turn my face to the wall

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"There's 52 ways to murder anyone" (Há 52 maneiras de matar alguém) Coringa cantava desafinado, enquanto puxava a faca da garganta de uma mulher já morta, o sangue escorrendo pelo pescoço branco. "One and two are the same" (Uma e duas são as mesmas) ele andava pelos reféns, como se fosse uma performance, apontando o dedo para escolher a próxima vítima.

Um homem de terno arregalou os olhos, apavorado, quando foi solto pelo canivete do palhaço, que logo estava descendo seu rosto.

"And they both work as well" (E ambas funcionam iguais) Coringa soltou uma risada estridente, se deliciando com o desespero, seu rosto branco maquiado cheio de marcas de sangue. "I'm coming clean for Amy, Julie doesn't scream as well" (Estou vindo limpo para Amy, Julie não grita tão bem) o homem foi morto com várias facadas no torso. "And the cops won't list all night" (E os policiais não escutarão a noite toda)

No mesmo instante, uma rajada de vento passou pelo local, as luzes se apagando. Os reféns gritaram com medo, e o Coringa gargalhou. A luz acendeu. Em um dos cantos do teto, um homem vestido de preto e com o rosto coberto se agarrava nas paredes.

"Bats!" o Coringa gritou estridente. "Você veio!" e fingiu limpar lágrimas de emoção. "Estávamos te esperando!" cantou.

Batman não respondeu. Em rajadas de vento, ele desceu e, em segundos, estava socando o Coringa, que gritou em surpresa, ainda em meio a risadas.

Sangue se misturava com a tinta branca, tingindo de vermelho os cabelos verdes. Os reféns, assustados, viravam o rosto. Ninguém conseguia ver o rosto ou os olhos do vigilante, cobertos pelo kevlar.

O Homem-Morcego atacava com violência, os golpes fortes e brutais. Parecia ser movido a ódio. Era desproporcional para o palhaço, de corpo esguio e magro, mas era o vilão quem havia matado crianças, pessoas inocentes e vulneráveis.

"Chega!" uma voz intensa e firme soou pelo depósito. Outra rajada de vento. Todos olharam deslumbrados para a nova figura, menos Batman, que estava de costas e não se moveu. "Solte ele!"

Superman, com seu uniforme azul e capa vermelha, olhos brilhantes que se destacavam e cabelo tão preto quanto a noite, estava imponente, flutuando no ar, os ombros arqueados.

Batman virou-se, olhando por cima. Sem dizer uma palavra, soltou o colarinho do terno roxo do Coringa, que caiu no chão, limpando a boca com as costas da mão.

Superman se aproximou, as sobrancelhas franzidas.

"Eu sinto muito, mas eu tive que intervir."

"Teve?" a voz do Batman estava estável, grossa, sem uma ponta de emoção.

"Você ia o matar!"

Batman olhou para o Coringa que, ainda estirado no chão, gargalhava tanto que chorava.

"Ele não iria morrer."

Superman não respondeu. Em um raio vermelho, usando a supervelocidade, soltou os reféns que, atordoados, levantaram e começaram a deixar o recinto. A polícia os esperava do lado de fora.

"Escute, eu sei que Gotham é sua, mas eles não gostam do que fazemos ou do que somos." Superman falou. "Eu sei que o Coringa deve ser contido, mas violência excessiva só vai piorar."

"Eles temem você" Batman falou com raiva, como se tivesse nojo das palavras. "Um palhaço vestindo uma fantasia, com poder o suficiente para destruir o mundo."

"Entendo que você possa estar com raiva. Eu sinto muito, Batman."

Batman não o respondeu, virando-se de costas, pronto para deixar o local.

CasablancaWhere stories live. Discover now