O Vale dos Anjos - O Torneio...

By schulai

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A morte tem o poder de separar um amor? Para muitas pessoas, a frase "até que a morte os separe" é a afirmaçã... More

#Agradecimentos
#Prefácio
Prólogo - Anúncio
(1) ένα - A morte não é o fim
(2) δύο - Lembranças
(3) τρία - O Julgamento
(4) - τέσσερα - A Última Conversa
(5) - πέντε- A Ameaça
(6) - έξι- As Leis do Novo Mundo
(7) - επτά - Um Cupido Chamado Anne
(8) - οκτώ - O Outro Século XXI
(9) - εννέα - O Torneio dos Céus
(10) - δέκα - O Segredo de Obelisco
(11) - εννέα - Intrusos no Funeral
(13) - δεκα­τρία - Preparação
Booktrailer do Segundo Arco
Início
(14) - δεκα­τέσσερα - Inscrição
(15) - δεκαπεντε - O Mestre Ramirez
(16) - δεκα­έξι - Subindo o Nível
(17) - δεκα­επτά - O Treinamento para Voar
(18) - δεκα­οκτώ - O Vento que Traz a Tempestade
(19) - δεκα­εννέα - O Natal Solitário
(20) - είκοσι - O Casamento Frustrado
(21) - είκοσι ένα - Fuga
(22) - είκοσι δύο - Duelo entre Pupilos
(23) - είκοσι τρία - A Seleção
(24) - είκοσι τέσσερα - A Cerimônia de Abertura
(25) - είκοσι πεντε - O Misterioso Elemento do Amor
(26) - είκοσι έξι - Silvester
(27) - είκοσι επτά - O Guerreiro Convencido
(28) - είκοσι οκτώ - Ventos Trágicos
(29) - είκοσι εννέα- O Plano de Koltz
(30) -τριάντα - Surpresas e Frustrações
(31) - τριάντα ένα - O Comunicado
Prenúncio
COMUNICADO PARA O LIVRO 2!
LIVRO 2 SAIUUUUU

(12) - δώδεκα - Os Xamãs

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By schulai


Para esse décimo segundo capítulo vamos aprimorar, pois ele tem dois momentos distintos. Por enquanto vamos com tensão, pois o capítulo anterior nos deixou apreensivos.

Dimítris correu, tentando se esconder de Nefertiti. Não poderia ser preso, não agora, não naquele momento. Já esperava pela perseguição da egípcia, porém ela não se mexeu. Quando ele a olhou, percebeu que a mesma não olhava em sua direção, mas na de Fillippe.

Fillippe Colassanti, você está acusado de infringir as leis do Vale dos Anjos remetentes ao período de liberação que um carcerário tem na Terra. Nesse caso terei de levá-lo ao Olimpo onde será deportado novamente às prisões e terá o direito de ir e vir revogado por tempo indeterminado.

Nefertiti nem sequer olhava para Dimítris que parecia não acreditar no que acontecia. Ou ela não havia lhe notado ou estava ignorando o fato de que estava vivo a mais de dez minutos. Estaria Obelisco tão aflito quanto?

— A mesma pena se aplica a Rainer Brucker e Washington Erlich por estarem presentes sem a devida autorização.

Dimítris acompanhava a reação dos anjos carcerários que pareciam aflitos com a presença intimidadora de Nefertiti.

— Jamais voltarei para aquelas prisões! Jamais! — Após o grito Fillippe alçou voo tentando fugir de Nefertiti.

Naquele ritmo ele dificilmente seria alcançado, porém Nefertiti sequer esboçou alguma reação corporal de urgência, pelo contrário, ela bocejou, parecendo entediada.

No segundo seguinte, de maneira que Dimítris não soube dizer como, a anjo recolhedora estava atrás de Fillippe e mesmo à grande distância Dimítris podia ouvir os gritos do Anjo Carcerário à medida que ela o paralisava e depois prendia seus braços para trás.

— É a nossa chance Washington! — Aproveitando a distração de Nefertiti, Washington e Rainer também alçaram vôo, porém de maneira discreta.

Mais uma inútil tentativa de fuga.

No instante seguinte Nefertiti estava ao lado dos dois e os algemou da mesma maneira que havia feito com Fillippe. Dimítris percebeu que as algemas eram diferentes das tradicionais, pois estas brilhavam de uma maneira que ele não soube responder por quê.

Quando Nefertiti algemou Rainer, Fillippe desmaiou. Ela o carregou puxando-o pela túnica negra, enquanto os outros dois anjos carcerários tiveram o mesmo destino provavelmente fruto das algemas colocadas.

A Anjo Recolhedora carregou cada um dos anjos carcerários puxando-os por suas túnicas. Levava os três de uma só vez. Fazia com tal facilidade que os anjos pareciam arranjos de flores. A força daquela mulher era inacreditável.

Com a tarefa aparentemente finalizada Nefertiti, de costas, deixou uma mensagem que jamais sairia da mente de Dimítris.

— Isso é o que acontece com quem infringe às leis do Vale dos Anjos.

Segundos depois ela partiu. Em nenhum momento olhou para Dimítris ou mesmo para Anne e Obelisco. Estes, por sinal, pareciam petrificados com o que acabara de acontecer...

Em menos de cinco minutos a anjo recolhedora resolveu o impasse. Era como se uma tempestade em Santorini tivesse assolado o local deixando um rastro de destruição, medo e incerteza...

— E agora, o que eu faço?

Minutos se passaram desde que Nefertiti partira. Obelisco havia retirado a condição de vivo a Dimítris que agora voltava ao normal.

— Fazer o que Obelisco? — Anne parecia aflita, mas em nenhum momento citou o que havia acontecido ali.

— Faço o que Keiko pediu. Se fizer, estou arriscado a virar boneco na mão dessa egípcia louca e se não fizer posso perdê-la para sempre já que vai demorar até que eu tenha outra missão onde posso encontrá-la em um cemitério. E agora?

— Não existe outra alternativa, Obelisco? — Anne olhava para ele como se tivesse a resposta para sua pergunta.

— Para conseguir o que a Keiko quer não posso aparecer como guia de enterro. Teria que ter uma hierarquia maior para poder ficar mais tempo vivo, só que maior mesmo só se eu me tornasse um anjo semi...

Obelisco parecia finalmente entender o que Anne havia dito. Seu rosto se abriu em um grande sorriso.

— É isso! Só preciso me inscrever no Torneio dos Céus como o Dimítris e se vencer me torno um semideus e ainda empresto meus poderes para ele e vice-versa o que acha? Agora dobramos nossas chances hein? Temos duas em um bilhão!

Dimítris não acreditava no que ouvia.

— Vocês estão malucos? Não viram o que acabou de acontecer? Essa mulher já sabe quem eu sou e o que quero! Acham que vai ser tão fácil assim eu me livrar dela? Acham? — A voz de Dimítris embargou. O medo de ver seu sonho destruído o deixava prestes a chorar.

Dimítris, acontece que essa recolhedora deve ter vindo nos dar um ultimato sobre a utilização dos poderes de um guia de enterro. Ela sabe o que fizemos e provavelmente subentendeu que tinha a ver com esses infratores, consegue raciocinar? Ela recebeu o alarme, veio verificar, viu os três aqui e subentendeu que era por isso, tivemos muita, mas muita sorte mesmo! — Obelisco olhava para o céu e para frente mexendo a cabeça freneticamente.

— Só que veja só, os semideuses não são controlados como nós, por isso se vencermos o Torneio dos Céus dificilmente teremos esse tipo de problema. Só se formos muito idiotas!

Agora fazia sentido. Os guias de enterro tinham cinco minutos para ficarem vivos, porém os semideuses não tinham essa restrição o que evitaria o cerco dos anjos recolhedores.

Um alívio nascia com aquela informação.

— Perfeito! Totalmente Perfeito!

— Isso, Dimítris! Com vocês dois juntos eu tenho certeza que entrarão com boas chances de vitória. Apesar de que não faço a menor ideia de como seja esse torneio. Eles sempre fazem muito suspense. Ai como isso me irrita, viu? Mas falta pouco para as inscrições meninos. Apenas dois dias pelo que vi nos jornais do Olimpo. Por sinal vamos para lá agora?

Anne, Obelisco. Será que eu podia rever a Mariah? Não tomar a forma humana, apena vê-la mesmo.

Dimítris não queria utilizar dos poderes de Obelisco novamente, mas queria rever a esposa, mesmo que fosse apenas para se certificar que ela estava bem.

Dimítris, meu camarada! Nisso eu posso te ajudar! — Obelisco voltava a sorrir depois do período turbulento que passara.

Obelisco! — Anne percebeu a alegria do amigo e abriu um largo sorriso!

Dimítris também sorria esperando pela revelação.

— Como você foi corajoso e salvou minha pele vou retribuir esse favor a você permitindo com que você e sua esposa se comuniquem, tudo bem?

— Tudo, mas o que pretende fazer?

— Simples meu cerebelo pensante. Há um jeito de você falar com ela, mas não no seu corpo.

— Como assim?

— Você também sabe, Anne?

— Sei sim né, Obelisco? Acha que eu dormia nas aulas de anjo igual a você? Me poupe!. Vamos Dimítris leva a gente até a sua casa, pois estou perdendo minha beleza com esse cidadão.

Obelisco retrucou fazendo o bom humor voltar naturalmente.

— Sei que vou conseguir me resolver com a Keiko. Agora não estou mais sozinho. Tenho vocês comigo não é mesmo vovô?

Dimítris gritou de espanto, afinal, estava tão entretido com tudo o que havia acontecido que havia esquecido completamente do sogro de Obelisco. Ao olhar para o lado, reparou que o velho dormia, provavelmente fruto da energia instável. Obelisco colocou o sogro sob suas costas na forma de cavalinho e começou a correr. Quando Obelisco estava animado tudo parecia mais fácil. O ambiente era facilmente contaminado pelo carisma dele.

O Anjo Guia de Enterro e Ishizuki partiram enquanto os amigos combinaram de se encontrar pela manhã em Atenas.

Mariah.

Esse nome preenchia a mente de Dimítris por completo assim que chegou a Atenas com os amigos anjos. Ele desmaiou logo após a partida de Obelisco no final do velório de Ishizuki, acordando pela manhã em um quarto nos fundos do castelo de Sarah, fruto da preocupação de Anne. Descobriu que a amiga o carregou até o Olimpo e com muita persuasão conseguiu que ele dormisse por lá. Dimítris ainda não havia se acostumado com o fluxo de energia o que ocasionava esses desmaios repentinos.

Depois de encontrar a cupido, Dimítris e Anne se dirigiram à porta do castelo onde encontraram Obelisco pouco tempo depois. Juntos partiram, para horas depois já poderem presenciar a bela manhã na capital grega.

Dimítris levou um certo tempo até se esquecer da aparição de Nefertiti e dos anjos carcerários. Ainda não entendia porque aqueles anjos os perseguiram, mas percebia algo estranho consigo desde que morrera. O julgamento, seu enterro, o torneio, a conversa com Keiko. Só apagou tais dúvidas quando viu a placa Monastiraki à mostra. Faltava pouco para rever sua querida Mariah.

— Teremos de caminhar durante algum tempo, mas conheço alguns atalhos. Espero que não se importem.

— Tudo bem, se você conhece atalhos vamos caminhando mesmo.

No caminho, Dimítris apresentou alguns pontos turísticos da cidade percebendo que apenas Anne parecia se interessar pelo assunto. Obelisco mantinha uma expressão serena, provavelmente afetada pelo reencontro com a ex-mulher. O Anjo Guia de Enterro só demonstrou interesse quando passaram por uma tradicional sorveteria local e por uma rua repleta de docerias.

Dimítris saciou a curiosidade de Anne revelando itens da culinária grega como os tradicionais Bougátsa, Halvá e Rizogalo e até lanches como o delicioso Souvlakia. Procurava animar Obelisco, que aos poucos voltava a apresentar seu comportamento natural fazendo piadas com os nomes dos pratos apresentados por Dimítris.

Depois de caminhar pela cidade, finalmente Dimítris voltava para casa. Rever aquele local lhe despertou uma série de lembranças. Cada parte daquela residência tinha sua história, desde as duas árvores que se apresentavam na entrada, lembrando-o quando subia em uma delas para apreciar o por do sol até os quadros na sala, a maioria recuperada do incêndio que lhe vitimara o pai.

— Está preparado, Dimítris?

— Estou.

Determinado, Dimítris caminhou pelos cômodos da casa precisando de alguns segundos para encontrar o que queria.

Mariah.

Ela guardava utensílios provavelmente utilizados para o café da manhã, enquanto conversava sozinha impedindo Dimítris de ouvir do que se tratava mesmo se aproximando.

— Vocês gostavam de decorar a casa, hein? Minha nossa é muito lindo!

Anne estava empolgada com a variedade de decorações mesmo para um ambiente como a cozinha. Dimítris e Mariah eram apaixonados por decoração e sempre que podiam enfeitavam os cômodos com utensílios interessantes que eram vendidos para turistas no bairro.

Dimítris se esforçava para ouvir o que Mariah dizia. Se lembrou do costume antigo dela de falar sozinha e do quanto ele brincava com isso. Já se afastava quando finalmente conseguiu ouvir o teor da conversa.

— Ah, Dimítris, está sendo tão difícil viver aqui sem você! Como eu sinto saudades!

Choque. Dor. Angústia.

—Ah, meu Dímis, você não tem ideia do quanto me faz falta. Se soubesse o quanto gostava de ouvir sua voz pela manhã me desejando um bom dia, de sentir sua pele tocando a minha, das nossas conversas. Por quê? Por que fez isso comigo?

Lágrimas caíam dos olhos de Mariah. Dimítris sentia-se próximo, porém ao mesmo tempo distante. Mariah se aproximou da janela e pela maneira que olhava para o céu era possível afirmar que esperava encontrar Dimítris em algum lugar. Ela não fazia ideia do quão perto estava.

— Olha, Dimítris, se isso for muito dolorido para você retornamos ao Olimpo — Disse um Obelisco que com toda a certeza nutria empatia por ele naquele momento.

— Eu estou bem.... Estou bem... Quero apenas um dia para saber como andam as coisas por aqui, ver se ela está bem.... É uma pena eu não poder assumir a forma humana.

Depois da experiência com Keiko, ele e Obelisco prometeram que só voltariam a utilizar a forma humana após se tornarem anjos semideuses.

Anne aproximou-se, colocando a mão sobre seu ombro.

Dimítris, nós sabemos que tudo isso está sendo muito difícil para você.... Se quiser voltar, tudo bem.

— Não! Já disse que não quero ir. Ficarei até o final, quem sabe ela não me escuta igual o dia do velório.

Era isso! Dimítris se esquecera do acontecimento em seu enterro quando gritou perto da esposa, fazendo-a ouvir. Ele olhou animado para Obelisco e Anne, mas enquanto o Anjo Guia de Enterro sorria, a cupido não parecia aprovar a ideia.

Dimítris, não vai funcionar. Ela não vai te ouvir e você só vai se frustrar.

— Claro que vai! Ela já ouviu uma vez e vai me ouvir de novo. O Obelisco está de prova de como foi no meu enterro.

Anne e Obelisco se entreolharam até Obelisco se manifestar.

Dimítris, aquilo foi uma exceção. Melhor você não tentar para não se frustrar.

— Você não sabe do que sou capaz!

Enfurecido Dimítris gritou o nome de Mariah com todo o ar nos pulmões, porém diferente da outra vez, ela não reagiu, frustrando-o. Por que não havia funcionado? Será que não gritara o suficiente? Dimítris gritou por mais algumas vezes até que foi segurado por Anne.

Foi então que tudo fez sentido. Ele estava morto. Jamais se comunicaria com a esposa novamente. Isso o frustrou de tal maneira que mesmo contra sua vontade desejou partir. Já estava para virar as costas quando Anne lhe chamou a atenção.

— Ei, Obelisco, você não disse que tinha uma maneira do Dimítris falar com a esposa sem voltar à vida?

Exato! Dimítris se lembrou do discurso de Obelisco e pela maneira como o amigo sorria parecia que também havia recordado.

— É verdade! Como pude esquecer! Venham comigo...

Sem dizer para onde iriam, Obelisco partiu seguido de Anne e Dimítris. O que quer que fosse o plano, o Anjo Guia de Enterro havia injetado ânimo a Dimítris.

Seu reencontro com Mariah estava próximo.

A partir daqui vamos mudar a música, já que agora o foco é no amor e no reencontro entre Dimítris e Mariah. Para isso, vamos com uma linda melodia que transmite essa mistura de carinho, amor e saudade.

— Shazã?

— Xamã, besta!

Minutos após partirem da casa de Dimítris, os três estavam no centro de Atenas enquanto Obelisco explicava o plano.

— Mas o que isso vai me ajudar?

— Criatura, fique quieto e ouça. Os Xamãs são pessoas capazes de incorporar espíritos temporariamente fazendo com que retome os sentidos, podendo assim falar com sua esposa normalmente... Mas você precisa tomar muito cuidado, pois estará no corpo de outra pessoa, portanto qualquer coisa que fizer de errado quem sofrerá as consequências será o Xamã e não você.

— Perfeito! Se soubesse que era assim teria feito isso antes!

Anne riu enquanto Obelisco não pareceu achar graça no que dissera.

— Calma! Se fosse tão fácil todos os mortos faziam, não acha? Primeiro, é muito difícil encontrar um Xamã. Segundo, eles não aguentam muito tempo a invasão de um espírito e terceiro, a pessoa que você vai falar tem de acreditar em você senão problemas muito sérios podem acontecer e você pode colocar a vida do Xamã em risco.

— Foi por isso que não tentou com a Keiko?

— Sim. Ela jamais acreditaria, tanto que não acreditou em você. Se eu aparecesse no corpo de outra pessoa ela chamaria a polícia. Por isso a grande maioria dos espíritos descarta essa possibilidade. Só que você e sua esposa já tiveram um contato prévio, além disso sempre acreditaram em alguns conceitos do Vale dos Anjos por isso acho que não terá problemas.

Dimítris sorria, mas Obelisco ainda não havia terminado o discurso.

— O único risco que você correrá é na hora da incorporação junto ao Xamã. Se você não fizer no momento certo poderá matá-lo ou até mesmo destruí-lo, fora que a maioria dos Xamãs aguentam intervalos menores a trinta segundos de incorporação.

Destruir alguém? Obelisco conseguiu assustá-lo.

— Mas como vou saber o momento certo?

— Fica tranquilo! Minha nossa, aposto que nasceu de cinco meses! Como é desesperado! — Dimítris e Anne riram. O momento serviu como descontração antes da verdadeira missão.

— Eu estarei ao seu lado a todo o momento, mas acho melhor te dar detalhes disso depois de encontrarmos um Xamã o que requer um tempo que nós quase não temos.

— Certo, mas onde vamos achar um Xamã?

— Aqui em Atenas ué! Ou quer que a gente vá até o Brasil para encontrar um?

Várias horas se passaram e o dia estava para se tornar noite.

Dimítris, Obelisco e Anne conheceram boa parte de Atenas, porém não haviam encontrado nenhum Xamã na região. Dimítris aproveitou para rever e apresentar regiões famosas da cidade grega como o espetacular Parthenon e o centro de Monastiraki. Agora estavam parados em frente à Praça Syntagma, local conhecido por alocar o parlamento grego.

— E agora, Obelisco? Até agora não encontramos ninguém, só aquele senhor que olhou na nossa direção, mas para procurar o filho. — Obelisco parecia tenso e tal sentimento era compartilhado por Anne. O tempo corria contra eles.

— Não sei, Dimítris. Por ser quase de noite sugiro irmos a algum parque. Os Xamãs geralmente vão lá conversar com algum espírito.

— Boa ideia, tem o parque na Acrópole, mas vai levar um tempinho de vôo.

— Tudo bem. Você e Anne têm quase o mesmo peso mesmo não será problema te carregar.

Dimítris riu e olhou para Anne que fulminava Obelisco com o olhar após tal comparação. Ele percebeu que a cupido tinha enorme preocupação em parecer bonita para as pessoas e isso lembrava sua esposa que tinha o mesmo costume.

— Quando vou voar que nem vocês? Preciso ser um anjo pra conseguir isso?

— Ai, Dimítris, claro que não precisa, mas isso leva um tempinho e prática. Tem uns anjos ai que voam pior do que muitos motoristas de automóvel — Anne encarou Obelisco que olhava para os lados fingindo não saber do que se tratava.

— Bom, já que a linguinha afiada francesa tá animada, ela que vai te carregar até o parque, tá bom?

Anne olhou incrédula e Dimítris esperava por alguma resposta, mas provavelmente por orgulho ela apenas respirou fundo e foi até perto de si, disposta a mostrar que conseguia levá-lo sem pestanejar. E assim o fez.

Assim que chegaram ao parque, Dimítris sentiu-se aflito, pois ali haviam sido seus últimos momentos antes de morrer. Tal sentimento só aumentava à medida que se deparava com pessoas caminhando ou correndo. Mesmo com o parque cheio os três não localizaram alguém que pudesse vê-los. A paciência de Dimítris estava no limite.

— Que droga! Não acredito que ficamos o dia todo e não conseguimos nada. Pelo visto é melhor voltarmos ao Paraíso já que as inscrições para o torneio abrem amanhã.

Naquele momento uma senhora virou para trás olhando na direção de Dimítris. Ela parecia com Janine, pois possuía praticamente a mesma altura e mesma aparência física.

— Vocês por acaso são do Paraíso?

Ao ouvir aquelas palavras, Obelisco girou o corpo enquanto Anne fixou o olhar na mulher. Seria ela um Anjo Carcerário? Dimítris tentou descobrir a resposta através da vestimenta da mulher, mas esta usava roupas de moletom e um belo anel com uma pedrinha verde em sua mão esquerda, que brilhava intensamente.

Não. Ela não era um Anjo Carcerário.

— Somos sim! E você pelo visto é uma Xamã! — Obelisco se antecipara já adivinhando a identidade daquela mulher.

— Gostariam de se juntar a mim e acompanhar o pôr do sol?

— Claro — Disseram os três em concordância.

Eles avistavam o belo Parthenon ao fundo enquanto acompanhavam a descida do sol. Dimítris era mais apegado à Lua, mas tinha de admitir que aquilo era um espetáculo.

— Ah, senhora, desculpe não me apresentar. Meu nome é Dimítris e estes aqui são Anne e Obelisco.

— Muito prazer, Dimítris, Anne e Obelisco Anne sorriu enquanto Obelisco mostrava o polegar esticado provavelmente tentando parecer engraçado.

— O que fazem aqui em Atenas? Estão passeando ou são anjos em missão?

Anne e eu somos anjos — disse Obelisco — mas, na verdade, estamos à procura de um Xamã, para que meu amigo magricelo aqui possa falar com a esposa — A senhora riu com a piada de Obelisco que parecia conseguir atingir o objetivo de cativá-la.

— O rapaz não é anjo e consegue me ver e ouvir? Que talentoso!

Dimítris sorriu envergonhado e ao mesmo tempo feliz. Se exercer essa habilidade, de forma que nem sabia como conseguia, era motivo para acreditar que poderia desempenhar um bom papel no torneio dos céus.

— Bom, já entendi tudo. Vocês estão em busca de um Xamã e agora que me encontraram precisam da minha ajuda, certo?

— Se não for incomodar. — Dimítris estava apreensivo. Será que ela aceitaria o pedido de ajuda?

— Claro que ajudo vocês, mas quero um favor em troca. — Os três se entreolharam buscando encontrar alguma resposta.

— Gostaria que dessem um recado a meu filho que morreu há um ano, pode ser?

— Claro, pode contar conosco. Somos os melhores no que fazemos — Disse Obelisco.

— Então está ótimo. Só peço pelo amor que tiverem em seus corações que não fiquem muito no meu corpo, pois tenho alguns problemas de saúde, está bem?

— Bom, nesse caso é melhor a senhora nos acompanhar até o destino que não fica muito longe daqui, não é, Dimítris?

