Até Onde o Amor nos Levar | A...

By Tayh_Souza

17K 2K 2.2K

E se você se apaixonasse pelo seu melhor amigo? Durante quase toda a vida de Cristine, Arthur estava presente... More

Sinopse e Nota
Capítulo 01 - Por água abaixo
Capítulo 02 - Pizza de abacaxi
Capítulo 03 - Perdida em lembranças
Capítulo 04 - O que você pretende com isso?
Capítulo 06 - Contato não premeditado
Capítulo 07 - Nosso primeiro beijo
Capítulo 08 - Sequência de acontecimentos desastrosos
Capítulo 09 - Somos apenas amigos
Capítulo 10 - O que custava sonhar?
Capítulo 11 - Canta comigo?
Capítulo 12 - Amor Platônico
Capítulo 13 - Ele nem é tão atraente assim
Capítulo 14 - Eu também amo você
Capítulo 15 - Você não entende!
Capítulo 16 - Era isso que os amigos deveriam fazer
Capítulo 17 - Eu não sou a única
Capítulo 18 - E se fosse verdade?
Capítulo 19 - Ridícula e inesperada esperança
Capítulo 20 - O que ele diria?
Capítulo 21 - É simples assim
Capítulo 22 - Nem em um milhão de anos!
Capítulo 23 - É agora ou nunca
Capítulo 24 - Ele vai embora
Capítulo 25 - Tudo voltou ao normal
Capítulo 26 - Como nos velhos tempos
Capítulo 27 - Eu te amo
Capítulo 28 - O tempo cura tudo
Capítulo 29 - A coisa ruim sobre sonhar
Capítulo 30 - O que quer que signifique
Capítulo Final
Capitulo Extra
Agradecimentos
Playlist

Capítulo 05 - Morrendo de felicidade

517 63 101
By Tayh_Souza

Desejo a você
O que há de melhor
A minha companhia
Pra não se sentir só
O sol, a lua e o mar
Passagem pra viajar
Pra gente se perder
E se encontrar

Meu Abrigo - Melim

— Aaaaaaaaaaaah – grito em completo êxtase quando a ficha finalmente cai. 

Levanto da cama em tempo recorde e quase voo para os braços do Arthur, que por pouco não se desequilibra e leva nós dois ao chão. O abraço apertado, afundando o rosto em seu peito.

Morrendo de felicidade! É assim que eu me sinto nesse exato momento.

— Ah, minha nossa! — exclamo, me afastando dele e pondo a mão na frente da minha boca, custando a acreditar que eu estou acordada e que tudo não é apenas um sonho. 

Encaro os dois ingressos que ainda estão na minha mão e logo depois encaro Arthur, que me olha com um sorriso de satisfação estampado no rosto. 

— Não acredito nisso! Arthur… Eu… Você… Minha nossa! – Me atrapalho toda, tão animada que mal consigo parar quieta e começo a dar pulinhos sem sair do lugar. — Eu não acredito nisso! – repito, pois parece que meu cérebro deu pane no sistema e apagou todo meu vocabulário.

— Você gostou? – Ele me encara com expectativa.

— E você ainda pergunta? Eu mais que gostei! Eu A-DO-REI!!! – exclamo pausadamente. — Ah, Arthur… – Sinto meus olhos marejarem em pura emoção. — Não acredito que você conseguiu os ingressos! Acho que vou ter um piripaque! — Levo a mão ao coração, sentido ele batendo loucamente dentro do peito.

— Eu imaginei que teria essa reação. – Ele ri.

— Obrigada! – agradeço, me agarrando a ele novamente e ficando nas pontas dos pés para conseguir deixar um beijo em sua bochecha.

E é essa cena que minha mãe encontra quando entra subitamente no meu quarto. 

Me afasto do Arthur, encontrando o rosto confuso e aparentemente preocupado da minha progenitora.

— Ouvi seu grito lá da sala. O que aconteceu? – ela pergunta, e só então noto sua respiração ofegante e sua mão espalmada do lado esquerdo do peito.
 
Talvez minha empolgação tenha sido um pouco alta demais…

Mas esse é um dos dias mais felizes dos meus 17 anos de vida! Qualquer um no meu lugar teria surtado tanto quanto eu.

— Mãe, o Arthur conseguiu ingressos para o show do James Prince! – conto, eufórica.

— Sério? Que incrível, filha! – Um pequeno sorriso se abre em seus lábios, mas ele logo some e ela franze a testa. — Como? Você não disse que os ingressos se esgotaram no mesmo dia que saíram? 

Eu tinha até me esquecido desse fato.

— Onde você conseguiu os ingressos a essa altura do campeonato, Thur? – indago, voltando minha atenção para ele.

