Uma Nova Vida Real [One Chica...

By RaniGouveia

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"- Não há registros de uma Amanda Rodrigues, em nenhum lugar do mundo... É como se ela não existisse". Amanda... More

Playlist
Personagens Principais
Dedicatória
Trailer
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 30.1
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Epílogo
NOVIDADE!!!

Capítulo 7

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By RaniGouveia

O caminho do quartel até a delegacia foi silencioso. Antônio parecia preocupado, mas também nervoso, Amanda não conseguia decifrar, mas decidiu apenas ficar na dela e esperar.

Quando ele estacionou em frente a delegacia, a garota colocou a mão na alavanca para abrir a porta, mas o homem a impediu, apoiando a mão suavemente em seu braço. Então Amanda parou e se virou para ele, que a olhava fixamente.

— Preciso que olhe nos meus olhos e diga que não está escondendo algo de mim. — Ele pediu firme e quando Amanda não respondeu, Antônio inclinou um pouco a cabeça para o lado e arqueou as sobrancelhas.

— Não estou escondendo nada, Antônio. — Respondeu sem desviar o olhar nem por um milésimo de segundo.

Seu coração acelerado parecia pulsar em todo seu corpo, nervosa com aquela situação que não entendia. O detetive Antônio Dawson sustentou o olhar nos da garota por mais alguns segundos, como se para ter certeza do que via neles.

— Certo. — Disse simplesmente e abriu a porta do carro, saindo em seguida.

Amanda o observou sair e soltou a respiração com força, antes de também sair do carro.

Os dois caminharam lado a lado para dentro da delegacia e subiram para o andar da Unidade de Inteligência.

Amanda logo encontrou Jay e Erin, que estavam no hospital com Antônio uma semana antes. Os dois estavam com olhares tensos e a mulher pareceu repreender Antônio em silêncio.

— Disse que não era para buscá-la. — O sargento Hank Voight saiu de sua sala, falando com raiva para Antônio, como se Amanda nem estivesse ali.

— Não tinha porque ela sair de lá numa viatura! — Antônio rebateu e a garota olhou para os outros dois detetives, à procura de esclarecimento, mas eles não disseram nada.

— Ótimo, é o que vamos descobrir. — Voight mostrou uma pasta para Antônio e passou por ele a passos firmes — por favor, Amanda, vem comigo.

— Você disse que seria uma conversa informal, Voight. — Antônio se adiantou alguns passos e o sargento nem se deu ao trabalho de parar ou olhar para trás.

— Na sala de interrogatório comigo, Erin. — Ele sumiu de vista na direção da sala de interrogatório e Amanda olhou para Antônio, perdida. Tudo que havia nos olhos do detetive, era um pedido de desculpas.

— Vou estar com ela — Erin tocou o braço de Antônio e voltou-se para Amanda — vem comigo, Amanda.

Ela pensou em se recusar, queria sair dali, queria gritar. Mas achou melhor simplesmente seguir a detetive, confiando que estava segura... Eram policiais, parte do trabalho deles era mantê-la em segurança, não era?

Amanda olhou para trás uma última vez, na direção de Antônio, antes de virarem num corredor que dava para a sala de interrogatório. Sentia-se acuada, teriam descoberto quem ela era e seu medo se concretizou? Era alguém ruim?

Assim que entraram na sala, que tinha apenas uma mesa, duas cadeiras e um vidro escuro atrás, a detetive Erin fechou a porta e indicou que Amanda se sentasse. O sargento Voight já ocupava a outra cadeira, de frente para ela, com a pasta que mostrou para Antônio sobre a mesa.

O homem tinha um olhar sério para Amanda, uma sobrancelha arqueada, como se tentasse a entender. Os braços cruzados, em uma posição relaxada na cadeira, a deixavam sem saber como agir. O silêncio pesou e ocupou todos os cantos da pequena sala, fazendo Amanda se sentir desconfortável.

Quando a garota olhou para Erin, esperando que algo fosse dito, Voight arrumou a postura e apoiou os braços sobre a mesa, sem tirar os olhos de Amanda.

— Vou te dar uma chance... — Voight levantou o indicador antes de continuar — tem algo que queira me contar? — Amanda se lembrou da pergunta de Antônio, no carro, e franziu o cenho.

— Alguém pode, por favor, me dizer o que está acontecendo? — Amanda olhou para Erin e depois novamente para o sargento.

— Isso é o que está acontecendo! — O homem abriu a pasta e a virou para ela poder ver o que havia ali.

Os olhos de Amanda arregalaram e sua garganta fechou, aquilo não fazia sentido algum. Uma foto mostrava uma mulher de capuz, apontando uma arma para alguém e logo abaixo, outra imagem um pouco menor, mostrava mais do rosto da mulher. Era ela. Ou alguém extremamente parecida com ela.

— Eu... — ela virou a página com as fotos e encontrou uma ficha criminal, mais uma vez sua foto, ou quem quer que fosse, com seu rosto. — Isso é loucura, não sou eu. — Encontrou os olhos de Voight a encarando e ao virar-se para Erin, apesar dos braços cruzados e a expressão séria, seus olhos demonstravam confusão.

— Vai mesmo continuar com essa farsa? Mesmo vendo que sua máscara caiu? — Voight entrelaçou os dedos sobre a mesa, se inclinando um pouco na direção de Amanda.

— Mas não sou eu! — Sentiu os olhos lacrimejarem e o coração palpitou mais rápido, podia ouvi-lo por todo seu corpo.

— Você estava fugindo, no dia do acidente? — Amanda o encarava, sem resposta, os olhos confusos alternavam entre o olhar inquisitivo do sargento e o conteúdo da pasta, que ela sentia de todo coração não ser sobre ela. — Temos fotos suas, Amanda... Se é que esse realmente é seu nome.

— Não sou eu, sargento... Eu te garant... — se interrompeu antes de terminar a palavra. O que podia garantir àquela altura dos últimos acontecimentos?

— Não pode garantir nada, não é? — um riso sarcástico e rouco saiu de Voight, fazendo Amanda sentir vontade de socá-lo. Algo que com certeza o faria se ele não fosse um policial. Então apenas o olhou, ao mesmo tempo que uma lágrima escorreu, fazendo Erin se aproximar da mesa.

— Se disser a verdade, sua pena será menor. Mas precisamos da verdade. — A voz da detetive era calma e cautelosa, ela parecia estar em cima de um muro extremamente estreito, na dúvida entre acreditar ou não na palavra de Amanda.

— PENA?! — O desespero tomou conta da garota e ela não conseguiu controlar a voz subir alguns tons, ao se levantar apoiando as duas mãos na mesa. — EU JÁ DISSE QUE NÃO SOU EU! — olhou diretamente para Voight — E NÃO, EU NÃO TENHO COMO PROVAR PORQUE SOFRI A MERDA DE UMA ACIDENTE E NÃO LEMBRO DE QUASE NADA!

— NÃO ACHA TUDO CONVENIENTE DEMAIS? — Foi a vez de Voight se levantar da cadeira e subir a voz ainda mais que ela — Depois do acidente, você não se lembra exatamente de detalhes que nos levem a quem você é e de repente um membro de gangue ataca o carro de um detetive... — Voight coloca o dedo sobre o arquivo antes de continuar — e adivinhe só, é uma gangue rival desta foragida e o acidente foi causado porque viram você no carro com o detetive Dawson.

— Não deviam então procurar pelo desgraçado que causou o acidente? — abriu os braços.

— Ele foi assassinado! Mas é claro que vai dizer que não sabe disso, não é? — Voight cruzou os braços, com um olhar desafiador.

— JÁ DISSE QUE NÃO SOU EU! MAS QUE CACETE! — gritou mais uma vez e passou as mãos nos cabelos, virando-se de costas e tentando manter a calma. Precisava provar que não era ela, mas como? Estava de mãos atadas.

— Você será mantida sob custódia preventiva, Amanda. Se quiser contatar um advogado, fique à vontade, é seu direito. — Hank Voight quebrou o silêncio pegando o arquivo sobre a mesa.

— Como é que é? — Amanda se virou, com a voz falha, ao mesmo tempo que Antonio irrompeu para dentro da sala.

— Você não pode prendê-la, não são provas suficientes...

— Não preciso que me diga como fazer meu trabalho, Antônio. — Voight respondeu simplesmente e saiu, deixando um Antônio tensionando o maxilar ao olhar para o chão, sem saber como olhar para Amanda, não querendo encontrar seus olhos assustados. Ele não tinha o que fazer naquela situação.

