O Filho do Barão [COMPLETO]

By realezekielczar

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Oliver sempre soube muito pouco sobre o pai, sua única informação se resumia ao fato dele ser um estrangeiro... More

Apresentação
Personagens
Capítulo 1 - Uma surra no pátio
Capítulo 2 - Esquina do Medo
Capítulo 3 - Mafiosos que posso chamar de amigos
Capítulo 4 - Vingança por Telefone
Capítulo 5 - O Segredo do Barão
Capítulo 6 - Uma visita indesejada
Capítulo 7 - Encontro com o Passado
Capítulo 8 - Seu lugar é em Artaxia
Capítulo 9 - Um atentado muda tudo
Capítulo 10 - Voo difícil? Bem-vindo à Artaxia!
Capítulo 11 - O cachorro e a Dama
Capítulo 12 - Segredos da Coroa
Capítulo 13 - Segredos de Família
Capítulo 14 - O Falso Nobre
Capítulo 15 - Confusão no Corredor
Capítulo 16 - Encontro de Irmãos
Capítulo 17 - Um Jantar para Recordar
Capítulo 18 - Uma Visita Suspeita
Capítulo 19 - Nova Escola e Velhos Problemas
Capítulo 20 - Boas e Más Companhias
Capítulo 21 - Verdades e Mentiras
Capítulo 23 - Manhã de Calma
Capítulo 24 - Noite Sem Lua
Capítulo 25 - Madrugada de Terror (Parte 1)
Capítulo 25 - Madrugada de Terror (Parte 2)
Capítulo 26 - O Despertar do Caçador
Capítulo 27 - Pecados do Passado
Capítulo 28 - Reencontro
Capítulo 29 - A Escolha
Capítulo 30 - Prisioneiras Ilustres
Capítulo 31 - Mansão em Kiev
Capítulo 32 - Kiev em Chamas
Capítulo 33 - O Cativeiro
Capítulo 34 - Vingança do Rei
Capítulo 35 - Resgatadas
Capítulo 36 - O Carrasco
Capítulo 37 - Antes da Chuva
Capítulo 38 - Parada em Suleyman
Capítulo 39 - Conversa de Irmãos
Capítulo 40 - O convite
Capítulo 41 - A Surpresa
Capítulo 42 - Solidão
Capítulo 43 - Dois Pedaços de Bolo
Capítulo 44 - Recomeço
Capítulo 45 - Jantar de Despedida
Capítulo 46 - Volta para Casa
Capítulo 47 - Até Breve
Mensagem Final

Capítulo 22 - Manhã Difícil

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By realezekielczar

Em uma sala cinzenta, um homem algemado e com o rosto coberto por um saco de pano escuro aguardava solitário. Suas mãos presas sobre a mesa davam pouca mobilidade e os pés estavam amarrados a cadeira tornavam a espera quase torturante.

Na escuridão da venda que cobria seus olhos, o homem de meia idade respirava com dificuldade. Estava a mais de 48 horas sem dormir e as poucas vezes que alguém entrava na sala era para despertá-lo do sono.

Do outro lado do vidro o Tenente-Coronel observava atentamente as reações do prisioneiro. Ao seu lado um homem moreno de pouco mais de cinquenta anos também admirava o resultado do trabalho. General Abdel era o comandante da base e o responsável por permitir o início da operação. Apesar da aparente tranquilidade do momento era perceptível pelo cansaço de ambos os militares que a captura não havia sido tão fácil.

— Quanto tempo até a CIA chegar para levá-lo? — perguntou o Tenente-Coronel.

— Três horas. Washington mal conseguia acreditar quando anunciamos a captura dele — respondeu o General.

— O que sabemos sobre ele até agora, General?

— Ele arquitetou dois atentados na Índia e planejava um ataque na nossa capital.

— E porque nós não o entregamos para nossa justiça? — perguntou o tenente-coronel.

O General olhou nos olhos do subordinado e sorriu, deu dois tapas no ombro do militar que denunciava estar cansado.

— Max, isso é tudo uma questão política. Em troca, o Estado-Maior pretende melhorar as relações exteriores com os Estados Unidos — respondeu o General — O que pretende fazer agora?

Maximiliano riu da pergunta.

— Dormir. Eu e minha equipe estamos a quase 48 horas nessa operação. Meu cachorro nem consegue me reconhecer de tanto tempo que passo fora de casa, sem contar a missão de garantir a segurança da mansão do barão. Minha filha outro dia me perguntou se eu tenho outra família.

O General riu.

— Acho que você realmente precisa dormir, amigo.

Max se despediu de Abdel e caminhou pelos corredores do prédio principal do imenso quartel. A Base Militar de Theodosia, ficava a poucos quilômetros da maior cidade e sede administrativa da província, mas sua localização estratégica permitia acesso rápido a várias partes de Artaxia, além disso por ficar distante da capital era o local reservado o suficiente para operações com o "Legião Estrangeira de Artaxia", um corpo militar composto basicamente por não-cidadãos de Artaxia, ou melhor, antigos estrangeiros, já que todos recebiam a cidadania após três anos de serviço ao rei.

Max chegou na porta de uma pequena sala, na entrada o nome denunciava o proprietário, "Tenente-Coronel Maximiliano Botsuana, Comandante do 5º Esquadrão Especial", um nome pomposo para um cargo cheio de responsabilidade. Antes que pudesse abrir a porta, Polina, uma jovem de origem bielorrussa de cabelos negros e sua subordinada direta no esquadrão o interrompeu. Polina ainda usava o camuflado da operação do dia anterior, assim como Maximiliano.

— Senhor, o CEO do Wong Bank está na recepção do edifício, ele convidou o senhor para tomar café.

Mentalmente Max amaldiçoou o irmão do Barão. Tudo que queria era descansar um pouco, mas parecia que todo mundo queria sempre pedir alguma coisa. O militar olhou para Polina que respondeu com um sorriso cansado, mas sedutor.

— Diga que eu já estou indo, vou só tomar um banho.

A jovem prestou continência e seguiu seu caminho.

— Polina!

— Senhor?! — respondeu a jovem olhando para trás levemente desanimada.

— Libere os membros do esquadrão, todos merecemos descansar... Todos, menos eu é claro — Max sorriu cansado.

A jovem mal conseguiu conter a alegria ao ouvir as palavras do seu comandante.

— Obrigada, senhor.

Max apenas confirmou a ação com a cabeça e partiu para o alojamento enquanto Polina seguiu seu caminho para o alojamento feminino.

— Todos menos eu... — repetiu o tenente-coronel para si.

Meia hora depois o coronel surgiu sem o camuflado da noite anterior, usava agora seu tradicional terno preto. Na recepção do prédio principal da base, bem na sua frente estava Cassius Wong sentado em uma cadeira de espera, milagrosamente sem nenhum de seus seguranças.

— Onde estão seus cães de guarda? — brincou o tenente-coronel.

— Não cabem todos no helicóptero — respondeu Cassius um pouco mais nervoso que o habitual.

— Aconteceu alguma coisa?

— Vim atualizar você.

Max sinalizou para ambos fossem para o restaurante da Base. Ao entrar escolheram um local vazio e afastado das outras cadeiras. Eram quase 10:00 da manhã, normalmente o café da manhã era servido até as 09:00, então apenas o pessoal da limpeza trabalhava.

Os dois sentaram em silêncio.

— O que aconteceu? — perguntou Max em um tom mais formal.

— Max, eu preciso confirmar uma coisa...

— E o que seria?

Cassius pôs a mão direita sobre a mesa.

— Meu irmão tem liderado algumas das operações nas Unidades Especiais Estrangeiras?

O Tenente-Coronel quase engasgou quando ouviu aquilo. Era o tipo de informação restrita, mas não era surpresa outro membro da família Wong ter esse tipo de informação.

— Sabe que esse tipo de informação é restrita?

Cassius sorriu cansado, essa resposta era uma confirmação.

— Isso quer dizer que sim — disse o irmão do Barão.

— O que isso teria de tão importante? — perguntou Max tentando mudar de assunto.

— Ele falou algo sobre estar investigando os responsáveis pelo assassinato do pais da Maryna?

Dessa vez foi Max que foi surpreendido.

— Não. O que aconteceu exatamente?

Cassius socou furioso a mesa, assustando os funcionários da limpeza do outro lado do grande salão.

— Eu sabia que aquele idiota ia fazer alguma coisa desse tipo. Por isso mandei ele para o Brasil assim que descobri que a brasileira podia ter um filho que fosse dele. Parece que minha suspeita estava certa. Eu sabia que ele estava começando a perder o controle.

— Como assim? — perguntou o Tenente-Coronel.

— Você sabe porque meu irmão passou a realizar consultorias para o governo de Artaxia?

— Não. Quando fui recrutado ele já estava aqui há quase dez anos, na época ele realizava algumas operações de campo, nunca entendi porque alguém tão rico faria algo assim.

O irmão do Barão tirou o celular do bolso e mostrou na tela a capa de um jornal de mais de dezesseis anos. A manchete dizia "Explosão de um restaurante na Capital deixou mais de vinte e cinco mortos".

— Quem o Barão perdeu na explosão? — perguntou o Tenente-Coronel com a voz tensa.

— Yuna, a esposa dele. Ela tinha acabado de anunciar a gravidez, na época foi um choque para a família, nós conseguimos conter o ânimo carniceiro da imprensa e ocultamos a informação do público geral.

