O Vale dos Anjos - O Torneio...

Od schulai

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A morte tem o poder de separar um amor? Para muitas pessoas, a frase "até que a morte os separe" é a afirmaçã... Viac

#Agradecimentos
#Prefácio
Prólogo - Anúncio
(1) ένα - A morte não é o fim
(2) δύο - Lembranças
(3) τρία - O Julgamento
(4) - τέσσερα - A Última Conversa
(5) - πέντε- A Ameaça
(6) - έξι- As Leis do Novo Mundo
(7) - επτά - Um Cupido Chamado Anne
(8) - οκτώ - O Outro Século XXI
(9) - εννέα - O Torneio dos Céus
(10) - δέκα - O Segredo de Obelisco
(11) - εννέα - Intrusos no Funeral
(12) - δώδεκα - Os Xamãs
(13) - δεκα­τρία - Preparação
Booktrailer do Segundo Arco
Início
(14) - δεκα­τέσσερα - Inscrição
(15) - δεκαπεντε - O Mestre Ramirez
(16) - δεκα­έξι - Subindo o Nível
(17) - δεκα­επτά - O Treinamento para Voar
(18) - δεκα­οκτώ - O Vento que Traz a Tempestade
(19) - δεκα­εννέα - O Natal Solitário
(20) - είκοσι - O Casamento Frustrado
(21) - είκοσι ένα - Fuga
(22) - είκοσι δύο - Duelo entre Pupilos
(23) - είκοσι τρία - A Seleção
(24) - είκοσι τέσσερα - A Cerimônia de Abertura
(25) - είκοσι πεντε - O Misterioso Elemento do Amor
(27) - είκοσι επτά - O Guerreiro Convencido
(28) - είκοσι οκτώ - Ventos Trágicos
(29) - είκοσι εννέα- O Plano de Koltz
(30) -τριάντα - Surpresas e Frustrações
(31) - τριάντα ένα - O Comunicado
Prenúncio
COMUNICADO PARA O LIVRO 2!
LIVRO 2 SAIUUUUU

(26) - είκοσι έξι - Silvester

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Od schulai


Para esse vigésimo sexto capítulo, como não tem luta, vamos com outra trilha. Tensão crescendo, o Torneio começa a mostrar a que veio!

Parados, com a porta aberta e de olhos na direção de Dimítris encontrava-se a imprensa do Paraíso. Quando percebeu a presença dos jornalistas, um repórter, de cabelos brancos e cavanhaque negro lhe fazia a primeira pergunta.

— Estamos aqui com um dos vencedores dos duelos de hoje, o aclamado Dimítris Saloustros! Dimítris, por favor, fale sobre seu estado, está tudo bem com você?

— Sim, estou me sentindo ótimo, mas cansado. Tenho certeza que uma noite de sono e uma boa refeição já me deixarão pronto para a próxima etapa.

Dimítris se preparava para a próxima pergunta quando a imagem na televisão transmitiu outra parte da tabela do Torneio dos Céus. Ali o nome Paolo Patroni se destacou, afinal ele seria seu próximo adversário na segunda etapa dos duelos. Paolo era um ex-soldado combatente da guerra do Iraque, que utilizava o tempo como elemento. Dimítris infelizmente não assistiu a luta de Paolo, pois estava sendo tratado pelos enfermeiros, entretanto sabia que alguém que manipulava o elemento do tempo merecia atenção.

Na outra parte da tabela, outro nome lhe chamou a atenção. Era o nome Silvester Macmilion. Dimítris sentia que havia algo errado com esse rapaz, afinal ele não conseguira ver seu rosto na apresentação dos lutadores e durante seu duelo não conseguiu ter tempo de visualizá-lo. A luta dele seria amanhã à tarde, logo após a luta de Obelisco. Ele tiraria essa dúvida de uma vez por todas.

Dimítris teve alta do hospital momentos antes da luta de Obelisco, um dia após o duelo contra Janine. Ele se dirigiu até o estádio, disposto a acompanhar o combate do amigo e descobrir a verdade sobre Silvester. Ao chegar à porta do estádio, percebeu que algo havia mudado. Diferente das outras vezes em que esteve no Coliseu, agora as pessoas o reconheciam gritando seu nome. Após cumprimentar os novos admiradores, Dimítris se orientou sobre ingressos e como assistir à luta. Foi informado que tinha direito à uma área reservada aos lutadores do Torneio dos Céus, mas queria procurar por Anne. Tentou entender como podia adquirir um ingresso e o preço, mas foi logo relembrado que estava no Paraíso e tudo era sem custos, só precisava encontrar um assento vago que poderia assistir aos combates. Animado, partiu em busca da amiga. Lembrava do que ela havia lhe dito no dia da cerimônia, de que sempre estaria na parte central, nas fileiras centrais. Nem tão próximas da arena e nem tão distantes. E foi justamente nessa parte que ela se encontrava e com um lugar vago ao lado.

Anne, tudo bem com você?

A moça abriu um sorriso o abraçando com força maior do que a de costume.

— Que bom, que bom! Você é incrível! Primeira luta do torneio e um dia depois já está inteirão de novo!

Dimítris se calou. Estava tímido pelo elogio, mesmo tendo consciência do feito.

— E pensar que quando te conheci você quase me destruiu só porque toquei em seu braço. O que me diz desse abraço agora?

— Tonto! — disse ela, rindo. — Você deveria saber que eu estava mentindo naquele momento. Você acha justo proibirem as pessoas de amarem e de demonstrarem carinho uma com a outra?

— Então você está livre para namorar?

O sorriso no rosto de Anne desapareceu. Algo parecia tê-la atingido com aquela pergunta.

— O que você quer dizer com isso?

— Nada não.

Anne e Brian. Algo definitivamente estava acontecendo entre eles.

Dimítris procurou mudar o assunto, até que encontrou algo para perguntar.

— Como o Obelisco está se sentindo?

— Nervoso, mas vai vencer.

Assim que Anne respondeu, Obelisco e o adversário foram recebidos pelo público com palmas. Aurora, a Deusa do Fogo, levantou-se anunciando a luta, comentando sobre os lutadores. Obelisco, no centro da arena, parecia mais nervoso do que o normal. Seria a tensão da estreia?

Assim que os fogos de artifício explodiram no céu, o combate se iniciou. Diferente da luta de Dimítris, o duelo de Obelisco foi mais equilibrado, levando Dimítris e Anne aos berros em determinados momentos. Em um deles, a luta se encerrou. Durante um ataque com água do adversário, Obelisco contra-atacou. Com o auxílio da espada de Tristam, ele criou um terremoto que fez a água do egípcio se virar contra ele próprio. Sem conseguir se levantar, o egípcio foi considerado derrotado. Obelisco se tornava mais um vencedor na primeira etapa do Torneio dos Céus.

— É agora.

Anne olhou para Dimítris, nitidamente surpresa por ele estar atento ao próximo duelo.

— Então você também...

— Sim, eu estou atento. Lembro do rosto do seu amigo e do nome. Não pode ser um homônimo. Você por acaso conseguiu ver o rosto dele na cerimônia de abertura?

— Não... Eu não estava aqui no momento.

Anne estalava os dedos, enquanto Dimítris apertava os dedos da mão, tamanha sua ansiedade.

— Como não estava? Você não viu minha luta?

— Bom, o Brian me pediu um auxílio, pois ele está sem moradia desde que saiu da mansão de Ramirez e...

Brian. Era tudo o que Dimítris não queria ouvir.

— Como é? Um dos momentos mais importantes pra mim, não tenho família, esposa, nada, somente você e Obelisco para torcerem por mim e quando preciso você simplesmente vai ajudar o Brian? É isso que significo pra você?

— Ora, como ousa me acusar dessa maneira? Ele estava precisando de ajuda, tá legal? — Anne se levantou. Seu rosto estava da mesma cor que os cabelos. Ela se dirigiu para a saída do Estádio sendo acompanhada por Dimítris.

— Espere! Anne! — Dimítris tentava argumentar — Só queria que tivesse acompanhado minha luta!

Anne respondeu gritando.