— Não. Uns vinte minutos e já estaremos lá. Uma pena que não podemos ir voando.

— Vocês voam? — Obelisco e Anne pareciam furiosos. Dimítris aparentemente havia falado demais.

— É que ele dirige muito rápido, sabe? Tanto é que morreu em um acidente... — Dimítris encarou Obelisco. Não se sentia bem com a brincadeira, mas infelizmente ela era necessária. Em breve estaria conversando novamente com sua querida Mariah. Pensou em tudo o que vivera até ali e mesmo sem entender o que acontecia e o porquê dos anjos carcerários alimentarem certo interesse por ele só tinha o que agradecer. Pensou em pedir desculpas a Obelisco e Anne, mas já caminhavam em direção a Monastiraki.

O reencontro com sua esposa seria o combustível necessário para vencer o perigoso desafio que se apresentava.

Ansiedade.

Era o que Dimítris sentia ao ver novamente a rua de casa. Na caminhada que durou pouco além do esperado, descobriram mais sobre aquela simpática senhora, que se chamava Paola e morava em Atenas há trinta anos. Também descobriram que o recado a ser dado ao filho, de nome Demétrio, era para que se encontrasse com a sogra, falecida há poucas semanas. Ela sentia falta do filho, pois ele não a visitara desde que morrera.

Paola Foka, cantora grega e inspiração para o nome da personagem xamã


— Está na hora, senhor Dimítris.

— Não precisa me chamar de senhor não. Sou bem novinho ainda. — Obelisco riu e Dimítris percebeu que acabara de cometer uma gafe, já que Paola era bem mais velha que ele.

— Desculpe. Não foi o que quis dizer. Aliás, o que tenho de fazer? — Dimítris nos momentos vergonhosos sempre buscava mudar o foco do assunto. Na maioria das vezes funcionava.

Dimítris — disse Obelisco —, a senhora Paola irá parar de respirar e quando isso acontecer você deverá entrar em seu corpo como se fosse atravessá-la igual faz com as paredes — Obelisco simulou um choque com a parede zombando dele —, porém quando encostar nela sentirá algo diferente, então seu espírito se prenderá ao corpo dela assim a incorporação terá sido um sucesso. A partir daí você assumirá o comando do corpo.

Anne completou

— Não se distraia, Dimítris, por favor! Se perceber sinais de cansaço no corpo dela, saia antes que algo pior aconteça tá?

— Tudo bem.

— Dona Paola, agora é com a senhora. Fique tranquila, tá? Estaremos aqui do lado a todo o momento. Prometo! — Anne demonstrava um carinho e preocupação com aquela senhora. Ela não era um cupido à toa. Sabia quando as pessoas precisavam de apoio.

Dimítris riu. Ainda não entendia porque Anne o acompanhava e nem porque o ajudava. Pensou em perguntar a cupido o que a motivava e o que sentia em relação ao que ele fazia e queria, mas isso não interessava agora.

Era hora de rever Mariah.

Assim que a senhora Paola parou de respirar, Dimítris caminhou ao seu encontro com cautela. O que aconteceria a seguir? Perderia a consciência? Sofreria alguma dor? Sentiria alguma energia?

Para sua surpresa, assim que se encostou às costas de Paola sua mão penetrou pela pele dela e um calor muito forte foi sentido, quase lhe queimando a mão. Foi avançando seu braço e depois as pernas dentro do corpo daquela senhora. Quando parecia que a ultrapassaria, percebeu que não conseguia mais se mexer e aos poucos a energia sentida quando voltou à vida foi lhe dominando até tudo voltar ao normal. Estava vivo novamente. Agora dentro do corpo da senhora Paola. Consciente de que não podia perder tempo, tratou de bater na porta de casa, torcendo para que Mariah estivesse para lhe atender.

Os segundos que se passaram foram de extrema tensão, mas logo ele sorriu quando sua esposa apareceu. Ela usava um belo lenço vermelho nos cabelos e tinha luvas amarelas nas mãos. Era sinal de que estava cuidando do jardim nos fundos da casa. Jardinagem era uma das paixões dela.

Ela pareceu assustada com a inusitada visita.

— Boa tarde, senhora, em que posso ajudá-la?

— Boa tarde. Gostaria de falar com você por um momento. Tem um minuto pra mim?

— Claro, mas a respeito do quê?

— A respeito de seu ex-marido, Dimítris. — Dimítris tinha que fazer o teatro necessário senão não teria chance de se aproximar dela. Chamar-se de ex-marido não havia sido fácil.

— Quem é a senhora?

— Desculpe-me não me apresentar, me chamo Paola. E você deve ser Mariah.

— Sim, sou eu, mas como sabe que ele...

— Eu sei tudo sobre ele. Agora por favor, me conceda alguns minutos.

Dimítris conhecia Mariah o suficiente para saber que ela não gostava de conversar com estranhos, mas também sabia como solucionar esse obstáculo. Já haviam imaginado essa teoria e por mais insano que fosse ela acontecia naquele momento.

