então apenas esperava a justificativa mirabolante, o Kim podia ser arteiro e inesperado, mas nada do que ele fazia era sem uma motivação, era algo dele, um traço forte.

— Que é?

— E a energia Áurea?

— Não senti, ainda sou cria hyung, então não fiz nada demais, e enquanto não posso sentir ela, melhor aproveitar. — dando de ombros e sustentando um sorriso traquina, Taehyung foi logo tomando o colo do loiro, buscando como um filhote as bênçãos dos cafunés do Park que eram como calmante para tudo o que rugia dentro de si.

— O que você gostaria de me perguntar? — Jimin tinha a voz doce e atenciosa, sentia dentro de si tudo o que ocorria com seus irmãos de alma, e ver crescer um amor estava se comprovando ser uma das coisas mais linda que os olhos um dia poderiam vislumbrar, tão belo quanto uma flor, tão belo quanto.

— Como posso saber se a pessoa gosta de mim?

— Perguntando. — o olhar que o Kim lhe deu após a resposta serviu para dizer que aquilo não resolveria seus problemas, então o Park resolveu continuar sua explicação. — Está certo! Pra algumas pessoas isso não se encaixa devido a timidez, mas é a forma menos mirabolante, você pergunta e a pessoa responde, agora quando for por exemplo, você gosta do seu melhor amigo, isso pode ser um pouco complicado porque os dois podem ter medo de estragar o clima da amizade e afins...

— E supondo, nesse caso, sabe hipotético, que eu gostasse do meu melhor amigo, mas não é tão fácil saber se ele gosta de mim, como devo fazer pra descobrir isso?

— Humm...acho que por observação, não sabemos como esse seu amigo é, se ele tem cabelos pretos, olhos brilhantes, voz doce e muito contido... — Jimin fez de propósito, e a medida que ia enumerando as tais características, o rosto de castanho ia esquentando a ponto das orelhas ficarem vermelhas tamanho o desespero. — A gente não sabe, por exemplo, se esse amigo é alguém fácil de ler, sabe?! Meio óbvio? Ou ele é mais misterioso? Mas em qualquer situação dessas, a dica é observar, se essa pessoa se afeta quando você chega, quando a toca ou quando se aproxima demais, se todas as resposta podem ser sim, é um caminho da verdade, mas não toda, porque no final, você só vai descobrir se a pessoa falar e por óbvio se você perguntar.

— Argh, não gostei nada disso, não vou querer perguntar nunca. — o castanho chiou em revolta, decepcionado por não haver uma poção mágica que o respondesse tudo de forma direta e sem tantos constrangimentos. — Como foi com você e Taemin?

— Bom...eu já achava ele um lindo, mas não tinha interesse em me envolver com os humanos, então apenas ficava admirando ele quando dava, sem qualquer interesse mais real, ele aos poucos foi se aproximando mais e mais, Amber conhecia ele então a nossa amizade se iniciou, eu e Woo sempre ficamos zoando um com o outro então eu ficava brincando dizendo que ele gostava de mim, que queria me pedir em namoro, na brincadeira, mas teve um dia que Woo me segurou pra dançarmos juntos, pra testar se iríamos passar naquela peça de literatura que fizemos no início do primeiro ano, lembra?!

— Uhum! Vocês arrasaram, não vejo a hora de ser a nossa vez. — Taehyung se movimentou animado só de lembrar de como eram bonitas as apresentações de teatro dos alunos humanos.

— Então, nesse exato momento em que ele tava me ensinando os passos, Taemin entrou e perguntou de forma muito grosseira sobre porque Eun estava me tocando daquela maneira, juro, todos nós ficamos sem ação. Woo, como é um doce, apenas pediu que Taemin se acalmasse, que todos éramos amigos e que eu havia permitido ele estar ali. Aí, fiquei com tanto ódio de Taemin nesse dia.

— Por que hyung? — o Kim se assustou com a mudança de expressão do Park.

— Porque ele foi muito grosseiro com uma pessoa da minha espécie, ali eu senti toda a minha admiração por ele derreter na força do ódio, eu elevei a voz e disse pra ele parar com aquela cena, todos ficaram meio sem saber como agir, ou o que falar pra mudar o clima, foi então que ele pediu desculpas e perguntou se podíamos conversar, eu respondi que era bom.

— Hyung... — o Kim começou a gargalhar sem freios como uma boa cria cheia de vida que ele era. — você é sempre um doce de pessoa, mas quando tá com raiva, por Cosmos, não quero estar por perto.

— Não queira mesmo. — Jimin sorriu dengoso enquanto segurava nas bochechas do amigo com carinho e amor, os momentos ao lado dele mostravam que amava muita coisa no mundo, mas nada que ultrapassasse o sentimento e a ligação que tinha com Jungkook e Taehyung, ele garantiria que eles três permaneceriam juntos, para sempre. — Então a gente foi conversar, na parte mais parada do colégio, ele ficou um tempo parado sem dizer nada e eu já tava decidido a ir embora quando ele começou a falar:

" — Eu...me...Jimin me desculpa, eu fiz besteira, não me liguei do quão idiota eu tava sendo. Eu não quero estragar o pouco de amizade que a gente tinha, mas é que ver você com outra pessoa me fez entrar em desespero. — o garoto passou a língua nos lábios, enquanto em um gesto nervoso ele afastava a franja grande do rosto, tentando não errar mais uma vez com o Park.

— E por que o simples fato de eu estar com outra pessoa te deixaria assim? É bom você me dar uma justificativa muito boa, do contrário eu não quero nunca mais você perto de mim e dos meus amigos, outra vez que você fazer aqu-...

— Eu gosto de você.

Pássaros cantando no fim daquele dia, risadas das crianças e adolescentes que ainda perambulavam por ali, Jimin não teve reação, como agir? Taemin o olhava assustado e nervoso, a respiração dele era palpável e o Park não soube o que fazer ou o que falar.

— Me desculpa, eu sei que o motivo é tão idiota quanto o que eu fiz agora pouco, mas é que eu realmente tô apaixonado por você e meio que eu não soube o que fazer quando vi você com outra pessoa, e tudo bem se você tiver com outra pessoa, eu só disse porque não quero mais ficar sofrendo atoa, e se você, sei lá...sentir que minha presença não é algo bom pra você, eu posso me afastar, mas saiba que apesar de tudo eu ainda quero manter a amizade e-

Jimin não o permitiu falar, tocou as mãos do garoto, olhando-o com um sorriso no olhar, não sabia o que fazer, mas queria mostrar que estava bem com aquele sentimento, que queria experimentar, que queria correr aquele risco de se apaixonar, era tudo tão intenso no coração...

— Ji-... — o humano tentou novamente entender o que acontecia, mas o garoto de fios claros não permitiu, o abraçando com força verdadeira e sorriso tímido de tantos sentimentos que o atingiram ali naquele momento, ele não sabia o que fazer, não sabia como demonstrar que sentia o mesmo, até as palavras fugiram de si, então apenas mostrar com o corpo, assim como os vampiros faziam, parecia o modo mais correto.

— Eu...eu não quero que você se afaste se o que disse for verdade. — Jimin aumentou minimamente o espaço entre eles, olhando firme nos olhos de Taemin com a esperança de que ele entenderia o que ecoava em si. — Eu também gosto de você, não sei o quanto ou o tamanho disso, mas eu sinto, e continuo não concordando com o que você fez, e trate de pedir desculpas do Woo, e então, estarei aqui pra você me mostrar como podemos resolver isso.

— Jimin!! Sério?! Por Deus, você também, pera, argh, nossa, como assim?! Eu vou passar mal do coração. — o humano não conteve o surto pela reviravolta daquela conversa, então o sorriso inquietante era o domínio naquele momento. A expressão surpresa, e os movimentos frenéticos do corpo, faziam o Park ter quase certeza que Taemin era uma adorável cria na pele de um belo adolescente, não era com se isso importasse, o coração se afetava em sentimentos por todas as facetas daquele adorável ser.

— Yah! Não invete isso, vamos voltar, você pede desculpa dos meus amigos e seremos namorados.

— Ji! Espera! V-você quer me namorar?

— Hun?! Eu quero, você não?

— É claro que eu quero, mas achei que quisesse apenas ficar primeiro, pra gente se conhecer.

— Taemin...a gente se conhece enquanto namora. — o sorrisinho era doce, o jeito de falar decidido, caprichoso e afável fez o humano sentir o coração desfalecer em meio a tantas sensações, a pele e o corpo prematuros não se aguentavam no meio do frenesim que os primeiros suspiros de amor se reproduziu, um lampejo, uma esperança.

— Oh! Então você aceita namorar comigo?

— Eu aceito sim. — Jimin foi ousado em tocar o humano, envolvendo as mãos dele com as suas, em um toque de comunhão e doçura, e tímido como era, não aguentou sustentar o olhar por muito tempo, se voltando para as palmas unidas que simbolizava aquele aceite.

Taemin o olhava ainda desacreditado do que estava acontecendo, sentido o peito querer explodir em felicidade, ah, como ele gostava daquele loirinho, o sorriso dele era o mais bonito do mundo todo, a beleza dele não havia alguém que superasse, os olhos revelavam a pureza da alma, o som bonito da gargalhada dele era como fonte da juventude, os talentos inimagináveis dele o faziam ser um ponto de luz, tudo em Park Jimin era apaixonante e doce e em Lee Taemin sobrecarregava a inevitável condição de se permitir apaixonar.

Fascínio."

— Oh! Por Cosmos, hyung, que coisa mais linda. — Taehyung sentiu o peito apertar em amor, que lindo conto de fadas era aquele? Tão diferente, sem toda aquela magia plastificada, o 'felizes para sempre' de seu hyung era mais íntimo e calmo, mais doce e bonito, era muito melhor do que os clássicos, ele pensou. — Então...a forma como você descobriu que Taemin gostava de você, foi porque ele ficou com ciúmes do Woo?

— Uhum. Algumas pessoas costumam fazer isso pra tentar descobrir, mas não funciona 100% como a primeira sugestão, porque as pessoas não são iguais sabe, Taemin explodiu e entregou logo que estava apaixonado, mas outros podem ser tímidos e não reagir dessa maneira, então você precisa analisar bem o perfil da pessoa que você gosta pra saber se isso se aplica a ela ou não. Ouviu?!

— Ouvi, hyung. — o castanho segurou os cantos da boca em busca de esconder o que sua mente arquitetava, se lembrava bem de como Jungkook disse que queria lhe abraçar como Amber tinha feito, então ele viu e ficou incomodado? Assim como quando Yisoo beijou o herdeiro, e o Kim sentiu como se labaredas em si acendessem em meio a raiva? Então ele tinha atitude, é claro! — Eureka!

— An? Eureka o quê?

— Ah, não é nada hyung, você sabe como gosto de descobrir palavras novas, ah, e por falar em palavras, quem é a pessoa que gosta da ruivinha do Woo?

— Ah! Isso eu não posso contar. — Jimin sorriu misterioso e isso serviu apenas para que a cria se corresse em vontades.

— Conta logo, hyung!! — o castanho passou a se espernear enquanto o loiro apenas negava com a cabeça, pouco afetado com a birra do menor. — Não tem importância, eu pergunto pro Woo.

— Pronto, resolvida a questão. — Jimin permaneceu fingindo indiferença, enquanto Taehyung virava o rosto, se esforçando para trazer uma lágrima chantagista. — e nem se atreva a chorar, se não conto o teu segredo pro Koo.

— Que segredo? — como um camaleão troca de paleta, o Kim secou a ilegítima lágrima, atento ao que o Park dizia, alguém além dele e Jungkook sabiam de seus planos e pretensões?

— Não vou contar, direi apenas pro Jeon.

— Hyung, mas o segredo é meu, me conte o que é. — a cria fechou as mãos em punho enquanto as sobrancelhas franziam em confusão e revolta.

— Se o segredo é seu, então trate de colocar a mente pra funcionar e se lembrar. — Jimin repetiu os mesmos movimentos que o Kim, este que, notando o bico que fazia, procurou mudar a expressão em que se encontrava, não era mais um menininho.

— Então se não vai me contar do segredo, ao menos me diga o que houve com Amber hoje, ela estava tão estranha...

— Humm....esse caso também é peculiar, porque você não pergunta pra ela diretamente, tudo se resolve com a primeira sugestão que eu te dei, é a melhor saída ao invés de ficar tentando adivinhar o que é.

— Mas eu perguntei, mas ela não quis me falar.

— Oh! Tá vendo?! Mais um sinal pra eu não falar sobre isso com você, no momento em que ela tiver segura do assunto, tenho certeza de que ela vai dividir com você, é assunto dela de qualquer maneira.

— Chato.

— Mentira.

— Chato.

— Taehyung você sabe que é mentira.

— Não é não.

— Então deixa eu me levantar e ir buscar outro melhor amigo que esse aqui venceu o prazo. — o rapaz fingiu se levantar, mas foi segurado no lugar por um abraço de urso dado pelo Kim, e embolados naqueles lençóis, um cuidava do outro, e amava a existência um do outro, porque eram irmãos de alma, um laço de energias, um verdadeiro amor.

[...]

— Olá, crias. Vamos todos assumindo os assentos, hoje o que vamos tratar, pra mim é uma das coisas mais divertidas e boas. — o homem dizia enquanto apontava os assentos para que as crias os assumissem. — Além de que, não sei se vocês estão sabendo, mas tivemos um pronunciamento real, no dia do Sol teremos um festival em honra e preparação à Yule, então nossa aula vai ter que ser dividida hoje, uma parte para o conteúdo de Elísios e a outra para a confecção das máscaras, adereço requisitado pela corte. — ele sorriu se assentando na extremidade do círculo, ansioso para tratar do assunto. — Também já vou deixando avisado, que como vamos ter festividades nos últimos dias, todas as tarefas de casa ficam suspensas até que eu informe o retorno delas, certo?!

— Certo. — as crias disseram atentas e com voz firme, as aulas com o professor estrangeiro estavam sendo a parte mais legal dos dias de cada um, sentiam a mente explodir com todas as informações evocadas por ele, e esse traço não era algo inerente apenas de crias, isso era o início da besta vampira, dando seus primeiros suspiros antes da preparação do despertar, traço e sangue.

