THE HOPE • Rick Grimes

By Normaniacos

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Depois de uma longa jornada procurando por alguma esperança, eu o encontrei... O mundo havia acabado, mas eu... More

✓ INTRO
✓ GALLERY
00. PRÓLOGO
01. HUMANO
02. SUICIDA
03. CONTROLE
04. OCEANO
05. ROMÂNTICA
06. COMPANHIA
07. BONS AMIGOS
08. SOB PRESSÃO
09. QUATRO PAREDES E UM TETO
10. FEITOS PARA SOFRER
11. FERIDAS
12. AQUELE MALDITO SORRISO
13. PARAQUEDAS
15. INATINGÍVEIS
16. POR NÓS
17. ANTES DO CAOS
18. NOVO MUNDO
19. OQUE FOI, E OQUE É
20. MEU LAR
21. ENTRELAÇADOS
22. ENTREGUE
23. NAMORADOS
24. SEM FREIOS
25. ATRAINDO CONFUSÕES
26. RUINAS DE UM LAR SEGURO
27. SONHOS
28. HILLTOP
29. A ESCOLHA É SUA
30. BATALHAS
31. LAÇOS DE FAMÍLIA
32. UNI-DUNI-TÊ
33. DE CARONA COM O CAPETA
34. SANTUÁRIO
✓ DESABAFO ANTIGO

14. FIM DO MUNDO

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By Normaniacos

" Do pó vai chegar o momento em que você terá que se erguer acima dos melhores e provar a si mesmo, que seu espírito nunca morre. "

Warriors | Imagine Dragons


* Hope|Alisson

Estávamos na estrada a quatro semanas, as malditas quatro semanas mais difíceis de nossas vidas, não havia comida, não havia lugar seguro não havia nada, e como se não pudesse ficar ainda pior nosso automóvel ficou sem gasolina, Rick sugeriu que passássemos a caminhar e foi oque fizemos afinal não havia outra saída, a maldita estrada parecia não querer nos levar a lugar algum, mas infelizmente era a nossa única opção.

Rick estava caminhando com a pequena Judith em seus braços, sorri ao olhar a maneira como o homem era cuidado com a bebê, ele era um ótimo pai para os seus filhos, além de um ótimo líder para todos nós. Qualquer um via que ele sempre se esforçava para fazer o melhor o tempo todo, até mesmo nas condições atuais que não ajudavam em nada.

Estavamos caminhando lentamente, cansados, exaustos e com muita fome, eu já havia me esquecido a última vez em que havia me alimentado, olhei para Carl e percebi o quanto o menino também estava cansado, ele ainda era só um garoto pequeno tendo que enfrentar todo aquele caos, e então passei a olhar para cada pessoa do nosso grupo, estavam todos horríveis, sujos e certamente o mal odor nos rondava, tentei não pensar no quão ruim eu tambem devia estar, eu nunca havia passado por uma situação tão ruim quanto aquela.
A tontura e o mal estar causados pela fome me fizeram respirar fundo, meu estômago doía como o inferno, tudo oque eu queria era encontrar qualquer porcaria para comer que me tirasse aquele sentimento de vazio.

Aproximadamente duas dúzias de errantes caminhavam atrás de nós, eles ainda estavam a uma boa distância, mas aquilo me deixava extremamente preocupada, nas condições em que eu estava não conseguiria matar nenhum deles, talvez nenhum de nós conseguisse, achei melhor alertar Rick, era melhor enfrentar aquele problema o quanto antes possível, porque em mais algumas horas eu me tornaria inútil, já não me sobravam mais forças.

- Não estamos muito fortes, cuidaremos deles quando for melhor para nós, em um terreno alto com a visão ampla, eles não vão nos alcançar!

- Tudo bem, como você achar melhor!
- Respondi tentando raciocinar melhor, Rick estava certo, oque não era novidade nenhuma, ele quase sempre estava.
Passei a caminhar ao lado do homem, ficamos calados por alguns minutos, até que os resmungos e choros de Judith começaram a ficar mais constantes.

- Ela está com fome.
- Me senti mal ao olhar para a bebê sabendo que a mesma fome em que eu estava a abatia, ela ainda era tão pequena, me senti impotente por não ter nada para oferecer.

- Ela está bem, ela vai ficar bem, todos nós vamos!
- Rick falou enquanto me encarava, percebi que seu rosto havia sumido no meio de tanta barba, cabelo e sujeira, ele estava um caco, mas ainda sim continuava sendo um homem bonito.

