Endossimbiose | Versão Em Por...

By ElisMariangela

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Donecea Gaxy, uma iátrica determinada, se junta ao ardiloso e charmoso Arkadi Phaga para alcançar o núcleo da... More

Capítulo 1. Pacientes
Capítulo 2. História da Doença Atual
Capítulo 3. Parasitas
Capítulo 4. Emergência
Capítulo 5. Alta
Capítulo 6. Difusão
Capítulo 7. Proteassoma
Capítulo 8. Recaptação
Capítulo 9. Mitocôndria
Capítulo 10. Toxicologia
Capítulo 12. Sepse
Capítulo 13. Hemorragia
Capítulo 14. Nó de Sutura
Capítulo 15. Instinto
Capítulo 16. Descamação
Capítulo 17. Hereditariedade
Capítulo 18. Convergência Evolutiva
Capítulo 19. Cicatrizes
Capítulo 20. Endorfina
Capítulo 21. Linfonodo Sentinela
Capítulo 22. Evolução
Capítulo 23. Cremação
Capítulo 24. Crisoterapia
Capítulo 25. Células
Capítulo 26. Comorbidade
Capítulo 27. Memórias
Capítulo 28. Dor
Capítulo 29. Luto
Capítulo 30. Subcutâneo
Capítulo 31. Olhos
Capítulo 32. Humanos
Capítulo 33. Mãos
Capítulo 34. Medo
Capítulo 35. Ansiedade
Capítulo 36. Pressentimento
Capítulo 37. Tremor
Capítulo 38. Inconsciência
Capítulo 39. Consciência
Capítulo 40. Necrose
Capítulo 41. Cicatrização
Capítulo 42. Sede
Capítulo 43. Ruminação
Capítulo 44. Solidão
Capítulo 45. Fúria
Capítulo 46. Digestão
Capítulo 47. Enterro
Capítulo 48. Fadiga
Capítulo 49. Coração
Capítulo 50. R.E.M.
Capítulo 51. Ouvidos
Capítulo 52. Cura
Capítulo 53. Latência
Capítulo 54. Febre
Capítulo 55. Necrotério
Capítulo 56. Apoptose
Capítulo 57. Metástase

Capítulo 11. Anemia

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By ElisMariangela

Quinto círculo do Império
Distrito de Sangue

Eu não ia matá-lo, obviamente. Mas o que ele tomou não foi remédio.

A primeira dose foi para desacelerar temporariamente o seu coração. Ele desmaiaria em poucos minutos e então eu poderia deixá-lo no mundo mais próximo. Mas talvez a lentidão dos batimentos faria com que o veículo achasse que ele estava morto... Então eu tive de dá-lo o "antídoto".

Fiquei me perguntando quando ele tinha habilitado a destruição da nave caso houvesse a sua... Talvez na noite anterior, só por retaliação caso eu tentasse algo; ou talvez há muito tempo, por guardar naquela nave algo que ninguém mais poderia ter... Até mesmo depois que ele morresse.

Ou talvez fosse mentira. Mas eu não ia tentar descobrir.

Pousamos a nave – ou melhor, a "Hasta" – na periferia de um centro urbano da superfície do mundo onde pousamos, o Distrito de Sangue. Longe da cidade pálida aquele mundo era desértico, mas não ao ponto de que não existir uma loja de conveniências ou outra salpicadas nas margens da estrada.

Entramos em uma delas. Dentro, prateleiras altas se estendiam em um labirinto pelo ambiente apertado, cheias de produtos em pacotes prateados que eu não conseguia adivinhar o que guardavam. Atrás do balcão do caixa uma criatura com quatro pares de braços magricelos e ossos pontudos se projetando abaixo da pele fina encarava o vazio de uma parede como se não estivesse dentro do próprio corpo. Sua pele era pálida e cinzenta e a boca fechada não era suficiente para conter as presas suas afiadas. Eu me perguntava como elas eram quando ele abria a boca... Mas não ia querer descobrir. Seus três olhos imensos em triângulo tinham a cor leitosa de nuvens de tempestade e as pequenas pupilas eram contornadas por feixes vermelhos. Vorrampe era o nome que dávamos para seres daquela espécie, que cheguei a ver algumas vezes no Oásis por sua proximidade com o Distrito de Sangue.