Vitae.

— Só pra título de padronização de conteúdo, vocês sabem os astros de cada dia da semana, não é?!

— Sim. — os alunos confirmaram a pleno pulmões, aquele assunto era um dos primeiros que se tinham, e eram ensinados pelos pais, meses antes da apresentação da cria aos Elísios, era até irrisório a questão feita, mas entendiam pois o Adela não vivia no seio da cidade, por tanto, não sabia de muitos dos ritos que seguiam por respeito e amor à cultura.

— Professor, a gente aprende isso quando é criancinha, antes de vir pros Elísios. — Ye Seul disse enquanto as demais crias concordavam com a menina, e o olhar congelado sobre o Adela foi inevitável.

— Tá bom, me desculpem senhores e senhoras, eu disse que faz tempo que eu não venho para Busan, não me ateiem na fogueira. — o professor ergueu os braços em rendição, enquanto ouvia as crias sorrirem pelo seu jeito peculiar. — Vou escolher 7 de vocês pra me provarem que realmente sabem, vamos lá, de pé, o Taehyung,  Jungkook, — o homem sorriu ao ver a expressão de espanto do moreninho que tanto chamou a sua atenção, era possível ver o potencial de saber daquele ser, mesmo em tenra idade. — Senhor Jimin, Daeho, dona Dahyun também, meu amigo Moonbin e... — o Adela passou os olhos pela sala, até encontrar uma figura tímida e contida. — Senhor Sanha. Nessa mesma sequência, comecemos pelo domingo.

— Domingo dos humanos, equivale ao dia de Sol pra nós, daí que vem o traço de alguns povos chamarem esse dia de Sunday, por exemplo. — o Kim respondeu ligeiro como uma lebre, se sentando logo em seguida.

— Segunda dos humanos , é o dia de Lua para nós, assim como no domingo, alguns povos chamam esse dia de Moonday. — Jungkook com voz calma e séria acrescentou suas informações, de pronto desviando os olhos para o Park e o Kim, que sorriam como forma de motivá-lo.

— Terça-feira dos humanos é para nós o dia de Marte. — Jimin sorriu presunçoso, se voltando para os amigos, aguardando os demais colegas também responderem correto.

— Quarta-feira é o dia de Mercúrio. — Daeho respondeu, e Jungkook estranhamente não conseguiu desviar os olhos do garoto, como se dentro de si algo o controlasse, ditando uma forma peculiar de demonstrar que não era tão fraco como dito em outrora, dando um recado oculto, movimento de sentimentos.

— Quinta-feira dos humanos, é dia de Júpiter para nós.

— Sexta-feira é dia de Vênus.

— Sábado, é, é dia de Saturno, professor.

— Muito bem, alunos 1, professor 0, confesso que tenho uma visão de pouca capacidade de vocês. — o Adela alfinetou se voltando para o quadro, escrevendo em letras cursivas a palavra morte. — Bom, hoje era para encerrarmos esse assunto primordial, mas não se enganem, não é um fim, mesmo para a morte. Na aula passada, falamos da condição de morte, hoje vamos falar sobre o simbolismo e o significado dela para o povo vindo de Khain, eu e você.

Silêncio, a efervescência ecoava em todos os presentes na sala, todos os assuntos que infligiam internamente na cultura, ruíndo dentro das crias, dos vampiros, das demais criaturas, vislumbrar as manifestações da deusa era como pedir permissão para ser parte de um grandioso culto, regido por todas as energias da terra, apinhado de força dos elementais, o corpo todo ansiava por vê-la em sua plenitude. Natura.

— Aprendemos que morte é um estado de consciência, na vida o importante é a qualidade e não a quantidade, a morte é a nossa conselheira, e nos mostra o que de fato tem valor, como queremos morrer? Ela nos mostra o que queremos fazer antes de encontrá-la, o que queremos do seu oposto, vida, e que o vamos ser quando morrermos. E cada etapa da vida é um pequeno tijolo de uma grandiosa construção, é aquela premissa, onde você está morando é confortável? Você se orgulha hoje do seu eu-moradia? Se a resposta for não, o que está fazendo para mudar essa condição?

Park Seojoo era um indivíduo diferente, por vezes sarcástico, pouco crente no potencial das criaturas, mas era divertido, inteligente e otimista, mesmo tendo um jeito tenebroso assim como Namjoon, eram mil caminhos em um único ser, e isso encantava as crias, qual delas se revelaria?

— É pensando nisso e na sacralidade da morte, que nosso povo à celebra, então no dia que um de nossos se entregar à harmonia, e vocês puderem vivenciar esse ato célebre, verão como é bonita a morte, mas não é toda morte, apenas aquela justa e natural, e eu vou explicar melhor, para nosso povo temos dois tipos de morte, iniura que significa mais ou menos 'injustiça' e ius que seria a 'justiça' ou justa, isso se dá porque aqueles que morrem de forma natural, programada, ou induzida pelas forças da deusa é visto como uma boa morte, algo sagrado, como manifestação dela, por isso celebramos, cantamos e bebemos, porque o espírito se despediu do corpo, da forma e foi em busca de um novo caminho, fazemos uma fogueira para receber o corpo, se a criatura assim determinou em vida, dançamos e nos alegramos, os momentos de lágrimas não são comum porque não há tristeza, é como se alguém tivesse subido de nível em um jogo bem difícil, o que não é mentira.

— Mas se temos esse pensamento, por que os humanos choram sempre? — uma cria questionou tentando ainda separar a visão humana dos vampiros.

— Bom, eles sofrem por vários motivos, alguns arrependimento de não ter feito algo bom na vida daquele que se foi, ou talvez por egoísmo e apego, querendo estender o tempo de permanência de alguém que por aqui passou, eles costumam dizer "fulano não merecia isso..." veja quão imaturo isso soa, quem somos nós para dizer contra a mãe quanto tempo cada um merece estar por aqui? Conseguem ver? Mas não se enganem, nós entendemos eles, porque ficamos da mesma forma quando um dos nossos se vai de forma injusta, é por isso que dependendo da forma como cada um se vai, varia a forma de celebrar.

— Os humanos não possuem diferença de culto?

— Não. Eles sentem muito, ou às vezes não sentem nada, mas o maior erro deles é confundir apego com amor, amamos ficar perto de quem a gente gosta, mas matéria passa, o sentimento não, amor é puro, natural, tudo se vai e volta, e está tudo bem, é movimento, mas os humanos estranhamente se ligam à matéria, e não podemos fazer nada, até mesmo nós que somos 'quase mortais' estamos suscetíveis a benção de morrer no tempo certo. Tudo que nasce morre, o que se junta de alguma forma vai se separar, lembrem-se do que eu disse sobre as 3 matérias que nos constituem, isso dói? Dói. Sofrimento de perder alguém de forma injusta existe? Existe, quando alguém morre, falando de uma visão humana, a pessoa fica triste, e o primeiro pensamento é "eu não posso te perder, eu não posso viver sem você" percebem o sentido egoísta? Até agora não se falou de quem morreu, mas sim do meu eu, é hora de mudar isso, é hora de pensar "eu te quero tanto bem, que meu desejo é que você tenha uma boa passagem, que você encontre a plenitude, a luz". E em honra a isso eu faço uma oração, peço bênçãos e comemoro a sua vida que agora vive em mim, a vida é movimento, eu sinto a dor da perda, mas esse ser que morreu vive no meu ser, no meu coração. Vejam a intensidade, porque mesmo na sua ausência estamos interligados, você está nos meus hábitos, lembranças e por aí vai, sabendo dessa grandeza tão bela, diante da morte vamos viver nos lastimando? Não, é preciso estar em paz e consciente de que é uma experiência de que todos vamos passar, não há nada fixo, nada permanente e tudo está interligado.

As crias ficaram por um momento catatônicas, era tão profundo aquele assunto que a sensação era a de estar em uma caverna no meio de tantos ecos, todos no mesmo tom e passando a mesma mensagem, um coro.

Saber.

— Eu sei, é denso o assunto, mas em resumo, fiquem tristes quando alguém morrer, por um curto momento, depois imaginem a graça de encontrar o segundo plano e então vocês saberão o que é sentir amor e felicidade por alguém. Voltando, essa alegria se encaixa apenas no caso da morte natural e dada pela deusa. Já no caso da morte injusta, o que recaí é a revolta porque alguém rompeu a vida de um ser antes do desejo sacro da mãe, atropelou um processo de uma construção única, esta que não conseguirá ser finalizada, então o coração sente, e chora, e todos unidos na dor entoamos um canto de amor. E é aqui que entra a nossa grande tarefa de hoje, vamos conhecer as duas grandes músicas sacramentais desse culto, "Konstellasjoner" que é o canto da morte justa e "Stjernestov" que é o canto da morte injusta, após conhecer a letra de cada uma, iremos separar a sala em dois grandes grupos que cantarão as respectivas canções na feira de exibições no fim do inverno. Vamos iniciar os sorteios de cada grupo?

[...]

O frio rigoroso e a neve que insistia em colorir mais e mais a terra, já completamente coberta, não conseguia assumir o interior daquele distinto castelo, Gichan e Euisoo estavam abraçados, enquanto o Beladona custava a se permitir acordar, aquele lugar estava tão bom.

— Vamos, amor. — Euisoo desferia delicados selares pela tez pálida do homem que como uma criança emitia grunidinhos de insatisfação pelo chamado persistente.

— Posso continuar dormindo enquanto você me beija? Eu sou um príncipe oras... — o bico de chateação se fazendo gradativamente transformava aquele ser de beleza intimidante em uma criatura adorável, uma que Euisoo queria proteger e amar para a eternidade, como era bom amar.

— Pois olhe, senhor príncipe, vossa alteza merece sim dormir mais um pouquinho, mas por favor, não se demore, temos tarefas a fazer, quando tudo acabar meu príncipe pode fazer o que quiser até mesmo dar amor pro marido carente dele, hun?!

— Carente? — Gichan sorriu dengoso enquanto se levantava e assumia o colo do esposo, o abraçando de forma carinhosa, suspirando ao sentir os braços que tanto amava ao seu redor, lhe mostrando o que era o amor, o que era amar.

— Uhum! — o Ahadi concordou ao tempo em que fechava os olhos inalando o aroma Beladona de amêndoas que o mostrava o que era casa, lar, morada, refúgio e fortaleza, era ao lado dele que o homem de sorriso contido entendia o significado de paraíso na terra.

— Eui... você anda tão manhoso, eu acho que é o corneum, está se aproximando.

— Vamos viajar para a casa de campo? Posso pedir pra Namjoon anunciar suspensão dos atos importantes por três dias, e até sugerir que ele leve Jungkook pra viajar também, quando voltarmos, vamos iniciar os preparativos do casamento, e depois outra viagem. — o sorriso de alegria e ansiedade do Ahadi era impossível de conter, estava tão ansioso para conhecer os lugares mais lindos ao lado do esposo, com o laço deles renovado, mais momentos de alegria e felicidade seriam construídas por eles, agora ao lado do filho que tanto desejaram, para o futuro o lampejo de amor e esperança surgia em firmeza, gravado nas estrelas.

— Vamos sim, também quando voltarmos da casa de campo vamos organizar uma viagem em família, a gente passa nas fazendas e cumprimos o que tem que ser feito, depois vamos nós quatro pra algum lugar contido, acampar e coisas do tipo, quero um momento longe da correria, Jungkook também merece uma folga.

— Você está certo, nosso garoto merece. — eles continuaram abraçados, curtindo a presença um do outro, até que os estômagos reclamassem pela falta de alimento, e assim o Ahadi se levantou a contragosto, o Beladona pediu que o marido fosse na frente, ele ainda precisava preencher seu novo mistério.

Depois do desentendimento que tiveram, e após a energia repelir os corpos, Gichan se questionou o que estava fazendo para ser um bom companheiro, entendia que se condicionou a sempre esperar as manifestações de carinho vindas do Ahadi, descartando de si a função de também fazer, de demonstrar, era peculiar porque depois de 150 anos de casamento é que eles estavam beirando a rotina e o perigo da corrosão, e talvez ele devesse ajudar também, amar é demonstrar, não é sobre receber, mas sim compartilhar, então por isso ele decidiu adotar uma pequena caixa onde todos os dias ele anotaria um motivo para amar o Ahadi, conjuntamente com um motivo de ser feliz ao lado dele.

" Eu amo você porque seu abraço é meu poço de carinho e eu sou feliz porque você me deu Jungkook que é o reflexo do nosso amor, eu amo amar vocês, meu Ahadi para sempre."

O sorriso apaixonado foi saltando por aquela face bonita e ele suspirou feliz, a vida era boa, e valia a pena tentar, ainda tinha uma existência inteira pela frente, ele saiu da cama cantarolando, saudando a neve lá fora, a alegria foi o aroma daquele entardecer bonito que surgia apresentando a noite, um belo momento para existir.

Ele sorriu cantarolando.

[...]

— Poxa, eu realmente gostaria que ficássemos no mesmo grupo... — Taehyung dizia enquanto chutava a neve em um ato impensado.

— Tá louco?! Se alguma inspetora de pega chutando a neve com raiva, você será castigado, ajeita esse bico, um dia vamos ter chance de ficar no mesmo grupo, os três. — o Park tentou confortar o castanho que estava há um bom tempo chateado porque não conseguiu que os três ficassem no mesmo grupo para o coral no fim do inverno, Jungkook ficou no grupo da canção "Poeira estelar" enquanto Jimin e ele ficaram no grupo da canção "Constelação".

— Tá tudo bem hyung, vamos ter outra chance. — Jungkook o olhou esperançoso, torcendo para que na próxima Cosmos os abençoasse com aquela chance. — Eu sei que a gente não ouviu as canções ainda, apenas lemos as letras, mas qual vocês gostaram mais?

