Shen LongYu trilhou um caminho repleto de crimes e maldades, tudo para ter a chance de se vingar das pessoas da seita ChengFu que o humilharam. Tudo o que conseguiu foi morrer pela espada da pessoa que mais odiava, Jiang ZhengHe.
A espada sagrada Yu...
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Não foi a primeira vez que Shen Yu sentiu vontade de bater no rosto de Jiang ZhengHe, mas foi a primeira vez a necessidade desapareceu assim que o viu.
Havia vincos no manto de Jiang ZhengHe, o cinto estava marrado de qualquer jeito, havia neve sobre o cabelo desalinhado e sobre os ombros. Ele parecia com alguém que tinha bebido a noite toda e vagado de volta para casa pela manhã, mas hesitava na hora de entrar por vergonha.
— Você está péssimo. — ele disse. Em duas vidas, Shen Yu nunca viu Jiang ZhengHe parecendo com algo menos que um modelo de elegância. Já o tinha visto cansado, ferido, vestido em roupas simples, parcialmente desnudo, em todas essas situações ele nunca pareceu com um homem acabado. Mais uma vez, a imagem que construiu do Grande Herói de Todos os Tempos, aquele edifício inabalável e inigualável sob o céu, ruiu bem diante de seus olhos. — Entre, vou pegar alguma coisa quente para você.
— Não vá. — Jiang ZhengHe agarrou a tempo a manga de Shen Yu, impedindo que ele saísse. — Preciso de você comigo.
Shen Yu hesitou por um momento antes de puxar sua manga. Só porque não queria mais bater em Jiang ZhengHe, não queria dizer que sua raiva havia sido aplacada.
Shen Yu sentiu como se sua honra tivesse sido insultada duas vezes, primeiro por ter sido impedido de ir para Dewei ver a queda de um demônio, segundo por ter sido pego por um método tão infantil.
Shen Yu não poupou Jiang ZhengHe de um olhar cortante.
Jiang ZhengHe entrou, se colocando ao lado da porta aberta. Quem quebrou o silêncio foi Luo Kuan.
— Irmão mais velho, a irmã AnLi estava me chamando mais cedo, não posso deixa-la esperando por muito mais tempo. — disse Luo Kuan alegremente. Ele pensou que, estando os dois reunidos novamente, havia palavras para serem ditas. A casa era pequena, as paredes não eram tão grossas para abafar a voz, Luo Kuan pensou que era melhor arranjar uma desculpa e sair discretamente do que ficar e tornar aquele encontro em uma coisa constrangedora. Ele também estava com receio de ver seu seu irmão mais velho desabafando sua raiva, Jiang ZhengHe deveria ter métodos indivisíveis para persuadi-lo. Luo Kuan absolutamente não queria ficar e testemunhar isso.
— Irmão aprendiz Luo, por favor fique. — pediu Jiang ZhengHe, o mais gentilmente que pôde.
Talvez tivesse sido o tom usado, ou o olhar de Jiang ZhengHe que fez Luo Kuan sentir como se um balde de água tivesse sido jogado em seu coração. Ele sentiu um frio inexplicável em seus membros.
Shen Yu percebeu naqueles poucos instantes que algo não estava certo. Se Jiang ZhengHe tivesse vindo com a intenção de se desculpar, ele teria dito assim que a porta foi aberta. Jiang ZhengHe era extremamente honesto para não dizer o que pensava ou o que queria, a não ser que o que precisasse ser dito, fosse algo fácil de se dizer.
Shen Yu entendeu então, Jiang ZhengHe não veio para se desculpar, veio para dar pêsames. Isso ficou óbvio quando Jiang ZhengHe tirou uma espada curta do anel de armazenamento. Não, a espada não era curta, a lâmina era que estava quebrada.
