- Um pouco mais para direita. - Oriento Adam. - Calma,calma. Agora um pouquinho para a esquerda. - Ele bufa e seguro a vontade de rir. - Aí, aí! Perfeito.
Sorrio ao observar a faixa escrito "Parabéns Sebastian' pendurada no nosso quintal. Adam desce da escada e vem ficar ao meu lado para observar seu trabalho também.
- É, ficou bom. - Ele sorri contente e pega um grande balão no formato do número cinco para colocá-lo no centro abaixo da faixa.
Nem acredito que Sebastian já vai fazer cinco ano
s. Parece que foi ontem que eu o segurei nos braços pela primeira vez.
- O tempo passou tão rápido né? - Comento.
- Sim. - Adam se junta a mim mais uma vez. - E quando menos esperarmos ele vai estar com dezoito nos apresentando a primeira namorada.
Dou uma cotovelada nele.
- Ainda preciso de mais alguns anos pra me acostumar com a ideia de ver meu filho namorando.
- Mamãe ciumenta. - Adam brinca me abraçando de lado.
- Mas, por que só com dezoito? Os meninos geralmente não começam cedo?
- Sebs é muito tímido e na dele. - Adam dá de ombros. - Algo me diz que ele não vai ser muito namoradeiro.
- Assim espero. Espero demorar muito pra ouvir alguém me chamar de 'sogrinha'. - Adam gargalha alto.
- Eu daria tudo pra ouvir alguém te chamando de sogrinha. Só pra ver você fazer essa cara de que comeu e não gostou.
- Vamos parar de papo. - Saio do seu abraço e começo a puxá-lo pela mão. - Vem, preciso de ajuda pra arrumar o bolo na mesa.
- Deus! A gente não podia ter contratado alguém e ter ficado só com a parte de comer e se divertir? - Ele resmunga.
- Arrumar também é divertido.
- Fale só por você. - Ele resmunga baixinho e eu rio.
Passamos uma boa parte da manhã arrumando as coisas para festa. Não serão muitos convidados, só alguns vizinhos e os amiguinhos mais próximos do Sebastian. Para alívio de Adam logo Abigail e Jacob chegaram para nos ajudar junto de Roxanne, que foi direto para dentro de casa brincar com as outras crianças e Electra.
Com toda a ajuda conseguimos deixar tudo pronto bem cedo. Sebastian havia pedido para o tema da festa ser de super-heróis, a paixão de quase todo garoto de cinco anos. Ele insistiu que queria se fantasiar de super-homem, e Annabeth, indo na onda o irmão, decidiu ser a supergirl. Nem preciso dizer que os dois ficaram uma fofura nas fantasias. Mães que nunca tiveram vontade de morder os próprios filhos que atirem a primeira pedra.
Os adultos não irão se fantasiar, por conta disso escolhi um vestido curto de tecido leve para usar. É início de março, o clima frio do inverno já desapareceu por completo dando lugar a primavera. Nosso quintal já está bem florido pela estação e não duvido que Electra tire ótimas fotos de hoje com esse cenário perfeito.
Em poucos minutos nossa casa está cheia dos mais diversos tipos de super-heróis e consigo ouvir risadas infantis por todos os lados. Sebastian e Annabeth sorriem a cada segundo enquanto correm animados pelo quintal com as outras crianças. Paro por alguns minutos para admirá-los, meus filhos são as coisas mais preciosas da minha vida.
- Ver eles sorrindo assim faz toda a parte chata da arrumação valer a pena não é? - Adam comenta ao meu lado.
- Com certeza.
Gol! - Eu e Sebastian gritamos ao mesmo tempo quando ele marca mais um ponto. Meu filho sai correndo comemorando e vem ao meu encontro.
- Você viu papai? - Ele sorri para mim animado.
- Claro campeão, mandou bem! - Fazemos um high five e Sebastian volta a brincadeira com as outras crianças.
Ouço meu celular tocar e sem tirar os olhos de Sebastian, pego o aparelho no bolso a minha calça.
- Alô. - Digo ao atender mas ninguém me responde. - Alô?
Espero alguns segundos, mas como ninguém fala nada eu desligo. Quando estou prestes a guardar o celular no bolso ele toca de novo. Dessa vez é uma mensagem de um número bloqueado.
'Quem vê vocês dois assim até pensa que ele é seu filho mesmo.
Mas eu sei a verdade"
Sinto minha respiração acelerar e fico em alerta. O celular toca outra vez, mais uma mensagem. Mas dessa vez é uma foto minha e do Sebastian. Provavelmente foi tirada mais cedo no início da festa. De repente várias fotos começam a chegar, são de momentos diferentes da semana, algumas acredito que tenham mais de um mês.
- Que droga é essa? - Uma das mãe perto de mim me olha feio pelo uso das palavras perto das crianças. Mas nem dou atenção a ela, murmuro um pedido de desculpas de qualquer jeito e me afasto do pequeno grupo que observa as crianças jogarem uma partida de futebol.
- Papai? - Ouço Sebastian me chamar, mas dessa vez não lhe dou atenção. Minha cabeça está a mil pensando em várias possibilidades.
Espero que seja só uma brincadeira sem graça e de muito mal gosto. Passo apressado pelos convidados e acabo ignorando alguns pelo caminho, mas o turbilhão de pensamentos que rondam a minha cabeça não me permitem me concentrar em mais nada que não seja a mensagem em meu celular.
- Alô? Que estranho. - Ouço Ashley murmurar assim que passo pela porta de nossa cozinha e a vejo colocar o telefone fixo de volta no lugar.
- Que foi princesa? - Pergunto cauteloso.
- Nada demais. Alguém ligou, mas não falou nada.- ela dá de ombros - Acho que era engano.
- Ah sim. - Engulo a seco.
- Que foi? - Ela pergunta se aproximando e passa os braços ao meu redor. - Você parece um pouco distraído, preocupado... Tá tudo bem?
- Claro princesa. - Dou um beijo em sua testa.
- Não esqueça de não me chamar assim na frente da Annie. - Ela brinca e me dá um beijo rápido.
- Claro que não.
A puxo para mais perto de mim e encosto meu lábios nos dela. Nosso beijo começa lento e calmo, mas logo as coisas ficam mais urgentes. Aperto sua cintura levemente tentando fazer as coisas irem com mais calma, mas isso parece incentivá-la em vez de retrair-lá. Essa mulher é a minha perdição.
Um arrepio de prazer percorre meu corpo quando sinto Ashley mordiscar meu lábio inferior e puxa-lo levemente. Esqueço completamente dos convidados que nos esperam lá fora. Eu preciso dela, agora.Seguro ela pela cintura e a ergo colocando-a sentada em cima do balcão da cozinha. Ashley passa as pernas ao redor do meu corpo e me puxa colando o corpo dela no meu. Nós dois gememos com o contato. Enfio a mão em seus cabelos e os puxo levemente, do jeito que eu sei que ela gosta. Afasto meus lábios dos seus e ela abre a boca para reclamar, mas nenhum som acaba saindo quando começo a distribuir beijos pelo seu pescoço. Vou descendo lentamente até chegar na área da clavícula, ela solta um gemido baixo e volto a beijá-la nos lábios, só que com mais urgência dessa vez. Sinto as mãos dela entrarem por debaixo da minha camiseta e irem subindo pelas minhas costas. Aperto ainda mais sua cintura e tenho plena certeza que a marquei pela força que uso.
- Vocês sabem que tá rolando uma festa infantil lá fora não é? - A voz da minha irmã vindo de algum lugar do cômodo nos assusta e me afasto de Ashley rindo, Electra está parada na porta com os braços cruzados e exibe um sorriso malicioso para nós dois. Olho para minha esposa que agora esconde rosto vermelho com as mãos e acabo rindo ainda mais, percebendo que estou rindo do seu constrangimento Ashley tenta me dar uma tapa mas eu desvio rapidamente.
- Idiota. - Ela resmunga e sai de cima do balcão e começa a ajeitar sua roupa.
- Nem posso mais curtir um momento a sós com a minha esposa Electra? - Pergunto e eu e minha irmã trocamos um sorriso sacana.
- Até pode, mas depois. - Ela descruza os braços e vai andando em direção à geladeira. - Está quase na hora do parabéns e o Sebs está a um fio de tirar a fantasia. Se vocês ainda querem fotos decentes para constrangê-lo daqui a alguns anos é se apressar.
- Vamos lá antes que nosso supermen volte a ser o Clark Kent. - Sussurro brincando para Ashley.
Caminhamos de mãos dadas de volta para o quintal. Sebastian vem correndo em nossa direção quando o chamamos para cantar parabéns e cortar o bolo. Anne também se junta a nós e logo todos estão juntos cantando a música tradicional dessas ocasiões. Todos vibram e aplaudem quando Sebastian apaga as velas inteiramente sozinho, meu pequeno fica constrangido com todos os olhos concentrados nele e se agarra a mim. Estendo minha mão para ele e fazemos um 'toca aqui' e ele sorri pra mim.
Sebastian logo volta a correr com as crianças e assim como Electra falou a fantasia não dura muito mais. Tento voltar ao ritmo da festa e curtir mas de tempos em tempos a mensagem anônima volta à minha cabeça e me pego olhando ao redor tentando achar algo ou alguém suspeito. Mas nenhuma nova mensagem chega e tento me convencer de que não foi nada de mais, talvez apenas uma brincadeira de um dos convidados, por mais que uma parte de mim insiste que eu devo me manter em alerta.
As crianças brincam até ficarem completamente cansadas e aos poucos nossos poucos convidados vão embora para suas casas. Os últimos a se despedirem são os Heirich. Electra entra na sala com Roxanne nos braços, onde os avós da garotinha estão conversando conosco. É tão fofo como mesmo depois de todos esses anos sem se verem Roxanne continua extremamente apegada a Electra.
- Vamos princesa? - Jacob fala se aproximando de Electra. Mas Roxanne só se aconchega mais no colo da minha cunhada.
- Eu quero ficar vovô. - Ela diz baixinho.
- Meu amor, você tem aula amanhã e a Electra precisa ir trabalhar. - A menina faz um biquinho triste e seus olhos começam a ficar brilhantes pelas lágrimas que ameaçam cair.
- Mas, vovô...
- Eu te busco essa semana para irmos a um passeio pelo parque, que tal? - Electra intervém.
- Mesmo? - Roxy sorri.
- Mesmo. - Electra confirma sorrindo para a garotinha.
- E você vai tirar mais fotos minhas?
- Quantas você quiser. - Ela responde dando um beijinho esquimó nela.
- Oba! Meu irmão pode ir também? Como antes? - Electra fica palida por alguns segundos mas logo se recupera.
- Pode sim meu amor. - Ela diz por fim.
- Tudo bem então. - Roxanne diz logo em seguida estende os braços para o avô que prontamente a pega no colo. - Vamos vovô.
Nos despedimos deles na porta e assim que o carro da família some de vista, Electra segue para seu quarto sem dizer mais nenhuma palavra.
- Vamos atrás dos nossos monstrinhos? - Adam surge colocando a mão sobre meus ombros e eu afirmo com a cabeça.
Encontramos Sebastian e Annie meio sonolentos ainda brincando no quarto dele. Annabeth logo vem em minha direção e eu a pego no colo. Adam pega Sebastian e passamos os minutos seguintes concentrados em dar banho nos dois. O banheiro acaba virando mais uma brincadeira para os dois e eu e Adam saímos completamente molhados.
- Você mocinha tá muito encrencada. - Adam diz para Annie enquanto a enrola na toalha e faz cócegas nela. Eu amo observar esses momentos dos dois juntos. Adam é perfeito com a nossa filha. - Vamos colocar o pijama.
Ele ergue Annabeth e se retira com ela para seu quarto. Eu enrolo Sebastian numa toalha também e vou com ele para seu quarto. O comodo recebeu diversas modificações nos ultimos anos. Uma das paredes foi pintada de verde e criamos um cantinho especial para ele guardar os brinquedos. Coloco Sebastian em cima da cama e ele fica pulando levemente enquanto pego o pijama dele na cômoda. Ele ri quando passo a camiseta pelos seus braços e eu dou um beijo estalado em sua bochecha. Depois de vesti-lo me concerto em secar seus cabelos umidos.
- Mamãe, vamos continuar a ler hoje?
- Claro. - Eu e Adam nos esforçavamos para todas as noites lermos alguma coisa com as crianças. Sempre alternando a cada história. Dessa vez eu e Sebastian estavamos lendo O Pequeno Principe.
- Legal!
Em poucos minutos Sebastian já estava acomodado em sua cama ouvindo atentamente enquanto eu lia mais um pedaço da história. Como sempre não demora muito para ele adormecer. Coloco o livro em cima da mesa de cabeceira e apago a luz deixando apenas o abajur aceso. Fecho a porta com muito cuidado para não acorda-lo. Quase dou um grito de susto quando sinto uma mão agarrar meu pulso e meu corpo ser puxado para trás mas logo Adam pressiona o dedo indicador nos meus lábios.
- Acho que não seria muito legal se as crianças acordarem.
- Que susto Adam. - Sussurro.
- Foi mal.- Ele ri pa envolve minha cintura com os braços. - Mas acho que deixamos um assunto inacabado hoje mais cedo, na cozinha. - Ele da um sorriso malicioso e beija levemente meu pescoço.
- Ah é? Engraçado, não tô lembrada. - Brinco enquanto ele continua a distrubuir beijos pelo meu pescoço e colo.
- Vou fazer você se lembrar Sra. Blake.
No mesmo intante ele me engue e automaticamente envolvo minhas pernas em sua cintura. Adam me beija com urgencia e muita paixão e comigo em seu colo ele começa a caminhar em direção ao nosso quarto.