Era uma vez, Ali

By websmary_

261K 37K 35.2K

autora: juwebs_ Quando Tina, a filha mais velha de um casal, completa 10 anos de idade, seu pai conta a histó... More

Notas
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
102
103
104
105
106
107
108
109
110
111
112
113
114
115
116
117
118
119
120
121
122
123
124
125
126
127
128
129
130
131
132
133
134
135
136
137
último capítulo
agradecimentos

23

1.8K 255 147
By websmary_

DANIEL

Acordei eram quase 13h da tarde, apesar de ter melhorado antes de voltar pra casa, acordei com uma puta ressaca braba. Dor de cabeça pra caralho e até vontade de vomitar.

Já fui logo me tacando num banho pra dar aquele levante, ainda mais que a gata ainda tava em casa e dormindo a beça, precisava acordar a margarida pelo menos bem.

— Destruído? — Patrick riu me gastando enquanto eu saia do banheiro com a toalha enrolada na cintura.

— Tá louco. — menti, já sabia que se falasse viria sermão.

Mesmo Patrick sendo da mesma idade que eu, ele se acha no direito de se sentir o mais velho de nós dois, querendo sempre dar bronca e se achar o politicamente correto, mas de correto mesmo não tem absolutamente nada.

Não odeio o cara, a gente se dá bem em raras as vezes, mas ele sempre foi daquele tipo de irmão que te comparam. O estranho é que no caso por muito tempo eu fiz tudo certinho, estudava pra caralho, entrei pro direito, nunca fiquei de vagabundagem e ele totalmente o contrário. E mesmo assim, da-lhe comparação!

O cara vivia pro fumo, bebidas, tatuagens, porradaria pela rua, festas, mulheres, ou seja, que lógica é essa? Onde quando minha mãe era viva ele era o queridinho. Não sei. Só sei que tudo eu perdi pra ele.

— Aí, já falou com teu pai sobre aquela parada? — ele me chamou a atenção ainda no corredor eu prestes a entrar no quarto.

Franzi a sobrancelha. — Que parada?

— Porra Daniel, ele quer tirar tudo da gente e tu tá dando de mongoloide? — ele cruzou os braços. — Tu não gosta do cara? Ele ainda não é teu pai? Então po, resolve essa porra.

— Tá putinho porque vai perder a academia, é? — desgrudei da porta indo pra sala. Não precisava que Alicia escutasse drama familiar.

— Aham, e você acha que não vai perder nada não? — ele riu sarcástico me seguindo. — Filho, quem banca tudo nesse apartamento sou eu, com meu suor, você não trabalha, não faz porra nenhuma. Tá achando que só porque isso aqui é comprado que não dá despesa não? Depois tu se pergunta porque eu sempre fui mais respeitado com a família da mãe, tu sempre se fez de criança. Tu é criança.

Quis encarar ele, de tanto ódio que me dava a forma que ele falava comigo, mas eu nunca ia conseguir nada enfrentando ele.

— Jae. — ignorei tudo e voltei pro quarto. Ele que não viesse atrás de mim.

Fechei a porta atrás de mim e suspirei. Quanta dor de cabeça que me dava tocar nesses assuntos!

— Tá tudo bem!? — escutei a voz sonolenta de Alicia me chamando da cama.

Me virei estampando um sorriso. — Tá sim, relaxa. Dormiu bem?

— Dormi sim. — ela retribuiu o sorriso. — Foi mal acordar tão tarde assim.

— Que isso, tem nada não, acordei agora também. Até queria preparar um café daora pra você na cama, mas tava morgadão.

— Ah, é? — ela contraiu os olhos com um sorriso malicioso de lado. — Na cama?

— Você não merece menos que isso. — andei por cima dela na cama a enchendo de beijo no pescoço.

A verdade é que eu já era meio bobão com parada de mulher, Alicia veio pra deixar tudo pior. Ou melhor. Eu só sei que já estava começando a sentir coisas a mais pela mina, e nem sei se isso é bom pra mim.

Apesar dela ser legal pra caralho, uma mina super gente boa e alto astral, não sei se ela quer a mesma coisa que eu.

— Tô gostando desse carinho todo não, quer o que? — ela disse acariciando meu cabelo enquanto eu cheirava o pescoço dela.

— Que isso, não gosta de carinho? — olhei pra ela o encarando.

— Tanto assim vindo de homem é de se estranhar. — ela falou séria.

— Que ex filho da puta foi esse na tua vida? — me joguei pra deitar ao lado dela.