Como se uma bomba fosse explodir a qualquer momento, Arkadi procurou pelo que precisava. Ele juntou precariamente nos braços cinco frascos cilíndricos que emitiam um brilho quase radioativo e os despejou no balcão, acordando a criatura com o movimento. Arkadi se lembrou de algo que tinha esquecido e correu para pegar uma lata de bebida energética. Pelo visto ele também precisava ser abastecido.

– Por que tanto energético? – Não consegui conter minha curiosidade.

– É a melhor arma para lidar com o cansaço de quem não dorme direito a noite.

– E por que você não dorme direito a noite?

Ele deu de ombros, sem saber a resposta – ou sem ligar – e voltou para o balcão.

– Pelo visto estamos com pressa... – Comentei, enquanto o vendedor escaneava calado as nossas mercadorias.

– Esse não é o tipo de mundo para longas visitas. – Arkadi murmurou e me enviou um olhar por sobre o ombro que acordou calafrios em mim. – Dizem que essa terra tem sede... E que, quando os visitantes ficam tempo demais, ela se estica para engoli-los... Todos, até os mais amargos, somem abaixo da superfície e seus gritos se tornam os rugidos que movem o chão... E sua sede puxa os desavisados para o fundo.

Arkadi colocou suas pedras estelares na mesa.

Mas o vorrampe não as pegou.

– Não é o suficiente. – A criatura avisou em sua língua, que soava como se as palavras saíssem arranhando as paredes de seu corpo, tão afiadas quanto os ossos que tentavam despontar pela pele. Eu ia traduzir suas palavras para Arkadi, mas ele já as tinha entendido.

– Quanto mais? – Rosnou.

– O dobro.

Arkadi bufou e perscrutou os bolsos.

– Só falta querer um dos meus rins...

– O que um rim faz?

– Filtra sangue.

– E você está disposto a dar um desses?!

Arkadi quase riu do vendedor, mas tinha medo do que aconteceria se o fizesse.

– Hoje não.

E então colocou as pedras extras sobre o balcão.

– Guarde suas pedras. – O vorrampe rosnou, despertando nas minhas pernas um desejo de correr. – Pode levar os cartuchos se pagar em outra moeda...

Cartuchos? Como aqueles que Arkadi disse que vendia?

– Sem chance.

O humano colocou as mãos nos cartuchos. E então, quando as garras do vorrampe se enrolaram em seu punho e o prenderam no lugar, eu vi que algo estava errado.

A boca do vorrampe se abriu como se pudesse engolir mundos, suas presas, muito mais longas, afiadas e numerosas do que eu tinha imaginado, e ele rugiu, balançando o mundo inteiro embaixo dos meus pés.

Arkadi puxou do bolso uma pistola e atirou contra a criatura, acertando-a de raspão e espirrando seu sangue cinzento pelas paredes.

– CORRA!

E eu já estava fazendo isso.

Avancei para a porta e tentei abri-la, mas outro vorrampe espalmou suas garras nela e a fechou no meu rosto. Ele me encarou como se eu fosse o jantar do noxdiem e suas garras voaram no meu pescoço, mas eu já estava correndo de novo pelo labirinto de prateleiras.

Me esbarrei pelas paredes. As garras do vorrampe raspavam o piso no meu encalço, as gotas de sua saliva espirravam nas minhas costas, o vento de sua expiração aquecia minha nuca e seus rosnados estridentes exigiam que eu parasse, como se minha morte fosse seu direito. Eu ia ser devorada. E por cartuchos?! Não existiam leis nesse mundo?!

E pensar que antes eu já reclamei da Terra.

Quando me dei de cara com Arkadi, percebi que estava correndo em círculos. Os vorrampes nos encurralaram um contra o outro e eu vi o medo nos olhos humanos que me encaravam, me dizendo que eu estava certa em temer. Pelo visto ele estava certo quando disse que teriam muitos monstros no caminho.

