MARATONA 4/4
Nós passamos primeiro pra buscar Patrick, depois Sarah e partimos pra formatura. Como a mãe de Alicia não pôde vir, ela convidou Sarinhah e Patrick.
Estacionamos e minha mãe, meu pai e meu padrasto estavam encostados no carro no estacionamento me esperando.
Saltei do carro e em cinco segundos Phelipe estava do meu lado entrelaçando nossas mãos.
Olhei pra ele que me passou confiança com um sorriso pleno e fomos andando até minha família que estavam sem entender nada de mim acompanhada.
— Família, esses são Patrick, Alicia e Sarah, meus amigos. — dei espaço pra eles se cumprimentarem. — E amigos, esses são meu pai, minha mãe e o meu padrasto. — apontei.
— A Alicia nós já conhecemos. — minha mãe disse sorrindo pra ela.
— E o rapaz? Quem é? — meu pai foi perguntando todo grosso.
Quis matar Patrick e Sarah querendo rir.
— Esse é o... é o meu... é o Phelipe. — gaguejei.
— Prazer conhecer vocês! — ele sorriu pra eles e os cumprimentou.
— Mas vocês estavam de mãos dadas, ele é algo seu, Jade? — meu pai insistiu.
Quase que eu tive um infarto ali mesmo. Logo eu, que não queria nada, não queria nem saber de beijar ele, estava assim toda me tremendo.
Phelipe pegou na minha mão a apertando, eu tirei a cara de quem viu fantasma e engoli a seco.
— Nós estamos se conhecendo. — improvisei.
— Se eu me recordo bem... — meu padrasto fez cara de pensativo. — Esse não é o menino que você tá morando?
— Morando? — meu pai arregalou os olhos.
Eu sempre tinha que passar vergonha com minha família. Até hoje eu não tinha atualizado meu pai sobre minhas mudanças, pra ele eu estava na casa das meninas.
— Sim e eu também moro com eles. — Alicia tomou frente me salvando.
Meu pai suspirou aliviado. — Ah bem...
— Nós ficamos sim, ela que não quer nada sério. — Phelipe falou e eu lancei meu olhar fuzilador pra ele.
— Mas filha...
Sarah a interrompeu. — Melhor entrarmos, não? Já está na hora e os formandos precisam estar cedo.
Todo mundo assentiu se recompondo e esquecendo do assunto.
Sussurrei pra ela um obrigada que piscou pra mim e fomos saindo do estacionamento. Que tensão!
PHELIPE
Entramos no salão e caralho, eu sou suspeito em falar porque não entendo porra nenhuma de decoração, mas tava foda.
Tiramos algumas fotos juntos, depois eu tirei com o pessoal do meu curso e procuramos nossa mesa. Disse meu irmão - que viria também - que a formatura dele foi maneira pra cacete e tinha sido nesse mesmo lugar, eu esperava o mesmo.
Tinha uma mesa pra cada família, sendo que Alicia não traria família então nós nos juntaríamos na dela.
Em uma ficou a família da Jade, em duas minha família misturada com a do Matheus e da Duda. E na outra mesa, nós: eu, Alicia, Jade, Patrick, Matheus, Duda. Sarah ficaria com o Bruno, irmão da Duda. Um bololô que nem explicando muito a gente entende.
— Ficou nervosa? — perguntei rindo pra Jade que ainda estava tensa.
— Demais, meu pai é muito chato e minha mãe não contribui. — ela bufou.
— Relaxa, conseguimos enrolar bem. — disse e ela assentiu sorrindo fraco.
Minha relação com a Jade para os outros parecia resolvida, simplesmente amigos que ficavam, mas pra mim não era.
Eu só ainda agia como amigo com ela por saber que ela nunca iria querer levar mais pra frente, ela sempre disse sobre nossa amizade e mesmo quando ela fala sobre brincar com os sentimentos dela, eu não acho que ela sinta algo por mim.
Eu sei que eu sinto. Há uns dois anos atrás eu cheguei a namorar com uma das ex ficantes do meu irmão, a Amanda, eu gostei de verdade dela, mas a mina era muito louca, então terminamos.
Quando conheci Jade me apaixonei pelo jeito dela, óbvio como maneira de falar, mas eu só tinha conhecido minas que ficavam me pressionando, me colocando contra parede em tudo e quando eu a conheci e vi o jeito desprendido dela, eu me identifiquei. Além de ser uma gata do caralho.
— Vish, a cambada chegou. — disse vendo minha família entrando. — Bora lá?
— Ah, melhor eu ficar por aqui. Vai dar atenção a sua família! — ela disse.
Eu queria que ela fosse, mas eu não ia ficar me desgastando toda hora pra tentar trazer mais ela pro lado sentimental da coisa, eu quis conhecer a família dela, ela já conhecia um pouco da minha, mas se não queria se esforçar mais, tudo bem.
Avisei a Alicia e ao Patrick que voltaria e fui até o pessoal.
— Caralho, família veio em peso, né!? — eu ri abraçando Malu, a minha cunhada de lado por conta da barriga grávida gigante.
— Tentei deixar essa criaturinha em casa, mas quem disse? Queria porque queria ver o tio. — Pedro, meu irmão, disse segurando a Analu no colo.
— Ah é? — fiz cosquinha na barriga dela que assentiu sorrindo. — Bora andar menina, vai ficar no colo do papai sempre?
— Sim. — ela balançou a cabeça positivamente e nós rimos.
Dei um abraço no Pierre, meu irmão mais antisocial, mas que nunca deixava de estar presente nas minhas conquistas.
— Esse milagre aí nós não vemos sempre, Pierre em festas. — minha mãe disse fazendo careta.
— Deixa o moleque, mãe. — abracei ela. — Cadê o Rafa? — perguntei do marido dela.
— Tá vindo com o Matheus e Karine. Carro não dava espaço pra todos. E Duda vai vir com os pais e o irmão. — ela explicou e eu assenti.
— Os gêmeos vão vir? — perguntei.
— Só se for pra Karine e o Luan surtarem no meio da festa, né? — Pedro falou.
— É verdade. — ri. — Vou levar vocês pra mesa.
Coloquei eles na mesa ao nosso lado e voltei a me sentar com Jade.
Minha mãe sempre ficava olhando piscando pra mim e olhando pra ela como se dissesse pra eu namorar com ela, ela sempre falava depois que a conheceu na resenha lá na casa dela no dia da tragédia do Daniel.
— Sophia vai vir não, Sarah? — perguntei sentando.
— Não, ficou com o Mike lá na minha irmã. — ela disse e eu assenti.
Os três, Alicia, Sarah e Patrick continuaram o que estavam falando e eu me virei pra Jade.
— Por que tá tão quieta? — perguntei.
— Quieta? Tô nada. — ela disfarçou. — Só estou esperando a festa começar de fato, ainda tá todo mundo chegando.
— Não, você tá tensa, eu sei. — insisti.
— Não tô, lindo. Eu tô bem. — ela fez carinho na minha bochecha.
— Certeza? — perguntei pra confirmar e ela assentiu sorrindo. — Fiquei chateado que você não quis falar com minha família.
— É vergonha. — ela disse enrugando o nariz.
— Acho que isso não é vergonha não, sabia? Acho que você tá é querendo se afastar. — soltei o que tava me guardando.
— Claro que não, Phelipe. Se eu quisesse me afastar de você, eu falava. — disse séria.
— Sei não. — balancei a cabeça negativamente e me virei pra frente.
— Ei!? — ela segurou no meu rosto e virou pra ela. — É sério, tá tudo bem entre nós.
Fiz bico dramático e ela riu selando meus lábios. Não tinha motivo nenhum pra cair em uma dr, eu iria ignorar minhas inseguranças. Tacar o fodase pra isso.
— Ui, meu maridinho chegou. Vou lá! — Sarah avisou.