— Bom...eu não sei se foi por influência do que o professor disse, mas não quero ouvir por nada nesse mundo "Stjernestov". — Jimin disse sustentando uma cara de incômodo claro, não se sentia infectado pela visão dos humanos, mas de qualquer forma, não queria imaginar uma pessoa sendo obrigada a não concluir sua vida por um ato covarde de pura intenção, não, que Cosmos o livrasse dessa experiência.

— Eu sou o contrário, apesar da música justa falar de estrelas, Stjernestov é mais suave e bonita nas palavras, quase não parece um canto triste. — Taehyung respondeu enquanto coçava a cabeça em embaraço, não queria ser um mau agouro, mas a dita música era realmente mais bonita nas palavras.

— E-eu também estou com o hyung, — Jungkook se animou em falar do assunto tropeçando nas palavras. — digo, eu realmente gostei mais de Stjernestov, e o que o hyung disse é verdade, a letra parece mais suave, até mais animadora do que a Konstellasjoner que era pra ser feliz.

— Vocês são estranhos. — Jimin alfinetou de forma engraçada, enquanto o Kim abraçava o Jeon pelo pescoço, o esmagando em sua felicidade.

— Cheguei! Alguém pra me ajudar? — Eun woo gritou enquanto acenava a certa distância para os três garotos, o rapaz havia ido em busca dos materiais para fazerem os bonecos de neve, ainda no intervalo das aulas.

— Eu vou!! — Taehyung sorriu alegre, ao tempo em que se afastava do calor do herdeiro e corria em direção ao outro amigo, sua velocidade foi tanta que foi impossível frear no meio da neve escorregadia, o fazendo acertar em cheio Eun woo, e em reflexo ambos foram ao chão.

— TAEHYUNG!! — O Park gritou enquanto se apoiava em Jungkook completamente rendido às gargalhadas pelas maluquices do castanho, definitivamente não havia limites para ele.

Jungkook se assustou, mas consigo mesmo, ultimamente seu corpo estava quase expert em criar um gosto amargo que o cercava em momentos peculiares, principalmente em momentos envolvendo o Kim, o que poderia ser agora?

— Esse menino é louco. — Eun woo exasperou-se enquanto empurrava o corpo rendido por risadas do Kim, tentando afastar a neve gelada que queimava sua pele. — Taehyung pare de rir agora e me ajude a juntar as coisas.

— Hyungs, vocês estão bem? — Jungkook questionou ainda segurando Jimin aos risos pela cena.

— Jungkookie, me ajude a levantar. — Taehyung fez cena enquanto fingia estar sentindo alguma dor, tudo para ficar pertinho do príncipe, o Kim não era de todo desmiolado, mas ali ele descobriu que o Jeon era a coisa mais linda com os olhos pretinhos brilhando em preocupação, ele queria ver mais daquela beleza que era tanta que o deixava desnorteado, sem saber o que fazer.

"Hihihi o principezinho é lindo sempre."

— Jimin me ajuda aqui também. — Eun Woo disse enquanto estendia as mãos, sendo prontamente ajudado pelo loiro que ainda engolia alguns engasgos de risadas contidas.

— Vem hyung. — o Jeon tocou as mãos do Kim, o puxando para cima, aos poucos cada um foi buscando os instrumentos e partiram em busca do melhor lugar para 'o parto dos bonecos de neve', como o Kim preferiu nomear.

— Me diz como foi que você escorregou daquele jeito Tae?

— Minnie, para de rir. — o castanho choramingou agora tímido pela queda que teve, enquanto enchia o balde de neve para formar o corpo da fêmea de boneco de neve. — Eu não consegui firmar os pés no chão.

— Da próxima vez, não corra tanto hyung, e...e se você se machucar? Tome cuidado. — Jungkook disse baixo, para que apenas o Kim pudesse o ouvir, Jimin de pronto se ocupou com Eun Woo fazendo os bonecos de neve em tamanho de cria, procurando deixar os dois a sós, o que não era necessário muito esforço, eles faziam isso inconscientemente. Leve e natural eles se movimentavam um para o outro sem saber.

— Você ficou preocupado comigo?

— Mas é claro hyung. — Jungkook abriu os olhos em espanto pela pergunta do castanho, franzindo o cenho e fazendo sua beleza se acentuar mesmo em meio às carrancas. — Eu me preocupo com você.

— E gostou de eu ter caindo em cima do Eun woo? Ficou com ciúmes ?

— O quê? — Jungkook sentiu como se seu mais fiel pecado tivesse sido revelado bem ali em frente aos seus olhos. Por Cosmos. — Hyung, por favor, vamos fazer nossa fêmea.

Taehyung sorriu de lado, levantando as sobrancelhas em provocação juvenil.

— Hum? Hum? Você ficou com ciúmes principezinho? Hum? Diga logo, diga Jungkookie. — o castanho começou a fazer cócegas no Jeon, que tentava a todo custo não sorrir com aquela brincadeira, mas foi inevitável, logo Taehyung estava em cima de si tentando romper as camadas dos casacos grossos, e na neve as crias rolaram como se fossem eles no meio das penas outrora na infância deles.

Alegria.

Sentimento.

— Yah! Vamos parar de brincadeira, parecem dois Coiotes. Se apressem. — Jimin gritou para que eles retornassem para os afazeres e logo toda uma tribo de bonecos de neve decoraram o grande campo dos Elísios, os garotos ao final suspiraram orgulhosos de seu grande feito e após isso mais crias vieram a fazer seus respectivos bonecos de neve, eram eles a decoração do vestido da deusa, estavam perto de vivenciar Yule e sua grandeza em esperança, sua grandeza em esperança.

[...]

Jungkook estava sentado sobre a cama, meditando e pondo em prática as dicas dadas por seu pai nas aulas que tinha ao lado dos amigos, depois da cena da neve, o tal gosto amargo não saiu de si, e claro, só dava alívio nos momentos em que o castanho sorria daquele modo diferente que aquecia o frio estranho que dentro dele fazia morada, porque afinal, nada de ruim se mantinha quando dominado pelo semblante doce dele.

Jungkook sabia que estava começando a perder o controle do que sentia, começando a se sentir preso naquela gravidade peculiar, seus sentimentos, ele tinha medo. Na idade deles tudo era brincadeira, mas não para um futuro príncipe, sua mente deveria estar voltada para o autoconhecimento, para sua formação bélica, ele deveria encerrar um coração, ele se sentia preso, e sem saber o que fazer.

Confuso.

Confusão.

— Koo...? — Namjoon bateu na porta do quarto devagar, aproveitando a fresta pequena para adentrar o cômodo com cuidado, tudo estava silencioso, ele estaria dormindo?

— Oi hyung... — o garoto respondeu contido e apático, algo dentro de si ruía e se refletia na voz, no corpo, no olhar. Medo.

— Escuta, vou receber um amigo hoje, vamos fazer biscoitos, ele já te viu uma vez, então pra evitar qualquer tipo de constatação, você pode pedir que alguém vá na cozinha pra você, e caso você queira algo, eu mesmo venho trazer, é só pra gente proteger esse garotão aqui, tudo bem?! — Namjoon disse passando a mão firme sobre os fios negros de uma forma lenta e carinhosa, muito diferente do seu habitual ato de bagunçar os cabelos macios, ele sentiu que algo não estava bem, Jungkook era um garoto naturalmente da luz, mas ali ele estava apagado, aquilo internamente o assustou.

— Uhum! Pode deixar hyung, estarei protegido, quando terminar me traga biscoitos e leite? — Jungkook questionou baixinho, descansando sua cabeça sobre o ombro do Kim, que entendeu que alguma coisa não estava confortável dentro daquela cria, mas não seria incisivo, estaria ao lado daquele garoto até o último suspiro de seus pulmões, estranhamente Namjoon entendeu ali que sua função na terra era apoiar o Jeon, era ser base dele, e aprender com ele o significado da palavra 'irmão'.

— Trago sim, e me diga, o que posso fazer por você agora, cria?

— Acho que quero um abraço do meu hyung, estou sentindo dores. — o garoto sussurrou e sua voz foi abafada pelo abraço repentino do Sombra, que o apertou contra seu peito, mentalizando energias de proteção para a cria, não queria que seu irmão precioso sofresse.

— Então... — ele engoliu em seco não querendo imaginar uma lágrima naqueles olhos, ele choraria junto e sua pose de vampiro mal iria ser desmascarada de uma só vez. — então você pediu pra a pessoa certa.

— Por que hyung? — o garoto por um momento esqueceu de seus problemas e seus olhos curiosos de cria retornaram para o Sombra em refúgio inconsciente.

— As garotas sempre dizem que meu abraço é tão bom que deixam elas diferentes, sei lá... — a risada rouca e espaçada do vampiro ecoou baixinho aquecendo a cria.

— Yah! Eu não sou a sua garota. — Jungkook esperneou em revolta, mas os braços continuaram ao redor do Kim, ele não podia negar, o abraço de seu hyung era de fato um renovo, e o tornava diferente, mais em paz do que antes.

— Eu sei, mas isso não impede de você aproveitar também, eu sou um homem a serviço da família também Koo. — Namjoon se prestou a fazer cócegas no garoto, e a risada escandalosa da cria, dentro de si reverberou como fogueira a aquecer o peito frio das adversidades.

Jungkook não conseguia segurar a risadas e muito menos o vampiro, e a sensação no seu corpo era tão boa, sorrir aberto sem se preocupar era liberdade que ele continha, sem sequer questionar o motivo, ele se libertou nas ondas sonoras do sorrir.

— Cria!!! — Gichan entrou pelo quarto exasperado, com os caninos despertos e sua energia Áurea destacada em sinal de ataque, os olhos estavam amarelos ira, e Namjoon rapidamente se pôs de pé, colocando Jungkook em sua frente, demonstrando para o príncipe que tudo estava em segurança.

— Se recolha Beladona, está tudo bem. — a voz dele era subjugada, respeitosa e divertida, e os cantos dos lábios não refrearam um sorriso zombador ao ver o tio ficar tímido de uma hora para outra devido ao despertar em um momento inofensivo.

— Por Cosmos! Namjoon, eu ouvi minha cria gritar e você tinha me dito que estava com visita, eu não imaginei que podiam ser vocês brincando, ouvi apenas os gritos da minha cria e a presença contida de uma criatura vinda daqui, um dia vocês me farão infartar. — Gichan suspirou enquanto apressando abraçou Namjoon e Jungkook em preocupação evidente, sentir o aroma dos dois o acalmaria.

O Sombra continuou sorrindo do jeito desesperado do tio e Jungkook o acompanhou, eram uma dupla unida de forma peculiar. E enquanto sorria zombateiro, Namjoon deixou seu aroma amadeirado ressoar nas narinas dos dois, mostrando que todos estavam juntos e em família, juntos.

— Jungkook, eu acho que seu pai é doido, se vir um espião aqui catar seus piolhos, Gichan é capaz de retalhar ele e os piolhos.

O Jeon mais novo gargalhou alto no ar, enquanto concordava com o Kim, amando aquele momento onde os três estavam, abraçados, unidos e amando, era o refúgio real.

— Hum, retalhar é pouco, que Gaia não dê a luz para um infame ser desses, ele não vai querer conhecer um vampiro que ama sua família, quem encostar em um de vocês, já tem sua sentença. — Ele disse se afastando e sentando na poltrona do quarto do primogênito, respirando forte, a cor dos olhos amenizando até dar lugar a cor natural. O moreninho se apressou em buscar uma xícara de chá na sua escrivaninha e servir o homem, que parecia evidentemente necessitado de algum líquido para se renovar.

— Ofegante desse jeito? Não dará jeito num esquilo sequer, você tá mais cansado que o normal, será tuberculose dessa vez?! Um reumatismo, ou talvez a idade chegando?

— Ah, Namjoon vá se ferr-

— Olha! A cria vai ouvir vossa alteza usando palavras de baixo calão, senhor príncipe, se contenha. — Namjoon andou até o homem bagunçando os fios como era de costume fazer em Jungkook, eram duas crias ali, ele constatou. E bom...o fato do Beladona lhe mostrar a língua em revolta e ofensa o ajudou a confirmar de vez a tal premissa.

— Eu admiro o hyung por zoar meu pai, quando eu crescer quero ser assim.

— Jeon Jungkook?! Até você? — o Príncipe questionou boquiaberto, franzindo as sobrancelhas em falso descontentamento. — eu sabia, é sempre assim, essa ingratidão sem fim. — Sombra e cria não refrearam o riso ante ao teatro muito bem feito pelo Beladona, que não abandonou seu personagem até o fim.

— Escuta, Hoseok já deve está chegando, eu vim aqui apenas pra avisar Jungkook da visita, e também pra evitar de surgir por lá, se algum dos catarrentos vir por aqui, evite também, pra não recair suspeitas sobre eles.

— Pode deixar, eu e Gugkie vamos treinar agora, até a hora da ceia chegar, quando tudo terminar nos avise. — Gichan respondeu já puxando a cria pela cintura o abraçando em carinho e cuidado, Namjoon fingiu não se afetar com aquele carinho expresso, todos ali amavam muito aquela cria, e que Cosmos tivesse a bondade de não ferir uma daquelas crias, não tinham culpa. Não.

— Bom, então até mais tarde, já vou indo, catarrento pai, — uma reverência. — catarrento filho. — outra reverência. O vampiro sorriu com o apelido e do mesmo modo que chegara, seu rastro Sombra se seguiu, se desfazendo sem ser notado.

— Como foi seu dia hoje, hun?! Conte pra mim. — Gichan questionou atencioso, deslizando seus dedos pelos fios macios, ouvindo a cria fechar os olhos em contentamento, em alegria e conforto.

— Foi bom. Na escola tudo certo, eu e Taehyung começamos a ler o pequeno príncipe.

— Oh! Já iniciaram? Que legal Kookie, quando terminar me avise, vamos ter uma conversa muito divertida sobre o livro, será valiosa para nós dois.

— Pode deixar.

— E o que mais vocês fizeram?

— Hum... não sei, ah, fizemos tarefa de química, depois eu adormeci e ele já não estava mais aqui, fui pros Elísios e lá a gente aprendeu um pouco mais sobre o significado da morte para a tradição, também conhecemos os dois cânticos e confeccionamos as máscaras para o festival.

