las vegas.

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NARRADOR

"Você mereceu! Para de falar que eu fui traída, tá? Nem todos os homens são cachorros e adeptos do amor livre que nem você! Seu... Seu..." Ell apontou o dedo no rosto de Patrick. "Hippie!"

Patrick gargalhou, e a abraçou pelas costas, apoiando a cabeça em seu pescoço enquanto olhava os Cds que tinham no aparelho.

"Vai se aproveitando, vai." Ellen riu, e Dempsey sentiu o rosto corar. Opa! Essa era nova.

"Ei, eu só estou aqui no intuito de..." Patrick parou no meio da frase, ao ver que a garota escolhera o cd do... "ENRIQUE IGLESIAS? Mas que merda é essa, Ellen?" ele disse e ela gargalhou, pegando uma lata de Red Bull perdida em uma mesa vazia e usando de microfone.

"Do you know? Do you know?" começou a cantar junto, com uma voz que beirava o atropelamento de gatinhos. Isso devia soar mais bonito, mas Patrick estava achando aquela cena toda hilária. "Do you know what it feels like loving someone that's in a rush to throw you awaaaaaaaaay?" Ela jogava os braços para o ar, dançando e fazendo pose de Britney Spears no meio do bar, enquanto Patrick gargalhava. "Canta comigo, Patrickzinho!" ela gargalhou, e ele negou com a cabeça, enquanto era puxado pela mão.

"Ainda tenho um mínimo de dignidade e vou zelar por isso." respondeu e ela riu.

"Do you know what it feels like, to be the last one to know the lock on the door has changed?"

Quando deu por si, já estava dançando com a garota em seus braços, enquanto ela gritava a letra da música com mais propriedade que o hino nacional.

"Loooooove, you never know the minute, it ends suddenly." ela murmurou, e o garoto pode perceber que estava murchando em seus braços.

Ah, não. Ela não ia chorar ali! Ou será que ia desmaiar?

Patrick a rodou, como se fizesse parte da dança, e percebeu que ela estava com os olhos vermelhos. Não era legal. E então resolveu perder o resto da dignidade, tomando-lhe o Red Bull.

"I'm standing on the edge and I don't know what else to giiiiiiive." cantou, e Ell primeiramente se espantou, mas depois caiu na risada com a voz que ele estava fazendo. "Do you know what it feels liiiiiike loving someone that's in a rush to throw you awaaaaay?"

E estendendo o "microfone" para Ell novamente, riram juntos, enquanto ela interpretava qualquer coisa e cantava muito alto, os dois dançavam e a meia dúzia de pessoas do bar olhavam como se fossem loucos.

Talvez fossem.

LOGO DEPOIS

"Nossa, achei desnecessário essa atitude de gerente." Ell disse e Patrick riu, bebendo um gole de cerveja.

"Nunca pensei que fôssemos ser jogados para fora do bar." ele disse e Ell sorriu, andando com dificuldade na neve escorregadia, enquanto segurava o braço de Dempsey.

"Aparentemente ser expulso de lugares está virando rotina na minha vida." o garoto disse, fazendo Ell rir e lhe tomar a garrafa da mão, tomando um gole.

"Acho que devíamos ir para Vegas e nos casarmos." ela disse calmamente, como quem informava as horas.

Patrick arregalou os olhos e parou de andar, fazendo a garota tropeçar nos próprios pés e ter um ataque de riso.

"Você está muito, muito chapada." ele gargalhou, acompanhando-a.

"Estou!" ela concordou, rindo. "Mas acho que você daria um bom marido. Sabe, bom coração, bundinha no lugar e sexo duas vezes por dia." Ell gargalhou da cara de choque de Dempsey.

"Bundinha no lugar? Mas que porra é essa?" ele ria alto, enquanto a garota virava o resto da cerveja.

"Tá gostosinho, sim." Ellen disse, mordendo o lábio, e depois riu. O que diabos estava fazendo? Precisava parar de beber. Urgente.

"Por mais que seja muito tentador topar casar com uma americana que topa sexo duas vezes ao dia e conseguir meu green card enquanto ela está bêbada, não acredito que você levaria isso à sério amanhã de manhã." ele riu. "E outra, arrumar uma esposa logo hoje seria atestado de fraude. E eu seria deportado e você presa." Patrick gargalhou da cara que Ell fez.

"Bom, depois não diga que eu não ofereci." ela gargalhou. "É uma pena que você tenha que ir embora. Eu vou com a tua cara."

Os dois sorriram. "Eu vou com a tua cara" não era o tipo de elogio que Patrick costumava receber, mas o nível de álcool em seu sangue pareceu discordar da análise, achando aquilo extremamente. Fofo? Sexy? Cara, aquela garota era maluca. Mas ele também ia com a cara dela.

"Claro que você vai com a minha cara, eu canto melhor que o Enrique Iglesias." Patrick disse e os dois gargalharam.

"Você é forte." Ell disparou e Patrick riu, malicioso.

"Você realmente quer me assediar, né?" ele piscou para ela, recebendo um tapa em troca. "Ei!"

"Seu babaca." ela riu. "Eu acabei de tomar um pé na bunda, a última coisa que eu quero é sexo com um cara que eu conheço há quatro horas!"

"Peraí, estou confuso. "ele fez pose de ofendido. "Você acaba de me pedir em casamento, e agora me chama de estranho? Poxa vida, anos de terapia depois dessa!" disse, fazendo-a rir.

"Você é muito, muito idiota." Ell riu. "Quando eu digo forte..." Ell sentou em um parapeito de uma passarela, dando vista para um lago quase congelado. Ela mesma estava congelando, mas não se importava mais. "Eu quis dizer que... Poxa, você vai ter que voltar para a Inglaterra, encarar tudo o que nunca quis, seu pai e tudo mais, e está aqui, todo calmo e piadista, sem sequer mostrar um pouquinho que seja de medo ou sei lá... Raiva."

Patrick a encarou, e então sentou ao seu lado.

Não costumava demonstrar emoções, não era de seu feitio. Muito menos quando mal conhecia a pessoa, como era o caso. Só que então ela sorriu, como quem o incentivava, e alguma coisa lhe aqueceu por dentro. Ele sabia que podia confiar nela. Na garota estranha do bar.

"Está me matando por dentro, sabe?" quase sussurrou, sentindo o rosto queimar. Realmente não estava acostumado com aquilo. "Mas também, não há nada que eu possa fazer. Não agora." ele respirou fundo, e então alisou os cabelos nervosamente. "Esquece isso."

Ell sorriu de canto, mas ele não a olhava. Também fitou o horizonte e segurou sua mão delicadamente, afagando-a mesmo por cima da luva. E então ele estava a olhando.

"Ninguém disse que seria fácil, Patrick." ela chacoalhou a cabeça. "Eu sempre achei que há males que vem para o bem. E quando uma porta se fecha, duas se abrem. Ou uma janela se abre." ela sorriu, fitando o nada. "O problema é que eu não consigo enxergar isso agora. Eu estou totalmente perdida. Sem... Ele, entende? Por incrível que pareça. Eu sei como você se sente."

Os dois sorriram e voltaram o olhar para o lago. Os flocos de neve voltavam a cair suavemente em suas cabeças, mas não pareceram se importar com isso. Patrick a puxou para mais perto, já que os dois tremiam, e Ell apoiou sua cabeça no ombro do garoto.

MULTIPLE ORGASMS | dempeo - concluída Where stories live. Discover now