Pov's Any
Um cheiro forte de algo
queimando invade minhas
narinas, fazendo com que eu
acorde e me sente na cama,
esfrego os olhos e ao olhar ao
redor, vejo o quarto coberto por
uma nuvem de fumaça.
Que cheiro de queimado é esse?
- Falo baixo e saio com cuidado
da cama, na tentativa de não
acordar Josh, que se remexe e
cobre a cabeça, provavelmente
também atordoado com o cheiro.
Ao olhar para a porta, vejo de
onde vem a fumaça – Meu Deus
do céu!
Imediatamente abro a porta,
fazendo com que a fumaça se
espalhe pelo quarto, dificultando
minha visão e minha respiração,
levanto minha blusa até o nariz e
ando pelo corredor.
A fumaça se escurece e aumenta a medida que eu me aproximo do quarto dos desejos, o qual tinha a porta aberta, mesmo eu o
trancando na noite anterior e
tendo mantido a chave comigo.
Ao me colocar dentro do quarto, o calor parece infernal, as chamas sobem da cama ao teto, fazendo os lençóis de ceda pegarem fogo e o teto, que antes tinha uma cor clara, ficar preto, queimado. As prateleiras estão todas no chão, os chicotes quebrados em dois e os vidros dos pequenos e caros armários estão quebrados.
A medida com que mantenho-me
no quarto, minha respiração
dificulta mais, minhas vistas se
embaçam por conta das lágrimas
involuntárias causadas pela
fumaça e minhas pernas
fraquejam ao ver o quarto se
destruindo ao poucos. Saio do
cômodo e percebo mais fumaça
saindo das portas fechadas, abro
todas, e a cena se repetia ao longo do corredor, o fogo já no teto e as coisas caídas, quebradas e obviamente pisoteadas.
Corro de volta ao meu quarto a
procura de Josh, subo em cima
da cama e o balanço, fazendo com que ele resmungue algo e tente puxar mais a coberta.
- JOSH, ACORDA CARALHO! -
Grito.
-O que que foi? – Ele resmunga.
- A CASA TÁ PEGANDO FOGO! -
Grito tirando as cobertas de cima
dele - A GENTE PRECISA IR
EMBORA!
- COMO ASSIM? - Ele se mexe
- ? bruscamente na cama, fazendo com que nós dois caissemos no chão.
- Porra! - Bufo, me levantando -
Vamos logo! – Pego na mão dele e
o puxo para fora.
- Por que isso aconteceu? - Ele me
seguindo.
-Eu não faço a mínima ideia....
Falo tapando novamente meu
nariz.
Me dirijo até a escada e a desco
rapidamente, sua mão aperta a
minha conforme nos
aproximamos da porta e por fim,
saímos da casa. Parados ao lado
de fora, vemos a casa
desmoronar, caída em cacos a
nossa frente, onde antes era uma
linda casa, onde antes era o nosso porto seguro, agora não passa de cinzas e fumaça.
- Quem fez isso? - Ele suspira
passando as mãos no cabelo.
- Eu... Eu não sei...
- Para onde vamos? - Ele me olha.
- Para a casa de Bailey... Pelo
menos até as coisas se
organizarem - Pego em suas mãos - Vamos nos reerguer, tudo bem? - Beijo cada uma das mãos dele - Como sempre fazemos.
Ele apenas assente com a cabeça e me puxa para um abraço
apertado, o aperto de volta,
tentando fazer com que sua
angústia se passe toda para mim,
e que ele não fique tão mal por
isso, o que eu tenho certeza que
mais tarde irá acontecer.
Depois de um tempo, o abraço é
desfeito e sua mão pega a minha,
começando a caminhar, nos
dirigimos para o apartamento de
Bailey em silêncio, mas garanto
como na minha, a sua mente
também está funcionando.
- Josh Beauchamp - Ele se identifica para o porteiro, o qual da acesso a ele sem nem mesmo ligar para os meninos no interfone.
Adentrando o elevador, ele clica
no andar onde deveríamos ir e
encosta as costas no espelho,
fecha os olhos e solta um longo
suspiro. Me aproximo dele e o
abraço, trançando meus braços
em suas costas e deitando minha
cabeça em seu peito, seus braços
passam sobre meu corpo e ele
retribui o fraco aperto.
Assim que o elevador se abre, é a
minha vez de soltar um suspiro,
desfaço sem nenhuma vontade o
nosso abraço e saio do elevador,
ando até o apartamento dos
meninos e toco a campainha uma
vez.
Pov's Bailey
Acordo com a campainha tocando e apenas viro-me de lado, com o pensamento de ser o apartamento da frente, onde a campainha estava emperrada e ficava tocando uma vez na vida e uma na morte.
Me incomodo de novo com o som, após ouvi-lo ecoar novamente dentro do apartamento, me fazendo assim, ver que era aqui que estavam tocando.
- Que inferno! - Olho o relógio -
São três horas da manhã, porra!
Me levanto com cuidado para não acordar Kristian e pego minha cueca no chão, enquanto a desviro e a coloco, fico o olhando, um sorriso se abre em meu rosto ao lembrar da noite passada e lembrar de suas palavras. Se rosto pouco iluminado por conta da fresta na cortina exala tranquilidade pelo quarto, fazendo com que eu fique um tempo o olhando e esqueca da tempo o olhando e esqueça da campainha, até ela ser tocada novamente.
Caminho com passos raivosos até
a porta e a abro, dando de cara
com Any e Josh. Os dois
tinham os cabelos despenteados e bagunçados, e diferente de Kristian, suas expressões exalavam desespero e por algum motivo, seus olhares estavam baixos, desanimados.
- Entrem... - Falo baixo,
surpreendendo-me comigo
mesmo por não xinga-los ou
perguntar para um deles se sabem que horas são.
- Desculpe a hora... apesar de não
sabermos que horas são - Any fala - A casa pegou fogo, e nosso
único instinto foi vir para cá!
Assinto com a cabeça tentando
processar a informação, tenho
várias perguntas, mas ao ver
Josh se sentando no sofá e
afundando o rosto nas mãos, me
mostra que esse não é o momento adequado para faze-las.
Vou até a cozinha e pego dois
copos de água, volto a sala e os
alcanço, o murmuro baixo de em
agradecimento dos dois faz com
que eu me arrepie e me sente ao
lado de Any, a puxando para
mim e a abraçando.
- Está tudo bem, hm? - Acaricio os cabelos da garota - Estamos aqui para ajuda-los.
- Bailey... quem está aí? - Kristian
aparece na sala esfregando os
olhos, apenas de cueca, como eu.
- Volte a dormir, Kris... está tudo
bem! - Murmuro na tentativa de
não deixar ele os ver, pelo menos
não hoje.
-Mas eu ouvi vozes... - Ele fala
seguido de um bocejo.
- Eu esqueci a televisão ligada! -
Invento a desculpa mais barata -
Eu já vou Kristian, me espera lá.
- Não demora, tá? - Sem esperar
minha resposta, ele vira-se
novamente e vai em direção ao
quarto, fechando a porta e
provavelmente se deitando.
Agradeço mentalmente a mim
mesmo por não ter ligado
nenhuma das luzes, fazendo
assim, com que ele realmente não visse os dois.
- É só por essa noite... desculpe
incomoda-los! - Josh fala baixo,
levantando o olhar.
- Vocês sabem que podem ficar o
tempo que quiserem - Falo no
mesmo tom dele – Tem o quarto
de hóspedes vazio, que Kris
insiste em deixar arrumado caso
alguém venha dormir aqui... -
Sorrio fraco.
- Vamos tomar um banho? - Ele se levanta e caminha até Dakotta, a estendendo a mão. Saindo de meu aperto, a garota se levanta e da a mão para ele, o seguindo pelo apartamento.
Me levanto depois após vê-los
sumir pelo corredor e tranco a
porta, coloco os copos na pia e vou até o quarto onde Kris se
encontra. Paro em frente ao
guarda roupa, pego uma muda de Kris para Josh, e uma minha
para Any, as deixo em cima da
cama do quarto onde eles
estavam e volto ao de antes, me
deitando ao lado do garoto e o
abraçando.
Pov' Any
Abro os botões e o zíper de meu
short, ao enfiar as mãos no cós do tecido para abaixa-lo, erro e enfio uma delas no bolso, sentindo um papel amassado no lugar, não lembrando de tê-lo colocado ali, o retiro e o desdobro, o lendo, pela
letra de longe, conhecida por
mim.
"Olá, querida! Se você está lendo isso é porque eu estou morto, e parabéns, vocês conseguiram! Sim,
foi eu quem colocou fogo na casa, na verdade não eu, e sim meus homens, os quais eu deixei ordem para que se eu morresse, eles o fizessem. Sinto muito em destruir a
casa de vocês, e principalmente o quartinho do abate. Que vocês apodreçam e morram, para se juntarem a mim e eu inferniza-los no inferno! Beijos e abraços, de seu
querido padrasto. Heitor”
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Decedi fazer um extra!!!
Nem morto o Heitor deixa a Any e o Josh em paz viu!!!
Xoxo Ray❤