Mariah ajeitou alguns objetos na sala rapidamente dando espaço para Dimítris se sentar.

Paola, desculpe-me o jeito, mas vou direto ao assunto. Como conheceu meu marido? Não me lembro dele ter me falado ou visto você alguma vez.

Dimítris a encarava. Mariah sempre fora direta quando se sentia incomodada.

— Por que ainda assim você quer falar dele? Por quê?

Dimítris via as lágrimas caindo do rosto de sua amada e a vontade de abraçá-la e beijá-la era muito grande, mas sabia que isso era impossível na sua condição atual. Ele tinha que se apressar, começou a sentir a respiração ofegar, não tinha muito tempo. A única saída era responder à pergunta de forma direta.

— Por que... Por que... — o momento da revelação — seu marido sou eu!

Mariah olhou para Dimítris deixando um cisne de vidro cair no chão.

— Calma! Sei que vai achar loucura, mas a pessoa que está vendo é uma mulher a quem pedi para me ajudar a falar com você. Mas sou eu quem está aqui. Não pude vir com meu próprio corpo, mas encontrei essa maneira para falar contigo. O que acha?

Mariah olhava parecendo não acreditar. As mãos dela ainda tremiam.

— Me perdoe, mas acho que a senhora está maluca. Como é que posso acreditar que uma senhora idosa é meu marido? — Mariah era amável e bondosa, mas alguns assuntos a irritavam e a possibilidade de uma mulher charlatã estar tentando se aproveitar de sua fragilidade emocional era um deles.

Dimítris sabia que tudo que envolvia mentira era um gatilho para ela sair do controle.

— Olha, sei que deve ser difícil para você, mas acredite Mariah, sou eu mesmo.

— Tudo bem, então prove. Quando e como nos conhecemos?

O momento pelo qual Dimítris esperava. Os testes. Quase riu porque lembrou das conversas sobre o que perguntariam um ao outro em situações como essa. Era o momento de convencê-la sobre sua identidade.

— Eu a conheci no colégio quando ainda éramos criança em um dos intervalos das aulas, porém começamos a namorar aos dezessete anos, no baile de formatura do colegial. Sua amiga Kleanthi também se formava e vocês foram juntas à festa. Lá ela me procurou e disse que você gostava de mim há muito tempo e como sentia o mesmo pedi que ela me ajudasse a me aproximar de você. Minutos depois começamos a conversar e a partir daí nossa história começou.

Mariah ouvia e agora sua mão não tremia mais, porém tapava a boca boquiaberta.

— Agora você acredita?

Os olhos de Mariah novamente se encheram de lágrimas e Dimítris sabia o motivo. Apenas ele contava essa versão do início do namoro dos dois. A verdade é que ele havia gostado de Mariah primeiro e, ao vê-la na formatura, ficou surpreso, pois fora informado de que ela não estaria lá. Decidiu pedir ajuda à Kleanthi que o auxiliou aproximando os dois.

Toda aquela história só provava que era realmente ele quem falava, embora o corpo fosse outro.

Dimítris...

Dimítris tentou segurar o choro, mas não resistiu quando viu que Anne também chorava. Obelisco parecia se controlar...

— Não pode ser — dizia ela aos prantos —, você é louco mesmo, como faz essas coisas?

Antes que Dimítris pudesse responder, Mariah correu em direção a ele lhe dando um longo abraço. O cheiro de terra do jardim, misturado ao perfume que ele tanto adorava fizeram o corpo todo arrepiar. Também sentiu dores nas pernas e nos olhos. Estava próximo ao limite.

— Eu disse que nunca a abandonaria, não disse? Vim aqui para saber como você está, e como está a situação aqui em casa depois de minha morte.

Mariah interrompeu o abraço e segurando suas mãos lhe disse.

— Olha, sem você minha vida não faz sentido. Você sabe que nunca mais serei a mesma. Quanto à situação financeira não se preocupe, pois meus pais estão ajudando e já estou procurando emprego. — Mariah apertou a mão de Dimítris com força maior que a anterior.

— Só quero que saiba que sinto muito a sua falta.

— Eu também sinto, querida. Por isso eu tentei de todas as maneiras encontrar um modo de voltar à vida, como havia lhe dito.

— Você está louco! Completamente louco! Seu bobo! — Mariah alternava entre o riso e choro — Mas me conta! Como é a vida após a morte? É do jeito que a gente falava?

— Mais ou menos querida — Dimítris olhou para o lado e percebeu que Obelisco gesticulava com a cabeça, não aprovava sua conduta em revelar detalhes do Vale dos Anjos. Ele e a esposa já conversavam sobre o assunto desde os tempos de namoro. Ele queria muito revelar o que acontecia, mas não podia desobedecer às ordens de Obelisco e Anne. Não agora que haviam sido tão bons para com ele.

Um dia ela descobriria. Junta. Ao seu lado.

