Minha sereia

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Subimos no navio e fico maravilhada, toda a tripulação é composta por mulheres de todos os jeitos, altas, baixa, gordas, magras, mas todas tem uma coisa em comum, elas estão vestindo calças, e isso realmente é incrível.

- Bem-vinda ao Bruxas do Mar, eu sou a capitã, o que você sabe? compartilhe de seus conhecimentos conosco, tudo é bem-vindo – fala Minerva me mostrando para todas as outras meninas, elas me abraçam e ficam feliz em me ver, nunca fui tão bem acolhida em toda minha vida.

- Bom, eu entendo um pouco das estrelas e ervas, também sei navegar e ver mapas, estava ensinando ao Nevra, antes de irmos para a ilha – digo ficando um pouco triste ao me lembrar dele.

- Você estava ensinando a ele, hahahaha, maravilhoso, então minha linda e doce Marjorie você será minha mais nova comandante – ela fala isso e coloca um chapéu na minha cabeça, não combinou nada comigo, mas me senti horada.

- Sério? obrigada – digo de maneira tímida

Ela me guia até sua sala, diferente da de Nevra está super organizada, tem vários mapas e tem um cheiro muito bom, na verdade todas elas são bem cheirosas, com certeza tem perfume em algum lugar, sinto cheiro de ervas também, isso será bom para mim, vou poder voltar a estuda-las.

- Então, temos trabalho a fazer, você quer aprender sobre o seu corpo, não é? - ela fala fechando a porta atrás de mim, sinto uma certa malicia nessas suas palavras.

- Sim, quero muito – digo parada igual a uma estátua. Ela se aproxima de mim e fica me rondando, ela esta criando um clima bem excitante, mas não posso ficar com ela, somos mulheres, isso é errado.

- Ótimo, eu sou uma excelente professora quando se trata do corpo de uma mulher – ela fala parada bem na minha frente.

Eu recuo mas encosta em sua mesa, e ela sola seu corpo ao meu, seus seios encostam nos meus e ela se aproxima do meu rosto, fico ofegante e ela sorri, não reajo, como será ficar com uma mulher?

Ela toca meu nariz com o seus eu fecho meus olhos então nos beijamos, ela já vai passando a mão pelo meu corpo e pega na minha bunda a visão do rosto de Nevra vem a minha mente, isso me faz empurra-la e fico ofegante, estou com ele na cabeça, não posso fazer isso com uma outra pessoa, esta muito recente.

- O que foi minha sereia, está pensando naquele homem? - Ela fala encostando em mim novamente, ela é forte o suficiente para me colocar sentada em sua mesa. Ficamos grudadas, ela esta entre minhas pernas e as acaricia de forma excitante. Meu deu, eu sou uma vadia mesmo.

Balanço a cabeça afirmando e fico triste, sinto meu coração doer novamente, por que estou sentido isso? Eu não o amava, mas sinto a dor da perde-lo.

- Deixa eu te fazer esquecer dele – ela fala de maneira sexy e se aproxima de mim novamente, que saber, vamos lá.

Ela volta a me beijar e eu não impeço, o beijo dela é bom, seus lábios são macios e delicados, ela retira minha roupa e eu tiro a dela, nos beijamos e ela desce até minha intimidade, transamos e foi incrível.

Transar com uma mulher não é melhor que transar com um homem, são só sensações diferentes, ela sabe exatamente onde me tocar, mas senti falta do membro masculino.

Minerva me ensinou muitas coisas do meu corpo, ela disse que minha intimidade se chamava vagina e que eu tinha um canal que levava até um órgão chamado útero, que era onde o bebe era feito, eu disse a ela que nunca havia engravidado mesmo não sendo mais virgem, ela disse que provavelmente eu tinha alguma doença que me impedia de engravidar mesmo eu menstruando normalmente, ela chamou de útero anormal.

Ela também me ensinou a me dar prazer sem precisar de um parceiro, e só mexer em uma bolinha que eu tenho na parte de cima da vagina chamada clitóris, ela fazia isso enquanto tínhamos relação, e eu aprendi bem rápido e ensinava as outras novatas que chegavam.

No começo eu me sentia suja, mas ela me dizia que nos mulheres não precisávamos nos envergonhar da nossa sexualidade, nós devemos sentir prazer na hora do sexo igual aos homens, com quantos parceiros ou parceiras nós tivermos, então aos poucos eu fui me acostumando com essa vida.

O tempo foi passando e eu fui mudando, eu usava minha vantagem de não engravidar para participar dos planos delas contra os homens, eu os seduzia para uma emboscada e elas o matavam enquanto ele estava distraído comigo, fiquei conhecida como sereia entre elas.

Mas nós não parávamos só aí, resgatávamos mulheres acusadas de bruxaria e entramos em várias brigas contra guardas, cheguei a me encontrar com Lebka, mas consegui fugir dele novamente, ele quer nossas cabeças, mas nosso somos imbatíveis.

A medida que o tempo foi passando nós fomos ficando conhecidas, eu e minerva éramos inseparáveis, ela me ensinou a lutar com espadas e eu fiquei excelente nisso, mas não tanto quanto ela, aprende a usar arco e flecha, e minha maior arma, aprendi a usar meu próprio corpo contra os homens.

Estávamos todas jantando juntas quando minerva levanta e ergue sua caneca cheia de vinho.

- À nossa sereia, sem você nós não conseguiríamos - ela fala e todas nos brindamos e batemos palmas.

- Obrigada – digo tomando meu vinho, eu mudei muito, odiava bebida, agora estou sempre de caneca cheia.

- Acho que está na hora de você ter a nossa marca – ela fala sorrindo, sentando de volta a mesa.

- Sério?

- Claro, você é uma de nós, Morgana, traga a tinta e as agulhas – ela bate nas minhas costas e chama outra menina.

Entoa Morgana pega uma caixinha com uma tinta preta, um martelo e um instrumento com algumas pontas de agulha.

- Então, onde vai querer – ela fala pegando as coisas e já montando.

- Na costela – digo tirando minha camisa, quero fazer no mesmo lugar que Nevra, não importa o que eu faça, eu não o tiro da minha cabeça, entoa por que não o transformar em uma inspiração.

- Excelente lugar – ela fala e me deita no banco, faz o desenho e posiciona o instrumento na minha pele.

Ela começa a bater o martelo no instrumento e a dor que eu sinto é anormal, a tinta entra ardendo e cada batida parece que esta batendo no meu osso. A marca das Bruxas do Mar é uma lua crescente, algumas mulheres falam que a lua e nossa deusa, é quem nos protege da escuridão criada pelos homens.

- Pronto, o que acha? - ela fala me dando um espelho.

- Perfeito – digo.

Então todas elas começam a gritar e bater palmas, estou muito feliz, sou grata todos os dias por ter entrado nesse barco.  

Fases da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora