Capítulo 1.

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Era uma vez, há muito tempo, duas raças governavam o mundo: os monstros e os humanos. Viviam em paz e harmonia compartilhando o que mais amavam: a dança.

Nosso mundo era um lugar onde todos podiam expressar o que quisessem através da dança: medo, amor, ódio, felicidade e tristeza, raiva e muito mais.  Não só isso, mas para estabilizar terras, para lutar, ou apenas para fazer apresentações para entes queridos, para se divertir.

A dança era nossa verdadeira magia.

Você podia ver monstros e humanos dançando pelas ruas em tantos estilos musicais diferentes.  Break dance, street dance, sapateado, tango, valsa e muito mais. Danças de todos os tipos de batida e cores visuais. Era o paraíso.

Infelizmente, uma tragédia aconteceu entre as duas raças.  É dito que um monstro matou um humano através de uma dança proibida perigosa, roubando o poder de sua alma, e é conhecido que se um monstro contém uma alma humana ou vice-versa, eles podem se transformar em um deus invencível.

Foi quando uma guerra travou entre eles.  Caos, mortes e destruição tomaram conta da superfície por muito tempo.  No final, os humanos foram vitoriosos, com um feitiço especial usado por uma guardiã especial: uma bailarina.  A bailarina tinha movimentos impecáveis, fazendo com que o feitiço fosse lançado com cautela e precisão.  Dessa forma, eles selaram os monstros debaixo da montanha mais alta e perigosa do lugar.  Mount Ebott.

Jogando ali os monstros, também jogaram fora o hábito da dança, que não era apenas um hábito, mas uma forma de se confessar e se expressar através das almas.  O rei dos humanos clamara que a dança agora estava proibida para sempre.

Dentre todas as danças proibidas, o balé, a dança conhecida como a dança espiritual por ambas as raças, era uma dança que exigia perfeição, ou então sua mágica nunca seria capaz de ser solta. Ela era a dança que poderia ser apenas usadas por pessoas mais do que experientes e importantes, ou sua magia poderia cair nas mãos erradas e até mesmo trazer o caos, ao que diziam. Nesse caso, era de lei que quem a praticasse sem permissão, seria condenado por seu crime.

Mount Ebott, agora a morada dos monstros, era conhecida pelas gerações como  "A Prisão dos Monstros" e isso dizia tanto sobre os próprios monstros que a habitavam, quanto aqueles que desrespeitavam a lei. A lenda sobre a montanha dizia que quem a escalasse, nunca mais seria vista. O porquê disso, ninguém sabia. Talvez o caminho era perigoso de mais, ou o que encontrasse no topo era seu final, mas ninguém arriscava explorar.

Ninguém além daqueles que buscavam seu próprio fim ou uma forma de acabar com a maldição.

Um dia, uma criança escalou a montanha. Seu real propósito? Desconhecido. Mas ela nunca mais foi vista, pelo que dizem. Isso já fazia muitos anos também.

Agora, em 20xx, era tudo muito chato, sem vida. Não era permitido nenhum indício de dança ou movimentos libertadores. Pelo menos não na vista do governo. As pessoas não davam muita importância para isso, além do mais já estava esquecido tal prática. O que mais importava era o trabalho ter uma boa vida social e tudo mais. Era cansativo só de se ouvir falar.

Eu andava pelas ruas à procura de algo mais. Emprego? É... não era algo na minha lista. Mas algo com que eu sentisse uma conexão. Posso falar a verdade? Eu não sentia mais conexão com algo do que a dança. Porém, infelizmente, estava fora de alcance.

Todo dia era a mesma coisa, eu comprava um café na cafeteria do lado da onde eu morava, passava por ruas cheias e movimentadas, prédios altos, casas baixas, lojas, estabelecimentos, mas era difícil encontrar um lugar confortável.

-Bom dia, senhorita Frisk! O mesmo de sempre? -A barista perguntava, com um sorriso, ao me ver entrar na cafeteria.

Eu assenti, com um sorriso leve. Era de tarde, eu não tinha muito o que fazer naquela hora. Eu voltava do estágio que eu fazia, e nada melhor do que um café com leite pra me manter acordada.

Dancetale - Uma dança para lembrar Where stories live. Discover now