surprise! or not.

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NARRADOR

Ellen sentiu seu celular vibrar, mas demorou eras para encontrá-lo dentro de sua bolsa gigantesca.

"Alô." atendeu rapidamente, sem olhar direito para o visor.

Teve a impressão que a pessoa já ia desligar.

"Alô?" ela disse um pouco mais alto.

"Ellen?" ouviu a voz que, mesmo um ano depois, conseguiria reconhecer de qualquer maneira. E seu coração acelerou idiotamente com isso.

"Patrick?" disse rapidamente, mas não estava o escutando direito devido ao barulho. É, talvez nem fosse...

"Olha, acho que meu sotaque é inconfundível." ele riu.

"Onde você está?"

"Ell?" ele gritou. "Olha, eu não tô te ouvindo direito! Eu estou no aeroporto..."

"Aeroporto?" ela gritou de volta.

"Meu vôo atrasou, só vou poder aparecer..." e então a voz se foi.

"Patrick? Patrick?" Ell berrou do outro lado da linha, mas sua resposta foi o irritante "tu tu tu" do telefone. "Merda!"

Discou rapidamente para a última chamada recebida.

"O telefone chamado está desligado ou fora da área de cobertura"

"INFERNO!" gritou, quase tacando seu telefone à longa distância.

É claro que não ia dar certo esse encontro dos dois. Tudo bem, se ele estava no aeroporto, é porque pelo menos estava vindo, e isso iluminou seu rosto com um sorriso besta. Então ele se importava, ótimo. Precisava dar um jeito de falar com ele e saber quando conseguiria "aparecer."

Mas mesmo sem a neve, as ruas estavam congelantes, e ela resolveu ir para casa, porque ao que lhe parecia, não o veria naquele dia.

"Táxi." gritou para o primeiro veículo amarelo que apareceu, e felizmente, ele estava desocupado.

Discou para Patrick sete vezes enquanto estava dentro do táxi, ouvindo The Corrs enquanto um motorista que parecia árabe cantarolava empolgado com um sotaque carregadíssimo e seu perfume de quinta categoria muito, muito forte.

Ótimo, uma crise de espirros era tudo o que ela precisava.

"Oi, aqui é o Patrick. No momento não posso atender, mas você sabe o que fazer."

Biiiiiiip.

"Patrick, é a Ell. Não sei onde você está e nem que horas vai chegar, mas estou entrando no meu prédio. Me liga assim que ouvir isso. Quer que eu te busque no aeroporto? Beijos e... Bom, feliz um ano vivos e inteiros para você." ela sorriu, como se ele fosse poder ver isso.

Ai, como era idiota.

Entrou no elevador e em poucos segundos, estava em seu andar. Lembrou-se do dia em que esteve ali pela primeira vez e sorriu. Um ano depois, só conseguia lembrar daquele dia como algo bom, inevitavelmente. Abriu a porta e jogou a bolsa em qualquer canto, tirando os sapatos altíssimos enquanto acendia a luz.

"AAAAAAAAAAAAH." gritou, tacando um sapato na direção do sofá.

"AI, PORRA!" já estava preparada para sair correndo, quando ouviu o grito e abriu os olhos.

"Patrick?" berrou, colocando a mão no peito, devido ao enorme susto que tinha tomado.

Era ele. Vestia uma camisa branca dobrada até os cotovelos, jeans e seus casacos estavam jogados de qualquer maneira na poltrona preferida de Ellen. Como diabos estava ali? Dentro da casa dela - ok, dele, mas ainda assim - deitado no sofá, com os pés calçados em cima da manta, no escuro, como se fosse dono da porra do lugar?

"Porra, não se acende a luz na cara dos outros assim!" ele reclamou, coçando os olhos. Como ela não reparara que ele era assim... tão gato? Era possível? "E isso doeu!" ele jogou o sapato de volta, fazendo Ell desviar.

"MAS QUE MERDA É ESSA?" Ela gritou, depois de ficar em silêncio por alguns segundos, totalmente em estado de choque. "Você acha que pode invadir MINHA casa assim, colocar seus pés SUJOS na minha manta, bagunçar minha sala e ainda ME ENGANAR, dizendo que estava no..." ela parou, olhando para a cara de anjinho que o rapaz fazia. "Que cheiro é esse?" disse alto, e Patrick sorriu malicioso.

"Eu imaginei que você pudesse estar com frio e puta comigo." Patrick quase bocejou, sentando corretamente, depois lançou-lhe um olhar malicioso, esticando o braço para trás do sofá. Ell o encarou, nervosa, e o viu tirar uma garrafa grande e prateada dali. "Orgasmos múltiplos?"

Ele disse, com um sorriso maroto nos lábios, fazendo a garota gargalhar e correr em sua direção. Patrick também riu, levantando-se, mas quando ela se aproximou, pulando em cima dele, resolveu que poderia ter ficado sentado. Caíram desajeitadamente no sofá, de forma que ele perdeu o equilíbrio, e os dois pararam no chão, tendo ataques intermináveis de riso.

Patrick sentou no chão, ainda rindo, e a puxou para perto dele, aninhando-a em seu colo.

"Eu senti sua falta." disse, sentindo as bochechas arderem. Ah, ótimo, era tudo o que ele precisava ter feito. Sentia-se um perfeito idiota.

Mas Ellen sorriu tão largamente que ele deixou de xingar-se mentalmente quando ela o abraçou com força e beijou seu pescoço, enquanto ele sentia seu perfume gostoso e sorria que nem um bobo. Ela também sorria idiotamente, ele sabia. Ell apoiou uma perna de cada lado do corpo de Dempsey, e ele a puxou mais perto pela cintura, até que ela encostasse seu nariz no dele.

"Eu também senti sua falta." ela disse, baixo, e os dois sorriram, e então, ela lhe deu um selinho e mordiscou seu lábio inferior.

Patrick a segurou pela nuca, agarrando seus cabelos, e vendo que ela fechara os olhos, a beijou.

Não lembrava exatamente a sensação que beijá-la tinha lhe causado um ano antes. Mas definitivamente não era aquela. Quando suas línguas se tocaram, um arrepio lhe percorreu a espinha, e enquanto Ellen arranhava levemente sua nuca e retribuía o beijo calmamente, a princípio, ele sentiu seu coração disparar e a apertou com mais força contra si, apenas guiado pelos instintos e tendo uma certeza anormal de aquilo era o certo a se fazer.

ai o, tão juntos viu? 🥳

MULTIPLE ORGASMS | dempeo - concluída जहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें