CAMILA POV
—A Lauren é louca?! –disse indignada –Ela não pode ficar se pegando com aquelazinha na frente de um mercado!
—Mas, Camz...elas estão ficando. É normal. –Dinah disse olhando as meninas se beijarem. –Ainda não entendi por quê você quis seguir sua irmã.
—Dinah, você não entende que lésbicas não podem ficar se pegando...assim! –apontei para o mercado.
—Nossa...
—N-não , Dinah. Não é isso que eu quis dizer. É que...AHH! –dei um berro e tapei meu rosto com minhas mãos.
—Mila, posso te fazer uma pergunta? –fiz um som nasal para que ela prosseguisse. –Eu estou começando a achar que você está gostando da...
—Não! –me exaltei.
—Camila, eu te conheço!
—Eu não gosto da Lauren!
—Cala a boca! –fiquei quieta. –Me deixa falar. –suspirei. –Você fala dela vinte quatro horas, odeia quando ela fica perto da Benson, fica seguindo ela...–Dinah cerrou os olhos e eu sorri fraco. –Mila, você está sentindo alguma coisa pela sua irmã?
—Eu a amo como irmã!
—Camila...
—Ah, DJ! Eu não sei de mais nada.
—Mas, cara...ela é sua irmã.
—Eu sei, Dinah. –arregalei os olhos. – Espera...Abaixa! –nos abaixamos ao ver que Vero se aproximava do carro a frente junto com as meninas. –Será que elas nos viram? –Vero arrancou o automóvel dali e deu a volta. Lauren me encarou pela janela e deu um sorriso vitorioso. –Sim. Ela viu. –resmunguei.
—Mila, vamos fazer alguma coisa? Para você esquecer esse assunto.
—Sim. –suspirei. –Vamos em casa ver filme.
Dinah dirigiu até minha casa novamente, estacionando o carro ali na frente. Entrei em casa e fiz pipoca. Peguei duas latinhas de refrigerante e muito chocolate. Em seguida, eu e minha amiga sentamos no sofá e cobrimos nosso colo com uma manta. Dinah quis assistir Transformers só por causa da Megan Fox. Confesso que ela está bem gos...bonita. Uma boa atriz.
—Mila? –Dinah disse enquanto levava um montinho de pipoca na boca. –Você não acha que a Lauren lembra a Megan?
—É...lembra sim.
—Eu até diria que são irmãs, de tão parecidas...
—Vamos mudar de assunto, Dinah? Por favor?
—Desculpa. –Depois daquele filme, assistimos mais dois. Já era onze horas da noite. –Mila, preciso ir.
—Dorme aqui! –fiz bico.
—Não posso, Chee. Minha mãe já quer me estrangular por causa do horário. –me abraçou e me deu um beijo na testa. –Até a escola.
—Até.
Passaram-se trinta minutos após Dinah ter ido embora. Por quê a Lauren ainda não chegou? Estou morrendo de sono. Ouvi barulho de chave girando e supus que seria ela. Corri para a cozinha e fiquei por lá. Quando Lauren abriu a porta, pude ouvir gargalhadas. Era dela e da putinha. As duas começaram a cochichar mas não consegui entender. Apenas:
—Te amo.
—Te amo. Te vejo amanhã na escola.
Estalos de beijo.
Meu sangue ferveu. Senti uma vontade enorme de gritar e de chorar ao mesmo tempo, mas me segurei. Minha irmã fechou a porta e pude ouvir seus passos em direção a cozinha.
—Que susto! –gritou e deu um pulo para trás, colocando a mão no peito logo em seguida. –O que você está fazendo aqui? Não deveria estar dormindo?
—E você? Onde estava até agora? –cruzei os braços em baixo dos seios.
—Não vai responder minha pergunta? –fiquei quieta, lhe desafiando com o olhar. Lauren bufou e continuou. –Eu estava com minhas amigas e minha namorada.
—N-na-namorada? –arregalei os olhos.
—Sim. Pedi ela em namoro hoje. –Por pouco não chorei. Consegui me controlar. –E você estava fazendo aqui?
—E-eu...–mordi o lábio.
—Você...?
—Eu estava...
—O que?!
—Com meu namorado. –sorri. –Isso ! Meu namorado! ...É!
—Namorado? –me olhou desconfiada.
—Sim.
—E quem é seu namorado?
Congelei. Quem é meu namorado? Droga.
—O...
—Que saco! Fala logo , Camila! –suas narinas inflaram, indicando que ela estava irritada.
—O Austin.
—O Austin?
—Sim.
—Mahone? –acenei com a cabeça e ela gargalhou. –Não me faça rir, Camila. –debochou. –Ele é um galinha escroto!
—Não fala assim dele! –a repreendi, apesar de ela estar certa.
—Camila, você está mentindo?
—E-eu? Eu não! Pff! Claro que não.
—Sendo assim...não há problema nenhum se você chamar ele para jantar conosco amanhã, não é?
—Não!
—Então chame seu namoradinho para jantar com a gente. E eu chamo a minha. –piscou e me deixou plantada na cozinha.
Estou fodida.