— Não podia deixá-lo sozinho! Já você eu tinha certeza que venceria, tá!

Certeza que venceria? Como Anne sabia disso?

Anne, espera! Por favor!

A cupido continuava irreversível. As pessoas que estavam ao redor paravam suas caminhadas, provavelmente curiosas com o que acontecia entre Dimítris e Anne. Ele finalmente a alcançou, quando esta já estava do lado de fora do estádio.

— O que você quer Dimítris? Não pode me deixar ir embora em paz? Já chega achar que não sou sua amiga, agora vai conferir os meus passos?

Dimítris estava envergonhado. Não deveria agir como uma criança enciumada. Naquele momento se lembrou de Mariah e das brigas que tinham por causa de seu ciúme. Ele havia aprendido a controlá-lo e no último ano não brigara mais com ela, porém com Anne, tal sentimento retornara.

— Me desculpe, está bem? Só fiquei com uma impressão... Sei lá. Mas...

Quando Dimítris estava para argumentar novamente, a voz de Aurora preencheu o estádio chamando a atenção de todo o público.

— Tudo bem. Mas o que Brian precisava, afinal?

Anne contou a ele o problema pelo qual Brian passara assim que saiu da mansão de Ramirez. O americano não queria voltar para a dimensão onde estava e não tinha familiares para quem pudesse pedir ajuda, ficando completamente sozinho. Dimítris sentiu pena de Brian, já que ele no fundo não era uma pessoa ruim, apenas determinado demais. Será que ele e Ramirez se resolveriam algum dia?

— Me desculpe. Apenas queria muito que tivesse me apoiando naquele momento.

— Tudo bem, mocinho. Eu te entendo. Eu também agi de maneira infantil fugindo de você. No fundo você tem razão. Não deveria ter te deixado na mão. Acho que confiava demais na sua vitória.

Novamente a certeza de que venceria.

— Por que diz isso? Como tinha tanta certeza disso?

Anne sorriu pela primeira vez desde que começaram a discussão.

— Ora, mas é óbvio tolinho. Eu conheço a Janine há bastante tempo. Ela quer se tornar uma cupido há alguns anos e a vi algumas vezes no castelo de Sarah. Não sei nem como ela entrou no torneio, para ser sincera.

Dimítris não gostou do comentário e outra discussão a respeito dos poderes de Janine se iniciou. Sabia que era anormal ter vencido da forma que venceu, mas Janine mexera com suas emoções quase o fazendo desistir. Anne estava exagerando e tentando minimizar sua falha em prestigiá-lo, só podia ser isso.

Quando Dimítris e Anne começaram a repetir os mesmos argumentos, a voz de Aurora os interrompeu com um anúncio.

— E a próxima luta será entre Killen Smeltz e Lisbeth Wilstem!

— Que luta é essa? — perguntou Anne.

— Não sei. Achei que seria o... Assim que Dimítris falou, Anne colocou às mãos junto à boca já ciente do que havia acontecido.

Em meio à discussão se esqueceram da luta que estavam ansiosos para assistir. A luta de Silvester.

— Será que ele venceu?

— Não sei, Dimítris. Descobriremos isso mais tarde. Agora não adianta voltarmos ao estádio.

Dimítris concordou. Sabia que teria de treinar para o próximo combate do Torneio dos Céus, por isso se despediu de Anne se desculpando mais uma vez pela discussão. Ele chegou à mansão de Ramirez quando o dia já começava a se tornar noite.

— Olá, mestre, cheguei!

Ramirez estava sentado lendo um jornal. Quando o viu, interrompeu a leitura para cumprimentá-lo.

— Que bom que chegou, garoto! Precisamos treinar para o próximo duelo.

— Sim, estou aqui para isso.

— Antes de qualquer coisa — disse Ramirez — sente-se.

Dimítris estranhou o comportamento de Ramirez. O comportamento do mestre lembrava o de seu pai quando queria ralhar com ele por algum motivo. Ramirez desligou o televisor e dobrou o jornal, ajeitando-se até estar sentado de frente para Dimítris, aparentemente calmo mesmo sem revelar o teor da conversa.

— Aconteceu alguma coisa, mestre?

— Olha, Dimítris, não minta para mim — dizia Ramirez com os dedos entrelaçados e corpo curvado — por que você quer tanto vencer o torneio?

Dimítris olhou para Ramirez não entendendo a pergunta.

— Vi pela última luta que não visa somente ao cargo de semideus. Sua persistência, a forma como encontrou forças para não desistir com o tanto de poder que aquela mulher usou. Qualquer pessoa que luta apenas por um cargo não resistira. Existem motivações maiores, quais são?

Dimítris estava entre a cruz e a espada. Falaria a verdade ou correria o risco de ser expulso do treinamento? Aquela situação o constrangeu, pois não queria ser outro a arrumar briga com o mestre. Imaginava o quanto a deserção de Brian fora ruim, então resolveu abrir o jogo. Se fosse expulso pelo menos seria com a consciência limpa de que fora honesto com o mestre.

— Mestre, serei sincero com o senhor, pois sei que com toda sua sabedoria compreenderá os meus motivos — Dimítris se levantou afastando-se do mestre, indo em direção a uma janela. Não tinha coragem de olhá-lo nos olhos naquele momento, pois sabia que começaria a chorar.

— Eu morri muito cedo em um acidente sabe, mas não queria ter morrido. Para falar a verdade, não estou contente aqui, não completamente entende? Quero muito ver minha esposa, sinto muita falta dela. Quando eu ainda estava vivo, não aproveitei tudo o que poderia — a inevitável luta contras as lágrimas começaram, porém diferente do Torneio, essa luta ele não conseguia vencer — por isso quero vencer o Torneio dos Céus. Quero vencê-lo para poder beijá-la, abraçá-la, sentir novamente a pele dela tocando a minha... Quero voltar à vida para poder tê-la novamente comigo e recuperar o tempo que desperdicei em vida.

Ramirez parecia ouvi-lo atentamente, em nenhum momento se levantando ou fazendo objeção de interrompê-lo.

— Além disso, não consegui encontrar meu pai na dimensão onde ele deveria estar e algumas pessoas me falaram que ele pode ter ficado aqui no Olimpo. Esse também é um dos motivos pelo qual estou participando do torneio

Ramirez finalmente se manifestou.

— E sua mãe, não pensa em procurá-la?

— Não — respondeu Dimítris —, na verdade, ele não é meu pai biológico. Eu apenas fui criado por ele e não tenho vontade nenhuma de saber quem são meus pais verdadeiros.

— Entendo — os pés de Ramirez bateram no chão assim que ele se levantou —, com relação à sua esposa, acho muito bonito e nobre seu sentimento por ela. Querer reaproveitar o tempo perdido, mesmo sabendo das ilegalidades e do risco que está correndo, realmente é um ato de coragem garoto. Saiba que admiro tua vontade e estou orgulhoso de você. Se esses são os seus motivos, sugiro que durma bem, pois amanhã treinaremos pesado! Boa Noite!

Ramirez saiu deixando Dimítris atônito. O mestre havia aprovado seu comportamento e, além disso, estava orgulhoso dele? Isso lhe pareceu muito estranho, pois estava esperando um sermão. Dimítris teve vontade de falar com ele, já que Ramirez parecia ter mais a contar do que o pouco que falara quando o conheceu, mas preferiu descansar deixando-o em paz, afinal a saída revoltada de Brian já havia sido demais para ele.

Dimítris deitou-se no sofá, pensando em Anne, Brian e em seguida, Mariah. Tais pensamentos fizeram com que se distraísse só voltando a si quando o piado de uma coruja lhe chamou a atenção. Assustado, olhou o relógio descobrindo que já era madrugada, por isso ligou o televisor em busca de alguma novidade sobre a luta de Silvester e o Torneio dos Céus, mas naquele momento, apenas filmes podiam ser encontrados. Mesmo no Paraíso, os filmes eram muito semelhantes aos da Terra, deixando Dimítris curioso. No meio da exibição de um deles com a atriz Norma Jeane Mortensen, conhecida mundialmente na Terra como Marylin Monroe, ele acabou se distraindo e cochilando. Se tivesse olhado para trás veria um ser encapuzado que ali permaneceu por toda a noite.

Dimítris acordou mais cedo que o habitual. Sentia-se nervoso com a próxima luta, a revelação de seu segredo para Ramirez, a briga com Anne. Ao descer até a cozinha, encontrou um bilhete de Ramirez informando que não estaria na mansão naquele dia. Sozinho, preparou o café da manhã a base de frutas, disposto a iniciar o treinamento sozinho. Quando se preparava para sair em direção aos fundos da mansão, um toque a campainha chamou-lhe a atenção.

Ao abrir a porta, a segunda surpresa do dia se apresentou. Era Obelisco, que pessoalmente o visitava pela primeira vez.

— Queria que meu mestre tivesse tanto dinheiro quanto o seu.

— Como você está, Obelisco?

Mesmo na sua primeira visita, Obelisco parecia sentir-se em casa. Sem Dimítris convidar, o Anjo Guia de Enterro invadiu a sala da mansão, sentando-se em frente ao sofá e ligando o televisor.

— Estou bem. Apenas com saudades da minha esposa.

Keiko. Obelisco deveria sentir a mesma angústia que ele em relação à Mariah. A vontade de Dimítris era de abandonar o treino e revê-la, mas sabia que isso prejudicaria o objetivo de vencer o Torneio.

— Por que não vai vê-la, então?

— Mas eu o fiz sabichão — retrucou Obelisco —, só que não igual a você.

— Como assim?

— Diferente da sua Mariah, a Keiko não acreditaria se encontrasse um Xamã, um sensitivo, ou mesmo se eu tomasse a forma humana e deixasse um recado no seu celular. Você sabe muito bem disso.

— O que são os sensitivos?

— Aqueles que escrevem cartas ditadas por nós, criatura!

— Mas se ela não acredita o que você fez para vê-la?

— Eu a vi, mas ela não me viu. Simples assim. — Obelisco trocava de canal a todo o momento, mantendo apenas quando algum comercial aparecia.

— E por que então você não toma a forma humana e a visita?

Obelisco interrompeu a mudança de canais.

Dimítris, se as coisas funcionassem do seu jeito o mundo inteiro já teria descoberto a realidade sobre a vida após a morte e as religiões se extinguiriam! Imagina se outra pessoa me descobre além da Keiko. Já parou para pensar nisso?

Dimítris se calou. Obelisco estava certo.

— Você não vê o tamanho do caos quando as câmeras acabam flagrando um de nós por aí? Tudo isso é feito por pessoas que não se contentam com a sua situação atual, igual a você. Eu quero muito rever minha esposa, mas não vou viver na Terra se eu vencer o Torneio, até porque do que adianta vencer para ser preso pelos anjos logo em seguida.

Um silêncio se estabeleceu, só sendo quebrado quando Obelisco sintonizou em um canal onde mostrava a arena do Coliseu. Ali, um jornalista repassava as lutas que aconteceriam no dia.

— Hoje seu melhor amigo irá lutar — ironizou Obelisco referindo-se a Brian. Eles conversaram sobre o americano no dia do início do Torneio e Obelisco concordava com o fato de que Brian era um adversário a ser temido.

— Eu não pretendo assistir ao duelo, Obelisco. Tenho que treinar, pois ao que parece a minha próxima luta será um osso duro de roer.

Ao contrário do que Dimítris esperava, Obelisco não sorriu, mantendo seu olhar à televisão.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntou Dimítris, reparando na mão de Obelisco segurando um jornal.

— O que está fazendo com esse jornal?

Obelisco desligou o televisor virando o rosto e olhando para Dimítris.

— Esse foi o motivo da minha visita. Veja.

Dimítris pegou o jornal da mão de Obelisco, porém jamais imaginou o que estaria escrito na capa.

"Destruição e Selvageria no segundo dia de Torneio"

Curioso, Dimítris leu um pequeno texto que resumia a manchete.

"No segundo dia de Torneio dos Céus, lutas emocionantes, porém violentas foram registradas e infelizmente um participante foi destruído".