— Como eu nunca ouvi falar disso? Como ele nunca me contou isso?

— Pelo que soube apenas os Generais agora já aposentados sabiam sobre esse assunto.

— Mas como essa informação não veio a público. Senhor Wong, eu pesquisei tudo que pude sobre ele antes de aceitar a oferta de ser recrutado por seu governo. Não achei nada sobre isso.

— Porque o relacionamento dele com Yuna era extraoficial, ninguém sabia, nem nossa família até que eles oficializaram o casamento. Meu pai queria que ele casasse com uma chinesa, não com uma estudante coreana de intercâmbio. Na época Mikhail era o Vice-Presidente do Wong Bank e apenas sonhava em criar seu próprio veículo de imprensa. No final não acabou bem e tivemos que lutar para evitar mais problemas.

O militar sinalizou para os funcionários da limpeza e pediu um pouco de café para os dois. Eram muitas informações. O que mais Mikhail escondia dele? O que esses dois irmãos escondiam? O funcionário caminhou até um máquina de café expresso e preparou duas xícaras, quando chegou e Max bebeu um pouco tentando digerir as informações.

— O que descobriu, Senhor Wong? — perguntou o militar um pouco frustrado.

— Descobri que o grupo que realizou o atentado na época recebeu armas do Sindicato de Kiev...

Maximiliano não conseguia acreditar no que estava ouvindo.

— Você está me dizendo que o grupo que assassinou a família da governanta do Barão é o mesmo que deu armas para os terroristas que nós caçamos esse tempo todo.

Wong confirmou com a cabeça.

— Pera aí — Como uma lâmpada sua mente foi iluminada — Senhor Wong, oque você ainda não me contou.

Dessa vez foi o poderoso CEO que bebeu seu café.

— De alguma forma eles descobriram que Mikhail tem patrocinado os ataques a membros do grupo deles durante as operações de venda de armas. Eu já informei as autoridades e estamos pretendendo uma retaliação final.

— E você sabe como eles tiveram acesso? — perguntou Max

— Ainda não. Mas sei que vamos descobrir.

Um silêncio constrangedor invadiu o lugar.

— De que tipo de operação estamos falando? — perguntou o militar.

— Do tipo que deve ser realizada simultaneamente em três países diferentes. Pretendemos eliminar as principais lideranças em uma única noite.

— E porque toda essa urgência?

— Porque quero fazer isso antes do meu irmão sair do hospital. Eu tinha esperança que ao visitar o Brasil ele recordasse das suas primeiras missões e saísse desse círculo vicioso de vingança. A confirmação de um filho bastardo foi ainda melhor.

— Como assim?

— Max, eu quero que meu irmão volte a cuidar de seus próprios negócios, não que se afogue nesse mundo tenebroso que nós participamos. Isso não vai fazer bem para ele. Por isso preciso que cuide da minha família, acho difícil qualquer tipo de atentado contra nós aqui em Artaxia, mas eu não sei a extensão das informações que foram vazadas, por isso preciso que tome conta do filho do meu irmão. Cuide do Oliver, ele é um Wong.

O militar sinalizou positivamente confirmando que aceitava a missão. Cassius levantou e começou a seguir seu caminho em direção a porta do restaurante.

— Eu vou precisar participar dessa tal Operação? — perguntou Max.

— Não. Você já fez muito pelos Wongs e pelo governo, espero poupar você e a sua unidade — respondeu Cassius — A propósito, parabéns pela sua promoção Coronel! — parabenizou Cassius.

— Promoção? — perguntou Max.

— Hoje às 13:00 será oficializada a sua promoção a Coronel. O Primeiro-Ministro já autorizou.

— Não vou nem perguntar como você sabe disso... — brincou o agora Coronel.

Antes que pudesse atravessar o arco da entrada do restaurante, Max fez uma pergunta capciosa ao CEO do Wong Bank.

— Como um CEO de um banco internacional tem esse tipo de acesso a membros do governo? Você entra e sai da base militar como se fosse seu parquinho— perguntou Max ao CEO.

Cassius Wong parou e sorriu.

— Como um estrangeiro africano se transforma em um oficial importante dentro de um país asiático? — o CEO respondeu com uma pergunta.

Maximiliano observou o irmão do barão se afastar silenciosamente até perdê-lo de vista. Agora entendia porque as conversas com ele sempre davam calafrios.

Seu telefone tocou, era um número do filho do barão. Parecia que ele estava tentando falar com ele desde a tarde do dia anterior.

— Mal virou um Wong e já está me pedindo favores, Oliver. Em que posso te ajudar, Senhor Wong? — brincou o coronel por telefone enquanto caminhava para casa.

— Desculpe incomodar, Senhor Botsuana, mas eu não ligaria se não fosse importante — disse Oliver do outro lado da linha.

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