- Temos que encontrar água, comida, vou dar uma volta, ver oque eu acho.
- Daryl avisou enquanto passava a arma para o xerife, me senti mal pelo caçador, talvez ninguém tivesse percebido mas eu havia, deis da morte de Beth ele não estava bem, não éramos melhores amigos, mas eu não gostava de vê-lo triste daquela forma, preferia o homem durão e chato de sempre.
Daryl caminhou para a mata e Carol o seguiu, talvez ela conseguisse o fazer voltar ao normal, afinal os dois eram melhores amigos, se ela não desse um jeito naquele teimoso quem daria?

- Ele não está nada bem!
- Aproveitei a oportunidade para alertar Rick, mas ele parecia entender muito bem oque o amigo sentia.

- É, ele não está. Mas ele vai ficar! E você Hope, está bem?

- Sorri com a pergunta do homem, era estranho caminhar ao lado dele, em alguns momentos eu sentia que não havia ninguém em nossa volta, como se fossemos só nós dois embora estivéssemos cercados de pessoas, eu nunca havia sentido nada parecido por homem nenhum, não sabia o quão forte algo assim podia ser.

- Estou dentro do possível, já estive melhor, mas tenho esperanças de que vamos encontrar algum lugar seguro.

- Então você fica? - Perguntou enquanto me olhava e eu sorri, era nítido que Rick me queria por perto, confesso que isso me deixava estranhamente feliz.

- Tenho que ficar, acho que aquela nossa última conversa me mostrou isso, acredito que existe algum lugar seguro no mundo para a gente, e nós vamos encontrar!

- Nós vamos!
- Rick sorriu, e então passou a encarar a estrada quando percebeu que nos olhávamos por tempo demais.

- Tenho uma coisa sua, mas só vou devolver quando encontrarmos o novo mundo, já que Washington náufragou.
- Brinquei enquanto me afastava, vi Rick sorrir por cima do ombro, certamente ele sabia doque se tratava. Me senti ridícula, as vezes eu parecia uma criança de oito anos com minhas brincadeiras infantis, ignorei aquilo afinal eu já havia dito, não havia como voltar atrás.

Algum tempo depois percebi que os mortos estavam cada vez mais perto, talvez porque nós estávamos cada vez mais lentos e cansados, eu já não andava mais, estava praticamente me arrastando pela estrada, a visão embasada me fez tropeçar alguns passos, percebi que todos estavam no seu limite, a sede e a fome estava se tornando perturbadora.

- Está tudo bem Hope?
- Abraham me fez a primeira pergunta em semanas, e ele realmente parecia preocupado, ele me conhecia como ninguém para saber que havia algo errado.

- Sim, eu estou bem.
- Minha voz saiu lenta, a respiração cansada de Carl parecia penetrar por meus ouvidos em um eco, o menino estava tão ruim quanto eu, eu queria dar algum apoio, mas eu não era exatamente a pessoa mais forte momento.
Mais um passo e minha perna pareceu falhar, minhas panturrilhas queimavam, que inferno parecia que estávamos fazendo uma caminhada sem fim, dando uma volta inteira ao mundo. Os barulhos dos mortos cada vez mais perto.

- Ei, temos que parar! Alisson tem que que descansar alguns minutos antes de continuar.
- Abraham praticamente gritou, e todos me olharam como se eu fosse um alienígena. Me senti ridícula.

- Não preciso descansar!
Tentei passar pelo homem, mas ele me deteve, me colocou sentada na beirada de uma pequena ponte em que passávamos, não precisou usar muita força afinal eu já não estava aguentando mais nada.

- Você está com a pressão baixa! Não quero que passe mal por causa de uma caminhada idiota! Já estamos andando a horas sem descanso e sem comer, tem que reconhecer a hora de parar um pouco!
- O ruivo me encarou como a semanas não fazia, ele apenas estava preocupado, e eu apreciava isso, ainda éramos irmãos, sempre seríamos.
Carl se sentou ao meu lado, e então sorriu, percebi o quanto ele estava aliviado por também poder parar.
Meu olhar procurou pelo Grimes mais velho, e sem que eu dissesse nada ele se aproximou.

- Vocês estão bem?
- Se dirigiu diretamente para mim e seu filho, Carl apenas assentiu.

- Eu posso continuar!
- Tentei me levantar mas o xerife segurou em meu ombro me impedindo.

