Era uma vez, Ali

By websmary_

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autora: juwebs_ Quando Tina, a filha mais velha de um casal, completa 10 anos de idade, seu pai conta a histó... More

Notas
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último capítulo
agradecimentos

03

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By websmary_

Acordei com barulho de risadas vindo da sala. Peguei meu celular, eram 15h da tarde, aproveitei pra ver as mensagens que tinham chegado.

Respondi minha mãe, a menina que queria confirmar minha matrícula na faculdade e deixei as milhares de mensagens de Rodrigo de lado.

Larguei o telefone no colchão mesmo e me levantei pra ir até a sala. Pelo som da risada pavorosa, era meu melhor amigo e que saudade que eu tava dele.

Cheguei bem na hora que ele tava em cima dela fazendo cosquinha. Admirei a cena, sabia que Matheus era caidinho pela Eduarda e eu achava lindo esse amor.

Eu pigarreei.

— Ih, acordou a bela adormecida! — ele se ajeitou no sofá se recompondo.

— Eu mesma. — dei um mega sorriso e abri meus braços pra receber aquele abraço que só ele sabia dar. — Fica com ciúme não ein, Eduarda.

— De vocês dois? Nunca. — ela disse nos olhando apertadinhos um no outro. — Agora somos os três mosqueteiros.

Ela se juntou ao nosso abraço e nós rimos. Já sabia que seria incrível essa fase da minha vida.

Eles voltaram a se esparramar no sofá e eu fui até a cozinha beber uma água e comer. Duda avisou que tinha feito um strogonoff daqueles de boas-vindas e eu joguei foi tudo pra dentro. Uma delícia mesmo, disse ela que aprendeu com o irmão.

Eu bem estudada já tinha visto todo o perfil do pessoal que ás vezes eles conviviam e tava louquinha pra conhecer o restaurante do irmão dela com o marido da irmão do Matheus.

— Pra onde vamos hoje? — perguntei dando a última garfada.

— Você que manda! — Eduarda disse.

— Pra ser sincera, queria passar no shopping pra comprar meus móveis e zerar minha conta bancária só com isso. — falei. — Preciso de uma cama, um armário e só talvez uma mesa pra estudar.

— Tá de sacanagem que no seu primeiro dia você quer ir pra shopping!? — Matheus me olhou com cara de tédio. — Eu e Duda mó animados pra um barzinho e tu aí toda velha.

— Amigo, entenda: eu estou super mega hiper animada pra curtir bastante com os cariocas, mas primeiro preciso me estabilizar aqui, tá ok? — olhei pra ele com cara de metida. — Prometo que no meio da semana a gente já dá um rolê maneiro, mas nesse domingo preciso montar meu quarto.

— Eu estou do seu lado, Ali. A gente deixa pra curtir depois! — Eduarda falou e ele revirou os olhos. — Para de ser chato, tua amiga veio morar pra cá agora, coloca um sorriso nesse rosto.

Ele forçou um sorriso de má vontade e nós começamos a rir.

Lavei meu prato, escovei meu dente e me sentei no sofá pra assistirmos um filminho. Como sempre Matheus queria assistir filme de ação, então caímos na dele.

— Filmasso desse, puta que pariu. — Matheus disse quando terminou.

— Que você dormiu, né!? Tu é um safado, Matheus. — eu disse me sentando no tapete. Tava deitadinha confortável nele.

— Ele acha que engana alguém. — Eduarda balançou a cabeça negativamente.

— Que isso, vocês são chatonas. Vou chamar Phelipe pra partir com a gente pro shopping, senão não aguento. — ele bufou pegando o celular.

— Quem é Phelipe? — perguntei curiosa.

— Um parceiro meu, nem vem. Muito galinha pra você, já deu tua cota. — ele disse sério.

— Ih! — ri.

— Deixa ele, bora se arrumar? — Eduarda olhou pra mim.

Dei aquela espreguiçada na preguiça e assenti. Deixamos Matheus vasculhando o catálogo da netflix e fomos colocar uma roupinha.

Tomei um banho rápido já que eu já tinha tomado outro antes e me vesti num passo também.

Só joguei meu top amarelo que só faltava criar pernas e sair andando de tanto que eu usava, um short jeans e um tênis plataforma todo branco.

Tirei uma fotinho pra postar no meu insta de primeiro dia no Rio de Janeiro. Tudo bem que o início foi um completo desastre, mas nada nunca me abalava tanto. Tinha alegria de sobra.

Sai do quarto pra esperar Eduarda terminar de se trocar e um menino estava conversando com Matheus no nosso sofá com uma lata de brahma na mão. Gato pra cacete.

— Caralho, você que é a Alicia? A tão famosa? — ele se levantou vindo na minha direção.

— Famosa? — ri sem graça cumprimentando ele no estilo carioquês.

— Matheus fala de tu demais. — ele explicou e eu assenti. — Mas não disse que tu era tão gata assim não, nossa senhora.

Meu Deus, procurei um buraco em volta pra me esconder, mas NADA.

— Já falei que ela não é pro seu bico, Nogueira. — ele fez cara feia. — Ali é minha protegida. — se levantou também e me abraçou de lado.

— Ata, dá um mole pra você ver. — me afastei e olhei debochada pra ele que fez careta. — E obrigada, Phelipe, né!?

— Isso mesmo. Quer? — ele esticou a lata pra mim.

— Posso aceitar mesmo ou foi só por educação? Porque eu não nego uma cerveja.

— Não mesmo! — Matheus riu. — Só hoje que preferiu shopping.

Mandei língua pra ele e Phelipe insistiu que eu bebesse com ele.

— Mas aí, negou mesmo uma rolê melhor? — perguntou curioso.

— Cara, se você for no meu quarto só tem um colchão no chão, eu necessito de comprar minhas coisas. Fora que eu prometi pro Matheus que sairíamos pra recompensar isso depois.

— Aí sim. — ele balançou a cabeça positivamente. — Já sei o quintou.

Eduarda apareceu pronta e nós fomos de carro com ele. Se não fosse o menino, seria o famoso uber mesmo.

Fomos conversando o caminho inteiro. Contei pro Matheus sobre mais cedo compartilhando pra todo mundo mesmo minha vida amorosa lixo. Não tinha vergonha de falar.

Eles ficaram brincando que agora eu era a protegida e eu só fiquei rindo. Os meninos decidiram ficar em um bar do shopping bebendo e eu e Duda fomos às compras.

Comprei só o baú da cama porque já tinha o colchão, um armário normal branco fosco e não me aguentei em trocar a escrivaninha por uma penteadeira bafônica. Meu quarto era tipo minúsculo, mas eu planejei todo o esquema na cabeça e estava ansiosa pra tudo chegar.

Sentamos no bar com os moleques. Phelipe a todo momento dava em cima de mim e apesar dele ser um gato, não queria por agora. Quem sabe no quintou.

— Luquinha tá chamando a gente pro Seu Bar, dá pra negar não. — Phelipe disse olhando pra tela do celular.

— Humm, seria bom nesse domingo ein. — Eduarda disse terminando o chopp dela.

— Bora!? — Matheus me olhou.

— Por favor, não me tachem como chata, eu juro que na próxima eu vou, mas dessa vez eu vou passar. — pedi quase rindo.

— Porra Alicia, tu já foi muito melhor. — ele revirou os olhos. — Então a gente deixa ela em casa e partimos.

Eles combinaram de fazer isso e eu tava super de boa. Tinha comprado uns quadrinhos pra parede, ia me divertir pendurando e assistindo alguma coisa.


No dia seguinte o despertador tocou quase arrebentando meus tímpanos.

Estava sem aula da facul desde que tinha pedido transferência, consequentemente desacostumei legal de acordar cedo.

Sai do quarto pro banheiro e nem sinal dos dois, deviam estar dormindo muito no quarto ao lado ou Matheus estava na casa dele, não fazia ideia.

Tomei um banho quentinho, me enrolei na toalha e fui pra cozinha deixar o café esquentando enquanto eu me vestia. Coloquei uma calça jeans cintura alta, coloquei um blusão pra dentro, dobrei as mangas, e calcei meu all star.

Passei um corretivo na olheira e um rímel pra dar uma levantada na cara de sono. Fiz um coque porque eu tava zero afim de pentear o cabelo e fui comer alguma coisa.

— Bom dia, flor do dia! — falei com um sorriso no rosto assim que vi Eduarda vindo toda sonolenta do quarto.

— Nossa, você é feliz de manhã? — ela fez careta bocejando.

— Sempre! — ri. — Não vai pra facul não?

— Eu estudo a tarde. — ela contou puxando um banco da ilha que separava a cozinha da sala. — Matheus me acordou de tanto roncar, uó.

Eu ri. — e como foi ontem?

— Maneiro até, fiquei bêbada real. Fui inventar de beber gin, aí fodeu.

— Doida! — balancei a cabeça negativamente. — Vou lá, mais tarde tô aí.

Ela me mandou um beijo no ar e deitou com a cabeça na ilha. Tadinha, tava cheia de sono.

Peguei minha bolsa e pedi meu uber. Não ia sempre, óbvio, só hoje que era meu primeiro dia, de resto era tudo de ônibus mesmo.

Cheguei lá, entreguei uns documentos que faltavam e fui pra minha primeira aula, que no caso não era nada demais. Não era como se eu tivesse começando minha faculdade, eu já estava no quinto período de artes cênicas, prestes a terminar.

A última aula estava quase se arrastando. O professor falava tão devagar que me dava sono. Quando deu o horário eu quase gritei um aleluia.

Sai feliz da sala de estar indo embora e quase na saída avistei um rosto conhecido. Era o moleque que tinha me defendido do Rodrigo.

Ele estava mexendo no telefone encostado em um canto. Parei de andar pra observar se era ele mesmo, ao mesmo tempo que parecia, não parecia.

— Tá tudo bem? — ele olhou pra mim rindo.

— Ah, oi. Desculpa! — ri envergonhada. Que idiota! Tava olhando pro menino feito uma psicopata. — Lembra de mim? De ontem mais cedo?

Ele franziu as sobrancelhas. — eu deveria?

— Bom, você me ajudou, então... sei lá, meu nome é Alicia, eu te gritei. — expliquei chegando mais perto.

— Daniel! — ele esticou a mão. Eu apertei. — Te falar, eu tava super bêbado, por enquanto não lembro de verdade.

— Ah... — quis mais uma vez encontrar o tal do buraco. — Mas obrigada de novo, mesmo você não lembrando.

Ele só ficou me olhando confuso. Eu dei um sorriso fraco e virei as costas. Não podia estar com mais vergonha dessa merda toda.

Eu não percebi nada, mas é óbvio que ele tava bêbado, pra do nada ajudar alguém... Só podia ser, e eu achando que era um anjo da guarda.

Fiquei gargalhando comigo mesma saindo da faculdade e entrei no uber. Furada total, precisava contar isso pra Eduarda e rachar o bico.

— Daniel Moreira, 24 anos.


— Phelipe Nogueira, 24 anos.

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