— Foi tudo graças a Clara – ele começa a explicar. — Assim que te deixei no shopping hoje mais cedo e cheguei no mercado, ela veio correndo até mim perguntando de você, louca para falar contigo, pois tinha encontrado uma rede social da ganhadora do sorteio dos ingressos e descobriu que ela estava leiloando eles. Você não atendia o celular de jeito nenhum, então eu mesmo negociei com a garota antes que outra pessoa o fizesse.

— A tal Melissa Franca vendeu os ingressos? – questiono, mesmo sabendo a resposta, e ele balança a cabeça em afirmação.

— Aham – confirma. — Ela estava meio que leiloando eles para quem desse a maior quantia.

Não dá para acreditar! Centenas de pessoas participaram do sorteio e estavam doidas para ir ao show (inclusive eu, claro), e a garota tem a chance de ir e faz isso

Não que eu esteja reclamando, longe disso. Na verdade, foi ótimo que ela tenha feito isso, ou então eu não estaria aqui, com os ingressos na minha mão.

— Ai, Arthur. Você é incrível! – Volto a abraçá-lo. Acho que eu nunca vou conseguir agradecê-lo o suficiente. — A gente precisa arrumar as malas, mãe. E torcer para encontrar passagens de avião para esse fim de semana! E também temos que reservar quartos num hotel e…

— Cristine, querida, você se esqueceu de um pequeno detalhe – minha mãe interrompe minha fala, e eu não gosto nadinha do tom cauteloso que ela usa. 

Sinto que lá vem bomba.

— O quê?

— Eu me ofereci para ficar com sua avó nesse fim de semana, lembra? – Meu coração erra uma batida. 

Será que nada na minha vida dá certo? Fala sério! Quando resolvo uma questão, outra aparece em seguida.

— Não pode trocar de lugar com alguém? – peço, implorando internamente para que a resposta seja sim.

— Bom, eu posso tentar falar com...

— Eu vou com você – a voz de Arthur faz nós duas paramos de falar e encará-lo.

Olho para ele, sem conseguir esconder minha cara de choque.

— Você o quê? – pergunto, tendo a certeza de que eu só posso não ter ouvido direito.

— Eu… posso ir com você, se sua mãe não puder – ele se oferece, em um tom de voz receoso. 

— Mas você odeia as músicas do James! Porque você iria a um show de duas horas dele comigo? 

— Bom, isso é verdade. Mas por você eu faço esse sacrifício. – Encolhe os ombros. — E eu sempre quis conhecer o Rio – acrescenta, abrindo um sorrisinho amarelo.

— É sério? – ele concorda com a cabeça. Eu abro um sorriso maior que o mundo e volto a abraçá-lo, deixando beijos em sua bochecha — Obrigada! Obrigada! Obrigada! — Repito entre um beijo e outro, enquanto Arthur rir da minha demonstração de afeto excessiva.

— Eu não acho que essa seja uma boa ideia – mamãe comenta, acabando com minha felicidade.

— Por que não? – pergunto, me afastando do Arthur.

— Vocês dois são muito novos para viajarem sozinhos, ainda mais para outro estado.

— Mas o Arthur já é maior de idade! – argumento. — E também é a pessoa mais responsável que a gente conhece, você bem sabe disso, mãe – acrescento, e quando vejo ela mordiscar o lábio inferior, sei que está muito perto de ceder. — Por favor, mãezinha – imploro.  

— Bom, eu… – Faço a minha melhor expressão de cachorro que caiu do caminhão da mudança, tão comum nas garotas dessa casa quando querem alguma coisa. — Ai, Cristine... – Ela suspira, e eu já sei que cedeu. — Acho melhor resolver isso quando o seu pai chegar, e conversar com os pais do Arthur também.

Sorrio triunfante, sabendo que essa viagem já está mais que certa.

Eu sempre tive a certeza que iria nesse show, e agora eu sei que, de fato, não me enganei nem um pouco.

•••

Como eu já imaginava, papai em menos de dez minutos de conversa (e muita persuasão da minha parte) autorizou a viagem. Os pais do Arthur também não exitaram em permitir. Tudo isso, claro, só foi possível porque o Arthur é um garoto super responsável. Em seus 18 anos de vida, quase 19, nunca se meteu em problemas ou deu "dor de cabeça" aos pais.

Logo depois eu fiz questão de ligar para a Clara para agradecê-la por ter entrado nas redes sociais da Melissa Franca na hora certa. A Clara tem 26 anos e é tão ligada na internet quanto eu, tanto que sempre sabe de tudo que acontece ao redor mundo. Sorte minha ela ser assim.

Nesse meio tempo eu também aproveitei para ligar para a Helô e Alice, para contar as novidades, e elas ficaram tão surpresas e felizes quanto eu.