— Nossa que interessante, neném, — o príncipe sorriu sincero e agridoce enquanto via o filho sustentar uma expressão de revolta ante ao apelido dado. — E qual das duas canções você gostou mais?

— Poeira estelar. Nós não ouvimos a melodia, apenas lemos as letras, e essa me cativou muito, pareceu ser suave e não sei...me pareceu...poderosa, não de um jeito violento, natural como a deusa, sabe?!

— Hum entendi, devo concordar, ela é linda, e quando você ouvir vai amá-la ainda mais, mesmo com a representação negativa e dolorosa, ela não perde a sua beleza.

— Pai... — a cria que até então estava envolvida pelos braços do Beladona, ergueu os olhos em curiosidade. — O senhor já cantou ela, né?! Os meus avós...

— Uhum. Seu avô foi morto por um dos ataques de Khain às aldeias, nessa época eu e já havia assumido a coroa, na verdade eu cresci vendo o horror da guerra, a minha primeira vez diante de alguma situação dessas foi na morte do meu irmão, o pai do Nam, era tenso, e foi muito doloroso, eu era adolescente sabe e eu via nele toda a minha base, confiava tudo a ele, mas como você aprendeu nos Elísios, podem ter sido mortes injustas, pode ter doído e muito, mas ainda hoje posso sentir meu irmão vivo dentro de mim, principalmente quando brigo com Namjoon por algum mau hábito. — os dois príncipes se puseram a sorrir largo ao lembrar do Sombra e suas manias, no fundo era uma cria também, mas ele se esforçava para camuflar.

— O hyung é como o seu irmão pra mim, o hyung apesar do ar frio...ele é... carinhoso do jeitinho dele?! — a cria disse confuso sobre qual termo usar para designar aquele que era o maior exemplo para si, um espelho, o maior ídolo depois de seus pais. — sinto que no futuro quero jamais sair do lado dele.

— Wonnn, mas agora eu tô com ciumes viu?! Pode começar a me elogiar desse jeito se não, deixo você e Euisoo de castigo por não elogiarem o Beladona desta casa. — o belo homem disse risonho, enquanto desferia cócegas no moreninho, que mais uma vez sentiu as bochechas doerem em felicidade, o aroma de seu pai o acalmava, o cheiro doce de amêndoas significava casa, lar, um lugar seguro para estar, amor. — Escuta, estamos atrasados pro treino de esgrima, mas eu queria dizer uma coisa, na verdade, fazer um convite para vossa alteza.

— Hum, diga, exímio soldado Beladona.— o garoto respondeu fazendo gracejos e contagiando o vampiro a sua frente. Amor.

— Recebi um convite do Prefeito de Daegu para um jantar que vamos ter entre os principais representantes das cidades mais rentáveis economicamente do país, — o homem disse enquanto deslizava os dedos pelos fios macios e negros do rebento, este que se empenhava em não demonstrar que sabia do convite, dito na noite passada pelo pai Ahadi. — para todos eu sou o prefeito de Busan e seu pai vice, eles desconfiam que nós sejamos um casal, mas nada se fala porque a cidade mais rica depois da capital é Busan, um rompimento de ligações não é proveitoso pra eles.

— Entendi...mas pai...eles sabem que somos...

— Somente o prefeito e o assessor dele, eu achei prudente que ficassem sabendo, depois da troca de líderes de lá, quando um prefeito é substituído por outro em Daegu, imediatamente marcamos um jantar solene e levamos junto de nós um Adela, a mente do humano é resetada sobre nós e então partimos para o sucessor.

— E se o sucessor não aceitar o acordo de convivência conosco? — Jungkook voltou a questionar, curioso e atento em cada passo dado pelo príncipe para que no futuro ele possa seguir as mesmas pegadas.

— Seríamos obrigados a usar o glamour de um Adela nele, o hipnotizar e comandar suas escolhas, eu particularmente não gosto de interferir dessa maneira na vida deles, então a tática usada por nós nos últimos anos tem sido acordos econômicos, os humanos são verdadeiros escravos por dinheiro, e se oferecermos uma boa quantia como crédito no acordo, eles não se importam com o pedido, somente fazem, é o que ocorreu com o atual prefeito.

— Dinheiro...eles gostam de dinheiro...

— Demais. — Gichan sorriu pelo espanto do filho, cheio de amor por vê-lo tão interessado no ofício desafiante que era ser um príncipe. — o que me diz? Gostaria de estar comigo nessa viagem?

— Uhum! Você precisa de um guarda protetor, e no domínio todo não existe um ser que possa desempenhar melhor essa função de que eu, Jeon Jungkook. — o adolescente estufou o peito em sinônimo de força e determinação e novamente aquele Beladona em seu rosto fez morar um sorriso sincero, era a vida.

Eles sorriram juntos e animados caminharam rumo a sala das espadas, o treino precisava se iniciar e foi o que eles fizeram.

— Vamos, vamos, sua mira melhorou em dois dias, isso parece surreal, normalmente se demora de quatro a cinco dias, desconfio que esse príncipe novo que virá, será o mais forte de todas as gerações passadas.

Gichan dizia enquanto amarrava ataduras nas mãos do filho, usariam pela primeira vez o cabo de uma espada, para que o mesmo se acostumasse com o peso variado de cada uma delas.

Movimento.

— Tsc...aguarde só Jeon Gichan de Busan, o novo príncipe que vem dominará o seu coração. — Jungkook foi arteiro em decompor o príncipe, as palavras do menor o desarmou por inteiro e o sorriso bobo foi o sinal claro de que o moreno havia conseguido alcançar a sua pretensão, fazer mais um belo sorriso surgir ali.

— Eu acredito que ele já o tem muito antes da sua vinda, mas aguardarei para que ele domine tudo. — Gichan terminou as amarras e já iniciando o seu próprio, quando o herdeiro pediu para que o pai o ensinasse como fazer, e assim ali estava Jeon Jungkook, aprendendo e servindo, nele morava o desejo de servir, de ser útil e ajudar a manutenção da vida, Cosmos um dia falaria com ele, assim como era na gênese de todo príncipe, se ele tivesse a chance de falar com a tal energia, ele diria com toda a certeza que estava pronto a assumir qualquer missão, ele queria se entregar a isso.

Ele fará.

— Wou!! Você arrasou Kookie, faz isso melhor do que eu. — Gichan sorriu enquanto testava a mobilidade de suas mãos com as novas amarras, de pronto se encaminhando para a mesa de espadas para fazer as escolhas do melhor instrumento. — Você já usou a de madeira, os punhais são, na minha humilde opinião, os mais legais de se usar, mas você precisa testar a resistência dos seus músculos, vamos começar com a espada mais fina e leve, Florete, pode assumi-la.

Jungkook sorriu animado, se direcionando para a tal mesa, os olhos brilharam em animação, havia tantas variações que ele gostaria de testá-las em uma noite só.

Seus dedos curiosos partiram em direção à espada dita por seu progenitor, era um peso razoável, em suas mãos o impulso era o que movia o tal instrumento, e ao levantar um pouco mais as mãos, ele pôde sentir os músculos enrijecerem lentamente, sorrindo animado pelo corpo responder em sinal de que ambos suportariam aquela leveza em formato peculiar.

Estavam prontos.

— Uou! É leve até, imaginei algo mais pesado. — o Jeon mais novo disse presunçoso enquanto movimentava devagar a lâmina, cortando o ar no processo.

— Oras! Não se preocupe, temos para todos os músculos, de 500 gramas a 5 quilos.

— O quê?! Como somos capazes de segurar uma espada de 5 quilos? — Jungkook se assustou com a possibilidade e também com a resistência de seus músculos, até onde ele poderia chegar?

— Jeon Jungkook? Por Cosmos, o que você pensa que somos? Quando você se tornar um vampiro, pode levantar um carro com uma só mão, isso é algo universal, independe de clã, todo vampiro tem força, uma força gigantesca, e aprendemos a usar as espadas apenas para combates mais violentos e em casos extremos, se há algum conflito, o jeito mais divertido é resolver isso mano a mano, em luta. Mal posso esperar pra te ver em um combate.

— Eu confesso que eu também... a adrenalina parece ser surreal... — Gichan sorriu pela animação da cria e logo ambos estavam iniciando os golpes sobre os bonecos de palha, inicialmente eles eram estáticos em um ponto específico, e esse foi um teste facílimo para o Jeon mais novo. As coisas se tornaram mais divertidas quando o Beladona amarrou os mesmos bonecos de alvo em cordas suspensas pela grande sala, e com velocidade, os arremessava contra a cria que deveria ora desviar, ora atingi-los em locais que não fossem os pontos de energia.

Com o exercício sem intervalos e cada vez mais intenso, não demorou para que o suor dançasse liberto na fronte rio de leite que era a epiderme do Jeon mais novo, mesmo assim, ele não dava indícios de que queria parar com o treinamento em questão.

Focado.

— Uma pausa Jungkook-ah. — Gichan anunciou enquanto secava o rosto úmido pelo esforço. — Enquanto respiramos vou te passar o próximo passo. Vou te ensinar a matar com uma espada.

— Wou! — Jungkook ficou surpreso, apesar de esperar que uma hora ou outra teria que chegar naquele momento, sabia dos encargos que a coroa trazia consigo e a cada momento ele procurava se preparar para essa ocasião.

— Já te expliquei que para matar, precisamos nos colocar no lugar da pessoa alvo, assim só daremos o ponto final se realmente for necessário, em prol de um coletivo e do bem comum, mas vamos imaginar que você está em um combate, não devemos ferir, ou matamos ou não fazemos nada, por isso tenha em mente que o golpe continua mesmo após o alvo ser atingido, se tivermos essa ideia, não falharemos. É um dos lemas dos grandes soldados, o golpe permanece mesmo depois da ferida.

— Então...se eu ferir alguém com a espada, devo continuar a golpeá-lo?

— Sim, e é isso o que você vai fazer com esses bonequinhos, vai acertar nos pontos de energia e permanecer golpeando até eu sinalizar, conte os segundos na cabeça, e mantenha a atenção, não será um por vez, se cair você já sabe que foi atingido.

— Certo pai. — Jungkook bateu as mãos em animação, o semblante sério e focado lhe dava um ar de jovialidade crescida, um novo jovem, um novo sangue, o novo.

O primeiro boneco foi lançado, a cria imediatamente o atingiu, permanecendo como o pai havia recomendado. — Afunde a espada. — o movimento foi copiado. — Agora solte o adversário, contou os segundos? Dá mais ou menos 5 segundos.

— Uhum! Compreendido, senhor. — o Jeon mais novo sorriu animado, como se labaredas de fogo estivessem por suas veias, o impulsionando para mais e mais. O Beladona não esperou muito, e logo todos os bonecos estavam a flutuar pela sala ao redor da cria, quase como se estivessem em uma dança ritmada e sagrada, como um ritual ao redor da oferenda, eles estavam.

Jungkook sentiu algo dentro de si movimentar, como um sexto sentido, ele respirou baixo e decidiu usar o ouvido como radar de presença, ao menor movimento das cordas, ele saberia de onde viriam os novos 'inimigos' e assim evitaria qualquer vulnerabilidade.

Gichan sorriu desacreditado ao compreender a tática do menor, era realmente um ser diferente, peculiar e muito talentoso, outra cria no lugar dele não teria a mesma expertise.

Jungkook sorriu presunçoso ao ver a expressão divertida do Beladona, reconhecendo naquele silêncio que ele era demais, uma super cria, inteligente e sagaz.

Orgulho.

De ser.

— Não fique se achando Jungkook, vai perder o foco. — Gichan

asseverou sorrindo pelo jeito do filho, que apenas dava de ombros já golpeando os bonecos com uma força e precisão surreal, os olhos de estrelas tinham uma função, afinal.

Eles viam tudo.

Mas ainda não compreendiam.

Ainda.

— Pai, continue a empurrar os bonecos, só que agora em maior velocidade.

— Jungkook por Gaia! Se eu usar toda a minha velocidade você sequer vai enxergar os bonecos, não posso fazer isso.

— Certo! Então aumente a velocidade no meu nível. — Jungkook gritou enquanto golpeava um boneco que surgiu veloz em sua lateral. O príncipe balançou a cabeça em descrença, mas fez como pedido, vendo o menor imediatamente se posicionar no centro da sala e fechar os olhos para dificultar mais ainda o desafio. — Jungkook nã-

— Relaxa velhinho. — o herdeiro sorriu ladino, posicionando a espada na mão esquerda, focando toda a sua atenção nas ondas sonoras que o impulso dos bonecos no ar faziam inevitavelmente.

Gichan sentiu como se estivesse diante de um milagre na natureza, o garoto rapidamente começou a se locomover na sala, golpeando os bonecos até o ponto de criar rombos consideráveis na região do que seria o chakra central, as mãos movimentavam-se velozes e a cada som de um boneco caído ao chão o garoto se enchia de mais poder.

— Assim tá fácil demais senhor Príncipe, me permita agilizar seus inimigos. — o homem sorriu animado, querendo ver onde ia o nível de destreza daquele garoto, e assim os bonecos ainda sobreviventes, passaram a sobrevoar e atacar o garoto com mais força, com mais velocidade, e Jungkook se permitiu até a soltar uma gargalhada de vitória, afinal, o número de bonecos haviam diminuído e se ele se mantivesse assim, logo mais não existiria nenhum.

— Vamos Jungkook-ah, não vai querer deixar os meus bonecos ganharem de você, não é?! — Gichan sorriu já se preparando para soltar os três últimos bonecos ainda suspensos, Jungkook inflou o ego e com a lâmina dupla, ele deu um salto, ainda de olhos fechados e cortou as cordas que os suspendia, abandonando a sua retaguarda.

Ao abrir os olhos e retalhar o último boneco, seu corpo sentiu uma presença veloz e a adrenalina surgiu como lava em erupção, mas já era tarde demais.

— Jungkook!! — o Beladona gritou mas não teve sequer tempo para reagir, o terceiro boneco atingiu o garoto em cheio, o derrubando no chão

Deslize.

