Urrea precisa de mim para ser uma boa pessoa.

Eu queria tanto que esse seu trauma do passado não o afetasse dessa forma.

Acho que Jacob pode sentir os mesmos sentimentos que sinto por ele, mas não está pronto para assumir esse sentimento difícil chamado "amor".

E eu não o culpo, não mesmo. Não foi uma coisa nada fácil em sua vida, eu também não teria superado.

Urrea se acha incapaz de fazer qualquer coisa ou de amar qualquer pessoa.

Ele se acha insuficiente e sem importância nenhuma na vida das pessoas, ele acha que não merece amar ninguém.

Talvez, por um parte eu tenha causado essa impressão a ele por conta do que eu disse naquela nossa discussão.

E eu me arrependo profundamente por tudo o que eu disse nesse dia.

Mas a verdade é que eu o amo de qualquer forma. Gosto do seu jeito e não posso negar. Estou tentando fazer ele esquecer do passado, mas não sei se vou conseguir fazer isso.

- Está dormindo? - Urrea perguntou com uma voz calma, fazendo eu abrir os olhos e o olhar.

- Não, me desculpe - Só percebi ali que já tínhamos chegado em frente a clínica.

- Só estava pensativa.

- Sobre o que estava pensando?

- Nada de importante - Olhei em volta - Estamos esperando Nicole?

- Sim, ela vai aparecer aqui, aí a gente sai do carro - Só tinha percebido agora que nós continuavamos de mãos dadas.

Tentei soltar, mas Urrea apertou mais ela, me impedindo de desgrudar nossa mãos. O olhei séria enquanto ele sorria.

- Pare de ser chata, Deinert - Mostrei a língua para ele - Você me deu uma ótima idéia, sabia? - Sorriu maliciosamente.

Urrea descolou nossas mãos e deslizou a sua até meu braço, me puxando levemente até seu corpo.

Não me afastei, mas também não me aproximei. Urrea que estava me levando.

- Não vai se afastar? - Perguntou em meio de um sussurro sexy, quando nossos rostos já estavam bem próximos.

- Não tenho medo de você - Falei no mesmo tom enquanto íamos nos aproximando mais.

Quando chegamos a um certo nível de proximidade, fechamos os olhos para o beijo. Mas me afastei um pouco quando escutei três batidas no vidro atrás de Urrea.

Nicole estava lá, com aquele sorriso que dá ódio. Urrea olhou para mim e bufou, sabendo quem era.

- Não foi dessa vez, campeão - Falei arrumando alguns fios de cabelo.

- Quem disse?

Sem eu poder raciocinar direito, Urrea segurou meu rosto com as duas mãos e me deu um selinho rápido. Dei um tapa forte em seu braço.

- Ai! - Me olhou confuso - Por que me bateu? Você iria me beijar do mesmo jeito.

- Você estragou o clima - Ele riu - Não era para ser um beijo rápido, era para ser um beijo calmo e especial - Abri a porta do carro - Seu palhaço.

Saímos do carro e Urrea continuou rindo de mim. Nicole nos olhou feio e revirou os olhos.

- Será que agora podemos entrar? - Perguntou brava.

- Sim - Urrea respondeu e pegou na minha mão, o que fez Nicole ficar com mais raiva ainda. Nós dois apenas rimos.

Entramos no lugar e fizemos todo o necessário. Demorou um pouco para sermos chamados por um médico bonito, mas que parecia ser um pouco velho.

A  babá |•ɴᴏᴀʀᴛ ᴀᴅᴀᴘᴛᴀᴛɪᴏɴOnde histórias criam vida. Descubra agora