Arkadi atirou na direção dos vorrampes e corremos. As feras voaram pelas prateleiras, entortando o metal com suas garras e derrubando os produtos prateados por todo o piso. Em algum momento as garras de um dos vorrampes se cravaram no meu tornozelo esquerdo e o puxaram para trás, me derrubando sobre a pilha de produtos. Os pacotes explodiram embaixo de mim, espalhando para todo lado um líquido viscoso que impregnou minhas roupas de escarlate e meu nariz com um cheiro metálico...

Sangue.

O vorrampe me virou de frente para a sua boca, a escuridão me encarando como um daqueles abismos onde temi cair. Seus dentes como agulhas se aproximaram da minha carótida, vulnerável abaixo apenas de algumas camadas de pele e músculo, pulsando para mostrar exatamente onde meu néctar se escondia. E então o vorrampe avançou sobre o meu pescoço.

Arkadi acertou um tiro na cabeça dele e sua gosma cinzenta caiu no meu rosto enquanto eu gritava. Tentei me levantar, mas tropecei sobre o tornozelo destroçado, explodindo de dor a cada pisada. Arkadi me ajudou a levantar e cambaleamos para a porta. Antes de sair eu enviei um vislumbre por sobre o ombro, vendo o segundo vorrampe sugar tudo que tinha cor no chão até perder o cinza de sua pele e se tornar uma criatura rubra. Seu corpo se expandiu, os dentes se afiando uns contra os outros, sons guturais escapando pelo buraco negro faminto de sua boca e seus olhos, sedentos, mirando em nós. Mas, antes que eu pudesse ver toda a sua transformação, Arkadi me puxou para o lado de fora.

– Eles vão sentir o cheiro do seu sangue. – Ele rosnou, arrancando um pedaço de sua camisa para amarrar no meu tornozelo e parar o cheiro.

– Por que eles nos atacaram?!

– São hematófagos... – Explicou. – A economia deles é baseada em sangue.

– Então turistas não deveriam ser bem tratados?!

Arkadi sorriu, tentando equilibrar meu corpo e os cartuchos.

– Nós somos mais valiosos mortos.

Antes que pudéssemos voltar para a nave, o segundo vorrampe voou sobre Arkadi. Ele caiu no chão e sua arma voou aos meus pés. Voei nela e disparei umas 10 vezes na direção do vorrampe, mas não acertei um tiro sequer. Irritada, a criatura avançou para mim como se já pudesse sentir meu gosto, capaz de arrancar minha coluna do corpo com um movimento só. Quando a fera estava mais perto do que devia, eu finalmente consegui acertar um tiro – por puro acaso – e a criatura caiu no chão, se contorcendo violentamente. Arkadi se levantou e se paralisou, os olhos apavorados em algo atrás de mim.

Me virei devagar...

E vi centenas de vorrampes voando na nossa direção com suas garras a mostra e as bocas abertas prontas para nos mastigar.

– Essa seria uma ótima hora para soltar seu fevino! – Gritei.

– Concordo! – Ele respondeu. Mas nada aconteceu. Não era assim que aquilo funcionava. O fevino deixaria Arkadi estar muito mais perto da morte para decidir gastar sua energia e ajudá-lo (antes que os dois morressem). Nesse ponto eu já não estaria mais viva, provavelmente.

Disparei um tiro patético no vorrampe mais próximo, mas acabei deixando só um buraco no chão da rua. As garras me derrubaram e minha cabeça se chocou contra o piso, despedaçando nele a minha consciência.

• • • ֍ • • •

Quando a consciência voltou para a minha mente eu tentei me mover, mas meus braços estavam amarrados às costas, ao redor de uma pilastra metálica. Pisquei, atordoada, e olhei ao redor. Eu estava em um galpão escuro com uma lâmpada amarelada sobre a minha cabeça. Arkadi estava amarrado do meu lado a uma outra pilastra, mas ele ainda estava desacordado.

Estiquei a perna e o cutuquei com a ponta do pé até que seus olhos se abriram, tão confusos quanto os meus.

– Por que eles não nos mataram? – Ainda.

Arkadi abriu a boca para me responder, mas quando ouviu o som de passos na escuridão, ele repensou e decidiu ficar calado. Os nós de seus dedos nas mãos presas atrás das costas ficaram pálidos. Ele sabia o que estava vindo. Os passos ecoaram pelas paredes do galpão, um a um trazendo algo para nós, e o silêncio no mundo era tão intenso que tudo parecia ter se calado para ouvi-los. Ouvi garras raspando o piso e o espreitar de uma criatura na escuridão, sua respiração nos farejando sem que pudéssemos saber onde estava, mas apenas sentir sua presença.

E então ele surgiu, abaixo do fraco feixe de luz que nos iluminava, uma criatura sólida de músculos e garras afiadas que reluziam como navalhas... E vermelho como perigo puro.

Um vorrampe. Sorrindo para nós como se fossemos um lanche esperado por alguém com muita fome.

– Eu nunca mataria um amigo tão antigo, Phaga. – A criatura sibilou com sua língua rasgada, seus três olhos nos observando atentamente. As pontas de seus ossos não eram tão visíveis quanto as dos outros vorrampes que vimos até agora, porque eles se escondiam atrás de uma pesada camada de músculos e pele túrgida com sangue.

– Korrok...

Arkadi o conhecia?!

As garras do vorrampe se aproximaram do humano e eu lutei contra meus olhos que queriam se fechar para me poupar do que aconteceria com ele, mas então o vorrampe apenas rasgou as amarras que prendiam Arkadi, libertando-o sem nenhuma intenção se fazer o mesmo por mim.

Arkadi não agradeceu como se faz com um verdadeiro amigo, mas recuou, tenso. Será que vorrampes entendiam mesmo o que era um amigo?

– Você trouxe algo para nós? – Korrok indagou e Arkadi engoliu em seco, respondendo em um murmúrio na língua do vorrampe:

– Não dessa vez.

Dessa vez?

Pelo visto Arkadi negociava com vorrampes, além de fevinos. Me arrepiei, ao pensar em todas as outras espécies violentas com que ele podia estar envolvido... E no quão altas eram as chances de nos depararmos com eles pelo caminho – com seus dentes, garras e voracidade em nos devorar.

– Então o que você está fazendo em nosso mundo? – Korrok soltou uma espécie de risada feral. – Sentiu saudade do perigo? Das noites de bebida e homicídio? – Consegui ver o pomo-de-adão de Arkadi subir e descer e isso fez Korrok irromper em uma gargalhada venenosa. – O medo humano é sempre um deleite de se ver...

– Nós viemos abastecer minha nave.

E então eu percebi que os cartuchos não estavam em nenhum lugar para serem vistos, enquanto eu ouvia aquela conversa como se não estivesse ali.

– Achei que seu trabalho o desse o luxo de não ter de pousar em lugar nenhum.

– Não é um luxo.

Korrok não respondeu.

Quando meus olhos caíram em Arkadi, vi nele uma dor que não imaginei que outro ser além de mim tivesse e, antes que eu pudesse falar algo para ele, o vorrampe tornou sua atenção para mim, como se tivesse finalmente percebido minha presença. Seus músculos se contorceram a cada passo que deu na minha direção e os olhos vermelhos se cravaram na pulsação visível sobre minha pele, porque vorrampes eram incapazes de olhar nos olhos se havia tanto sangue abaixo. Me encolhi e tentei me manter estática, como se um movimento meu sequer o instigasse a envolver meu pescoço com seus dentes.

– Nós abasteceremos sua nave. – Korrok ofereceu para Arkadi, sem retirar a atenção de mim. – Se você deixar aqui o que trouxe...

Engoli em seco.

– Ela não é uma das minhas entregas.