— Ai! Não acredito que fui derrotado pelo mesmo erro. — o Jeon mais novo disse enquanto passava as mãos nas costas, tentando aliviar a dor, querendo entender porque ele sempre abaixava a guarda no fim do combate.

Distração.

— Por Hécate! Jungkook, como você se preocupa em perder ou ganhar quando você está estirado no chão, machucou ao alguma coisa filhote? — o vampiro correu veloz até no garoto, chutando o boneco no processo, seus olhos estavam presos nas expressões do jovem, procurando com atenção algum ferimento. — Oh meu amor.

Jungkook sorriu pela preocupação do mais velho, que tinha os olhos brilhando em vertigem, o Jeon mais novo viu em si crescer um sentimento de manhã, queria permanecer naquele colo para sempre. Ao lado dele para sempre.

— Aii! Aiii! Aiii! Dói muito pai. — Jungkook fechou os olhos e tentou de alguma maneira imitar as manhas de Taehyung, talvez desse certo com ele também.

— Onde Jungkook? Por Cosmos, eu vou te levar pro hospital, pode ter quebrado alguma coisa, ou saído do lugar, eu vou-

— Me abraça que passa na hora. — o moreninho sorriu traquina, recebendo de seu pai um olhar de espanto. — É sério, eu li num livro que abraços são a nova tecnologia da medicina.

— Argh! Você ainda vai me fazer ter cabelos brancos, garoto... — o homem respondeu rendido, abraçando o filho e se juntando a ele no chão da sala. — Tem certeza de que está tudo bem, não é?!

— Confia em mim, velhinho! — o garoto respondeu usando o apelido que outrora Namjoon tinha usado com o Beladona, e com o mesmo intuito de provocar ele usou em forma de graça.

— Velhinho é seu pai. — depois dessa sentença os dois caíram em risadas, o treino tinha rendido muito, aquele momento havia ficado gravado na memória de ambos e o amor que esquentava contraditório à neve lá fora, era o domínio daqueles corações, eram os herdeiros, ligados para sempre.

Conexão.

[...]

— Oh! Você realmente veio?! — Namjoon sorriu gentil cumprimentando o Zira com um fraterno aperto de mão, sentindo felicidade por vê-lo ali, havia esperado muito por aquele momento. — Fiquei preocupado de sei lá...ganhar um 'bolo' do vampiro mais difícil desse domínio, o que não seria novidade.

— Eu disse que viria Namjoon-ssi. — Hoseok sorriu aberto, como um sol em uma sexta-feira, anunciando descanso e alegria, o Zira não via sua própria luz, mas ela reluzia, e Namjoon sempre se sentia dividido sobre o que pensar. — Ah! Como o inverno chegou, fui organizar minha nova reserva de mercadoria e notei que os óleos para pele já estavam prontos, então trouxe uma coleção de cada para os príncipes, no inverno do ano passado eles fizeram algumas encomendas, acredito que vão gostar dessa nova coleção de aromas.

O vampiro disse enquanto erguia em direção ao Sombra uma caixa rústica, bem amarrada com um laço verde, símbolo de honra dos Zira. Namjoon ao notar o cuidado do amigo, refletido no embrulho, teve mais uma vez um vislumbre dos talentos dele, um cuidado excepcional.

— Ok! Agora tô com vergonha, naquele dia eu embalei os biscoitos pra você em um laço que eu demorei alguns bons minutos pra ajeitar, e ainda me enchi de orgulho por isso, mal sabia eu que o rei das decorações tava na minha frente.

— Ora! Não diga bobagens Namjoon-ssi, ainda hoje tenho o seu laço comigo, você realmente fez um bom trabalho.

— Sei... — o Sombra respondeu crispando os olhos em desconfiança, mas sorrindo logo em seguida pelo carinho do amigo com tudo. — Quais são os novos aromas dessa coleção? Tenho interesse. — ele questionou pegando o embrulho das mãos do Zira e o resguardando em um canto protegido da grande cozinha real.

— Esse ano eu testei as frutas, usei as cítricas para óleos de banho e sabonetes, e as frutas como amora e ameixa, eu resguardei para os cremes de pele e as vermelhas para os perfumes, mas dosei todas com alguma base de óleo amadeirado, pro aroma doce não se sobressair.

— Wuo! Tenho um amigo cientista, perfumista, representante de um clã, discípulo de uma grande anciã e a procura de um grande amor. — Namjoon gracejou e a reação do Zira foi a de pegar o primeiro pano de prato que encontrou e arremessá-lo contra o amigo que sorria zombeteiro.

Ninguém notou, mas ele sabia ler.

— Vamos logo começar com os biscoitos Namjoon.

— Iiii... não usou o honorífico, tá bravo mesmo, vamos começar. — o Kim se apressou em buscar os recipientes de farinha e os reservatórios na geladeira, que mantinham as flores em seu aspecto quase que natural. — Pode retirar o casaco se quiser, o aquecedor está ligado. E você está de gola alta, pode aquecer demais.

— Ah! Eu estou bem assim. — o vampiro disse enquanto afastava a gola do pescoço para que o aroma, posto em si para disfarçar o cheiro Mallus, pudesse enfim emergir. — Wou! Então é assim que você armazena?! — Hoseok mudou de assunto, verdadeiramente chocado em como não pensou em armazenar as flores daquela maneira, talvez pelo seu jeito Zira de não querer submeter a flora sob aquelas condições, mas ainda assim, não era um tática de toda reprovável. Ele fez uma nota mental sobre isso.

— Sim, é muito mais legal pegar elas in natura, Gichan tem um jardim privado recheado delas, mas com o inverno, é bom armazenar algumas dessa maneira.

— Hum! Entendi. E agora? Qual o próximo passo?

— Nós adicionamos Açúcar mascavo no liquidificador, depois óleo de coco e misturamos. — Hoseok ia fazendo de acordo com o que o Sombra narrava, achando todo o processo algo muito mais fácil do que imaginou. — Depois a gente acrescenta dois ovos, raspa de laranja e misturamos.

— Wuah!! Namjoon-ssi, isso aqui tá ficando muito bom, por Gaia!

— Se acalme criança a mágica ainda vai acontecer. — o vampiro disse presunçoso enquanto buscava o pote de farinha. — Vamos adicionar o trigo sarraceno e um pouquinho de sal, agora volte a misturar. — Namjoon ia ditando paso a passo enquanto se aproximava do Zira, procurando algum aroma específico no ar, algo do instinto, algo que sua mente quis despertar, mas tudo era confuso, tão inacreditável, era a primeira vez em que mergulhava nas águas da indecisão.

E era a mais dolorida para si.

— E agora? Devemos amassar?

— Isso! Retire a massa do liquidificador enquanto eu povilho a mesa. — o Sombra respondeu se assustando com o chamado repentino do Zira, o retirando violentamente de suas constatações mentais.

— Pronto, vamos espalhar a massa, me alcança dois copos grandes, pode ser os de Uísque na segunda prateleira do seu lado, por favor. — Namjoon dizia enquanto levantava as mangas de sua roupa real, para ficar mais fácil o processo, focando sua atenção no ofício de confeiteiro.

— Yah!Namjoon deixa eu fazer também! — Hoseok respondeu, pegando os copos de Uísque, o mais veloz possível, se aproximando do vampiro com atenção e ansiedade.

— Relaxa, fraterno mio! Você fica com a parte da flores.

— Certo! E pare de usar italiano nessa conversa. — Hoseok estava inconscientemente mais solto, mais livre e mais feliz, ele não queria pensar que estava ali para enganar mais uma vez seu melhor amigo, ele quis pensar que estava em uma noite de descontração, ele estava vivendo como um ser normal, que compartilha, que atribui e recebe, ele estava em família, ele quis imaginar assim, estando ele ao lado de seu fraterno irmão.

— Pronto! — Namjoon sorriu engraçado já se virando em busca da garrafa de Uísque. — Agora vamos cortar os biscoitos.

— Eu achei que os copos eram pra isso, porque você tá se servindo com a bebida? — Hoseok questionou já segurando o rolo de pão nas mãos como ameaça evidente.

— E é pra isso mesmo, é que um você vai usar pra cortar os biscoitos e o outro eu vou usar pra beber, é simples a matemática meu caro. — o Sombra respondeu depois de fazer uma careta pelo gosto peculiar do destilado. — Agora você pode começar.

Hoseok balançou a cabeça em descrença, enquanto sorria pelo jeito libertino do melhor amigo, atento ao ato de cortar os biscoitos. Cosmos de fato, deveria querer enviar um sinal, lhe colocando amigos tão peculiares como os que tinha.

— Agora chega a parte mais divertida, as flores. — Namjoon respondeu sustentando em um lado da mão o copo de Uísque e na outra o pote com flores armazenadas. — Colocamos as flores por cima da massa, tem outras além da de Cosmos, você pode decorar de acordo com o seu gosto.

— Eu quero a de Cosmos-amarelo. — o Zira respondeu mais rápido do que ele sabia ser o recomendável. — É...quer dizer, o gosto delas me chamaram atenção, era um gosto muito bom e se tornou o meu favorito.

— Uhum!Também gosto muito, mas teste as outras também, aqui tenho violetas, flores comuns do campo e as Cosmos, você pode misturar. — Namjoon respondeu, se colocando ao lado do amigo o ajudando a decorar os biscoitos, o Zira optou por fazer duas versões, uma de biscoitos puro apenas com as flores salvação de Taeshin e outra versão com um mix de flores, assim ele ficaria satisfeito em ter testado de todas as maneiras o caminho de uma cura.

— Agora você pode colocar o papel vegetal sobre os biscoito e volta a amassá-las com o 'rolo da ameaça'. — o Sombra alfinetou logo se voltando para o seu sagrado copo, enquanto via o Zira amassar as flores sobre a massa e colocá-las no forno a espera do ponto certo.

— Pronto, agora é só esperar alguns minutos e estará pronto a receita. — o vampiro de sorriso fácil bateu as mãos em animação e curiosidade. — Nossa Namjoon-ssi, essa receita é definitivamente a coisa mais incrível que já fiz, acho até injusto você desejar algo simples como os meus ensinamentos de interpretação da natureza em troca de sua receita de família, tenho certeza que ninguém de fora teve acesso antes.

— Você está certo, antes de você, ninguém de fora tinha acesso, mas isso não é grande coisa, eu confio em você pra isso e é um tributo por toda a sua paciência comigo, e sim, suas aulas pra mim seriam mais do que o suficiente, ora Hoseok, você não é qualquer um, você é o discípulo de uma das guardiãs do Arboretum, o seu saber é tamanho que toda a Busan sabe de sua sapiência.

O Zira não soube como reagir, virando o rosto para frente, não se colocando como passível de responder aqueles elogios, era complicado olhar para si mesmo enxergar o óbvio, fato que não se aplicava aos Sombra, que pela sede do clã em relação ao saber, praticava com bons olhos o autoconhecimento e o enxergar a si mesmo, era um clã que valorizava o eu, quando o outro valorizava o coletivo.

Antagônicos.

— Quando os biscoitos tiverem dourados, retire do forno, eu vou buscar uma coisa e já volto, não demoro, e não fuja, ein?! — Namjoon mudou de assunto tal qual um guepardo irrompendo a selva sem fim, não queria deixar o amigo desconfortável, mas verdades precisam ser ditas, ou decifradas, e em qualquer circunstâncias precisam emergir, como um movimento puro e sagrado, aparência.

Hoseok sorriu mais uma vez naquela noite, sentindo o aroma gostoso dos biscoitos atingirem o seu interior, a boca salivou quase no mesmo instante, então atento ele observou a cor dourada, sinal do ponto certo em agir, tão logo ele retirou os biscoitos com cuidado, desligado o calor forte do forno, que o fazia tremer, mesmo sem nunca ter sido ameaçado por ele, o fogo trazia lembranças ruins, não era bom lembrar.

— Ele está aqui. — Namjoon disse enquanto adentrava a cozinha seguido pelo Príncipe Beladona, que fechou os olhos ao sentir o aroma gostoso dos biscoitos.

— Oh! Meus cumprimentos senhor representante do clã Zira, é uma honra tê-lo aqui em meu refúgio novamente, ainda mais sabendo que Namjoon está fazendo algo ao lado de alguém com tamanho caráter e respeito. — Gichan foi cordial com suas palavras, reverenciando o vampiro que sentiu aquelas palavras como um tapa repressor, ele não as merecia.

— As bençãos da deusa sejam derramados sobre a sua família, senhor príncipe. — Hoseok se curvou sustentando um semblante gentil e nervoso, não esperava a presença dos príncipes por ali.

— Namjoon me disse que tens um presente para os príncipes, vim em pessoa recebê-lo.

— Oh! Namjoon, você mesmo poderia ter entregue ao príncipe, não deveria incomodá-lo com minhas inquietações.

— Não seja centrado demais Hobi, — o Sombra respondeu sorrindo animado como uma cria em plena ação. — A oferenda é sua, nada mais justo que você as entregue.

— Vamos até a minha sala privativa senhor Hoseok, podemos conversar enquanto Namjoon termina tudo por aqui.

— Podem ir, eu vou embalar os biscoitos pra viagem.

— Não esqueça de levar um pouco para Euisoo. — Gichan o olhou intenso sinalizando que Jungkook o esperava ansioso para provar os quitutes, e ocultamente Namjoon compreendeu, já iniciando o seu ofício.

Hoseok tomou embrulho em mãos e seguiu o príncipe Beladona pelos corredores públicos do castelo, nunca se aproximando da área de convivência da família real.

— Pronto! Estamos a sós agora! — o herdeiro sorriu bonito e animado, ansioso para saber o que guardava aquele embrulho tão bonito.

— Para o inverno eu testei novas fragrâncias nos produtos de linha da clã, e em gratidão por sua vida e a do príncipe Ahadi, eu os presenteio com meu singelos atributos. — Hoseok esticou os braços para o vampiro, sorrindo nervoso em expectativa.