O choque das palavras atingiu Dimítris. Quem teria sido destruído? Ele não conseguia interromper a leitura.

"Koltz Schwartzer, manipulador do vento quase destruiu seu adversário, sendo contido pelos Anjos Deuses. Vaiado pelo público, o lutador não demonstrou abater-se com as críticas evitando responder as perguntas do Jornal. Os expectadores já temem pela terceira rodada do Torneio dos Céus, onde poderá ocorrer o duelo entre Koltz e Dimítris, uma das sensações da disputa".

Dimítris olhou para Obelisco já ciente da gravidade da informação. Achava que seu duelo pela segunda fase do Torneio seria complicado, porém o desafio que se sucederia seria muito superior.

— Leia até o final, Dimítris.

Seguindo a orientação de Obelisco, Dimítris leu o restante da matéria não acreditando no que era noticiado.

"A tragédia do dia aconteceu na luta entre Silvester Macmilion e Heikkinen Forssell. Mesmo com diferença notória de poderes, Silvester destruiu seu adversário manipulando o elemento do fogo. Enfurecido, o público tentou invadir a arena, porém foram contidos por voluntários. Indiferente, Silvester não foi encontrado após o duelo, porém os Anjos Deuses afirmaram que todos os participantes do Torneio estão cientes dos riscos e que o fato foi um acontecimento isolado, não passando de um acidente".

As mãos de Dimítris tremiam de nervoso. Como isso poderia ter acontecido?

— Não é possível, isso nunca aconteceu, como? O participante devia ser excluído do torneio e deportado às Oito Prisões — Dimítris procurou por alguma foto de Silvester no jornal, porém não a localizou. Parte de si temia o confronto com um adversário tão poderoso, afinal se fosse destruído, além de destruir seu sonho, destruiria a existência de Mariah, afinal nem no Vale dos Anjos ela o encontraria, o mesmo drama que enfrentava em relação ao seu pai. A outra parte lhe fazia acreditar que seus poderes estavam em evolução e que não devia temer um confronto daqueles. Se Koltz seria o adversário na terceira rodada, então teria que enfrentá-lo e vencê-lo. Vencedores não escolhiam adversários.

Obelisco pareceu perceber o conflito interno de Dimítris. Ele se levantou caminhando na sua direção.

— Fica tranquilo, sensação. Só vim até aqui para que se preparasse e para saber se está tudo bem. Desde sua luta não nos vimos e Anne me disse que vocês chegaram a discutir.

— É — limitou-se Dimítris a responder.

— Ei cara, fica tranquilo! Anne me disse sobre a preocupação de vocês sobre esse tal de Silvester. Por que dessa preocupação com um cara que você nem conhece?

Dimítris também se fazia essa pergunta. Desde o encontro com o mendigo no Brasil, ele passou a temer pelo futuro e pelo que estaria acontecendo nos bastidores do Torneio. Revolta nas Oito Prisões, Anjos Carcerários aparecendo à sua volta na Terra. Tudo o deixa alerta e precavido.

— Você tem razão. Acho que estou supervalorizando a situação.

— Até que enfim, alguém concordando comigo! Muito bem!

Dimítris sorriu. Obelisco era perito em animá-lo nos momentos difíceis.

— Ei amigão, adoraria passar o dia nesse SPA de luxo, mas tenho que treinar também. Só vim para alertá-lo sobre seus adversários e garantir que estava bem. Ah, eu estou bem também viu, já que não fez questão de mencionar.

Dimítris se desculpou, porém, Obelisco pareceu não ouvir, ou fingir não ouvir, pois logo em seguida partiu alçando voo.

Uma visita rápida, porém, fundamental. A partir deagora, levaria o treinamento como preparação para uma guerra. Uma guerra queaconteceria muito antes do que imaginava...



Vídeo Análise + Curiosidades + Easter Eggs: Capítulo 26

E aí, leitor, gostou do capítulo 26? Animados para a segunda luta?

Para o vídeo desse capítulo temos a participação da querida amiga Danielle Braga! Obrigado pelo carinho e amizade de longa data Dani!


Pokračovať v čítaní

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