Capítulo 38

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-Então quer dizer que a mocinha realmente está de volta?

Escuto sua voz rouca e seus passos lentos se aproximando. Me viro em sua direção avistando Jaymes com o seu famoso Capuz preto na cabeça e com um sorriso macabro estampado no rosto, e mesmo com a rua mal iluminada era possível notar seu olhar percorrendo sobre meu corpo.

-O que você quer?

Pergunto destabilizada e ele sorri perverso.

-Você sabe muito bem o que eu quero.

Olho para os lados notando que a rua estava completamente vazia. Respiro fundo e nego com a cabeça cerrando os punhos.

-Não Jaymes, dessa vez não.

O maior se aproxima de mim tentando agarrar minha cintura e eu deposito um soco em seu rosto, correndo logo em seguida. Como não estava longe do apartamento de Carol, resolvo voltar para o mesmo. Jaymes me seguia furioso pelas ruas escuras, meus pulmões ardendo, implorando por fôlego.

Adentro a administração e Jaymes para na porta, me olhando furioso enquanto cerrava os punhos, seu peito subindo e descendo de raiva.

-Você não fugirá de mim por muito tempo!

Grita e logo se retira. A síndica me olha preocupada e eu sorrio de lado, dizendo que estava tudo bem.

-Preciso voltar para o apartamento da Caroline.

-Tudo bem, vou informar de sua subida.

Concordo com a cabeça e a mesma liga para o apartamento da ruiva. Ela concorda com a cabeça devolvendo o telefone ao gancho e aponta para o elevador com a cabeça.

-Tudo bem, pode subir.

Sorrio em agradecimento e adentro o elevador, subindo para o andar de Carol. Após as portas do elevador se abrirem caminho até a porta do apartamento da ruiva e dou leves batidas na porta, ela sendo aberta segundos depois.

-Day, o que aconteceu?

Carol me pergunta preocupada e eu a puxa para um abraço apertado e necessitado, ela acaricia minhas costas tentando passar conforto e eu desabo em seu ombro.

A menor me conduz até o sofá e me oferece um copo de água, após eu me acalmar.

-O que aconteceu, morena?

Pergunta com receio e eu respiro fundo, colocando o copo sob a mesinha de centro. Eu iria contar para Carol tudo o que aconteceu, desde o início, explicar o por que eu fui embora. Mesmo deixando minha família em risco eu falaria, falaria e seria agora.

-Carol, tem muita coisa entalada aqui, a muito tempo.

-Eu sou ouvidos, Day.

-Eu preciso que você não me julgue.

-Jamais, estou aqui para te ouvir e te ajudar. Pode falar.

A ruiva segura em uma de minhas mãos, depositando um beijo na mesma.

-Quando eu era mais nova eu namorei uma garota chamada Daniela, ela foi minha primeira namorada. Eu conheci ela na escola no 2° ano, eu tinha acabado de descobrir minha sexualidade e ela chegou como uma aluna nova. Nos aproximamos, viramos bastante amigas, até que chegou uma hora em que eu percebi que o que eu senti ia além de amizade. Eu contei para Daniela, mesmo com receio dela ir embora, e ela ficou.

Sinto meu peito apertar um pouco e Carol acaricia meu rosto.

-Você precisa de um tempo até continuar?

-Não, está tudo bem.

Sorrio de lado e aperto a mão de Carol em conforto.

-Ela disse que sentia o mesmo, disse que queria tentar algo. Namoramos por um ano. era tudo lindo e maravilhoso, até aquela festa.

My safe harbor or my insecurity? -Dayrol  Where stories live. Discover now