O Filho do Barão [COMPLETO]

By realezekielczar

11.7K 1.8K 490

Oliver sempre soube muito pouco sobre o pai, sua única informação se resumia ao fato dele ser um estrangeiro... More

Apresentação
Personagens
Capítulo 1 - Uma surra no pátio
Capítulo 2 - Esquina do Medo
Capítulo 3 - Mafiosos que posso chamar de amigos
Capítulo 4 - Vingança por Telefone
Capítulo 5 - O Segredo do Barão
Capítulo 6 - Uma visita indesejada
Capítulo 7 - Encontro com o Passado
Capítulo 8 - Seu lugar é em Artaxia
Capítulo 9 - Um atentado muda tudo
Capítulo 10 - Voo difícil? Bem-vindo à Artaxia!
Capítulo 11 - O cachorro e a Dama
Capítulo 12 - Segredos da Coroa
Capítulo 13 - Segredos de Família
Capítulo 14 - O Falso Nobre
Capítulo 15 - Confusão no Corredor
Capítulo 16 - Encontro de Irmãos
Capítulo 17 - Um Jantar para Recordar
Capítulo 18 - Uma Visita Suspeita
Capítulo 19 - Nova Escola e Velhos Problemas
Capítulo 20 - Boas e Más Companhias
Capítulo 21 - Verdades e Mentiras
Capítulo 22 - Manhã Difícil
Capítulo 23 - Manhã de Calma
Capítulo 24 - Noite Sem Lua
Capítulo 25 - Madrugada de Terror (Parte 1)
Capítulo 25 - Madrugada de Terror (Parte 2)
Capítulo 26 - O Despertar do Caçador
Capítulo 27 - Pecados do Passado
Capítulo 28 - Reencontro
Capítulo 29 - A Escolha
Capítulo 30 - Prisioneiras Ilustres
Capítulo 31 - Mansão em Kiev
Capítulo 32 - Kiev em Chamas
Capítulo 33 - O Cativeiro
Capítulo 34 - Vingança do Rei
Capítulo 35 - Resgatadas
Capítulo 36 - O Carrasco
Capítulo 37 - Antes da Chuva
Capítulo 38 - Parada em Suleyman
Capítulo 39 - Conversa de Irmãos
Capítulo 40 - O convite
Capítulo 42 - Solidão
Capítulo 43 - Dois Pedaços de Bolo
Capítulo 44 - Recomeço
Capítulo 45 - Jantar de Despedida
Capítulo 46 - Volta para Casa
Capítulo 47 - Até Breve
Mensagem Final

Capítulo 41 - A Surpresa

128 28 15
By realezekielczar

Era fim de tarde quando os carros dos convidados começaram a chegar. Ao redor da mansão um batalhão de seguranças inspecionava atentamente cada veículo que adentrava no quarteirão da residência.

Separados da parte principal da casa, militares, nobres e empresários eram guiados até a sala de eventos da mansão. Um grupo de músicos vestidos socialmente tocavam clássicas e orientais folclóricas, embora o som fosse belo ele cumpria uma excelente função, abafar as conversas, tramas e fofocas dos membros de cada grupo social.

De dentro do seu quarto, Oliver já começava a escutar os sons proveniente do salão. Estava ansioso, seria a primeira festa naquele país, a primeira vez que ele e seu pai estariam em público. Além disso Maryna estaria com ele, poderia ser um bom momento para falar com ela a sós.

Depois de algum tempo tomou coragem e colocou o terno, era a primeira vez que usaria uma roupa social. com certa dificuldade pôs a calça, os sapatos e a camisa branca. Se olhou no espelho, ainda conseguia ver o garoto desajeitado do interior, era como se não sentisse ser digno de tudo que a vida estava lhe proporcionando.

Toc, toc toc.

Oliver olhou para a porta do quarto e deparou com Mikhail, seu pai, que o observava com um sorriso no rosto.

— E então garoto, já conseguiu trocar de roupa ou vai precisar de ajuda? — perguntou Mikhail.

— Desculpe, não estou acostumado a esse tipo de evento! — respondeu Oliver.

O barão se aproximou e ajustou o terno e a gravata do filho.

— Não se preocupe, é como qualquer outro tipo de festa, só que com pessoas um pouco mais esnobes.

— Isso foi para me acalmar? — perguntou Oliver.

— Foi uma tentativa... Fui eficiente?

— Não, foi péssimo.

Mikhail se afastou do filho e olhou pela janela do quarto, era possível ver diversos carros estacionados e convidados bem vestidos formando uma filha próximo ao portão principal da mansão.

— Acho que precisamos conversar... — disse Mikhail com um tom formal.

Oliver observa o pai que ao mesmo tempo parecia tão perto e ao mesmo tempo tão distante.

— Já conversamos bastante, Senhor Wong — respondeu Oliver.

— Não. Nós trocamos palavras e propostas.

Mikhail então puxou uma cadeira e pediu para o filho sentar na cama.

Ambos trocaram olhares em silêncio, era a primeira vez que os dois se falariam sem interferência externa.

— O que o senhor tem para dizer? — perguntou Oliver.

Mikhail respirou fundo.

— Quero pedir desculpas se pareci distante todo esse tempo. Eu confesso que ainda não me adaptei à ideia de ser pai.

— Isso eu já percebi — respondeu Oliver com um sorriso que parecia disfarçar a tristeza.

— Não. Desde que perdi minha esposa e passei a me dedicar ao trabalho, fiz coisas difíceis, mas necessárias. Algumas delas eu não me orgulho.

— Eu não entendo, Senhor!

— Eu sei que não... Poucos anos antes de conhecer sua mãe eu era um jovem tímido e trabalhador. Após anos vendo como as pessoas poderiam ser superficiais por causa do dinheiro eu acreditava que nunca conseguiria conhecer alguém que fosse autêntico. Mas um dia conheci, era uma estudante coreana, nos casamos e vivemos uma felicidade breve, até ela ser tirada de mim.

Oliver ficou assustado. Ouvir a informação da boca do pai era diferente, era como se uma correnteza tivesse sido lançada contra ele repentinamente.

— Sinto muito!

— Não sinta, você não tem culpa. Após anos de busca eu puni cada um deles. Apesar disso meu coração continuava vazio, foi quando eu comecei a perder o controle e acabei fazendo algumas besteiras.

Mikhail sorriu para o filho.

— Eu ainda estou aprendendo essa coisa de ser pai e quero você aqui em Artaxia... quero você como filho.

Oliver pareceu contrariado, entretanto Mikhail continuou o discurso.

— Mas se você quiser ir embora e voltar para o seu país de origem, eu jamais vou te culpar. Na verdade me dói fazer isso, mas te libero da sua promessa e autorizo você a voltar com sua avó.

— Então eu poderia voltar para minha cidade natal livremente?

— Sim — respondeu Mikhail — entretanto não seria para sua antiga casa e precisaria manter alguns seguranças por perto.

Oliver pensou em dizer que não era necessário, mas lembrou de Júlio. Não fazia sentido ser orgulhoso demais. Ficava feliz de poder voltar a ouvir o próprio idioma e reencontrar seus amigos... Seus poucos amigos...

— Ficaria muito feliz.

Antes que Oliver pudesse responder, Mikhail continuou.

— Mas se ficar, vai se tornar um Wong e vai aprender sobre esse país. Vou te ensinar o que meu pai me ensinou. E prometo tentar ser um bom pai, talvez cometa erros, mas pretendo tentar diminuí-los. Vai ser o herdeiro da minha casa, do meu poder, e provavelmente do meu título.

Mikhail levantou e caminhou até a porta.

— A propósito, independente da sua resposta essa noite vou apresentá-lo oficialmente como meu filho e herdeiro.

Oliver não sabia o que responder.

— Desculpe, mas é muita informação.

— Imagino, mas eu começaria pelo básico.

— Que seria? — perguntou Oliver.

— buscar a neta da governanta.

Oliver olhou espantado para o pai.

— Bem, ela é sua convidada, não minha, você tem "responsabilidade por todos que você cativa". Não vai deixar uma dama descer sozinha para a festa.

O garoto olhou confuso para o Barão.

— Sério mesmo que você nunca leu o Pequeno Príncipe? — perguntou o Barão com o rosto sério.

— Não, eu estudava em escola pública.

— Mais um motivo para você ficar em Artaxia — disse o barão com um sorriso debochado no rosto.

Mikhail caminhou pelo corredor e desapareceu da vista do filho.


Oliver olhou no relógio e levantou assustado, estava atrasado. Tinha prometido que iria buscar Maryna quase 20 minutos antes.

Correu desesperado tentando não desarrumar a roupa, até que finalmente chegou no quarto separado do resto da mansão. Sentada em uma cadeira Maryna mexia no celular, ao seu lado Dona Elena descansava na cama do quarto hospitalar secreto.

Oliver ficou encantado quando Maryna levantou a cabeça em sua direção, e sua entrada foi tão repentina que deixou a jovem desconcertada.

Tentando tirar o clima tenso, Oliver tentou começar uma conversa.

— Como está sua avó? — perguntou Oliver sussurrando.

— Bem — respondeu Maryna — Só um pouco cansada, ela finalmente dormiu.

— E a sua avó? — perguntou Maryna.

— Bem, só furiosa com o barão — respondeu Oliver com um sorriso.