– Mas poderia ser. – Korrok se voltou para ele. – Ia ajudar muito mais do que qualquer coisa que você já nos entregou. A sede de nosso mundo é muito maior do que o que vocês viram... Enquanto os Áulicos se banham em fartura. – Me lembrei do que o que o ser centopeia me disse no aterro... Todo e cada grão plantado para alimentar aos soldados dos Áulicos... Mas era pelo bem maior do Império. – Qualquer migalha é uma vitória. E, com essa humana, podemos chegar mais longe.

Por um momento Arkadi não pareceu saber o que responder. Bom saber que me deixar para morrer não era algo que ele tinha certeza em negar. Eu, por outro lado, sabia bem o que dizer:

– Vocês querem meu sangue, certo? – Tomei a atenção de Korrok. – Eu posso fornecer muito mais viva do que morta.

– Por causa da sua medula óssea? – O vorrampe riu. – Sua produção ia ser tão insignificante que te manter viva ia ser um prejuízo, sapiens. – Ele debochou e, por um momento eu tive vergonha do quão pretensiosa minha espécie era ao ponto de se chamar assim, quando, comparada às outras, não chegavam nem perto de ser tão inteligente quanto imaginava. As garras do vorrampe se aproximaram do meu rosto e me tocaram com delicadeza, como se eu fosse preciosa. Tentei me desvencilhar. – Sua morte alimentará nossos filhos; nossos soldados; nosso futuro. E espero que possa nos perdoar por isso.

Era para isso me fazer sentir melhor?

Quando decidi me tornar uma iátrica, jurei ajudar os povos de Ítopis, mas eu não estava imaginando que fosse por meio da minha morte.

Eu vira sua sede, e, por mais que eu entendesse o que o vorrampe estava pedindo de mim, eu esperava que ele entendesse que eu simplesmente não conseguia aceitar.

– Minha medula óssea é modificada. – Soltei. – Eu produzo tanto sangue que vocês poderiam me abrir ao meio e ele nunca ia faltar.

Aquele tinha sido outro aprimoramento que recebi quando entrei no Oásis. Um dos motivos para a construção de um hospital com tantos humanos, como ele um dia tinha sido, era a coleta de sangue, mas nossa produção natural nunca seria suficiente. Então eles tiveram de nos melhorar.

O vorrampe e o humano se encararam, igualmente surpresos.

– Pelo visto você acabou de comprar mais alguns anos de vida, sapiens. – Korrok cedeu, mostrando os dentes afiados em um sorriso que não me deixou muito aliviada.

– Mas ela não vai ficar com vocês.

– Então você espera que nós vamos ajudá-lo sem receber nada em troca? – O vorrampe rosnou, aproximando-se de Arkadi.

– É para isso que servem os amigos.

– Acho que essa palavra se perdeu na tradução.

Vi os punhos de Arkadi se fechando.

– Eu posso fazer algum trabalho para vocês. – Ele ofereceu.

Os dentes de Korrok desabrocharam pelas quinas da boca, na sua tentativa de sorriso.

– Então Arkadi Phaga vai finalmente ajudar de verdade na revolução?

Revolução?

Arkadi me enviou um olhar de canto em uma tentativa de descobrir o que eu estava pensando por meio da minha expressão, mas eu apenas me mantive petrificada.

Nós não tínhamos sido capturados por um mero grupo de vorrampes famintos, mas por rebeldes. Que estavam lutando contra o Aulicado! E Arkadi estava ligado a eles, colocando-se em perigo para ajudá-los e se envolvendo muito mais do que eu imaginei.

– O que vocês querem? – Arkadi rosnou.

O vorrampe sorriu e o envolveu com os braços pontudos, conduzindo-o para fora do galpão.

– Tenho uma ótima missão para você, Phaga... E, enquanto você estiver fora, vamos cuidar muito bem de sapiens.

Engoli em seco.

– E se você morrer? – Gritei para as costas de Arkadi.

Ele me enviou um olhar por sobre o ombro e um abriu sorriso cheio de desafio na curva dos lábios quando me respondeu:

– Então é melhor você ter um plano.

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