- Abraham está certo, precisamos parar, podemos descansar alguns minutos até os mortos nos alcançarem, eu tive uma idéia que fará a gente se livrar deles, e então a gente pode continuar mais tarde, não quero que ninguém se esforce mais doque o limite!
- Sorri para o xerife, eu tinha a certeza de que tudo daria certo, Rick sempre fazia tudo funcionar!

***

Quando os mortos nos alcançaram, já estávamos todos alinhados apenas esperando para colocar o plano em prática, era simples, apenas esperar na beirada da ponte, e sem precisar matar nenhum errante a gente apenas os empurraria barranco abaixo, quando Rick assentiu com a cabeça começamos a colocar o plano em prática, apenas me desviei de um dos errantes e o mesmo despencou ladeira a baixo, os outros estavam usando da mesma estratégia e tudo estava funcionando até Sasha surtar e querer dar uma de super heroína, a mulher partiu para cima dos errantes como se tivesse força para acabar com todos, sendo que ela mal conseguia parar em pé, foi então que tivemos que intervir e usar o resto de energia que nos sobrava. Com a faca em punho me esforcei para se manter em pé e acabar com o morto que vinha em minha direção, acontece que Sasha estava perto demais, ela mirou no mesmo errante que eu, e acabou acertando uma bela facada em meu ombro direito, a dor me fez empurrar a morena para longe e ela acabou caindo sentada na beira da estrada, Michonne terminou o serviço matando com sua katana dois errantes que ainda nos cercavam, e repreendeu Sasha, a mulher apenas encarou a samurai e então se afastou, enquanto eu ainda segurava o ferimento para tentar estancar o sangue.

- Piranha, ele mal se desculpou pela facada!

- Sangue, fome, sede, sol, tontura.
- Sangue, fome, sede, sol, tontura.
- Sangue, fome, sede, sol, tontura.

Antes que eu caísse no chão, fui amparada pelas mãos do xerife, pisquei duro em seu direção e tudo oque eu enxergava era seu rosto borrado em meio a claridade do sol.
Segundos depois Michonne apareceu com um pedaço de pano que havia tirado de sua própria camisa, apertou o mesmo em meu braço por alguns minutos para fazer o sangue parar, minha visão ainda estava turva, mas eu ainda conseguia ver o rosto do homem, me senti confortável naquela posição, eu poderia tranquilamente repousar ali e tirar um descanso, apenas olhando para ele.

- Hope, consegue me ver?
- Rick perguntou enquanto ainda me carregava e eu sorri, não queria sair dali porém sabia que era necessário.

- Sim, para o seu azar eu ainda não morri, já pode me soltar agora.
- Rick também sorriu enquanto negava com a cabeça e me colocava de volta ao chão.

O sangue já havia parado de escorrer embora o pano ainda estivesse em cima do ferimento, agradeci mentalmente por ter sido apenas algo superficial, mais um pouco e Sasha me arruinaria com aquela facada, eu odiava levar pontos, uma vez Abraham os fez em meu tornozelo depois que eu acabei esbarrando em um metal, a dor das agulhas sem anestesia eram algo que eu não queria relembrar!

- Você está bem? - Rosita se aproximou preocupada, ela sabia muito bem que eu tinha um sério problema com respeito a sangue, foi um desafio e tanto quando eu vi o mundo acabar e o vermelho tomar conta de tudo, eu me senti em um verdadeiro filme de terror, e todos que me conhecem sabem que eu odeio filmes de terror, para o meu azar o mundo acabou se tornando um.

- Eu vou sobreviver!
- Falei enquanto ouvia o barulho do meu estômago aumentar, percebi que certamente eu deveria ter perdido cerca de cinco quilos durante aquelas semanas, eu nunca havia ficado tanto tempo sem me alimentar, estava quase entendendo o desespero do pessoal do términus embora soubesse que jamais chegaria a aquele ponto tão extremo.

Continuamos a caminhada, Rick achou melhor usarmos o resto de nossas forças antes que o sol decidisse ir embora, ao que tudo indicava uma tempestade estava próxima, precisávamos mais doque nunca de um lugar seguro.
Rosita e Carl me acompanharam, enquanto os outros caminhavam em nossa frente, eu e o garoto éramos os mais afetados pelo cansaço, fomos os únicos a não aceitar comer a cobra que Daryl havia caçado no dia anterior, sempre tive pavor de bichos rastejantes, eu não entendia aquela facilidade do caipira em comer um animal tão nojento, eu nem me forcei a provar decidi de imediato que deveria ter um sabor horrível.

