Casablanca

Oleh hrlena

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Como Bruce Wayne, confuso, com raiva e instável, se tornou um vigilante noturno e conheceu Clark Kent, um hom... Lebih Banyak

here I stand, head in hand
if she's gone I can't go on
feelin' two-foot small

turn my face to the wall

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Oleh hrlena

"There's 52 ways to murder anyone" (Há 52 maneiras de matar alguém) Coringa cantava desafinado, enquanto puxava a faca da garganta de uma mulher já morta, o sangue escorrendo pelo pescoço branco. "One and two are the same" (Uma e duas são as mesmas) ele andava pelos reféns, como se fosse uma performance, apontando o dedo para escolher a próxima vítima.

Um homem de terno arregalou os olhos, apavorado, quando foi solto pelo canivete do palhaço, que logo estava descendo seu rosto.

"And they both work as well" (E ambas funcionam iguais) Coringa soltou uma risada estridente, se deliciando com o desespero, seu rosto branco maquiado cheio de marcas de sangue. "I'm coming clean for Amy, Julie doesn't scream as well" (Estou vindo limpo para Amy, Julie não grita tão bem) o homem foi morto com várias facadas no torso. "And the cops won't list all night" (E os policiais não escutarão a noite toda)

No mesmo instante, uma rajada de vento passou pelo local, as luzes se apagando. Os reféns gritaram com medo, e o Coringa gargalhou. A luz acendeu. Em um dos cantos do teto, um homem vestido de preto e com o rosto coberto se agarrava nas paredes.

"Bats!" o Coringa gritou estridente. "Você veio!" e fingiu limpar lágrimas de emoção. "Estávamos te esperando!" cantou.

Batman não respondeu. Em rajadas de vento, ele desceu e, em segundos, estava socando o Coringa, que gritou em surpresa, ainda em meio a risadas.

Sangue se misturava com a tinta branca, tingindo de vermelho os cabelos verdes. Os reféns, assustados, viravam o rosto. Ninguém conseguia ver o rosto ou os olhos do vigilante, cobertos pelo kevlar.

O Homem-Morcego atacava com violência, os golpes fortes e brutais. Parecia ser movido a ódio. Era desproporcional para o palhaço, de corpo esguio e magro, mas era o vilão quem havia matado crianças, pessoas inocentes e vulneráveis.

"Chega!" uma voz intensa e firme soou pelo depósito. Outra rajada de vento. Todos olharam deslumbrados para a nova figura, menos Batman, que estava de costas e não se moveu. "Solte ele!"

Superman, com seu uniforme azul e capa vermelha, olhos brilhantes que se destacavam e cabelo tão preto quanto a noite, estava imponente, flutuando no ar, os ombros arqueados.

Batman virou-se, olhando por cima. Sem dizer uma palavra, soltou o colarinho do terno roxo do Coringa, que caiu no chão, limpando a boca com as costas da mão.

Superman se aproximou, as sobrancelhas franzidas.

"Eu sinto muito, mas eu tive que intervir."

"Teve?" a voz do Batman estava estável, grossa, sem uma ponta de emoção.

"Você ia o matar!"

Batman olhou para o Coringa que, ainda estirado no chão, gargalhava tanto que chorava.

"Ele não iria morrer."

Superman não respondeu. Em um raio vermelho, usando a supervelocidade, soltou os reféns que, atordoados, levantaram e começaram a deixar o recinto. A polícia os esperava do lado de fora.

"Escute, eu sei que Gotham é sua, mas eles não gostam do que fazemos ou do que somos." Superman falou. "Eu sei que o Coringa deve ser contido, mas violência excessiva só vai piorar."

"Eles temem você" Batman falou com raiva, como se tivesse nojo das palavras. "Um palhaço vestindo uma fantasia, com poder o suficiente para destruir o mundo."

"Entendo que você possa estar com raiva. Eu sinto muito, Batman."

Batman não o respondeu, virando-se de costas, pronto para deixar o local.

"Quando você precisar, é só me chamar. Diga meu nome que eu virei. Eu quis dizer o que eu disse, eles não gostam de nós, precisamos nos ajudar."

Batman virou-se, perigosamente lento, com cuidado, como se medisse o movimento. Ficou frente a frente com o Superman.

"Nunca mais volte a Gotham."

Superman pareceu atordoado, ser olhado nos olhos pelo Batman, o vigilante vestido de preto, sombrio, frio e cruel, que saía apenas a noite.

"Quando precisar." repetiu, dando alguns passos para trás. "Precisa de ajuda para o levar até Arkham?"

Batman não respondeu, virou-se de costas e deixou o galpão. Juntou-se a um grupo pequeno de policiais que conversavam entre si, a viatura ao lado de portas fechadas.

"Batman!" um homem de cabelos castanhos e bigode falou, sorrindo largamente. "Mais um ótimo trabalho, senhor! Não sei o que seria de Gotham sem você!"

"Comissário Gordon." Batman disse, a voz sóbria e séria. "O Coringa será levado para o Asilo Arkham, me certificarei disso."