— Uou! Não vou ter coragem de desfazer esse laço tão bonito, nosso clã deveria ser atencioso como o seu. — Gichan respondeu gentil e verdadeiro enquanto abria a embalagem bem feita, sendo agraciado pelo olfato aguçado que o permitia provar com riqueza de detalhes cada nota aromática depositada ali.

— Por Cosmos! Você superou o padrão de talento sustentado por você próprio, isso está divino de tão delicado e cheiroso, muito obrigada por lembrar de nós, senhor Hoseok. — o Beladona estava extasiado com tantas cheiros e cores, e todos vindos de forma respeitosa e consciente da mãe, talvez esse fato tornasse tudo mais lindo e belo.

— Não há o que agradecer. — o Zira suspirou enquanto mantinha as mãos gélidas sobre a calça, disfarçando o suor de nervoso.

— Qual desses é o que está usando agora? — o olhar inocente do escolhido de Cosmos recaiu sobre o Zira esperando por uma resposta.

Hoseok sorriu nervoso, enquanto engolia o bolo que se fez em sua garganta, não queria ser um suspeito, ainda mais na casa real.

— Esse é o de café, tem notas de hortelã porque eu não consigo não deixar de usar essa erva, mas por enquanto é só um teste, é pra uso pessoal.

— Humm! Compreendi, você pode apostar nessa nova fragrância pra coleção de verão, café é um cheiro envolvente, posso sentir daqui todas as notas possíveis.

— Obrigado pela sugestão, senhor príncipe.

— Eu é quem agradeço por tanto cuidado em nossa amizade, me sinto próximo do senhor e saiba que minha casa está aberta para quando quiser nos agraciar com a sua presença novamente. — Gichan sorriu gentil e verdadeiro enquanto estendia a mão em um cumprimento cordial para com o Zira.

Eles conversaram um pouco mais até irem constatar que Namjoon ainda estava sofrendo no ofício de embalar os biscoitos.

— Ah! Finalmente, consegui terminar os laços para os embrulhos de Hoseok, mas os nossos saíram um pouquinho peculiar Gi. — o Sombra sorriu feito criança enquanto secava a fronte pelo esforço com as embalagens, laços e fitas.

— Não se preocupe, eu posso terminar o resto que sobrou. — o Zira disse enquanto segurava o riso pelo jeito do amigo, que parecia um pouco perdido no que fazer.

— Ótimo, eu ainda preciso levar os biscoitos do Euisoo.

— Deixa que eu levo Nam! — o Beladona respondeu já servindo um copo de leite quente, que pelo inverno sempre estava por ali, e um recipiente com alguns biscoitos, entre eles os de Cosmos-amarelo, sorrindo e se despedindo do Zira em promessa de se verem novamente em outra oportunidade.

— Bom, eu preparei esses pra você, tem várias porções, tem esse com porção pra uma pessoa em dobro, tem esse para duas pessoas e esse para quatro, você pode escolher qualquer um ou todos. A decisão é sua. — covinhas doces e inocentes se formavam naquele sorriso bonito antagonistas dos olhos afiados e atentos, Hoseok deslizou seus dedos pelas opções e ficou com medo de que a porção para uma pessoa não fosse o suficiente para testarem em Taeshin, visto que eles não tinham flores em reserva.

— Hum! Vou querer essa. — Seus dedos perpassaram a segunda embalagem enquanto o Sombra sorria feliz.

— Certo! Então vamos arrumar tudo, vou te levar em casa.

— Ah! Muito obrigado Namjoon, mas eu não vou para casa, preciso ir em um outro lugar, preciso ir nos...no edifício dos Zira, buscar a relação de nomes para os convites.

— Ah sim! Então eu te deixo lá, eu preciso ir também em busca dos nomes do meu clã, já ia voltar a dormir se você não tivesse me feito lembrar. — o Sombra disse já organizando os biscoitos em uma caixa de cipó muito bem amarrada, depositando dentro dela a versão escolhida por Hoseok, e a versão para uma pessoa que ele havia citado.

— Namjoon eu já-

— Leve essa também, tenho biscoitos demais por aqui. — o vampiro disse segurando nos ombros do Zira o encarando com atenção. — Vamos, não quero te atrasar.

E assim o Sombra foi a empurrar o vampiro pelos corredores, ora ouvindo os protestos do Zira, ora conversando com ele sobre a festa, Hoseok como um bom fofoqueiro que era não deixou de pedir por detalhes das festa e sobre tudo o que ia acontecer, e Namjoon não negava, sorrindo feliz como se não houvesse amanhã.

Brio.

[...]

Depois do jantar e de ter tido um momento com seu pai Ahadi, o herdeiro de Cosmos se voltou para seu quarto um pouco mais cedo, preso em um universo de incertezas, se ele pudesse deixar de ser príncipe herdeiro por um dia, talvez tudo fosse mais fácil, e mesmo assim ele tinha certeza que não contaria que sentia algo por seu melhor amigo, ele constatou isso enquanto olhava pela janela, a neve celebrada dançando por todo o domínio com sua sutileza em questão.

— Neve...eu tenho medo... — ele esticou as mãos para fora de sua janela, que era alta e o permitia ver dali o refúgio caminho para Morangolândia, agora com a vivaz brancura não poderiam visitá-lo, os Coiotes estão mais famintos do que o normal, era hora de vigiar. — e o medo queima de uma forma ruim, mas mesmo que eu tente, eu não consigo falar, e ele é tão bonito, se você pudesse ver a forma como os olhos dele falam, algo tão poético que tenho medo de decifrar, mas é tão diferente, e tão bonito, você deve concordar comigo.

Jungkook sabia que não haveria problemas com seus pais caso eles soubessem, mas ele tinha medo de ser inconveniente, estava iniciando os estudos, não deveria desviar a atenção, e as coroas e parlamentos exigiam uma apresentação formal dos companheiros e companheiras dos herdeiros, mesmo que tudo fosse segredo, o Jeon tinha medo, a coroa tinha um peso e ele não queria acorrentar aquele lindo pássaro azul que lhe transmitia tanta liberdade.

Não muito longe dali, Taehyung se firmava em conversar com Matilda, se segurando para não se esgueirar pela janela e ir visitar o principezinho, será que ele havia terminado de ler a parte da raposa, ele queria tanto saber.

— Mentira, sabe Matilda, o livro é realmente mágico mas eu queria mesmo era ver ele, sinto uma agonia no peito, se eu fosse um tiquinho mais descarado eu pediria pra beijar ele assim como Jimin e Taemin. Ihiii! — o garoto ia batendo os pés em adrenalina e paixão, o pijama já todo amassado, ele só queria poder extrapolar toda a energia de primeiro amor que surgia. — Matilda...como deve ser beijar a pessoa que você gosta? Os búfalos no estômago devem sapatear de tamanco dentro da gente, certeza, certezinha.

O garoto ia fazendo suposições, mas teve o seu monólogo interrompido por seu pai Sombra, que o avisou que tinha alguém o esperando na sala. Se assustou pensando que fosse algo ainda em relação a Daeho, mas os búfalos sapateadores dentro de si o fizeram ter a constatação de que não era nada daquilo que estava pensando.

— Oi, hyung, vim te entregar o livro de química que eu peguei emprestado, lembra?! — Lá estava ele, o jeitinho tímido, os olhos curiosos e o sorriso contido, lá estava ele, a razão de vendavais internos do Kim, lá estava ele, Jeon Jungkook.

— Sei que está quase na hora das crias dormirem, mas vocês se importam de receber Jungkook por alguns instantes enquanto eu busco alguns papéis no centro dos clãs? — Namjoon sorriu enquanto empurrava gentilmente o herdeiro para Junto do Kim, em sinal de que gostaria de conversar a sós com os adultos, e as crias compreendendo foram velozes para o quarto do anfitrião menor. — Vocês devem saber que para eu ter feito tal loucura confio em vocês, certo?

— Tenha certeza de nossa proteção para com o príncipe, vá em paz Sombra, estaremos aqui. — a Beladona da casa respondeu enquanto olhava para o esposo em concordância.

— Certo. Não me demoro. — Namjoon manteve a expressão fechada enquanto reverenciava brevemente o casal, logo se dissipando como sombra no vento frio da noite vigorosa, se sentia um louco por ter soltado Jungkook por alguns minutos, mas era a primeira vez em muito tempo em que o menor lhe fazia um pedido por vontade própria evidente, ele não saberia dizer não, e assim fora feito, confiaria nos aliados, era o único caminho.

Taehyung subia as escadas com uma rapidez perigosa, mas é que a palma de Jungkook na sua, mesmo que protegidas pela luva, o movia como fogo e gasolina, ah sim, eles eram como respectivos de tais elementos, eram como.

Eles chegaram ao quarto do castanho ofegantes, e o Kim virou de costas para a visita, desamassando seu pijama e passando as mãos nos cabelos bagunçados, poxa ele não estava nada apresentável, ele assim quis pensar, mas para o Jeon, o seu hyung estava bonito como sempre, parecia crescer rápido, e aos poucos seus olhos vinham uma bela metamorfose, o tempo correndo.

O garoto de fios castanhos, finalmente se virou para o visitante, sorrindo congelado enquanto passava uma mecha dos cabelos cor de vênus para trás de sua orelha, em sinal nítido de embaraço.

— A que devo a visita ilustre de vossa alteza em minha humilde residência?

— Aish! Pare de brincadeiras hyung, eu vim terminar de ler o pequeno príncipe com você. — o sorriso que dançava junto com os ombros em compasso ritmado, ali naquele quarto se fez, e Taehyung grunhiu internamente querendo ir até ele, lhe agarrar as bochechas fofinhas e lhe dizer com voz verdadeira o quão adorável e bonito ele era.

"Aff Taehyung, porque você não se mexe e fala logo? Ele vai te achar um bocó! Anda!"

— Oh! Mas você fez todo esse esforço? Deveria esperar até amanhã, eu iria até o castelo te ver, como você conseguiu deixar o castelo sozinho? Seus pais deixaram? Como?

— Eles não deixaram não, eu nem perguntei, apenas entrei na van com meu hyung e ele me deixou vir, é um segredo agora. — Jungkook se aproximou do garoto, sentando ao seu lado na cama, olhando curioso todo o quarto, era a cara dele mesmo, dali ele avistou uma redoma de insetos que o castanho encontrava em harmonia e os resguardava ali dentro, também tinha uma pilha desorganizada de livros, uma penteadeira com um espelho bonito, um abajur que parecia ser de família, talvez herança de casamento do senhor Kim, e a cor das paredes era uma mistura de pêssego com laranja, ele não saberia dizer com precisão, mas era definitivamente um reino encantado para um verdadeiro príncipe.

— Oh! Por Cosmos, esse herdeiro tá danadinho ein?! — Taehyung disse enquanto esbarrava propositalmente nos ombros do Jeon que franziu o nariz em um sorriso contido, virando o rosto tamanha timidez, mesmo sentindo muito embaraço ao lado dele, não era incômodo, na verdade era bom e confortável e as graças do garoto de cabelos cor de Vênus era esperada com vivacidade.

— Argh! Não exagere...— sorriu paa os pés em tímidez.— Eu posso usar seu banheiro? — o garoto questionou já se levantando, voltando o seu olhar para cada detalhe do quarto do Kim, era como se um mundo todo morasse ali, e inconsciente seu interior o impelia a fazê-lo, conhecer.

— Claro, pode ir lá! Inclusive, tire o casaco, vai esquentar e não quero que você desmaie na sua primeira rebeldia, a culpa vai vir pra cima mim.

— Não exagere...— o Jeon repetiu sua fala arrastado, já adentrando o comôdo, deixando para trás o herdeiro dos Kim's e seus pensamentos.

— Por Gaia! Matilda, é ele!! Você viu?! É ele o príncipe de que tanto te falo, ele é lindo, né?! Sinto que mais um pouco eu posso morrer de tanto amor. Argh... — o Kim se virou para a pelúcia em euforia, cochichando suas constatações com um sorriso bobo nos lábios. Bobo. — O que devo fazer? Devemos sequestrar ele? Não posso deixar que ele volte para o Castelo, eu queria ele pra sempre aqui, comigo e com você, pensa que lindo?! Que Afrodite me ajude a não explodir em loucura e acabar falando o que não devo.

— Hyung, como você colou aqueles peixinhos no box? Ficou muito legal!

— Na verdade foram meus pais que trouxeram pra cá, eu também gostei.— o Kim respondeu ofegante enquanto jogava Matilda de qualquer jeito, torcendo para que o garoto não tivesse ouvido a conversa privada.

— Vamos começar? Falta muito pouco e então a gente pode conversar sobre até a hora do meu hyung voltar.

— A gente lê amanhã no castelo Gukkie, já te disse.

— Então...sobre isso...amanhã não poderei te receber e também não irei para a escola dos humanos. — o garoto mordeu os lábios em nervosismo, olhando atento às reações do amigo.

— E porquê não? — o garoto questionou em descontentamento evidente, com toda a sua animação deslizando pelas mãos como água de março correndo pelo rio em saudades e separações.

— Meu pai Beladona foi convidado para um jantar com o prefeito de Daegu e eu vou acompanhá-lo, vai ser algo bom, até pra eu saber como um príncipe age na frente dos humanos governantes, tenho certeza que são diferentes dos humanos da escola.

— Uah!! Que legal, aposto que se os humanos que conhecemos soubessem disso, pirariam o cabeção. É tipo o príncipe governante deles sabe.

— As vezes é louco imaginar que eles não são vampiros e que nós não somos humanos, né?! — Jungkook questionou já pegando o livro nas mãos, mas sendo impedido pelo castanho que o olhou sorrindo com força evidente, sinalizando que ele tinha outra ideia.