Agora, são quase dez da noite e eu estou sozinha sentada numa das cadeiras da cozinha enquanto meus pais estão na sala vendo um filme de animação com minhas irmãs e o Arthur sumiu desde que tudo foi resolvido com nossos pais.

Estou grudada na tela do notebook há mais de meia hora, tentando resolver tudo para a viagem.

Por sorte, consegui comprar duas passagens para a tarde de amanhã, sexta-feira, no único avião que ainda tinha assentos disponíveis em todo fim de semana – e isso me faz acreditar que a sorte finalmente resolveu ficar do meu lado depois de tantos dias de azar.

O show será apenas no domingo, mas Arthur e eu já combinamos que usaremos os dias extras da viagem para turistar pela cidade maravilhosa e, o melhor de tudo, aproveitar ao menos algumas horas na praia.

Faz séculos que não vou a uma e até já esqueci qual é a sensação daquela areia fofa sob os meus pés.

— O que ainda está fazendo aí? – a voz do Arthur me faz desviar os olhos por um segundo da tela, enquanto vejo ele se sentar ao meu lado na mesa, espiando o que estou fazendo no notebook. — Achei que já tinha conseguido comprar as passagens.

— E eu já consegui – afirmo. — E você não deveria estar em casa, arrumando as malas? – questiono, olhando para ele por cima da tela.

— Já arrumei.

— Mas você saiu daqui a menos de vinte minutos! 

— Tempo mais que suficiente.

— Você não existe, Arthur! – dou risada. Aposto que ele vai levar apenas uma mochila com umas três mudas de roupas. A praticidade dos homens na hora de se arrumar às vezes me assusta, e o pior é que eles ainda conseguem ficar bem arrumados!

O universo facilitou demais a vida dos homens! Eu (e creio que 90% da população feminina também) preciso de, no mínimo, 30 minutos para me sentir dignamente apresentável.  

— E, respondendo a sua pergunta de antes, estou procurando um hotel que fique perto da praia onde vai acontecer o show.

— E já encontrou?

— Sim. Olha esse aqui – viro mais o notebook em sua direção, para que possa ver as fotos disponíveis no site do hotel.

— Parece ser bonito – ele comenta, encarando a tela enquanto desço a página.

— E é. Mas eles cobram uma fortuna! Acho que vou gastar um terço das minhas economias de dois anos só em dois quartos – resmungo, voltando à página para preencher as informações de reserva dos quartos. 

Mas não tenho do que reclamar, o hotel é lindo, seguro, oferece serviço de buffets aos hóspedes sem precisar pagar um extra por isso e fica a poucas quadras da praia onde o show irá acontecer. E eu economizei exatamente para fazer essa viagem com conforto. 

— Por falar em gastar, quanto você pagou pelos ingressos mesmo? – questiono, enquanto estou quase finalizando a reserva do hotel. 

— Por que quer saber?

— Para te pagar a diferença, claro! – respondo o óbvio.

— O quê? Claro que você não vai pagar! – ele diz, indignado, e eu paro de digitar e volto a minha atenção inteiramente para ele.

— Nem começa com isso, Arthur. Esses ingressos devem ter custado bem mais do que o valor justo. E eu que quero ir ao show, não é justo você pagar por eles.

— Eu comprei os ingressos, Cristine, para dar de presente a você. Foi um presente, e presente não se paga. 

— Arthur, você deve ter gastado uma fortuna nesses ingressos…

— Mas valeu a pena para ver a sua cara de felicidade – ele diz, e abre um sorriso, me encarando nos olhos de um modo tão intenso que, de repente, sinto meu estômago gelar.

— Arthur… – tento argumentar, mas ele me corta.

— Nem adianta teimar, pois eu não vou aceitar o seu dinheiro. Vou ficar ofendido se continuar insistindo nisso – sentencia, sem deixar margens para discussões.

— Você é um cabeça dura, não é? – sorrio, clicando em enter no teclado do notebook para confirmar as reservas enquanto ainda o encaro. – Tá, eu não vou mais insistir – dou o braço a torcer, sabendo que ele não vai desistir dessa ideia. — Mas eu vou pagar todos os nossos gastos durante a viagem.

— Por mim tudo bem. – Ele encolhe os ombros. — Eu não tenho mais um centavo mesmo – graceja, e eu só reviro os olhos, dando risada. 

Fecho a tela do notebook e me levanto, me alongando para tentar aliviar a dor nas costas causada pelo tempo sentada. 

— Vou comer alguma coisa e depois vou começar a arrumar a minha mala. Você quer alguma coisa? – ofereço, começando a vasculhar os armários em busca de algo rápido para fazer. Não comi nada além daquela maçã o dia inteiro e agora estou doída de fome.

— Não, obrigado. Quer ajuda para fazer alguma coisa?

— Não! Eu ainda quero estar viva amanhã – brinco, e Arthur me encara com uma cara irritada, me fazendo rir. 

O Arthur é um completo fracasso quando o assunto são dotes culinários. Já perdi as contas de quantas vezes ele já estragou alguma coisa quando inventa de me "ajudar a cozinhar". Foram várias discussões ao longo dos anos por conta de brigadeiros, macarrões instantâneos e pipocas que ele insiste que já aprendeu a fazer, mas sempre deixa virar um carvão.

— Engraçadinha – ele resmunga brincalhão, também se levantando da mesa. — Já que não precisa da minha ajuda, eu vou para casa. 

— Tá. A gente se vê amanhã – digo, abrindo uma das portas de cima do armário e encontrando uma caixa de sucrilhos.

Estou tentando evitar açúcar, mas não estou a fim de fazer nada que dê trabalho, então vou quebrar a dieta só por hoje.

Me estico para tentar alcançar a caixa, mas tudo o que consigo é empurrá-la mais para o fundo do armário. Bufo de raiva e fico nas pontas dos pés, tateando o lugar mesmo sem enxergar nada de onde estou.

De repente, uma mão aparece acima da minha cabeça, alcançando a caixa com facilidade.

— E ainda diz que não quer minha ajuda, não é, baixinha? – Arthur graceja e eu me viro, o encontrando atrás de mim, a poucos centímetros de distância, segurando a bendita caixa. 

— Não sou baixinha; os armários que são altos demais – asseguro.

— Ah, claro! Maldito profissional especializado em montar armários que não segue a norma padrão de altura exigida pela lei! Ele já deveria estar atrás das grades! – ele zomba.

— Você é um idiota, sabia? — murmuro, sem conseguir segurar a risada.

— Apenas um detalhe: um idiota que você ama. — Piscou. Eu sorrio.

— Cris, você… – Meu pai chega na cozinha do nada, mas para de falar assim que nos vê. — Ah, oi, Arthur. Não vi você entrar – comenta.

— Eu entrei pela porta dos fundos – explica, apontando com a cabeça para a porta da cozinha que dá para o quintal, enquanto se afasta de mim e me entrega a caixa de sucrilhos. — Mas já estou indo embora. Até amanhã, baixinha. Tchau, Seu João.

— Até – eu me despeço, ignorando o adjetivo provocativo.

— Tchau – meu pai diz, simplesmente.

Arthur não demora a sair pela porta, fechando-a ao passar. Eu coloco a caixa em cima da mesa da cozinha e caminho até a geladeira, pegando uma garrafa de leite.

Quando me viro para pegar uma tigela no armário, estranho ao ver meu pai ainda parado no mesmo lugar, fitando a porta, todo sério e pensativo.

— Pai? – o chamo e ele desvia os olhos castanhos para mim, parecendo despertar de um transe ao balançar levemente a cabeça. — O que o senhor tem?

— Eu? Nada! – ele diz, pigarreando a garganta, enquanto passa a mão entre os fios de cabelo preto com alguns fios já grisalhos. — Por que a pergunta?

— O senhor estava aí, parado, todo estranho – comento, pegando a minha tigela de louça favorita, que é branca com alguns coraçõezinhos na borda, e derramo o leite dentro dela.

— Impressão sua, filha – ele afirma. — Já resolveu tudo para a viagem? – pergunta, mudando de assunto subitamente.

Acho estranho, mas deixo o assunto de lado e começo a contar sobre o hotel que escolhi enquanto derramo os sucrilhos dentro do leite.

Deve ter sido só impressão minha mesmo. 

A partir do capítulo 07 o livro não terá muitas mudanças, então vou estar repostando com mais frequência. Vou tentar postar ao menos cinco capítulos por semana.

Quem aí está empolgado com o início dessa viagem?

2 Bjs e fiquem com Jesus ♡

Continue Reading

You'll Also Like

14.1K 598 9
⚠️[ Plágio é crime ]⚠️ • Pode conter gatilhos. • Grande parte das imagens serão oficiais do jogo ou fanarts. • Contém spoilers. • Alguns dos fatos/pe...
78.2K 12.4K 56
Rebeca Duarte está mais do que feliz com sua carreira de jornalista, mesmo que tenha que lidar com Vincent Hale, seu parceiro e filho do seu chefe, c...
2.6K 223 32
Nina é uma garota simples e muito espontânea, que ama motos,na faculdade ela conheceu um garoto chamado Pedro que no começo eles não se entendem mas...
193K 23.4K 60
Hermione é uma das singularidades da acolhedora cidade de Aspen. Com vinte anos, dona da sua própria floricultura, amante de livros, mãe de pet e sup...