— Me desculpe, mas não posso lhe contar — Dimítris levou alguns segundos até se convencer a não revelar detalhes do Vale dos Anjos — o que posso dizer que para mim só não está melhor porque estou sem você. Apenas vim até aqui para te dizer que espere, pois logo estarei ao seu lado e poderemos continuar nossas vidas do jeito que estava.

Dimítris, mas a empresa, as pessoas... Como irá explicar tudo isso?

— Não se preocupe eu darei um jeito para tudo isso. A única coisa que importa é que voltarei para você.

— Mas como?

— Através de um Torneio.

— Torneio?

— Sim. — Dimítris já estava novamente a revelar os detalhes que ouvira no Paraíso quando ouviu um assobio de Anne e uma tossida escandalosa de Obelisco.

— Desculpe, meu amor, mas mais uma vez não posso falar o que é. Peço que confie em mim e me espere. Queria tanto te mostrar, mas ao meu lado tem dois anjos que estão muito felizes em me ver aqui com você.

— Dois anjos? Ah, que coisa linda, meu amor. Onde eles estão exatamente?

Dimítris apontou ao lado e nesse momento sentiu fraqueza no corpo e a visão escurecer.

— Querido, você está bem?

— Estou no limite, amor, por favor me espere!

— Eu vou te esperar, Dímis, querido! Nada vai nos separar.

Naquele momento Dimítris percebeu que o corpo de Paola começava a suar e seus batimentos cardíacos aceleraram. Era hora de partir. Ele abraçou Mariah fortemente e disse.

— Querida, eu te amo!

Dimítris deixou uma última lágrima cair ao fechar os olhos. Parando de respirar, movimentou-se para trás e ali voltava ao seu estado original.

Com a consciência recobrada, Paola olhou para Mariah, que estava com o rosto molhado de lágrimas e abraçada a ela. A senhora se afastou e a encarou com notável ternura.

— Não chore moça, saiba que sempre que puder falarei com seu marido e se possível, permitirei que venha falar com você.

— Obrigada, senhora Paola! Mas para onde Dimítris foi?

— Ele está ao meu lado esquerdo, embora você não possa vê-lo.

— EU TAMBÉ TE AMO! — O grito de Mariah foi tão alto que até Obelisco se assustou.

Dimítris chorava, mas as lágrimas não saiam em abundância como as de Mariah. Ele procurava se controlar para não demonstrar fraqueza perante os amigos.

— Vamos, Dimítris, o dia aqui está acabando e a permissão para você ficar também, portanto, devemos voltar para o Olimpo já que amanhã começam as inscrições para o Torneio dos Céus.

— Está bem, vamos.

Assim que saíram, Dimítris, Anne e Obelisco se despediram de Paola agradecendo-lhe pela oportunidade de aproximar Dimítris da esposa. A velha senhora não suava mais.

— Muito obrigado, senhora Paola! Você não sabe o favor que me fez, mas agora tenho de ir embora para meu lugar. Agradeço por tudo e pode deixar que daremos o recado ao seu filho.

— Agradeço a vocês, meus jovens. Vão em segurança e quando puderem voltem para me ver — Paola partiu, perdendo-se de vista ao final da rua. Obelisco sorria, mas foi apenas a senhora se afastar e seu semblante mudou. O rosto franziu e o punho cerrou.

— Você viu agora, não viu?

Dimítris não sabia o que o amigo queria dizer, mas Anne tratou de responder.

— Eu vi. É... Agora te entendo, ele é mesmo diferente.

— Do que estão falando?

Anne encarou Obelisco que permaneceu calado.

— Nada, Dimítris, nada.

— O que eu fiz dessa vez?

— O que você vem fazendo desde que morreu, cara! Loucuras! Aquela mulher não deveria ter aguentado um minuto contigo no controle, mas vocês ficaram mais de dez! E você nem sabe como faz essas coisas, é um absurdo.

Dimítris tentou entender, mas percebeu que nem Anne e nem Obelisco sabiam explicar. O que ele tinha de tão especial, afinal? Enquanto caminhavam em busca do ponto de retorno, uma dúvida pairou sua mente.

— Uma dúvida: quando vocês vão procurar o filho da Paola? Me avisem, pois gostaria de ir junto.

Obelisco e Anne se olharam e pela demora na resposta, Dimítris se preparou para uma má notícia.

— Lamento Dimítris, mas isso nunca irá acontecer.

— E por que não?

— Você quer mesmo saber? — questionou Anne.

Dimítris pensou em deixar para outra oportunidade, porém aquele era o momento de descobrir se tinha algo de errado ali.

E o que soube o fez se arrepender de ter perguntado.


Vídeo Análise + Curiosidades + Easter Eggs: Capítulo 12


E ai pessoal, o que acharam? Lembraram muito do filme Ghost? kkkkk

Para esse capítulo temos a participação da querida Nicole. Sigam-na no seu insta: 

estante.falante


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