— Vamos ler separado, estamos no fim, bem perto da parte em que a raposa aparece, você disse que ela parece comigo, quero que você releia essa parte e pense bem em como pareço com ela, se lermos juntos, você vai ficar com vergonha de dizer o que realmente pensa, por isso você vai escrever o que pensa em uma carta. — o garoto traquina disse olhando para o alto, pensando profundamente sobre o que deveria fazer para justificar sua pretensão. — Ah, sim, você vai escrever na viagem, como se estivéssemos há muito quilômetros de distância, como se mares e oceanos dividissem a gente, mas não a nossa amizade, e então você para um momento sagrado de seu dia, cheio de negócios e pessoas chatas, e você se lembra de seu amigo raposa, humm...— o garoto sorriu pensativo enquanto engatinhava sobre a cama até se aproximar muito perto do príncipe que o olhava assustado e temeroso da distância inexistente ali. — e você se lembrará dos olhos selvagens de seu amigo, do jeito caprichoso, e de outras mais característica que só você vê, porque a beleza mora em você e passa por mim, e então estarei na janela, esperando o sol se pôr para que eu finalmente tenha um lampejo da felicidade que será quando finalmente eu tiver em minhas mãos as palavras que tanto espero.

— Hyung, você é louco.— o garoto respondeu num fôlego só, sentindo o coração parar em suas bochechas.

— Não seja chato Jungkookie, aceite a minha proposta, você não pode fugir do script.

— Que script? Não estamos numa história mágica. — o garoto sorriu enquanto levantava as sobrancelhas em descrença e desafio. Um momento de ousadia.

— É claro que estamos, nessa história todos estão subordinados à minha beleza, você é meu escravo também Jungkookie? — ele se aproximou mais um pouco, seus olhos inquisidores queimaram sobre a pele do escolhido de Cosmos, ele sentiu. — Hum?!

— É-é cla-claro que sou...você sabe que é bonito hyung... — as orbes negras vacilaram para o chão enquanto o castanho se voltava para trás, tomando uma distância respeitosa outra vez, gargalhando e constatando como era divertido brincar.

— Então está decidido, esperarei a sua carta, nobre amigo.

— O que faremos se não vamos ler? — Jungkook suspirou, sentindo a cabeça zunir em tamanho barulho, parecia que estar ao lado do castanho era um perigo que o atraía magneticamente, e não havia como lutar, na verdade, no fundo, o Jeon sequer queria, não se afastaria mesmo que se machucasse, ele ficaria enquanto o Kim estivesse seguro e sorridente, longe do peso de se estar em convivência com a coroa e o amargor que às vezes pode a acompanhar.

— Me pinte, Jungkookie... — Taehyung pôs as mãos no queixo, olhando divertido para o amigo que dobrou o tamanho dos olhos em surpresa.

— Hyung...mas eu nã-...

— Nem tente, eu sei que você sabe desenhar rostos, já vi alguns de seus desenhos no seu quarto, não precisa ser algo muito elaborado, hun?! O que me diz?

— Certo, — o Jeon respondeu rendido.— deite na cama, de barriga pra cima, olhando pra mim. Me dê uma folha em branco e um grafite. — o Kim fez como pedido, afastou Matilda para a cabeceira da cama, já trazendo os instrumentos requisitados pelo príncipe, assumiu rápido a sua posição, vendo o Jeon recostar seu corpo na parede do quarto enquanto analisava bem o rosto do amigo em atenção redobrada.

— Ihihihi!

— Pare de rir, desse jeito vou desenhar seus olhos mais separados do que o normal. — o futuro príncipe repreendeu enquanto franzia a testa, concentrado em criptografar cada detalhe daquela beleza em crescimento, Taehyung aos poucos se tornava um homem, o rosto já alargava sustentando a beleza do maxilar marcado e os lábios afinando para formar um charme de uma juventude imperiosa, Jungkook não conteve um suspiro ao olhar demais e ali se perder, as mãos tremiam o fazendo ter pequenas falhas no traço, mas não importava, toda a graciosidade do castanho não parecia ser afetada. — Não olhe pra mim, olhe para o lado, como se estivesse encarando os seus servos, 'senhor imperador mais lindo do mundo.'

O castanho fez como pedido, ainda soltando risadinhas baixas, o silencio logo veio como canto perfeito para aquele momento, e apesar de amar a experiência de ter os olhos do principezinho em si, Taehyung estava começando a se arrepender do que tinha pedido, naquela posição ele não podia se mexer, não podia fazer graça com o moreninho, muito menos o tocar, estava sentido a agonia, poxa, ele queria estar o mais perto possível, o mais perto que podia chegar do responsável por calçar seus búfalos de tamanco e colocá-los para dançar, ele queria tanto flutuar, naquele sentimento, naqueles fios negros, nos olhos cheios de estrelas, ele queria tudo.

O tempo voa, e salta como pedregulhosos a tilintar quando arremessados sobre a água corrente de um rio, assim foi naquela noite, não se demoraram muito e logo as crias puderam ouvir o timbre marcante do vampiro Sombra, em sinal de que deveriam se separar ali, Jungkook não permitiu que o castanho visse o desenho até que ele tivesse ido, se despediram, sem saber quando poderiam se ver, mas sabiam que até a festa no dia de Sol o moreno estaria em Busan, eles esperariam ansiosos para esse momento, Taehyung sabendo que não poderia tocar o príncipe na frente de seus pais, pediu um abraço de despedida do Jeon antes que pudessem sair daquele refúgio provisório que se tornou seu quarto, e ali, Jungkook se perdendo no cheiro bom e íntimo, tão marcante em seu olfato, sentindo os braços quentes do Kim em seu pescoço, eles se demoraram por um instante que ambos desejaram ser eterno.

— Boa viagem, Gukkie, eu vou te esperar. — a voz abafada e dengosa, o coração do castanho tropeçou, por Gaia, ele não queria ter que deixar ir, ter que não pertencer a aquele abraço que parecia ser tanto o seu lugar, devido e verdadeiro.

— Obrigado hyung, eu vou voltar, aguarde minha carta.

E assim eles desceram, aos olhos dos Kim's era uma amizade inofensiva, que não traria mal algum, pelo menos era o que o pai Sombra de Taehyung acreditava, a senhora Beladona daquela casa tinha suas inseguranças, mas também se esforçava para reunir boas energias, nada daqueles sentimentos estranhos seria verdade, e com um último sorriso de carinho o príncipe fez uma reverência de agradecimento e ao lado de Namjoon ele se foi, e o castanho retornou para seu quarto, suspirando e sentindo o perfume bom dele em si, suave e delicado como ele, apenas ele.

E naquela noite ele sorriu mais uma vez, ao pegar o desenho escondido por Jungkook embaixo de seu travesseiro e ao ver o resultado, seu coração tropeçou feito um cervo filhote pouco habituado com o sustento das pernas, e ele caiu em graça e amor, ao ver seus olhos refletidos no desenho e a legenda deixada em letra cursiva, típica das assinaturas de príncipes:

"Olhos que chamam, os olhos dele."

[...]

Hoseok chegou em casa assim que a Lua alcançou um pouco depois do centro do céu, já era hora da ceia, e sabia que Taeshin estava a sua espera, a mesa posta, a mulher o esperava com um semblante sério, ambos sabiam que o que viria era inevitável.

— Tudo certo por aqui? — ele questionou como de praxe, repousando sua bolsa na mesa, retirando com cuidado o embrulho dos biscoitos e o malote com todos os convites para o festival, incluso a casa do líder do clã Zira.

— Tudo... — Taeshin respondeu com o mesmo tom de frieza olhando atenta os convites na mesa. — Precisamos conversar.

— Vamos comer primeiro, vamos dar graças e sermos gentis com o alimento que se doa, então logo poderemos conversar. — Hoseok não queria se chatear, então tentou respirar e jogar para o fundo de sua mente todo o cansaço, não queria ser desrespeitoso com a mãe.

Em silêncio ele serviu as xícaras de chá com cuidado e zelo, buscou alguns biscoitos, queijo e mel, frutas secas da estação e se sentou de frente para a vampira, cultuando o silêncio-terapia, Taeshin também não ousou dizer nada, não queria ser a vilã da história, era direito dele conversar na hora desejada, não eram estranhos alí.

O chá de canela no fim tinha um gosto amargo, mas o Zira não soube dizer se era de fato o líquido vermelho que trazia tal sabor, os biscoitos eram macios e o angariavam um pequeno pedacinho de paz, o coração que parou de se torturar, ele entendeu que não tinha porquê fugir, era um confronto necessário, que se fez quando ambos depositaram as xícaras por sobre os pires de porcelana, ecoando pelo cômodo um ruído de agouro.

Sinal.

— Você leu a carta-convite?

— Li, e não entendo porque você estava escondendo de mim? Por acaso você acha que não vou? — a Mallus apontou sua primeira desconfiança como o primeiro espinho de uma bela rosa, a ameaça.

— Eu disse isso pra você? Por que está julgando isso?

— Você esconder o convite de mim não é indício o suficiente?

— Está certo,— ele levantou as mãos em rendição.— escondi porque fiquei assustado, mas não quis impor uma decisão sobre você, tanto que trouxe um convite pra nossa casa, você pode ficar com o meu, vá e se divirta.

— Eu não quero um convite seu Hoseok, eu quero um meu, um feito pra Taeshin, eu não quero viver em uma sombra, eu não quero me esconder, eu quero ir celebrar junto com você. Como uma criatura comum. — a mulher pela primeira vez levantou o olhar e ele pôde ver as veias saltadas em irritabilidade, era inevitável, para ambos.

— Você é uma criatura comum?— Hoseok jogou a pergunta, sua agonia e medo o fizeram ser perder nos freios e contrapesos de suas palavras, então ferir ou ser ferido era mera consequência.

— Eu não sou? — os olhos pareciam criar faíscas, mas era a própria consciência dela, apontando o óbvio, ela não era. — Cosmos permitiu que essa merda de clã existisse, isso já não é o suficiente? Tenho que me portar como uma criatura controlada quando nenhum de vocês são? Todos têm bestas como eu, a diferença é que a de vocês se mantém refém em um padrão fútil e a minha não.

— Escuta, se você quer tanto dar continuidade nesse plano... você vai ter que ficar, você não pode ser você lá fora, você e eu sabemos disso, ninguém tá te obrigando Taeshin, mas você vai sair lá fora, vai ser quem você é, vai ser livre e o que farão com você? E o que você fará com eles? — Ele apontou o óbvio, como se mostrasse o pecado de alguém, e talvez fosse esse de fato um pecado, era errado, era pecado Taeshin desejar um mundo onde ela não pertencia.

— O que eu fiz quando te encontrei naquela encruzilhada? Dois mortos de fome, eu te ataquei? O que eu foi que eu fiz contra o 'mero fantoche dos inquisidores'? — a vampira cuspiu as palavras com raiva, sentido todo o corpo ferver em revolta, saber que Hoseok não a achava um ser normal, no fundo a machucou, ela realmente achou que aos olhos dele, tudo podia ser menos veraz.

— A minha origem agora te incomoda? Eu não noto isso quando o 'fantoche' aqui é conveniente pra você e suas fantasias, pra você e sua falta de sensatez. Você tá me usando.

— Claro! Há anos venho fazendo isso, a minha vida toda venho te usando, e isso que tenho que falar pra você se sentir melhor? Por que você quer falar de bom senso agora Hoseok? Você quer me controlar, quer me tornar um cão domesticado, eu sou a vilã agora? É isso? Eu sou um monstro por acaso? Eu não posso me proteger e me conter?

Ela não podia, e Hoseok sabia que ela era um monstro, mas era sua amiga acima de tudo, ele não poderia perdê-la apenas em uma discussão de pontos de vista diferentes. Era equívoco.

— Taeshin...uma coisa é você dizer pra um Zira que não sente fome porque óbvio minha vitae não te desperta, mas nunca testamos isso com Beladonas, o que você me diz? Eu e você sabemos o que vai acontecer. Se fosse pra jogar tudo pelos ares dessa forma, por quê não me avisou? Por que começamos esse circo dos horrores?

A voz dele era irritada, ele não queria dizer aquelas palavras, mas a língua saltou tal qual uma serpente venenosa e já muito veloz dissipava o seu veneno.

— Circo? Toda a merda que vem nos acontecendo é um circo? Você sabe muito bem que se eu pudesse teria mil vezes morrido naquela maldita fogueira do que continuar em mais 200 anos carregando um corpo que não deseja viver, um corpo que não é meu, se eu pudesse eu mesma teria tir-...

— Eu aguento você falar mil besteiras como essas que você anda a dizer, mas se continuar nessa frase específica eu não vou te perdoar, você sabe muito bem disso, em todo esse tempo a gente não precisou de discussões assim pra resolver os nossos problemas, respire.

— Respirar? Eu não quero essa merda, eu digo que você não acredita em uma palavra só que eu me preste a lhe falar, porque estou te dizendo que estou controlada e você ignora isso, o que você quer? Me prender aqui? Eu não sou uma experiência sua Hoseok!!

— Ótimo! Então é assim que você se sente? Eu sou apenas um ser curioso te estudando friamente? Você tá cega novamente, tá se auto-ferindo e quer me ferir também, mas eu não vou te dar espaço, não somos crias.

— Não me venha com essa, são muitos anos alimentando um medo, medo que eu e você precisamos perder, porque se não nunca vamos avançar nisso, sabe, quando a merda toda vier, nós vamos ter que sair lá fora, me responda, você se arrepende de ter me ajudado? Eu juro, se for esse o caso eu pego as minha coisas e vou embora, era definitivamente algo que já deveria ter feito, você não tem culpa dos meus problemas e maldições, mas também não tem controle sobre mim, eu preciso me sentir viva Hoseok, você pode sorrir, pode ter amigos, pode socializar, e eu? O que eu posso fazer? O que eu sou além de uma vampira demoníaca? Você percebe a diferença? Eu sou um indivíduo que desejo ter vida novamente e você é um ser que deseja estar morto, porque você tem chance de ter tudo isso e não faz, é cômodo, se prende aqui como se um Mallus fosse, porque você faz isso?

— Porque eu te amo, é isso o que amigos fazem pelos outros, se algo é pesado, a gente segura junto pra ser mais suportável, e você é um monstro, tanto quanto eu e os demais, a diferença é a necessidade de machucar...e está nítido aqui isso. Você é uma jóia preciosa, você é minha amiga Taeshin, mas tá claro como o sol que essa festa tem algo por trás, o fato dos convites serem rastreados é justamente porque eles sabem que tem um Mallus aqui dentro, eles estão fazendo isso pra que você caia nas mãos deles, é um pressentimento, estou dizendo pra que você...— ele respirou profundamente, passando as mãos de forma agitada nos fios, sentindo o coração rasgar no peito, era mais uma vez ele perdendo alguém? — pra que você não vá, mas a decisão é sua.