"Claro, senhor! É para onde estávamos indo!"

O Coringa estava preso no porta-malas, algemado. Estava com a cabeça encostada no banco, olhando para baixo, encolhido. Quando viu Batman, seu olhar se iluminou, abrindo um sorriso amargurado e maníaco.

"Bats! Você veio me ver de novo!"

Batman não respondeu. A viatura saiu rumo ao Arkham, Batman os seguiu com sua motocicleta. Não viu Superman deixando o armazém, ou a cidade.

O caminho até Arkham foi silencioso, todas as ruas vazias, as pessoas em casa com medo.

De longe, podia ouvir gritos e risadas sombrias vindos do hospício.

Desembarcaram em Arkham, Batman vendo a uma certa distância, parado na entrada, enquanto o Coringa era escoltado para dentro.

"Batman?" uma voz feminina o chamou. Ele virou-se para trás.

Uma mulher de estatura pequena vestia um jaleco branco, uma prancheta na mão e óculos de grau. O cabelo loiro claro estava preso em um coque.

"Um prazer conhecê-lo. Sou a doutora Quinzel, responsável pela equipe psiquiátrica que monitora o Coringa. Escrevi uma tese sobre o caso dele no meu doutorado."

Batman manteve-se com o mesmo semblante.

"Admiro o seu trabalho." ela prosseguiu. "Ainda que eu perceba alguns traumas mal resolvidos nas suas ações."

Bruce corou embaixo do kevlar.

"Vou me manter atualizado sobre seus estudos." respondeu. "Espero que faça um bom trabalho."

"Eu farei." ela sorriu calorosamente.

Ainda desconfortável, Batman virou-se de costas e saiu. O Coringa já estava preso, Superman estava fora de Gotham, seu trabalho estava feito.

Voltou para a Mansão, sendo recepcionado por Alfred. O mordomo ainda parecia triste pelo desaparecimento de seis anos e, depois, por Bruce arriscar a vida todas as noites lutando contra psicopatas. Às vezes, Alfred insistia que Bruce devia ir a terapia mas parava, porque Bruce nunca o ouvia.

O vigilante deixou o uniforme e a motocicleta na Batcaverna. Usou o porão para se equipar com todo tipo de tecnologia moderna e útil. Precisou da ajuda de Lucius Fox, que não se interessou muito na razão pela qual Bruce parecia tão convencido em financiar o Batman. Lucius não se importava, estava mais preocupado no aparecimento inesperado de Bruce e no impacto que teria na Wayne Enterprises.

Ele foi até seu quarto, todas as luzes apagadas pelo caminho. Não se deitou na cama, tomou banho e sentou-se na escrivaninha, puxando inúmeras pastas da gaveta, acionando o alarme para sete horas da manhã, que seria em três horas.

Não se lembrava a última vez que havia dormido. Não importava. Enquanto conseguisse cumprir as responsabilidades de Batman e Bruce Wayne, estaria bem.

Começou a olhar as planilhas de gastos da Wayne Enterprises, os investimentos, relatórios. Não estava com nada do Batman para olhar, era uma regra clara do Alfred: não levar nada de vigilante para fora da caverna.

Com as cortinas fechadas, Bruce nem percebeu o dia amanhecendo até que o alarme tocasse. Cansado, vestiu o terno, a gravata preta e tentou disfarçar as manchas roxas no rosto, resultado de passar a noite lutando contra criminosos. Disfarçar hematomas com maquiagem era o que fazia desde a adolescência, quando se metia em brigas no internato e tentava disfarçar ao voltar para Alfred.

Desceu as escadas e, sem falar com Alfred, deixou a Mansão em um dos carros-esporte. Não fazia sentido. Alfred não aprovava o que ele fazia, e Bruce não deixaria de fazer. Discutir era inútil.

Bruce dirigia rápido, sem olhar para o ponteiro da velocidade. A estrada estava vazia e era sinuosa. Cem quilômetros por hora, cento e vinte, cento e quarenta.

Chegou na Wayne Enterprises e subiu pelo elevador dos fundos, odiava ser reconhecido e rodeado de funcionários no saguão principal. No andar onde trabalhava, aceitou o primeiro café oferecido, preto, sem açúcar e do maior tamanho.

"Parece que mais alguém vai se juntar ao morcego de Gotham" um homem comentou com outro no fundo da sala, enquanto Bruce recebia uma pilha de documentos da secretária. Os dois homens olhavam para uma televisão, onde uma repórter falava ao vivo.

Bruce franziu o cenho e se aproximou com cautela, prestando atenção na televisão.

"É um marco histórico." a repórter falava. "Estamos aqui ao vivo de Happy Harbor, onde se reúnem Superman, Mulher Maravilha, Aquaman, Flash e Lanterna Verde. Eles anunciam uma parceria chamada Liga da Justiça, que promete proteger a sociedade humana e o planeta Terra. Agora de volta aos estúdios, discutiremos qual a legalidade dessa parceria e o que ela implica."

Bruce apoiou o copo de café com cuidado na mesa e cruzou os braços.

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