Eu ainda tava de toalha, todo a vontade.

— Foi filho da puta demais, pode acreditar. — ela riu fraco virando pra mim.

— Fica retraída assim comigo não cara, jamais vou ser babaca com você. Papo sério mesmo.

— Eu sei, é que...

— É que nada, fica tranquila. — selei os lábios dela.

Começamos um beijo lento e eu voltei a subir por cima dela. Ela parecia só querer confiar em alguém, e isso era fácil de ter de mim.

— Ó, vou pedir uma quentinha pra gente, ta? — separei do beijo.

Por mais que eu quisesse mais, bem mais, eu não queria assustar ela, ainda mais depois disso.

Ela assentiu e se sentou na cama pra mexer no celular. Peguei uma roupa e fui me trocar no banheiro, pra minha sorte o Patrick não estava mais em casa.

Alicia tomou um banho enquanto a quentinha não chegava, comemos juntos, nos pegamos um pouco e depois ela foi embora.

Hoje eu tinha que conversar com meu pai, dar um rolê com Vinicius que ele tinha me chamado e ela disse que ficaria com a amiga um pouco.

— Fala aí. — cumprimentei meu pai assim que cheguei no escritório dele.

— Oi filho, como estão as coisas? — perguntou se ajeitando na cadeira.

— Tudo indo bem mal. Qual foi da tua cara? — puxei a cadeira pra eu sentar.

— Isso são maneiras de falar, Daniel? — ele levantou a voz e eu revirei os olhos.

— Por que você quer tirar tudo da gente, pai? Fiquei do teu lado esse tempo todo pra você me decepcionar desse jeito? — ignorei o esporro.

— Da gente não, do Patrick. Você ainda acha que teu irmão merece alguma coisa?

— Pai, mas é nosso. Meus avós deixaram isso pra gente, minha mãe. — falei mais baixo. Eu odiava tocar nesse assunto.

— Tua mãe? Aquela que te abandonou? — ele riu debochado. — A ingrata? Que largou todos nós? Eu me casei com ela, Daniel. — ele bateu na mesa.
Sempre surtava ao falar desse assunto e eu nunca entendi, aliás, quem deveria surtar mais era eu e meu irmão, que perdemos a mãe. — Tudo aquilo é meu também. Meu. Teus avós não valem nada, nunca valeram, assim como teu irmão, agora eu vou tirar dele.

— E não tem motivo pros meus avós não gostarem de você? Porque eu não entendo. — se eu não fosse o que tem calma na conversa, viraria uma guerra assim como o Patrick.

— Ahh, tô cansado de tocar nesse assunto com você. As vezes teu irmão parece mais sábio, sabia? É até difícil de acreditar que você que seguiu meu caminho. — ele revirou os olhos e eu engoli a seco. — Seus avós sempre foram podres de rico, nunca aceitaram alguém com mais poder que eles, sempre ganharam dinheiro fácil, herança, daí tua mãe me conheceu, um cara estudado, que correu atrás da carreira, advogado conhecido... — e parou pra fungar. — Eles não aguentaram.

— Hum, e por isso você vai arrancar o que é nosso por direito? — tornei a perguntar.

— Daniel! — ele bateu na mesa e se levantou contornando ela e vindo na minha direção. Me acanhei na cadeira. — Eu não vou tirar nada seu, vou pegar o que é meu. — me puxou pela nuca.

Olhei no fundo do olho dele com medo. Eu me perguntava se ele era mesmo o monstro que o resto falava, só que me recusava a acreditar. Ele continuava fungando enquanto eu o olhava.

Me soltei dele e sai andando. Eu não queria mais discutir esse assunto, que o Patrick resolvesse. Precisava de uma droga boa com Vinicius pra esquecer tanta merda da minha vida.

Continue Reading

You'll Also Like

261K 38.8K 72
Eu fui o arqueira, eu fui a presa Gritando, quem poderia me deixar, querido Mas quem poderia ficar? (Eu vejo através de mim, vejo através de mim) Por...
649K 19.6K 29
Você e sua mãe tinham acabado de se mudar para a casa do seu padrasto e foi então que você descobriu que teria um meio-irmão, você só não esperava sa...
2.4K 56 17
A história de um amor novo.... Dama e o vagabundo.
1.4M 81K 79
De um lado temos Gabriella, filha do renomado técnico do São Paulo, Dorival Júnior. A especialidade da garota com toda certeza é chamar atenção por o...