- Você está pior Hope, se meu pai não te segurasse ia cair esparramada no chão feito um saco de batatas.
- O garoto riu da minha cara enquanto cutucava a beirada do meu abdômen.

- Eu só fingi estar cansada porque fiquei com pena da sua expressão de coitado, pobre garoto, eu aguento mais uma maratona de caminhada!
- Bati em seu chapéu e apertei sua bochecha.

- Coitada, você está toda fodida, se um morto passasse ao seu lado mal tentaria te morder, ele acharia que você já está transformada, Sasha acabou com o resto de dignidade que te sobrava.

- Abusado!
- Mostrei a língua para ele em protesto.
- Eu aposto que qualquer pessoa pode ver que você está bem pior!
- Rosita soltou uma gargalhada enquanto me abraçava pela cintura.

- Eu aposto uma noite inteira cuidando da Judith e limpando a bunda dela que você está muito pior que eu!
- Me desafiou, e então eu peguei o toca fitas em meu bolso!

- Preciso gravar sua derrota!
Liguei o aparelho e Carl repetiu a aposta, logo após perguntei para Rosita quem ela achava pior, ela era minha amiga, eu tinha certeza que ela ia me ajudar, mas mesmo sabendo o quanto eu não entendia nada de bebês a desgraçada acabou me jogando na fogueira, aposto que de propósito.

- Carl está certo, você está um caco, me desculpa Hope, mas você perdeu essa.
- A hispânica se divertiu ao me ver indignada.

- Trapaceiros!
- Gritei tão alto que todas as pessoas da frente olharam interessados, senti meu rosto queimar de vergonha.

- Diz aí Gleen, quem você acha que está pior, Hope ou eu?
- Carl perguntou e o coreano riu do garoto.
- Preciso mesmo responder essa pergunta? Me desculpa Hope, mas você esta horrível, não tem como competir.

- Pirralho trapaceiro, você me paga!
- Tirei o chapéu do garoto e baguncei seu cabelo, eu odiava perder apostas, mais doque isso, eu odiava o cheiro de côco de bebê! Acabei me arrependo de ter feito aquela aposta!
Não leve a mal, Judith era a coisa mais fofa do mundo, mas eu nunca havia lidado com uma criança antes.

- Precisamos parar! Não tem nada aqui, eu não aguento mais andar!
- Carol propôs e Rick concordou, agradeci mentalmente por isso.

- Viu, tem gente pior doque eu!
- Cochichei no ouvido do menino, e ele riu, eu já não me sentia mais tão derrotada assim!

***

Ficamos sentados em silêncio na beira da estrada enquanto Daryl saia mais uma vez pela mata para procurar qualquer coisa, o caçador ainda tinha esperança de encontrar algo embora eu achasse inútil, não havia nada naquela mata, até os bichos rastejantes e os roedores haviam resolvido dar um sumiço bem quando a gente mais precisava, estávamos mesmo com muito azar.
Fiquei sentada de costas para Rosita, estávamos dando apoio uma para a outra, enquanto Rick estava bem na minha frente, dando apoio de suas costas para Carl. Ninguém estava dizendo uma só palavra, nossa boca estava seca demais até mesmo para falar, segurei o ferimento em meu ombro quando senti o mesmo queimar, evitei fazer qualquer expressão de dor, eu já estava a quinze minutos seguidos com os olhos presos em Rick Grimes, suas orbes azuis também estavam presas nas minhas por mais tempo doque qualquer outra vez, e pela primeira vez me senti confortável assim, era como se conversasse sem dizer qualquer palavra.
Rick estava acabado, parecia ter envelhecido vinte anos com aquela barba enorme e aqueles cabelos que beirava os ombros, a expressão cansada era evidente em seu rosto, e mesmo com tudo isso eu me sentia atraída por ele como um ímã. Por um segundo enquanto ele olhava em meus olhos imaginei uma vida ao lado dele, desejei ser a mulher que ele se casou no mundo antigo, desejei ser a mãe daquelas crianças que ele tanto zelava, desejei ser alguém que eu não era só para provar de seus lábios.
Percebi que aquela coisa estava fugindo dos limites, talvez eu estivesse mesmo apaixonada por Rick Grimes, que outra explicação teria?