Ele empurrou o convite sobre a mesa, recolhendo suas coisas e indo em direção ao corredor da casa, a última palavra havia sido dita.

— Hoseok...

— Acabou a nossa conversa Tae, nada do que você diga, vai tirar o sentimento do pressentimento em mim, e você tá com a razão. Dois pontos convergentes...só tome cuidado.

— Você não vai comigo?

— Eu vou meditar. — foi o que ele disse ao sair pela porta de trás da casa e irromper na selva próxima da residência, deixando para trás um eco de consciência que rugia contra o coração, e a mulher sorriu quebrado, sabendo que era mais um indício de que Mallus não merecia estar sobre a terra, por onde eles passam a dor e o amargo são o destino final,

[...]

Todos os apetrechos estavam prontos, a comissão de vampiras e vampiros que acompanhariam o príncipe em sua visita para Daegu estava organizada a espera de diligências, duas vampiras Adela e um vampiro Ahadi, este representando Euisoo, em conjunto de JungKook e o monarca convidado, era esse o comitê de visita solene, entre Busan e Daegu.

Os carros oficiais saíram da cidade no auge da alvorada, no carro dos príncipes, apenas o motorista era a presença acrescida ali, antes de sair do refúgio, o Beladona optou por ingerir um chá com propriedades relaxantes, assim, mesmo que ouvisse um eco de descontentamento da mãe natureza, ele não despertaria, Jungkook estava ciente disso e por essa razão seus olhos não desviavam nunca do progenitor, atento a qualquer sinal de desconforto.

— O que tanto me olha, senhor príncipe? — Gichan questionou risonho, fechando os olhos devagar, sentindo sobre si, aos poucos os efeitos do líquido outrora ingerido ressoar.

— Quero ver se acho uma ruga. — Jungkook alfinetou, como provavelmente Namjoon faria, e o resultado era o esperado, o príncipe abriu os olhos em choque, a boca aberta em susto pela ousadia daquela cria, era algo inimaginável para si.

— Quem você tá chamando de enrugado Jeon Jungkook?

— Espera, deixe-me achar e então eu direi o nome dele. — o Jeon mais novo respondeu, enquanto tentava se apoiar nos ombros do mais velho, empenhado em averiguar o que pretendia, ainda que o cinto de segurança o atrapalhasse em completar a dita pretensão.

— Aish! Pois pode procurar, não vai encontrar nada. — Gichan levantou o nariz em falsa revolta, enquanto seus dedos já corriam a deslizar cócegas no rebento, que facilmente soltava pelo ar, gargalhadas divertidas e contagiantes, que energizavam todos ao redor, a paisagem pela janela era bonita e resistente, as árvores vestidas de branco anunciavam que em breve a mãe resurgiria com seu ventre fértil em esperança, Yule estava próximo.

— Menino Jeon, acho que vai ser difícil encontrar algo no rosto do príncipe, é límpido como um riacho em pleno Verão. — o motorista acrescentou enquanto sorria pelas graças dadas por aqueles dois, eram tão parecidos e tão abençoados, todos ao redor notavam a áurea diferente que emanava ali. Místico.

— Você está certo, senhor Seung. — o Jeon mais novo respondeu, ainda tentando desviar dos ataques do Beladona. — Mas existe algo que os vampiros não podem esconder, os fios brancos não mentem a natureza. — o rebento voltou a alfinetar, se agarrando ao pescoço do pai enquanto bagunçava os fios bem penteados do mais velho, em vingança pelas cócegas.

— Jeon Jungkook! Me solta! — o príncipe ia dizendo enquanto o motorista e o menor gargalhavam sem parar, quando a cria finalmente o liberou do 'aperto', suas bochechas estavam vermelhas em revolta e calor pelo esforço.

— Quando chegarmos em Busan, pare no primeiro pet shop Seung, vamos devolver essa criatura sem coração. — Gichan respondeu, fuzilando a cria com o olhar, enquanto arrumava as roupas já amassadas por toda a comoção.

— Não pare Seung, ele tá falando da boca pra fora. — o mais novo acrescentou sorrindo em convencimento, correndo suas mãos para acariciar as do mais velho que o afastou em falsa carranca. — Venha aqui minha flor mais bela, era brincadeirinha.

— Arghh! Como pode, tal pai, tal filho, que um raio parta o Sol se não estou vendo uma réplica de Euisoo aqui. — o príncipe voltou a dizer provocando sorrisos verdadeiros nos outros dois, que não podiam negar, Jungkook era Gichan na aparência e determinação, e era Euisoo em personalidade e modo de reagir aos problemas, uma bela mistura, o ser de dois em um.

— Não exagere pai! Anda, me permita cantar para que você descanse melhor, logo estaremos na estrada principal, o senhor deveria descansar, me dê sua mão. — o moreninho o olhou com expressão pedinte, e como Gichan poderia negar algo para aquele que tinha, inconscientemente, seu coração nas mãos? Todo o amor emergia daquele olhar, toda a doçura, o bem, a luz, e gentileza emanava daquele ser, de Jeon Jungkook.

O vampiro sorriu com amor, contemplando aquele que tinha todo a sua admiração, apenas por viver, por fazer viver, Gichan sentiu o peito apertar, sinalizando que ele estava diante de seu amor de alma, seu filho querido, carne de sua carne e sangue de seu sangue, alma da sua alma, vida que veio depois da sua vida com Euisoo, Jungkook era uma extensão do que era bom, o verbo esperado da mãe.

De mãos dadas, o vampiro fechou os olhos e se entregou ao morfeu hipnotizante, que o fez repousar no profundo de sua inconsciência, e aquele timbre doce, o timbre angelical do rebento, cantando belezas da terra, honra ao sagrado ventre, cantorias da alma, próximos, juntos, o príncipe adormeceu, enquanto o menor o observava dormir, velando seu sono, e orando para que Ártemis tivesse a bondade de não o perturbar, quais crueldades o ouvido de um Beladona podia ser testemunha?

A hora voou como o vento a ressoar por sobre as copas das Nogueiras, tão logo os carros oficiais estavam estacionando no espaço reservado para os representantes de cada cidade, uma pequena recepção havia sido montada e toda a Família do prefeito de Daegu aguardava como fiéis anfitriões.

Aos poucos, cada representante das cidades se centralizavam na porta principal de acesso, todos com suas mulheres e filhos de idades diferentes, a última cidade a se apresentar foi a de Busan, quando carros pretos e luxuosos deram o transporte eficaz, tão logo a atenção de todos foram roubadas, quando um a um os participantes da comissão da cidade portuária ia se fazendo presente, sendo os últimos a descerem, Jeon Gichan e Jeon Jungkook, prefeito de Busan e seu herdeiro.

Poder.

Jungkook se manteve de mãos dadas ao pai, coisa que os demais filhos não faziam, sempre se posicionado atrás de seus progenitores, as boas vindas foram dadas e Gichan mantinha um sorriso congelado como se algo o incomodasse. Os gemidos da mãe já lhe eram alcançáveis.

Em dado momento, uma reunião breve foi marcada na recepção, e assim todos os governantes da cidade tiveram que se reunir privativamente em uma sala adequada, filhos e esposas ficaram na recepção com comidas e bebidas, em uma socialização tão azeda e plástica quanto se pode imaginar, Jungkook não quis interagir, contido em seus pensamentos, imaginando o que fazer para ajudar seu pai e as vozes da deusa, seu barulho mental era tão intenso que ele sequer ouviu o chamado do adolescente que o interpelava curioso.

— Senhor Jeon, aquele rapaz lhe chama. — uma das vampiras Adela o interrompeu, fazendo o herdeiro derramar seus olhos sobre o garoto que mantinha um sorriso no rosto e fogo no olhar.

— Olá...Me desculpa, ando meio perdido nos pensamentos. — Jungkook foi cortês ao se aproximar do garoto, o reverenciando como de costume.

— Oi... — o garoto respondeu sorrindo mais ainda, com seus olhos persistentes em fiscalizar aquela figura nova.

— Qual o seu nome? Eu sou Jungkook, é..quer dizer, Jeon Jungkook de...

— De Busan. Eu sei de onde você vem, na verdade arrisco dizer que todos aqui sabem, foi meio que impossível não saber da chegada de vocês com aquela entrada triunfal. — o garoto sorriu olhando todos os participantes do comitê da cidade vampírica. — É um prazer, meu nome é Min Yoongi.

💮

____________________________________

Hey my little pineapples 🍍✨

Olá meus filhinhos 🥳🥳🥳🤗 como estão vossos universos? Hoje é JIMIN Day 🥺 e todo amor deve ser dado pro nosso pinguinho de amor, nosso bbzinhooo lindo do mundo todo. 💕

Eita que esse capítulo tá estilo Mic Drop, tiro porrada e bomba.💥

Mas vamos lá, primeiro de tudo...ELE FINALMENTE CHEGOU, ELE O MEU PERSONAGEM FAVORITO DEPOIS DO GICHAN, ELE, SIMM ELE, MIN YOONGI, gente não tá escrito o tanto que amo ele, amo todos os defeitos e qualidades, não sei o que ele tem pra oferecer pra história, ainda, mas o pouco que sei já me deixa completamente apaixonada por esse bebê, vamos aguardar.

Agora vamos lá, qual a parte favorita de vocês? Gostaram do capítulo?

Tem muita coisa rolando por aqui, teve Taehyung e suas maluquices, a aula dos Elísios que é completamente essencial pro que vem por aí, tbm teve os príncipes, teve Namjoon e Hobi 👀, teve tbm Namjoon e Jungkook em um momento muito lindo 😔, teve Taekook boiolando, teve discussão séria entre o Hobi e a Taeshin e nosso neném humano Min Yoongi. Ufa...

Agora papo sério, por enquanto, os humanos que temos que voltar o nosso olhar é o Jin e Yoongi e por incrível que pareça eles não possuem a mesma função, na verdade são completamente opostos, o Yoongi é um humano que vem pra representar como nós somos, nossos preconceitos, nossa humanidade, ele é literalmente nós na história, já o Jin tem outro caminho pra seguir 🥺, mas vamos aguardar.

Outro ponto aqui, é a discussão da Taeshin e do Hobi, muita coisa que foi dita eles não queriam dizer, mas foi um conflito necessário, aparentemente pode parecer que a Taeshin foi egoísta, mas a premissa é "Se coloca no lugar dela por 5 minutos." Juro, é um momento onde mesmo que ela vá pra dentro da floresta e desperte a besta, esse 'sufocamento' não vai passar pq ela tem muitas amarras ao redor e internamente, e o Hobi tadinho, só quer ajudar, mas tbm tá com a cabeça cheia de culpa, medos e incertezas, foi o que ele disse, é inviável discutir, mas foi cruel da parte da Taeshin citar a inquisição, pode não parecer mas Hoseok tem mágoa e não se perdoa, porque enquanto a sua espécie morria, ele estava comendo com o inimigo, é forte e sério demais, mas vamos ver o que vem por aí depois dessa conversa.

Taehyung, definitivamente lhe nomeio o meu personagem mais serelepe de todos até agora, que custa ser mais sensato igual o nosso Tae de COAP? (Mentira, o Tae de COAP é ocioso) mas o fato é que, ninguém para essa cria desmiolada e a gente quer que ele continue hihihi 🤭 tá muito bom ver o príncipezinho surtar de tanto amor skskskksks, o único medo da Noona é que eles estão no início da adolescência, sabe...imagina esses dois no auge dos hormônios? Eu vou ficar louca.

TAEKOOK SE DESENHANDO E SE OLHANDO E SUSPIRANDO DE AMOR SOCORROOOOO EU QUERO TERAPIA TAEKOOK 😭😭

Há!! Deixo aqui uma fotinha do desenho. Quem mais teve um princípio de infarto com esse momento?


Antes de me despedir, pq simmm eu queria falar muitooo, mas ninguém conversa comigo então eu vou retornar pro sítio da minha mãezinha depois do fora que levei no capítulo passado, juro, em todos os anos dessa industria vital essa é a primeira vez que fico sem Yellow hearts, tô respirando por aparelhos gente 😔✊ (momento dramabruxa aqui 🤕🤒🤧)

Brincadeira kk

Então pra encerrar, vou deixar aqui as duas músicas citadas nesse capítulo, e por que isso? O motivo é que elas são extremamente importantes pra história, então ouçam com atenção e analisem a letra, vai ajudar muito a compreender a concepção deles. Lembrando que nenhuma das músicas possui esse contexto 'funebre' a escolha de uma delas foi feita por um dos personagens e a outra a Noona escolheu com base na visão deles.

A música iniura (injusta)

A música ius (justa)

E a galera das teorias, eu tô completamente apaixonada, tem alguns que vão certeiros, outros que beiram a verdade, por favor continuem pq a Noona tá amando ver a mente brilhante de cada um de vcs, obrigada! E continuem a usar a tag #Escarlatetk no twitter, eu tô montando um material informativo sobre aspectos desse universo e vou publicar por lá! Aguardo vcs.

Na atualização passada, um ser mágico que ler minha história, me ofereceu o título de " Senhora das letras dançantes" é claro que sou apenas um broto no meio das palavras, preciso trabalhar pra merecer esse título tão honroso ao lado das minhas fiéis amiguinhas, mas o que acham desse meu novo cargo? Agora posso ser uma menina que dança com as palavras, do mesmo jeitinho que elas fazem dentro de mim quando estou criando, ah esse mundo é tão mágico 🤭🤗🥰

É isso, se tiverem dúvidas podem pergunta que o que tiver no meu alcance eu respondo, e também bebam água, stream nos patrãozinhos, espalhem muito amor por aí e sejam gentis com vcs mesmos.

Fiquem seguros e 💛.

✨✨Com brilhinhos de amor e magia. — Noona.✨✨

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