— São provas suficientes, infelizmente, Amanda. — Erin olhou para a garota que tinha os olhos úmidos. — Se estiver dizendo a verdade, vamos descobrir, te garanto.

Amanda soltou um riso nervoso e balançou a cabeça. Então voltou-se para Antônio, que ainda não tinha olhado para ela, desde que entrou em um rompante na sala de interrogatório. Ele nitidamente não estava feliz com a situação, parecia sem saber como agir, queria olhar em seus olhos e sentir que ficaria tudo bem... Que ele acreditava nela. Precisava que ele acreditasse nela.

— Vou te levar para a cela. — A palavra fez um frio percorrer a espinha de Amanda.

— Não, eu levo ela. — Ouviu a voz de Antônio respondendo Erin e a mulher apenas assentiu, saindo da sala em seguida.

Antônio deu passagem para Amanda e a encaminhou até a cela vazia da delegacia. O caminho até foi silencioso, nenhum dos dois disse qualquer coisa. Amanda virou uma chave de controle automático, não sabia o que pensar. Buscava em algum lugar dentro de sua memória que não passava de uma névoa, por respostas, qualquer coisa que provasse estar falando a verdade.

Olhou para as grades e sentiu um enjoo repentino, não tinha família e muito menos um advogado. As provas eram fotos, como contradizer imagens, quando não se tem a quem recorrer para desmenti-las?

— Acredito em você. — Antônio disse finalmente, depois de trancar a cela.

Então os olhares dos dois se encontraram pela brecha das barras de ferro. Amanda segurou na grade com as duas mãos e deixou as lágrimas escorrerem, se entregando ao choro. Abaixando a cabeça, os soluços vieram em seguida, em um desespero e angústia incontroláveis.

A mão de Antônio cobriu a dela em um toque suave e depois de respirar fundo algumas vezes, Amanda o olhou.

— Vou avisar o pessoal do 51, ver se conhecem um advogado. — Ela apenas assentiu, as palavras parecendo terem sumido — Não vai ficar aqui por muito tempo. — Antônio fez um leve carinho em sua mão antes de afastar, a deixando sozinha.

Antes de chegar na sala da Inteligência novamente, pegou o celular no bolso e ligou para Matt Casey, para informar o que tinha acontecido e pedindo que ele levasse um advogado, porque ela iria precisar.

Respirou fundo e entrou novamente na sala, encontrando Erin e Jay sentados em suas mesas e Hank na sala dele. Pensou em ir até lá, mas acabariam discutindo, era tudo que menos precisava no momento.

— Tem uma cópia do arquivo aí, Erin? — Percebeu Jay olhá-lo pelo canto dos olhos e a mulher entregou uma pasta para ele.

— Acha mesmo que ela está falando a verdade? — Antônio olhou para a detetive Erin Lindsay por alguns segundos, antes de assentir em resposta.

Então Antônio se sentou em sua mesa e começou a olhar os arquivos com atenção, procurando por uma pista. Tinham os dados da gangue que causou o acidente dele e do integrante assassinado. Passou horas mergulhado em arquivos, tentando ligar nomes, dados, qualquer coisa que livrasse Amanda. Mas sempre acabava no mesmo beco sem saída... Ela não tinha álibi para antes do acidente. Não tinham como provar que ela não era a foragida.

— Já te disse que não deve se apegar a informantes, vítimas ou casos. — Hank Voight encostou no batente da porta de sua sala, observando Antônio fazer anotações na lousa onde havia colocado fotos e informações que já tinham.

— Só acredito na inocência dela, Voight. — O sargento assentiu e não disse mais nada, ficando com o olhar distante por alguns segundos.

— Antônio. — Olharam na direção da porta e encontraram Matt Casey, que evitou olhar na direção de Voight. — Trouxe o advogado, como pediu. — O sargento apenas olhou para Antônio e assentiu, como se lhe desse a permissão para fazer o que era necessário.

Voltando para sua sala, Hank apoiou uma mão na mesa e observou seu detetive, Casey e o advogado sumirem de vista. Coçou o maxilar e se sentou em sua cadeira, inclinando o encosto ao soltar o peso do corpo.

Então a imagem de uma pessoa veio à sua mente, um caso que o fez ficar tão cético quando o assunto era se apegar a casos ou vítimas. Um caso sem solução, uma vítima desaparecida e ele sem respostas por anos.

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