Depois de alguns minutos Daryl voltou e nossa atenção foi roubada por ele, Rick sorriu antes de deixar meu olhar, me senti desconfortável, a muito tempo eu não me sentia atraída por alguém, aquela sensação estranha acontecia todas as vezes que Rick me olhava, um fogo descia pelo meu umbigo e parava nas partes íntimas, eu não era nenhuma idiota, embora nunca tivesse feito eu sabia muito bem oque era Sexo, percebi que meu corpo a todo momento pensava nisso quando eu ficava tempo demais olhando para o xerife. Aquele sentimento de desejo era algo novo para mim, percebi que eu não tinha nenhum problema como eu suspeitava antigamente, afinal se tivesse não sentiria nada disso toda vez que via Rick se movimentar, até mesmo seu olhar desconfiado ou de raiva me causavam arrepios, me faziam imaginar como seria estar em seus braços.
Percebi que eu tinha algum fetiche em ver o homem irritado, não era atoa que eu tivesse agido como uma maluca na primeira vez em que nos vimos naquele tanque em que Gareth nos colocou, naquela época ele já havia me atraído, ver o homem bravo e concentrado em algo era excitante para mim, eu gostava daquela brincadeira nova que eram as sensações novas que o homem me trazia.

- Não encontrei nada além de álcool!
- Daryl colocou as garrafas de um jeito nada delicado no chão, no logo estava estampado " Cachaça."
Eu estava com tanta sede que cogitei beber aquilo, porém sabia o quanto eu era fraca com bebidas, e com a barriga tão vazia sabia que não iria funcionar, Abraham foi o único que se atreveu a tomar da bebida.

- Já serve para alguma coisa!
- Rick pegou uma das garrafas do chão e se aproximou, parando de joelhos em minha frente, e novamente o mesmo frio descia pelo meu umbigo, não era o momento apropriado para que eu sentisse aquilo, porém não consegui evitar.

Acompanhei os movimentos dos braços do homem ao tirar minha mão do ferimento, eu não tinha certeza se queria que ele fizesse aquilo porém não consegui dizer nada ou negar, estava ocupada demais presa em seus olhos mais uma vez, pareciam ainda mais azuis vistos tão de perto.

- Isso vai ajudar para não infeccionar.
- Avisou antes de derramar o líquido em meu ferimento, dessa vez não consegui evitar fazer uma careta, aquilo ardia como o inferno.

- Cacete!
- Murmurei enquanto fechava os olhos, quando os abri novamente vi que o xerife se divertia com a situação.

- Onde foi parar a senhorita Alisson durona que eu conheci?
- Perguntou em tom de deboche.

- Ficou perdida a mil quilômetros atrás! - Sorri para o homem antes que algo nos roubasse totalmente a atenção.

Quatro cachorros famintos latiram e avançaram em nossa direção, eu mal soube oque pensar, somente vi Rick se preparando para apanhar sua faca quando Sasha atirou contra os cães, ela acertou três deles e Daryl acabou matando um com sua flecha.
Não vou mentir, em um primeiro momento senti pena dos cães, me lembrei do pobre do meu Spike que a essa altura já havia virado alimento dos mortos, quando vi Rick se levantar por impulso fiz o mesmo, corri até um dos animais, o que Daryl havia acertado e estava menos feio, e estragado, alisei sua pelagem branca com manchas pretas.

- Pobre cãozinho, nunca mais pensei que veria um deles, devia estar morrendo de fome!
- Falei enquanto analisava o animal todo desnutrido e mal cuidado.

- E agora ele irá matar a nossa fome.
- Olhei assustada para o xerife assim que ele terminou de falar, nunca pensei naquela possibilidade, percebi que Rick já tinha alguns galhos na mão para fazer de espeto.

- Gleen se aproximou e riu da minha cara.
- Você não existe Hope! - Falou enquanto se abaixava, ao meu lado. Eu era a nova piada do momento para o coreano e eu odiava isso!

***

- Eu não sei se eu vou conseguir!
Encarei a coleira do pobre animal, a fogueira já havia sido armada a algum tempo, alguns pedaços já estavam assados e Daryl os devorava como se fossem um prato delicioso, senti inveja do apetite do homem, ele conseguia comer qualquer coisa improvável.

- Não pense, apenas coma. imagine que estamos em um restaurante, isso aqui é um pedaço de picanha, olha só, é delicioso, é proteína pura!
- Carl abocanhou um pedaço da carne e depois mastigou, olhei em minha volta e até mesmo Judith havia comido pequenos pedaços que Rick colocou em sua boca, eu estava faminta, então mastiguei tentando pensar em qualquer outra coisa e funcionou, até que não tinha um gosto tão ruim.

Nunca pensei que um dia provaria carne de cachorro, estávamos mesmo no fim do mundo!

































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