Maryna pensou nos motivos da fúria de Dona Rute e uma forte culpa assombrou seu coração.

— Obrigada.

— Pelo que?

— Por não ter desistido de nós.

— Na verdade, quem fez tudo foi meu pai e meu tio — justificou Oliver.

— Mesmo assim, obrigada.

Oliver se aproximou de Dona Elena que dormia profundamente. Uma enfermeira de origem indiana se aproximou e fez algumas anotações.

— Conversei com meu pai — disse Oliver.

Maryna ficou tensa e ao mesmo tempo surpresa, era a primeira vez que ouvia Oliver chamar o barão de pai.

— Tudo bem, foi uma conversa agradável.

— E sobre o que conversaram? — perguntou a jovem curiosa.

Apesar de desejar ser honesto, ele não estragaria noite dizendo que o pai havia oferecido a chance dele finalmente voltar para o Brasil. Não faria isso na noite que tinha por objetivo ajudar a esquecer a situação da avó.

— Coisas de homem!

Maryna fingiu estar furiosa com a resposta.

— Vamos?!

— Só um minuto — disse Maryna.

A neta da governanta beijou a testa da avó carinhosamente. Oliver sentiu a dor da jovem, até pouco tempo era ele a pessoa com apenas um parente próximo vivo. Sabia exatamente o que era ficar preocupado com alguém tão importante.

Maryna se despediu da enfermeira e caminhou ao lado do amigo pelo corredor.

Sozinha com ele, Maryna começou a ficar nervosa. Oliver tentava desesperadamente secar a mão no terno. O filho do barão então estendeu o braço e trouxe Maryna para junto de si. A jovem um pouco tensa com a aproximação não conseguia olhar no rosto de Oliver, o mesmo servia para ele.

Caminharam lado a lado, mas quando estavam prestes a entrar no salão uma mulher com um fone grudado na orelha esquerda se aproximou do garoto e afastou a neta da governanta.

— O que está havendo? — perguntou Oliver.

— Você está atrasado, Senhor! — disse a mulher fazendo os últimos ajustes e guiando Oliver pelo braço.

— Atrasado para o que? — perguntou Oliver outra vez.

Maryna confusa parou e observou o jovem ser levado.

Finalmente a mulher parou com Oliver perante uma grande porta de madeira fechada. A organizadora falava freneticamente pelo telefone, como se organizasse alguma coisa grande. Dois seguranças pararam em cada lado e começaram a abrir a porta.

Maryna tentou se aproximar de Oliver, mas a mulher impediu com a mão.

A porta se abriu e todas as atenções voltaram-se para Oliver que surgia em um corredor de rosas. Seu tio, Cassius Wong e a esposa estavam à esquerda do corredor, Mikhail e a surpreendente Dona Rute esperavam à direita.

Uma voz masculina falava no idioma local para todo o salão, palavras que eram um completo mistério para Oliver.

O filho do barão estendeu o braço para a neta da governanta, a guia a contragosto liberou a passagem. Maryna então ficou ao lado de Oliver na frente de todos, a imagem pareceu deixar Cassius um pouco incomodado, mas ele rapidamente pareceu ignorar.

— O que ele está dizendo? — perguntou Oliver para Maryna.

Maryna estava tão assustada com as luzes que Oliver precisou repetir a pergunta.

— Ele basicamente está dizendo: "Feliz Aniversário, Oliver Wong, legítimo herdeiro da Casa dos Wongs. Nós o recebemos com alegria"... Por que não me contou?

— Porque eu não sabia. Na verdade eu esqueci, foi tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que acho que esqueci.

Dona Rute correu e abraçou o neto e sussurrou em seus ouvidos.

— Feliz Aniversário meu neto. Deus te abençoe e te guarde.

Sons de aplausos cobriram o salão, onde dezenas de rostos confusos e curiosos se debatiam tentando olhar Oliver mais de perto.

Em meio a toda confusão Oliver só conseguia pensar em uma coisa. Como conseguiu esquecer o próprio aniversário? 


Continue Reading

You'll Also Like

1.3M 8.7K 5
Matthew Baker é um grande empresário em New York que está sempre em busca de expandir seus investimentos, seu objetivo no momento é dominar o merca...
10.9K 760 35
Luis sempre teve tudo que quer e pegou o seu lado possessivo de seus pais , mas ela não sabia que avia entrado em um lugar que seria difícil pra sai
61.9K 5.9K 11
Depois de seu divórcio um tanto conturbado com a Ayla Ricci, Cabelinho se sente sozinho e meio perdido depois de tudo. Mas isso está prestes a mudar...
3.7K 742 54
Será que tudo que acontece é por que tinha que acontecer ou que existe uma força maior ou alguma explicação cientifica para explicar tais acontecimen...